Presidente do IBGE aposta em pleno emprego no Brasil até 2026
O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, fez uma projeção otimista sobre o mercado
de trabalho no Brasil em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), na
noite de segunda-feira,1º.
Pochmann afirmou que, se a atividade econômica
continuar mantendo seu dinamismo atual, o país poderá se aproximar do pleno
emprego até 2026.
De acordo com o presidente do IBGE, a recuperação
da economia brasileira após os desafios causados pela Covid-19 tem sido
significativa, com um crescimento médio de 3,6% ao ano. Isso resultou em um
aumento de 19,6% na ocupação entre 2021 e 2023, levando a uma redução de 35,4%
no número total de desempregados. Caso esse dinamismo econômico seja mantido, o
Brasil poderá alcançar um nível quase pleno de ocupação da força de trabalho
até 2026.
No entanto, Pochmann destacou a importância de
assegurar a qualidade dos empregos gerados no país, ressaltando que essa é uma
preocupação fundamental.
O presidente do IBGE também observou que a taxa de
desemprego no país caiu para 7,5% no trimestre encerrado em novembro, o menor
resultado desde fevereiro de 2015, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
No mesmo período, o Brasil registrou a criação de
853 mil vagas de emprego, elevando o número total de pessoas trabalhando para
um recorde de 100,5 milhões.
O contingente de desempregados também diminuiu em
209 mil pessoas, totalizando 8,202 milhões de brasileiros em busca de trabalho,
o menor nível desde abril de 2015.
A geração de empregos com carteira assinada no
setor privado também apresentou um aumento significativo, com a criação de 515
mil vagas em apenas um trimestre, totalizando 37,727 milhões de pessoas
trabalhando nessas condições, o segundo maior contingente desde o início da
série histórica da pesquisa em 2012, ficando atrás apenas do desempenho de
junho de 2014.
O número de trabalhadores informais também cresceu,
alcançando um novo recorde de 39,4 milhões no trimestre até novembro. Pochmann
destacou que nos últimos três anos, o emprego assalariado com carteira assinada
no setor privado teve um aumento de 16,4%, enquanto a ocupação informal subiu
acumuladamente 20,3% no mesmo período.
No entanto, o rendimento médio dos trabalhadores
teve uma queda de 5,2% entre 2021 e 2023, sendo que em 2023, o rendimento médio
mensal dos ocupados correspondeu a 33,4% do PIB mensal por ocupado, em
comparação com 42,5% em 2020.
Apesar da trajetória de queda na taxa de
desemprego, ainda existem 8,5 milhões de brasileiros em busca de uma colocação
no mercado de trabalho.
O aumento na ocupação até julho foi impulsionado
principalmente pelos setores de administração pública, defesa, seguridade
social, educação e saúde humana, que geraram 593 mil novos empregos.
As áreas de informação, comunicação, atividades
financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas também contribuíram
com 296 mil novos empregos gerados. Quem procura uma vaga de emprego pode
pesquisar as oportunidades disponíveis nas plataformas online.
• Alckmin
destaca cenário positivo da economia durante o ano de 2023
O vice-presidente e Ministro da Indústria e
Comércio (MIDC), Geraldo Alckmin, ofereceu hoje uma avaliação positiva do
desempenho econômico do Brasil em 2023. Em um encontro com a imprensa, Alckmin
descreveu o ano como “bom e de muito trabalho”, destacando várias conquistas
significativas no setor econômico.
Alckmin enfatizou a melhoria em três áreas
principais: o câmbio, os juros e o risco Brasil. Segundo ele, houve uma queda
notável no câmbio, além de uma redução nos juros e uma diminuição substancial
no risco Brasil, de 254 para 137, um fenômeno que ele descreveu como
“despencou”.
O vice-presidente também ressaltou avanços
importantes no mercado de trabalho e na bolsa de valores. Ele observou que o
desemprego diminuiu significativamente enquanto a bolsa experimentou uma
ascensão.
Além disso, Alckmin apontou o sucesso do Brasil em
bater recordes de exportação, mesmo em um contexto global desacelerado e com a
queda nos preços das commodities.
Alckmin elogiou o Presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) por sua dedicação ao desenvolvimento inclusivo, exemplificado pela
ampliação do programa Bolsa Família, ajustes no salário mínimo para garantir
ganho real e manutenção da inflação dentro da meta estabelecida.
Essas medidas, segundo Alckmin, são indicativos do
compromisso do governo com a melhoria contínua da economia e do bem-estar
social.
Projeções
otimistas para a Selic em 2024 apontam para estabilização econômica
O panorama econômico de 2024 inicia com uma visão
promissora para as taxas de juros no Brasil. De acordo com projeções recentes,
espera-se que a taxa Selic alcance 9% ao final do ano, sinalizando um avanço
significativo na estabilidade monetária do país.
Esta perspectiva otimista é resultado da abordagem
cautelosa e conservadora do Banco Central (BC) no término de 2023, conforme
reportado pelo jornal Valor Econômico.
