sábado, 27 de janeiro de 2024

Tratamento de Alzheimer com estímulo da corrente elétrica cerebral apresenta resultados positivos

A revista médica e científica General Psychiatry publicou um novo estudo que aborda a influência da estimulação na corrente elétrica cerebral em pacientes que possuem a doença de Alzheimer

O incentivo elétrico exposto na pesquisa não se trata de uma intervenção invasiva, dispondo de pequenas cargas por estimulação transcraniana contínua, conhecida pela comunidade científica como ETCC, a qual permite que o cérebro seja instigado a realizar “religações” entre as redes neurais, formando outras novas. 

Esse tratamento tecnológico foi analisado pelo estudo com estímulos feitos duas vezes ao dia, trazendo resultados como a incitação de processos mentais, ou seja, do processo cognitivo do paciente. 

O ETCC se trata de um aparelho com dois eletrodos, os quais são adicionados em locais específicos da cabeça do paciente e liberam uma corrente elétrica de baixo nível. Essa técnica está sendo utilizada, também, em tratamentos contra a depressão e outras condições psicológicas. 

Uma das principais causas da perda de memória decorrente do Alzheimer é, justamente, a incapacidade do organismo de formar novas redes neurais, o que acarreta na danificação na plasticidade cortical. 

A pesquisa analisou 140 pacientes diagnosticados com Alzheimer leve e moderado, de quatro instituições médicas distintas. Eles eram submetidos a duas sessões diárias de ETCC ativa ou simulada, durante 5 dias da semana, por até 6 semanas seguidas. 

As primeiras duas semanas do teste não demonstraram grandes alterações na capacidade cognitiva das pessoas submetidas, mas 3 sessões diárias de 20 minutos apontaram resultados positivos na função cognitiva do grupo voluntário. 

Dentre os sinais perceptíveis de melhora, estão a recordação e reconhecimento de palavras e instruções. Além disso, os pacientes que já possuíam a plasticidade cortical prejudicada apresentaram avanço em seus quadros após 6 semanas de testes. 

Embora seja necessário realizar mais pesquisas sobre esse possível tratamento para a doença, os especialistas afirmam que a prática movimenta a atividade iônica, liberação de neurotransmissores e a atividade elétrica em determinadas áreas do cérebro.

“Os resultados deste estudo indicam fortemente que o tratamento com ETCC é uma intervenção significativa e promissora para melhorar a função cognitiva na [doença de Alzheimer]. Além disso, a plasticidade desempenha um papel vital na mudança cognitiva.”, afirmam os pesquisadores.

 

Ø  Nova descoberta sobre Alzheimer pode mudar o modo como doença é tratada

 

doença de Alzheimer tem cinco variantes biológicas. Foi o que descobriram cientistas liderados pela pesquisadora Betty Tijms, da Universidade Livre de Amsterdã, em um estudo publicado na última terça-feira (9) na revista científica Nature Aging.

A pesquisa, feita a partir da análise do líquido cefalorraquidiano – um fluido corporal localizado no cérebro e relacionado ao sistema nervoso, principal vítima do Alzheimer – de mais de 400 pacientes, mostrou que a doença pode afetar o cérebro de maneiras diferentes dependendo de sua variante.

Nesse sentido, cada variante responde de maneira diferente aos tratamentos. A descoberta é um passo importante no caminho da ciência para encontrar alternativas de tratamento mais eficazes para esse mal tão complexo.

Como foi feita a descoberta

Os cientistas usaram os dados permitidos de indivíduos do Centro de Alzheimer de Amsterdã. Foram ao todo 606 sujeitos, dos quais 419 eram diagnosticados com Alzheimer e 187 não tinham a doença, fazendo parte do grupo controle.

Através de um estudo de proteínas do líquido cefalorraquidiano dos pacientes, os cientistas identificaram os cinco subtipos da doença de Alzheimer. Cada um apresenta características biológicas exclusivas e um perfil de risco genético distinto.

Os tipos também se manifestam em resultados clínicos diferentes, por exemplo, no tempo de sobrevivência e na atrofia cerebral do doente.

As diferenças deixam claro que o tratamento também deve ser distinto para cada subtipo. A esperança dos pesquisadores é que, com uma abordagem personalizada para cada variante da doença, possa-se desenvolver terapias mais eficazes e novos medicamentos, além de um diagnóstico precoce e meios de retardar o desenvolvimento da doença.

