Rodrigo
Augusto Prando: ‘Lula, a saúde e o futuro político’
O
presidente Lula foi submetido, há pouco, a mais um procedimento cirúrgico,
objetivando aplacar futuros sangramentos na região cerebral. Conta,
provavelmente, com a melhor equipe médica e estrutura hospitalar do país. Ainda
assim, dada sua idade avançada e sua posição política, pululam especulações,
torcidas (a favor e contra seu restabelecimento) e, não menos importantes,
questões atinentes ao seu futuro político e do Partido dos Trabalhadores (PT).
Um dos
pontos que, nos últimos anos, tem chamado a atenção é como políticos têm sido
odiados e tal sentimento ganhando força e impulsionamento pelas redes sociais.
Recorde-se quando, há anos, faleceu Ruth Cardoso, esposa de Fernando Henrique
Cardoso, e no velório esteve Lula; ou quando Marisa Letícia, esposa de Lula,
faleceu, lá estava FHC. Na doença ou na morte, diferenças políticas eram
deixadas de lado. Não há disputa, por mais acirrada que possa ser, que não seja
escanteada frente aos sentimentos humanos de tristeza, luto e medo da doença.
No
bojo da pandemia, com milhares doentes, morrendo e famílias sendo destruídas
pela Covid-19, o então presidente Jair Bolsonaro fazia piadas, não raro,
desprezava a dor alheia e os aspectos científicos de combate à doença. Houve,
então, o momento em que o presidente ficou doente. Um jornalista publicou, à
luz da ética do consequencialismo, que, para o Brasil, seria melhor que
Bolsonaro morresse, visto que sua gestão durante a pandemia era desastrosa.
Imediatamente, bolsonaristas ficaram indignados e até pediram a investigação do
articulista. Particularmente, advogo que a vida deve, sempre, ser preservada,
bem como a dignidade humana. São anos que faço análise política e não me acostumo
com indivíduos e grupos torcendo pela doença ou pela morte, de quem quer que
seja. Sociologicamente, compreendo; eticamente, jamais aceitarei.
Pois
bem, Lula está internado e muitos querem sua recuperação; outros, sua morte.
Retirando de campo a paixão, resta-nos uma ponderação racional e politicamente
importante: tem – e terá – o presidente condições físicas de continuar à frente
da presidência? Provavelmente, se nada mais grave ocorrer, ele buscará terminar
seu mandato. O fulcro da questão, neste caso, é: terá força política (e não
saúde) para disputar a reeleição? O PT, que, em outras situações, asseverei ser
“lulodependente”, está preparado para a ausência de seu maior líder? Quem o
sucederá? Esse sucessor, no caso, terá a força coesa do partido ou uma
fragmentação e lutas intestinas se apresentarão?
Um
fato parece claro: doravante, as ações de Lula serão acompanhadas com uma lupa
e isso implicará na pergunta: terá condições de governar, tomar as melhores
decisões e ser candidato à reeleição? Lembremos que Lula disputou a eleição de
1989 e, agora, em 2024, é o presidente pela terceira vez e pleiteia um quarto
mandato para 2026-2030.
No
campo da disputa política, os adversários de Lula e do PT procurarão,
certamente e dentro do jogo, construir e comunicar uma imagem de fragilidade do
presidente, assim como se deu com Biden nos EUA. Independente se as condições
objetivas serão boas ou ruins, a imagem tem poder, mormente, em tempos de
sociedade hiperconectada nas redes sociais, com a conjugação de fake
news e teorias da conspiração.
Lula e
o PT já devem estar atentos a isso, contudo, um processo de formação de quadros
e de novas lideranças parece ter sido colocado em segundo plano e teremos, em
breve, a real dimensão desse cenário por ora só projetado.
¨ "Lula
está muito bem e apto a praticar qualquer ato. Está cognitivamente
íntegro", diz médico sobre cirurgia
O neurologista
Rogério Tuma, um dos médicos que acompanham o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), afirmou que os exames neurológicos feitos após o segundo
procedimento cirúrgico para bloquear um sangramento no cérebro a que o petista
foi submetido, nesta quinta-feira (12), apontam que o presidente “está muito
bem e apto a praticar qualquer ato, de vida civil, de manutenção da vida… Ele
está cognitivamente íntegro”.
Apesar do
otimismo com a recuperação, o especialista ressaltou que Lula deverá seguir
algumas recomendações visando o pleno restabelecimento de sua saúde. “A única
coisa é que a recomendação médica é de que ele não se esforce nem física e nem
mentalmente. A solicitação é que ele não trabalhe enquanto está no hospital e
não passe por nenhum estresse ou receba alguma visita que leve a ele mais
alguma dúvida ou ansiedade. Mas ele está apto a exercer qualquer tipo de
trabalho”, disse Tuma.
O cardiologista
Roberto Kalil, médico pessoal do presidente, ressaltou que Lula continuará
sendo monitorado nas próximas horas. “Hoje ele vai continuar monitorado, o
dreno será retirado provavelmente no fim da tarde. E, a partir de amanhã, ele
não vai mais ter os cuidados de monitoramento 24 horas. Praticamente a alta da
UTI deve ser feita amanhã”, destacou Kalil.
Idosa passa o
dia no hospital e consegue dar bilhete com oração a Lula, após Ricardo Stuckert
se comprometer a entregá-lo
Nesta
quarta-feira (11), uma cena comovente chamou a atenção da imprensa concentrada
em frente ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Maria das Graças de Jesus
Luz, de 64 anos, passou o dia diante da unidade de saúde, com o objetivo de
entregar uma oração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Internado
desde a semana passada, Lula se prepara para um novo procedimento médico nesta
quinta-feira (12). As informações são do Metrópoles.
