Um em cada 10 formados no ensino superior ocupa vaga de nível médio, diz
pesquisa
O mercado de trabalho brasileiro não está
absorvendo toda a mão de obra qualificada, e formados em cursos de graduação
estão ocupando vagas com nível de ensino médio.
É o que revela levantamento da Geofusion com
informações dos ministérios da Educação e do Trabalho e quase 100 mil registros
de contratações modelo CLT. Os números são de 2018, os últimos publicados pelo
governo federal.
Os dados mostram que apenas um em cada 10 formados
no ensino superior consegue uma vaga equivalente ao seu nível de capacitação.
Considerando alguns cursos, como Psicologia, não
foi encontrado registro de contratação CLT de nível superior.
Segundo o Censo da Educação Superior divulgado em
outubro de 2023, apenas 25% entre os jovens de 18 e 24 anos ingressam em cursos
de graduação.
Nas opções com maior número de matrículas no país,
como Pedagogia, Direito e Administração, menos de 9 mil dos quase 67 mil
formados conquistaram cargos de nível superior. Isso representa apenas 12% dos
estudantes das universidades analisadas.
Alguns cursos estão em cenário ainda mais críticos,
como Enfermagem, com apenas 7% dos graduados empregados em posições destinadas
ao ensino superior.
A exceção foi o curso de Medicina, onde todos os
formados estão ocupando vagas do seu nível de escolaridade, segundo a pesquisa.
Isabela Cavalcanti de Albuquerque, gerente de
produtos de dados da Geofusion, explica que não há apenas o problema da
escassez de vagas compatíveis.
Na outra ponta, tem a exigência dos empregadores
por funcionários qualificados para posições que não demandam esses tipos de
especialização.
“Quando trata-se de contratação por empresas, pode
estar ocorrendo um movimento de exigência de super qualificação para vagas que
poderiam ser ocupadas por trabalhadores com ensino médio”, explica.
Cargos como assistente administrativo, auxiliar de
escritório e auxiliar de serviços jurídicos — todos com nível de ensino médio —
são os mais frequentes na contratação de graduados no curso de Direito,
enquanto em Administração, apenas 3% ocupam vagas de nível superior.
Essas vagas também possuem outra discrepância: a do
salário.
Pisos salariais de profissionais graduados são mais
altos, comparando com a faixa de R$ 1.800 a R$ 2.400, geralmente oferecida para
os assistentes administrativos, por exemplo.
Isso acaba por prejudicar aqueles que investiram na
sua educação e não pagaram barato para se formarem, destaca Albuquerque.
“Para aprimorar a formação, muitos estudantes
investem alto na formação superior e se dedicam por anos, mas o cargo ocupado
nem sempre está à altura do investimento realizado”.
A gerente ainda ressalta necessário considerar que
em muitas carreiras a modalidade de trabalho como autônomo é mais comum. Search
Engine Marketing (SEO), vendas e marketing são as áreas que mais cresceram
entre os freelancers, segundo estudo divulgado pela Freelancer.com em agosto
deste ano.
Além disso, o país registrou uma taxa de
informalidade de 39,1% no trimestre até agosto de 2023, segundo os dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada
pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).
Mesmo que a combinação desses dados crie um cenário
desafiador para aqueles com curso superior no mercado de trabalho, o
diferencial é que ele fica menos suscetível ao desemprego, conclui a Geofusion.
Após
série de ataques, governo libera verba para municípios reforçarem segurança em
escolas
O Ministério da Justiça e Segurança Pública
publicou nesta terça-feira (2) uma série de convênios com municípios em relação
a verbas destinadas à segurança em escolas.
A medida da Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp) vem após uma série de ataques registrados em unidades
escolares.
Entre as opções disponíveis no convênio, está a
destinação de R$ 2 milhões para implementar duas Inspetorias de Segurança
Cidadã (ISCs). O objetivo é fortalecer guardas civis municipais.
Os valores disponíveis também podem ser utilizados
para compra de viaturas, armas letais e não letais, coletes, equipamentos
eletrônicos e computadores.
São Luis (MA), Pirapora (MG), Aracaju (SE),
Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Itu (SP), Diadema (SP), Franco da Rocha
(SP), Itarantim (BA), Cocos (BA), Caxias (MA), Raposa (MA) e Camaragibe (PE)
são alguns dos municípios atendidos.
À CNN, o secretário nacional de segurança, Tadeu
Alencar, explicou que esse montante de convênios é um desdobramento de um
edital de abril do ano passado, aberto após quatro crianças serem mortas em uma
escola de Blumenau (SC).
“Os estados estabelecem um valor e essa verba serve
para reforço na segurança, patrulhas e até nas células de inteligência, para
ter apoio do Cyberlab, do Ministério da Justiça. Estamos, assim, finalizando o
repasse que foi aberto”, detalhou.
• Ataques
Em 2023, o Brasil registrou pelo menos nove ataques
em escolas, um número recorde.
Estudo do Instituto Sou da Paz reuniu casos dessa
natureza cometidos desde 2002. Ao longo dos últimos 22 anos, foram 27 caso e 49
mortes registradas.
Em geral, ainda segundo a pesquisa, os crimes são
cometidos por homens, adolescentes ou adultos. Os autores normalmente são
alunos ou ex-alunos das escolas.
A incidência é maior de 2019 para cá, alcançando os
patamares mais elevados em 2022 e 2023.
>>>> Veja abaixo os números de ataques
a escolas registrados ano a ano:
• 2002:
1 caso;
• 2003:
1 caso;
• 2011:
2 casos;
• 2012:
1 caso;
• 2017:
1 caso;
• 2018:
1 caso;
• 2019:
3 casos;
• 2021:
2 casos;
• 2022:
6 casos;
• 2023:
9 casos.
Fonte: CNN Brasil
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