 

Ø  Pesquisadores na Suécia descobrem fator crucial no desenvolvimento do Alzheimer

 

Alzheimer ainda intriga a sociedade médica e a busca pela cura é o combustível principal de diversos estudos e pesquisas acadêmicas. O Instituto Karolinska, da Suécia, amplamente reconhecido por ser uma das maiores faculdades públicas da Europa, descobriu um fator que pode revolucionar o tratamento da doença.

O estudo, publicado no periódico científico “Molecular Psychiatry”, encontrou um sinal que indica a patologia, não observado antes e, com isso, pode contribuir para o diagnóstico precoce e para o maior bem-estar do paciente, bem como um tratamento mais eficaz. 

O aspecto descoberto pela pesquisa se trata do aumento metabólico nas mitocôndrias em uma parte do cérebro chamada “Hipocampo”. 

“Essa doença começa a se desenvolver 20 anos antes do início dos sintomas, por isso é importante detectá-la precocemente . Especialmente tendo em conta os medicamentos retardadores que estão começando a chegar. Alterações metabólicas podem ser um fator diagnóstico importante nisso”, diz Per Nilsson, professor associado do Departamento de Neurobiologia, Ciências do Cuidado e Sociedade do Instituto Karolinska, em comunicado.

Dentre os principais medicamentos mencionados por Nilsson, está o Lecanemabe, comercializado com o nome de Leqembi nos Estados Unidos, que necessita de prescrição médica e foi aprovado este ano pela farmacêutica japonesa Eisai e a americana Biogen. 

Esse remédio é responsável por eliminar as placas de proteína beta-amiloide, que se acumulam no cérebro de quem possui Alzheimer. No entanto, por apresentar muitos riscos, como a hemorragia cerebral e retardando o processo de demência em apenas 27%, o medicamento possui limitações e só é indicado para pacientes em estágios iniciais da doença.

Para realizar o estudo, os pesquisadores suecos observaram camundongos que tinham um tipo de Alzheimer similar ao humano e identificaram os estágios de desenvolvimento da patologia. 

Com o tempo, os estudiosos perceberam que alteração no metabolismo das mitocôndrias tinha relação com as mudanças nas sinapses do cérebro, sendo que ambas atingem o processo de reciclagem celular, sistema que impede o acúmulo de substâncias no cérebro.

Por ocorrer na área do cérebro chamada hipocampo, a qual está associado à memória de curto prazo, foi descoberto que as vesículas autofagossomos acabam se acumulando nas sinapses cerebrais, algo que abre possibilidade de estudo e de aperfeiçoamento para tratamentos mais eficazes e para o entendimento do Alzheimer. 

"Essas descobertas destacam a importância de manter as mitocôndrias funcionais e o metabolismo normal das proteínas. No futuro, poderemos fazer testes em ratos para ver se novas moléculas que estabilizam a função mitocondrial e autofágica podem retardar a doença”., disse Nilsson. 

Exame prático para diagnosticar o Alzheimer está perto de ser realidade no Brasil

Durante a Conferência Internacional da Associação do Alzheimer deste ano (AAIC 2023), no Amsterdã, os resultados das pesquisas para melhorar os tratamentos e o processo de identificação da doença trouxeram uma perspectiva inovadora. 

Como o principal elemento utilizado para diagnosticar o Alzheimer é o acúmulo das proteínas beta-amiloide no organismo, os procedimentos costumam ser complexos e caros, como é o caso do exame de imagem PET Amiloide. 

No entanto, os estudos apontam para a possibilidade de exercer o diagnóstico a partir de um exame de sangue, um pouco mais moderno que o comum, com ainda mais eficácia do que o diagnóstico clínico. 

Por ser mais simples, o custo é mais baixo e há a probabilidade de, no futuro, haver um teste feito em casa, algo que tornaria a detecção da doença ainda mais acessível e que conta muito para o futuro do paciente. 

A empresa Richet Medicina & Diagnóstico está realizando testes no Brasil para que a nova tecnologia possa ser aplicada. No entanto, o Laboratório Dasa já oferece exames de sangue onde as proteínas beta-amiloide podem ser identificadas em pequenas concentrações e é feito em conjunto do PET Amiloide Florbetabeno.

 

Fonte: Fórum

 

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