Porque D. João VI, fugiu para o Brasil, ao
tentar enfrentar Napoleão?
Ao evacuar a capital
do império português para o outro lado do Atlântico, Dom João VI impediu que
fosse preso e feito refém de Napoleão e forçado a abdicar do trono português em
favor do francês como aconteceu com o seu sogro Carlos IV da Espanha - por sinal,
Carlos tentou seguir o exemplo do genro de ir para as suas colônias americanas
mas foi capturado pelos franceses antes de chegar no porto de Cádis.
Se D. João tentasse
dar combate aos franceses (que era algo inútil, o mesmo que suicídio, vista a
diferença de forças entre França e Portugal) seria pego e se isso acontecesse o
império português estava acabado ali, se desintegraria, Portugal estaria sob
ocupação francesa e as colônias como o Brasil e Angola aproveitariam a deixa e
declarariam suas independências assim como as colônias espanholas na América
estavam fazendo naquele exato momento após virem a Espanha conquistada pelos
franceses. Com o rei ainda livre e refugiado no ultramar, ele ainda poderia
assegurar o controle sobre as colônias já que tinha transferido o governo para
cá e ainda poderia, a partir delas, liderar a resistência na Europa e organizar
tropas para a libertação da Metrópole.
A evacuação da corte
portuguesa para o Brasil hoje em dia costuma ser vista como um ato de covardia
por parte de D. João mas a verdade é que o próprio Napoleão viu isso como um
ato de inteligência e prudência e uma jogada de mestre e reconheceu o mérito do
rei português nas suas memórias dizendo que D. João foi o único que conseguiu
enganar o todo-poderoso Bonaparte - por sinal, a expressão "ficar a ver
navios" comum no Brasil e em Portugal, que significa ficar desolado, ser
enganado, desiludido, surgiu nesse episódio da história luso-brasileira visto
que foi assim que os franceses ficaram ao não conseguirem pôr as mãos em D.
João limitando-se a vê-lo num barco em alto-mar rumo ao Brasil.
Além disso, a
transferência da capital portuguesa para o Brasil não foi bem uma ideia de D.
João VI, não foi algo decidido em cima da hora, que tenha passado pela cabeça
dele do nada, nem algo realizado muito às pressas. Reis portugueses anteriores
como D. João IV e D. José já cogitavam transferir o governo português para a
América. Há vários motivos para isso. Por exemplo, o Brasil era mais defensável
que Portugal, o Brasil tem um território muito grande, é praticamente um
continente, o que torna mais difícil o avanço - e consequentemente a conquista
- por parte de um exército invasor e mais fácil a defesa por parte dos
exércitos portugueses e brasileiros.
Já o território de
Portugal é minúsculo, o invasor não precisaria avançar muito para capturar a
capital portuguesa, era só dar um passo e você já estava em Lisboa, e por isso
os portugueses precisavam eliminar a ameaça o mais rápido possível, cada palmo de
terra negado ao inimigo era fundamental. Já no Brasil, o seu tamanho, bem como
o fato de ser uma terra inóspita, quase inabitada, pouco mapeada e com poucas
infraestruturas que poderiam ser utilizadas pelo inimigo, permitiam aos
luso-brasileiros se darem ao luxo de usarem táticas de defesa em profundidade,
de guerrilhas e de terra arrasada, nas quais quanto mais o inimigo avança pior
pra ele mesmo. Nessas, você mata o inimigo pelo cansaço, não pelas balas - foi
assim que Napoleão e Hitler foram derrotados na Rússia por exemplo.
Essa necessidade de
proteger a capital de invasores que os portugueses tinham era ampliada se
lembrarmos que os portugueses eram vizinhos de uns certos falantes de
castelhano ali, que além de serem muitos mais numerosos todas as noites iam
dormir sonhando com o dia em que iriam finalmente conseguir conquistar a
querida Terrinha de uma vez por todas. Já na América, os castelhanos não eram
uma ameaça real aos lusófonos, nós é que estávamos na vantagem desse lado do
oceano. Falando nisso, desde o século XVII Portugal vinha aumentando
consideravelmente seus domínios na América às custas dos espanhóis em diversas
guerras e os reis lusos estavam interessados em acompanhar essas conquistas
mais de perto.
