sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Arnóbio Rocha: Campos Neto venceu

Campos Neto Venceu!

Essa é a dura constatação, o Brasil é um país em que os agiotas legalizados, especuladores e abutres, agem publicamente e são reverenciados, referendados e chancelados como gente do bem (homens de bem e muitos bens).

Dois anos de esforços de crescimento e de recuperação do país serão jogados na lata do lixo pela ação rentista, do capital especulativo (o núcleo dominante da burguesia), simples assim: Eles vão embolsar todos os ganhos, os empregos e a renda que minimamente pingou no bolso dos trabalhadores, pois, claro, é mais simples cortar benefícios sociais (BPC), programas sociais (Bolsa Família), ações públicas (obras públicas), saúde (SUS) e educação (Pé de meia, Enem, Universidades) e transferir tudo para o pagamento de juros da dívida pública, fruto da especulação com títulos públicos.

Ao mesmo tempo que BERRAM nos portais, editorias, por cortes de gastos sociais, contra o déficit fiscal, aumentam juros por três vezes, 2 pontos, que na prática aumenta o déficit público, exige arrocho das contas para pagar a pornográfica taxa de juros.

Os pressupostos para justificar os aumentos da taxa de juros no Brasil são falsos, o “mercado” e seu representante maior, o Presidente do Banco Central, construíram uma mentira com a ajuda da mídia corporativa (controlada pelo “Mercado”),

É um crime de lesa-pátria, um último (ou não) benefício direto ao presidente do BC, um abutre do mercado, aquele que lucra com a especulação financeira, ou esquecemos de onde ele veio? Os efeitos desse desatino serão sentidos em abril, maio e junho de 2025, um ano que promete ser de retrocesso no crescimento, de uma provável desaceleração, em nome de quê?

Essa lógica perversa de meta de inflação/fiscal destrói sonhos, vidas, possibilidade de diminuição da desigualdade, dar dignidade humana para a maioria da população, claro que virão as perguntas óbvias: Quem  vai pagar a conta dos juros altos??? Quem paga hoje o dólar a 6?

O “cavalo de Tróia” deixado por Bolsonaro no Banco Central atuou com enorme sucesso, é um vencedor, tripudiou do Brasil, sabotou o país, mas, infelizmente, não agiu só, mesmo com os diretores já nomeados pelo Governo Lula, continuou ditando as regras, agindo como se não houvesse amanhã e preparou um futuro trágico para o Brasil.

A imagem que restará é uma festa de luxúrias na Faria Lima, enquanto o Ministro Haddad aparece com uma tesoura cortando tudo, nada mais, nada menos.

É desolador que uma decisão tão arbitrária de 5 pessoas de forma unânime, é como se tivessem  ligado um sonoro F…se, para o Brasil.

Até quando?

 

A especulação e a ganância mórbida. Alberto Cantalice

O mercado financeiro, principalmente os especuladores por voz própria ou por interpostas pessoas: seus porta-vozes nos grandes veículos de mídias atacam permanentemente o governo de Lula.

A sanha persecutória é tamanha, que com imensa desfaçatez “exigem” que o governo legitimamente eleito rasgue seu Programa de Governo.

O mote “O Pobre no Orçamento e o Rico no Imposto de Renda” venceu as eleições de 2022. Não o contrário.

É evidente que a equipe econômica ao formular o NAF, Novo Arcabouço Fiscal que foi chancelado pelo Congresso Nacional, buscava o equilíbrio das contas públicas por propugnar o déficit zero. Quanto menor o déficit,  menor será a rolagem e o aumento da dívida pública: o maior meio de concentração de renda e riqueza via juros, do mundo.

O mercado financeiro quando fala em endividamento omite as bilionárias reservas cambiais do país, hoje totalizando 360 bilhões de dólares. Que subtraida da dívida bruta coloca nossa dívida ao redor de 65% do PIB. Uma das menores do Grupo das 20 maiores economias em termos percentuais.

Então essa pressão por cortes nada mais é do que uma forma de tentar jogar o governo contra sua base social.

Não que não se tenha de passar um pente-fino nos Programas. A própria imprensa já relatou vários casos de recebimentos indevidos. E isso será feito como já disse os ministros das respectivas pastas.

Toda essa especulação faz lembrar o que disse certa vez John Maynard Keynes: “o amor pelo dinheiro como posse – o que difere do amor pelo dinheiro para gozar os prazeres da vida-será reconhecido como aquilo que é: uma paixão mórbida e meio repugnante, uma dessas propensões um tanto criminosas e patológicas que habitualmente se confiam, com um arrepio, ao especialista em doenças mentais”.

