sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Eduardo Guimarães: Destruindo o bolsonarismo

Não deveria gerar tanta surpresa a pesquisa Quaest que mostrou  preponderância quilométrica de Lula e  Fernando Haddad sobre um cada vez mais desmoralizado bolsonarismo. O presidente e seu ministro vencem de Bolsonaro a Pablo Marçal com grande folga em uma eventual eleição para presidente em segundo turno em 2026.

A surpresa exacerbada não cabe porque analistas como este que vos fala nunca duvidaram de que Bolsonaro seria desmascarado pelas investigações da PF, da PGR  e do Supremo. E esse desmascaramento explica a pesquisa em tela.   

Quando o mesmo instituto de pesquisa, na quarta-feira 11, mostrou Lula com aprovação pessoal de 52% e reprovação de 47%, permeou o cenário político a impressão de que pouco havia mudado. Contudo, a alta reprovação a Lula, como se vê, não significa apoio dessa parcela da população a Bolsonaro ou aos seus possíveis sucessores.

Além do que, parte dos 47% que reprovam Lula é composta por esquerdistas sem noção que dedicam seu tempo não a enfrentar a tentativa de ascensão da extrema-direita, mas a atacar o "neoliberalismo" de Lula e Haddad, como se enfraquecê-los políticamente e ajudar a extrema-direita a voltar ao poder pudesse produzir menos liberalismo econômico. 

Seja como for, o que a pesquisa Quaest revela é uma sangria de votos do Bolsonarismo, pois em um cenário de votos totais Bolsonaro despenca enquanto Lula se fortalece um pouco mais e o "neoliberal" Haddad dispara, pois fica claro que, ao lado de Lula, sua gerência da economia está produzindo crescimento e queda da pobreza em ritmo acelerado. 

Na última quarta-feira, assisti a trecho de uma live de um canal de esquerda em que a política econômica do governo foi qualificada de "suicida" devido ao suposto e inexistente "neoliberalismo" de um ajuste fiscal que reduzirá em 6 reais o aumento real do salário mínimo, que, ainda assim, continuará ocorrendo -- em ritmo menor.

Trata-se daquela esquerda que jamais ganhou eleição porque, como se vê, não entende nada de política ou de economia. E que parou no tempo, mais especificamente nos anos 1970/1980, na Guerra Fria.

A pesquisa Quaest revela que pouco restará do bolsonarismo e do seu "mito" ao fim da ação penal que ainda nem teve início, mas  que o presidente do STF avalia que provocará um terremoto político no ano que vem. O julgamento do século atrairá a atenção do mundo e exibirá o impressionante acervo de patifarias de Jair Bolsonaro e seus asseclas. 

Pouco restará da extema-direita ao fim de 2026. E o que sobrar será suficiente só para permitir disputa eleitoral em que  Lula fechará sua carreira política com vitória acachapante sobre o fascismo. E, de quebra, deixando um sucessor à altura da missão hercúlea de manter  o Brasil no caminho da Justiça Social e do desenvolvimento. 

Quem viver, verá.

 

¨      Lula venceria Bolsonaro, Tarcísio, Marçal ou Caiado em 2026, diz Quaest

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera em todos os cenários a disputa de segundo turno das eleições de 2026, segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (12), pela Quaest. O instituto não fez simulações de primeiro turno.

Lula venceria a todos com larga vantagem, diz o instituto. Em um improvável embate com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pois ele está inelegível, o atual presidente teria 51% dos votos contra 35%.

Já contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula venceria com 52% contra 26%. Lula também venceria em segundo turno Pablo Marçal (PRTB) e Ronaldo Caiado (União Brasil), que também foi declarado inelegível nesta quarta (11) por oito anos pela Justiça Eleitoral por abuso de poder político.

Haddad

A Quaest destaca que, caso Lula não seja candidato, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também venceria Bolsonaro, Tarcísio, Marçal ou Caiado em um eventual segundo turno se a eleição fosse hoje.

<><> Grau de conhecimento

O levantamento ainda fez a simulação do grau de conhecimento de cada candidato. Haddad sai na frente. Ele é conhecido por mais de 80%, enquanto Tarcísio é conhecido por apenas 55%. Lula e Bolsonaro são, por razões óbvias, os mais conhecidos. O potencial de voto de Lula chega a 52% e sua rejeição a 45%, enquanto Bolsonaro é rejeitado por 57% e poderia ser votado por 37%.

A Quaest entrevistou presencialmente neste levantamento 8.598 eleitores com 16 anos ou mais do dia 4 até a última segunda-feira (9). A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos.

¨      Fábio Wajngarten estrebucha contra Quaest que dá vitória de Lula em 2026

Fábio Wajngartenex-secretário de Comunicação ex-advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sentiu fundo nesta quinta-feira (12), o resultado da pesquisa Quaest. Também não é para menos.

O levantamento aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria o segundo turno das eleições de 2026 contra todos os candidatos, inclusive contra o ex-presidente, que está inelegível até 2030.