Além disso, a
população do Brasil já estava ultrapassando a de Portugal - em 1822, o Brasil
tinha uns 4,5 milhões de habitantes e Portugal uns 3 milhões - e a economia
brasileira, com o ouro de MG e o açúcar do nordeste, já respondia pela maior
parte da riqueza produzida dentro do império lusitano, principalmente após os
portugueses perderem o controle sobre a maior parte da Índia, que era a galinha
dos ovos de ouro de Lisboa até então.
Isso tudo fez com que
os reis portugueses pós-Restauração (a partir de 1640) despertassem um
interesse maior pelo Brasil e buscassem fazer a Coroa se fazer mais presente
por cá tendo um controle maior sobre as terras tupiniquins. Isso levou por
exemplo à recompra das capitanias hereditárias e à expulsão dos jesuítas do
Brasil. Assim, Dom João apenas desenterrou um projeto antigo de seus
antepassados e a invasão napoleônica de Portugal era a desculpa que estava
faltando para pôr o plano em prática.
Existem descendentes das filhas de Dom
Pedro I com a Marquesa de Santos (Domitila de Castro do Canto e Melo) ?
Sim. A marquesa teve
com o imperador 4 filhos (isso fora um natimorto), dos quais o menino Pedro de
Alcântara Brasileiro (a quem o pai pretendia fazer Duque de São Paulo) e uma
menina chamada Maria Isabel de Alcântara Brasileira (que o pai pretendia fazer
Duquesa do Ceará) morreram com poucos meses de vida e portanto não deixaram
descendência. Mas as duas meninas que chegaram à idade adulta se casaram e
tiveram descendência.
Isabel Maria de
Alcântara Brasileira, Duquesa de Goiás se casou com o alemão Ernst Fischler, 2º
Conde de Treuberg (que por sinal tinha um parentesco com a família real
prussiana) tendo com ele 4 filhos (2 meninas e 2 meninos) e sua descendência
ainda vive pela Alemanha até hoje. Já Maria Isabel de Alcântara Bourbon se
casou com o nobre brasileiro Pedro Caldeira Brant, Conde de Iguaçu (o filho do
Marquês de Barbacena) - foi sua segunda esposa - com o qual teve 7 filhos (3
meninos e 4 meninas).
Dom Pedro II era racista?
Taí uma pergunta
polêmica! Muitos pintam D. Pedro II como um grande líder, culto, abolicionista,
mecenas e unificador. Contudo, isso não significa que ele não estivesse, ainda
que vagamente, preso às estruturas sociopolíticas da época em que vivia. Alguns
historiadores relatam que na verdade o Império do Brasil foi muito bem sucedido
em vender essa imagem de que não era racista e apenas isso.
Não quero aqui cometer
uma injustiça, mas me atrevo a dizer que na verdade o último reinado apenas era
menos racista e… fim!
• "A Lei Áurea faz parte de um
conjunto de normas e atos destrutivos adotados pelo Império que se somaram à
escravidão para branquear a população" → Segue o
link: 13 de maio - O desfecho hipócrita de um império racista
• "Nesse momento de mudança, os
fazendeiros do Império, temendo que o encolhimento da mão de obra leve a
lavoura de café ao colapso, pensam numa alternativa inusitada. Eles decidem que
vão substituir os escravos de origem africana por “semiescravos” chineses — ou
“chins”, como se diz na época." → No fim do
Império, Brasil tentou
substituir escravo negro por ‘semiescravo’ chinês
Porém, tem coisas
boas, obviamente:
• Dom Pedro era profundo incentivador da
intelectualidade negra: A intelectualidade negra do Império
• E como não citar a figura de Dom Obá II?
Este era amigo pessoal
de D. Pedro II e reza a lenda que chegou a ser um de seus principais
confidentes, amigos e conselheiro (fazendo, desde já, a observação fora de um
viéis concessionista). Sendo recebido sempre no palácio imperial para expor
seus ideais. Outro muito próximo a D. Pedro foi André Rebouças!
Fonte: Quora
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