 

¨      Brasil passa a ter 2º maior juros real do mundo para conter inflação; será suficiente?

A última reunião de 2024 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) terminou nesta quarta-feira (11) com aumento da taxa de juros da Selic de 11,25% ao ano para 12,25, tornando-se o segundo maior juro real do mundo.

Para especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, a decisão de aumentar a Selic em 1 ponto percentual foi acertada em um cenário em que a inflação já ultrapassou o teto da meta estabelecido pelo BC.

O economista Alexandre Chaia, professor de finanças do Insper, lembrou que o aumento chega em um período bastante pessimista por parte do mercado, influenciado pelo pacote de corte de gastos anunciado pelo governo, aumento do dólar e, consequentemente, da inflação.

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu 0,39% em novembro. Com o resultado, o IPCA acumula uma alta de 4,87% na janela de 12 meses, e já está acima do teto da meta.

A sinalização mais agressiva, segundo Chaia, buscou reduzir a taxa de juros no longo prazo.

"A curva até anteontem e ontem estava numa tendência de ter vários aumentos no ano que vem, levando os juros próximos de 15,75% [...] aparentemente, o Banco Central decidiu fazer um impacto mais profundo de curto prazo, para poder reduzir o longo prazo".

Chaia avaliou que a decisão é também uma mensagem para que o Congresso brasileiro aprove o pacote de cortes de gasto do Executivo:

"[...] o Congresso tem feito bastante chantagem com o Executivo e acho que o Banco Central, na função de independência dele, também deu uma sinalização para o Congresso, dizendo: 'A situação está muito ruim, tive que subir juros' [...] Acho que já mostra o risco que o Brasil está tendo do ponto de vista de descontrole inflacionário, de gastos, de estouro das metas", disse ele.

Gilberto Braga, professor de economia do Ibmec-RJ, também defendeu a decisão do Copom:

"Os impactos da taxa de juros, que é a consequência direta daquilo que o Banco Central tem responsabilidade, fazem com que as dívidas se tornem mais caras e dificultam um pouco o chamado financiamento de forma geral de bens e produtos e até mesmo da área imobiliária", explicou ao lembrar que para estipular a taxa, o comitê leva em consideração diferentes elementos da economia, como: a inflação, contas públicas, atividade econômica e cenário externo.

<><> Balanço da atuação do BC em 2024

Essa também foi a última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, que teve um mandato marcado por rusgas com o governo federal. Para Braga, as decisões foram foi assertivas para que a inflação não disparasse ainda mais. Desde agosto, o BC vem aumentando a taxa de juros.

A atuação do banco em 2024, de modo geral, foi positiva para o país, de acordo com os economistas. O professor do Inper considerou a instituição diligente neste ano, ao ressaltar que o banco não tem papel nem a obrigação de manter o poder de compra da população, mas sim com o valor da moeda.

"O Banco Central tem feito a parte dele e, de alguma forma, ele tem alertado para os riscos internacionais".

O ano de 2025, segundo os entrevistados, começará ainda com quadro de instabilidade fiscal e desafios para implementação de medidas de contenção de gastos propostas pelo governo:

"A pressão de gastos, o desequilíbrio fiscal, acabam pressionando a atuação do Banco Central. Nesse sentido, o Banco Central é um ator que é coadjuvante daquilo que o ator principal, que é o governo, faz na economia", disse Braga. "O conjunto da macroeconomia indica que o país está com PIB [produto Interno Bruto] crescendo, gerando emprego no menor desemprego da série histórica, mas ainda com o câmbio e as dúvidas sobre o equilíbrio fiscal no radar", disse Braga.

<><> Expectativa para 2025

Para o economista do Ibmec, o pacote do governo de contenção de despesas para equilibrar o orçamento e cumprimentos fiscais com déficit zero está na direção correta, "porém as medidas ainda parecem ser modestas" e só terão efeito daqui a dois anos, com corte na tabela do imposto de renda para os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil.

"Sinalizando e interferindo na variação do mercado de que metade daquilo que se pretende economizar com o pacote de contenção de despesas públicas será corroído por essa questão do alívio na tabela do imposto de renda para os que recebem até R$ 5 mil".

A meta do arcabouço fiscal para 2024 era zerar o déficit, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa que as contas públicas deveriam ter um resultado deficitário ou superavitário de até R$ 28,75 bilhões sem que as metas fiscais sejam descumpridas.