Como se não bastasse, caso Lula resolva descansar e não sair, a Quaest aponta que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também venceria de todos eles.

Inconformado, Wajngarten comentou em sua conta do X:

 “Segundo a pesquisa divulgada o Luuula teria mais votos hoje do que em 22… CEI CEI…”, postou.

CPI dos Institutos

Além disso, o ex-Secom também pediu uma CPI dos institutos de pesquisa:

“Já passou da hora para levarmos adiante a CPI dos Institutos de Pesquisas….. Manipular, mentir, enganar, distorcer a informação gera obviamente instabilidade da ordem democrática. É mandatório que o tema das pesquisas seja incluído toda vez que se discutir FAKE NEWS.”

 

¨      Só os fracos não reagem às ameaças de Bolsonaro. Por Moisés Mendes

Passou por debaixo das pernas dos editores dos jornalões a nova ameaça feita por Bolsonaro, outra vez com o uso da imagem da ponta da praia. Foi mais uma frase acrescentada ao que as corporações de mídia tratam como banalidades da extrema direita.

Como se fosse o chefe de uma facção alertando os inimigos, Bolsonaro disse em entrevista a uma TV de Santa Rosa, na zona da soja bolsonarista do Rio Grande do Sul, no dia 6:

“Se tirar do governo a bandeira que ele defende agora, de que ‘salvamos a democracia’... salvou a ponta da praia, pô. Se tirar isso dele, o que sobra do Lula?”

Se fosse preciso traduzir, Bolsonaro resumiu o que teria sido a grande missão de Lula: evitar que ele, Bolsonaro, cumprisse com a ameaça feita uma semana antes do segundo turno, em 2018.

Falando pelo celular, em transmissão em vídeo para uma aglomeração na Avenida Paulista, no dia 22 de outubro, Bolsonaro avisou:

“Perderam em 2016 e vão perder na semana que vem de novo. Só que a faxina será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós, ou vão para fora ou vão para a cadeia. Petralhada, vai tudo vocês pra ponta da praia”.

A ponta da praia era a referência ao assassinato de inimigos da ditadura no entorno de um quartel da Marinha na Restinga da Marambaia, na zona oeste do Rio. Qualquer lugar clandestino, usado para a matança de perseguidos políticos, passou a ser a ponta da praia.

O que Bolsonaro disse em Santa Rosa é que a única bandeira de Lula hoje seria a salvação dos que escaparam da ponta da praia. Não lá na ditadura, mas agora, se a extrema direita tivesse continuado no poder, por eleição ou por golpe.

Lula salvou a democracia e os que poderiam, num segundo mandato bolsonarista, ver cumprida a promessa feita no discurso transmitido para a Paulista em 2018. Porque Bolsonaro 2 seria no Brasil o que Trump 2 será nos Estados Unidos.

É assim, com a tática de conceder entrevistas ameaçadoras quase diárias, que Bolsonaro espera manter a intensidade da tática dos golpistas. Disseminar o medo e avisar que, assim como o trumpismo voltou, eles também podem voltar.

Alexandre de Moraes deve ouvir todos os dias, pela voz de Bolsonaro ou dos filhos e de seus cúmplices, que ele pode retornar. É preciso meter medo em Moraes, em Lula, em jornalistas, no Ministério Público, nos advogados que ainda resistem dentro da OAB colaboracionista, nos professores, políticos, padres, estudantes, sindicalistas, líderes comunitários.

E os manés que metam medo nos vizinhos, colegas, parentes e conhecidos. Bolsonaro está avisando que não desiste, porque acredita no imponderável, no fato novo, no tempo que favorece os criminosos e na interferência de Trump. Está certo de que Trump irá emparedar Alexandre de Moraes.

A fragilização física de Lula vai encorajar Bolsonaro a ir em frente. Essa semana, por recomendação do que sobra de racionalidade, está mais quieto. Mas voltará a atacar, se sentir que Lula pode ficar fora do jogo de 2026.

A obsessão com a ponta da praia, que Bolsonaro já citou outras vezes, além daquele 22 de outubro, explica os planos dos golpistas que pretendiam matar Lula, Moraes e Alckmin e as movimentações de fascistas que se rearticulam no interiorzão. Porque os manezinhos foram alcançados, mas os manezões continuam impunes e ativos, principalmente os endinheirados.

Bolsonaro precisa manter a base atenta e organizada em torno dessa mensagem: a impunidade assegura, como assegurou a Trump, a possibilidade de retorno ao poder.

Não para fazer o que fizeram no primeiro governo, mas para aperfeiçoar métodos de perseguição e para que se cumpra o aviso de que qualquer ponta da praia pode voltar a ser o cenário de assassinatos e de todo tipo de crueldade.

Mas só os fracos continuarão recolhidos e omissos e não reagirão às ameaças de Bolsonaro e seus asseclas.  

 

Fonte: Brasil 247

 

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