Natural da
Bahia e há mais de 50 anos moradora de São Paulo, Maria das Graças é uma
admiradora declarada de Lula. “É uma oração para ele se livrar de toda a
maldade. Que ele fique curado e seja uma pessoa absolutamente iluminada, sábia
e feliz”, contou a idosa.
Inicialmente,
dona Maria tentou deixar o recado com os seguranças do hospital, mas o pedido
foi recusado. Persistente, ela aguardou por horas até finalmente encontrar
Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial de Lula. Ele recebeu a mensagem e prometeu
entregá-la pessoalmente ao presidente.
A devoção e a
simplicidade de Maria emocionaram quem presenciou a cena. A idosa revelou que
sua intenção era transmitir boas energias e esperança ao líder petista, que
encara uma fase desafiadora.
¨ Lula deverá
ter alta no começo da semana que vem, diz equipe médica do presidente
O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva deve deixar a terapia intensiva na sexta-feira, após
ter sido submetido nesta quinta a um procedimento complementar a uma cirurgia
realizada anteriormente para drenar um hematoma no crânio, disseram os médicos
responsáveis pela saúde de Lula.
De acordo com
os médicos, que concederam entrevista coletiva no Hospital Sírio-Libanês, após
o procedimento realizado nesta quinta, a chance de Lula, de 79 anos, sofrer um
novo sangramento no crânio é "estatisticamente desprezível".
"Hoje ele
vai continuar monitorado, uma monitorização de UTI. O dreno vai ser retirado
muito provavelmente no fim da tarde. E a partir de amanhã ele vai passar a não
ter mais os cuidados de monitoramento 24 horas. A alta da UTI deve ser feita
amanhã", disse o médico pessoal de Lula, Roberto Kalil Filho.
A equipe
médica que cuida de Lula explicou que o procedimento realizado nesta quinta foi
preventivo, para evitar o surgimento de novos sangramentos, como o que levou
Lula a realizar uma cirurgia de emergência na madrugada de terça-feira, após
sentir dor de cabeça em Brasília e ser transferido para São Paulo.
"Agora
tem uma segurança máxima. O risco de ele ter um novo sangramento é
estatisticamente desprezível", disse o médico Marcos Stavale. "A
gente tem que ter os cuidados normais. Ele está neurologicamente perfeito, está
ótimo, conversando. Hoje foi um procedimento para que nós não enfrentemos no
futuro o que aconteceu nesta última jornada que ele passou."
Os médicos
reiteraram também que Lula está neurologicamente normal, cognitivamente íntegro
e sem qualquer sequela, mas precisará fazer um "repouso relativo"
após receber alta do hospital.
Lula deve ter
alta hospitalar no início da próxima semana, quando voltará a Brasília,
acrescentaram os médicos.
Kalil afirmou
que Lula não trabalhará enquanto estiver hospitalizado, e disse que as visitas,
exceto de familiares, estão proibidas enquanto o presidente estiver internado.
"Quem
trabalha com a mente nunca para. A orientação é sempre um repouso relativo,
evitar qualquer tipo de estresse -- o que a gente sabe que é impossível para
uma pessoa na posição dele -- mas eu acredito que nos próximos dias, mesmo no
hospital, ele vai conversar com as pessoas, com os assessores. Isso é
natural", disse Kalil.
Lula teve o
hematoma no crânio em decorrência de acidente doméstico que sofreu em outubro,
quando sofreu um tombo no banheiro do Palácio da Alvorada e bateu cabeça,
precisando receber pontos no local do ferimento. Na época, o presidente teve
que cancelar viagens internacionais que estavam agendadas por determinação
médica.
A internação
de Lula gerou preocupações para o governo, em um momento em que o Executivo tem
uma agenda extensa de propostas legislativas que precisa aprovar no Congresso
nas últimas semanas deste ano, entre elas a regulamentação da reforma
tributária e o pacote de corte de gastos.
O mais recente
episódio envolvendo a saúde de Lula, que enfrentou um câncer na laringe
diagnosticado em 2011, também gerou incertezas sobre a sucessão presidencial de
2026, quando, aos 81 anos de idade, ele poderá tentar a reeleição e buscar um
quarto mandato na Presidência. Lula também passou por uma cirurgia no quadril
em 2023.
¨ Segurança de
Lula em hospital foi reforçada, levando em conta plano golpista para matar o
presidente
O esquema de segurança em torno da internação do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) foi reforçado, levando em conta informações da Polícia
Federal sobre um plano de golpe de Estado que previa o assassinato do chefe do
Executivo, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A informação é da CNN.
Lula está internado desde segunda-feira no Hospital Sírio-Libanês, em
São Paulo, onde passou por uma cirurgia para tratar uma hemorragia
intracraniana. A condição foi resultado de um acidente doméstico ocorrido em
outubro, quando o presidente sofreu uma queda no banheiro da residência
oficial, batendo a cabeça.
A preocupação com a segurança do presidente está diretamente ligada ao
plano de atentado atribuído ao grupo militar "Kids Pretos", que
supostamente considerava envenenar Lula durante uma de suas visitas ao
hospital.
De acordo com a CNN, o quarto ocupado pelo presidente no
hospital foi estrategicamente escolhido por ser capaz de oferecer espaço,
acesso e proteção para o staff, além de facilitar a segurança presidencial.
Fonte:Ascom Instituto Presbiteriano
Mackenzie /Reuters/Brasil 247
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