Braga argumentou ainda que o projeto levado ao Congresso pelo governo "carece de muita negociação política, difícil no jogo parlamentar brasileiro, dada a fragilidade da base de sustentação do governo".

Ao mesmo tempo, ele levantou dúvidas de que o reajuste da tabela do imposto de renda possa ser compensado pela tributação dos mais ricos, "que são pessoas que têm mais condições, conhecimentos e recursos tanto jurídicos e financeiros para escapar dessa tributação".

Chaia elogiou o empenho da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que o governo não está “fazendo a sua parte” para conter os gastos e respeitar o teto:

"Acho que a equipe econômica está fazendo o papel dela, dada toda a restrição que o Lula cria", comentou ao defender que o governo precisa ser mais rígido no corte de gastos para evitar um cenário ruim em 2025. "Se a despesa não for contida e tiver essa briga Executivo e Legislativo provavelmente você vai ter uma piora no dólar, esse impacto de inflação, tendo perda de renda.

"A inflação de 2024 está dada. A inflação de 2025 também diria que já está contratada [...] o novo presidente do Banco Central vai estar ainda remando num período de inflação que terá que justificar o estouro da meta. Então não vejo um cenário muito melhor para ele. A questão toda é como é que vai ser o fim de 2025 e o início de 2026".

 

¨      Afinal, quem indicou Galípolo para a presidência do BC foi o governo ou a Faria Lima? Pergunta Bepe Damasco

Se for uma estratégia, é de difícil entendimento para o comum dos mortais. Indicado pelo governo para a presidência do Banco Central no auge das críticas que o presidente Lula fazia à gestão de Roberto Campos Neto, Gabriel Galípolo trazia a esperança de novos ventos na condução da política monetária do país. 

Até agora, porém, tanto seus votos no Copom (duas altas seguidas dos juros depois de ter seu nome confirmado em sabatina do Senado) como suas declarações públicas sugerem que não há praticamente diferenças entre o atual presidente do BC, a alguns dias de terminar o mandato, e o que logo assumirá o cargo. 

O que mais chama a atenção é a assinatura de Galípolo, atual diretor de Política Monetária, em atas explicativas das subidas injustificadas dos juros, que são exemplos acabados de visão tecnocrática e radicalmente neoliberal da economia, desprezando variáveis essenciais, como produção, crescimento econômico e emprego. 

A nota sobre a decisão de ontem, que aumentou a Taxa Selic para 12,25%, um ponto percentual a mais, é uma pérola em termos falta de compromisso com o desenvolvimento do país, pois já avisa que elevações no mesmo patamar se darão nas próximas duas reuniões do Copom.

Ou seja, Roberto Campos Neto conseguiu invadir a gestão do seu sucessor, provavelmente com sua anuência, cravando sua estaca de política monetária contracionista no mandato do seu substituto. 

Em sua cegueira pró-mercado financeiro, o BC finge que não vê que não temos inflação por demanda que justifique subida dos juros. Ignora também o pacote de corte de gastos do governo e o encaminhamento da conclusão da votação da reforma tributária no Senado. 

O BC se lixa para o fato de que cada ponto percentual de aumento da Taxa Selic impacta em mais R$ 50 bilhões a dívida pública. Os engravatados do banco são insensíveis, como todo neoliberal que se preze, às consequências da alta dos juros para a vida das pessoas, já que ao inibir investimentos traz prejuízos à geração de emprego e renda.

Alguns dirão que o alinhamento de Galípolo às teses do mercado deve-se a uma estratégia combinada com o presidente Lula e o ministro Haddad, para promover mudanças graduais ao longo de seu mandato à frente do BC. Tomara.

Por enquanto, torcendo para estar equivocado, tenho a sensação de que o governo Lula 3 pode estar repetindo erros de governos petistas anteriores, como nas indicações de ministros do Supremo e de procuradores-gerais da República.

Há alguns dias, ao ser questionado por que o BC não atuava no mercado para conter a alta do dólar, como já fizera dezenas de vezes no governo Bolsonaro, Campos Neto respondeu da forma mais tecnocrática e incompreensível possível: "não há disfuncionalidade no mercado que justifique no momento a intervenção."

No dia seguinte, Galípolo, bateu na mesma tecla da ausência de "disfuncionalidade".

Para bom entendedor, basta.

 

Fonte: Brasil 247/Sputnik Brasil

 

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