Uma pesquisa detalhada conduzida pelo jornal, entre
os dias 21 e 22 de dezembro, revelou uma redução na mediana das 120 projeções
para a Selic em dezembro de 2024, passando de 9,25% para 9%.
Esta revisão surgiu após a divulgação do Relatório
de Inflação (RI) do Banco Central. Além disso, a média das 112 estimativas para
a taxa Selic em dezembro de 2025 foi projetada em 8,5%, demonstrando uma
tendência de queda contínua nas taxas de juros.
No mercado de juros, a precificação atual gira em
torno dos mesmos 9% para o final de 2024. Influenciando essas expectativas
estão fatores como o processo de desinflação, a desaceleração da atividade
econômica e a antecipação de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) a
partir de março.
Contudo, André Carvalho, chefe de pesquisa do
Bradesco BBI, apresenta uma visão ligeiramente diferente, prevendo que a Selic
encerrará o ano em 8,75%.
Carvalho reconhece a possibilidade de um debate
acerca de uma aceleração nos cortes de juros nos próximos meses, mas enfatiza a
necessidade de cautela diante de incertezas como o pagamento dos precatórios e
o aumento de tributos, que podem impactar a economia brasileira.
Ele também ressalta o ajuste fiscal bem-sucedido do
país e projeta o IPCA em 4% para 2024, reforçando um cenário positivo para as
taxas de juros à medida que as contas públicas se fortalecem.
Luís
Nassif: A política industrial marca o primeiro gol de 2024
2024 iniciou-se sob fortes auspícios, graças às
medidas anunciadas por Geraldo Alckmin.
Luiz Carlos Mendonça de Barros é um grande operador
de mercado. Ganhou muito dinheiro com a maxidesvalorização de 1982, confiando
no seu feeling. E muito mais dinheiro no governo FHC, durante o qual ele foi
insider de si mesmo: ajudava a definir a política monetária e cambial e operava
em cima.
Alguns anos atrás decidiu investir no milagre
chinês e tentou se cacifar como representante de uma marca de veículos. Não sei
se conseguiu ou não.
Mas ontem, o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou três medidas:
1. Tributar a importação de veículos elétricos.
2. Dar subsídios à produção interna de veículos elétricos.
3. Permitir depreciação acelerada para novos
investimentos em bens de capital.
Mendonça de Barros ficou indignado e usou o bordão
de que o governo estava apelando a políticas velhas, que tinham afundado o
país. As mesmas políticas velhas, aliás, responsáveis pelo crescimento
exponencial do Brasil até os anos 90 e pelo milagre chinês.
Vamos entender a lógica do raciocínio dele, e os
efeitos dessas medidas para ele e para o Brasil.
Com o imposto de importação, o veículo importado
ficará mais caro. Ou sairá da margem do importador, ou acaba a importação.
Mendonça de Barros perde. E o Brasil?
Se há um imposto penalizando as importações e outro
estimulando a produção interna, o que fará o fabricante chinês, ou alemão, ou
americano? Passará a produzir no Brasil.
Nesse caso, irá gerar fornecedores brasileiros,
empregos brasileiros, pagará impostos sobre os produtos, sobre os salários,
ajudará a impulsionar o PIB.
É a mesma lógica da depreciação acelerada. A
depreciação consiste em um percentual do investimento que pode ser abatido a
cada ano do Imposto de Renda, dependendo do prazo de vida útil do equipamento.
Com a depreciação acelerada, a dedução fica mais rápida e maior.
Os idiotas da objetividade dirão que, com a
depreciação acelerada, o governo estará abrindo mão de arrecadação. Estaria, se
fosse uma dedução para empresas já instaladas. Se a ideia é estimular novos
investimentos, haverá aumento de arrecadação óbvio, quando a empresa estiver
produzindo.
Falta, agora, escapar da armadilha das metas
inflacionárias. Não há lógica nessa ideia de controlar a liquidez da economia
através de títulos da dívida pública. Ou seja, se há qualquer sinal de aumento
da inflação, mesmo que não seja de demanda, aumentam-se os juros – e o dinheiro
que poderia ir para investimentos vai para o bolso do rentista. Aí, entram
dólares no país para aproveitar a bonança, apreciando o câmbio. Nesse
movimento, as exportações brasileiros ficam mais caras, as importações mais
baratas, prejudicando a balança comercial.
Mais que isso, as variações no câmbio espantam o
investimento externo produtivo. O capital produtivo, quando entra no país, tem
que analisar a taxa de retorno – em reais e em dólares, já que os lucros são
remetidos para fora. Com o câmbio sendo uma variável da política monetária, há
um desestímulo à entrada de capital produtivo.
Nessa dança, só quem ganha é o capital financeiro
do Mendonça de Barros ou os importadores.
O primeiro dogma foi derrubado. Faltam vários
ainda.
Fonte: O Cafezinho
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