Arnóbio Rocha: Campos Neto
venceu
Campos Neto Venceu!
Essa é a dura constatação, o
Brasil é um país em que os agiotas legalizados, especuladores e abutres, agem
publicamente e são reverenciados, referendados e chancelados como gente do bem
(homens de bem e muitos bens).
Dois anos de esforços de
crescimento e de recuperação do país serão jogados na lata do lixo pela ação
rentista, do capital especulativo (o núcleo dominante da burguesia), simples
assim: Eles vão embolsar todos os ganhos, os empregos e a renda que minimamente
pingou no bolso dos trabalhadores, pois, claro, é mais simples cortar
benefícios sociais (BPC), programas sociais (Bolsa Família), ações públicas
(obras públicas), saúde (SUS) e educação (Pé de meia, Enem, Universidades) e
transferir tudo para o pagamento de juros da dívida pública, fruto da
especulação com títulos públicos.
Ao mesmo tempo que BERRAM
nos portais, editorias, por cortes de gastos sociais, contra o déficit fiscal,
aumentam juros por três vezes, 2 pontos, que na prática aumenta o déficit
público, exige arrocho das contas para pagar a pornográfica taxa de juros.
Os pressupostos para
justificar os aumentos da taxa de juros no Brasil são falsos, o “mercado” e seu
representante maior, o Presidente do Banco Central, construíram uma mentira com
a ajuda da mídia corporativa (controlada pelo “Mercado”),
É um crime de lesa-pátria,
um último (ou não) benefício direto ao presidente do BC, um abutre do mercado,
aquele que lucra com a especulação financeira, ou esquecemos de onde ele veio?
Os efeitos desse desatino serão sentidos em abril, maio e junho de 2025, um ano
que promete ser de retrocesso no crescimento, de uma provável desaceleração, em
nome de quê?
Essa lógica perversa de meta
de inflação/fiscal destrói sonhos, vidas, possibilidade de diminuição da
desigualdade, dar dignidade humana para a maioria da população, claro que virão
as perguntas óbvias: Quem vai pagar a conta dos juros altos??? Quem paga
hoje o dólar a 6?
O “cavalo de Tróia” deixado
por Bolsonaro no Banco Central atuou com enorme sucesso, é um vencedor,
tripudiou do Brasil, sabotou o país, mas, infelizmente, não agiu só, mesmo com
os diretores já nomeados pelo Governo Lula, continuou ditando as regras, agindo
como se não houvesse amanhã e preparou um futuro trágico para o Brasil.
A imagem que restará é uma
festa de luxúrias na Faria Lima, enquanto o Ministro Haddad aparece com uma
tesoura cortando tudo, nada mais, nada menos.
É desolador que uma decisão
tão arbitrária de 5 pessoas de forma unânime, é como se tivessem ligado
um sonoro F…se, para o Brasil.
Até quando?
A
especulação e a ganância mórbida. Alberto Cantalice
O mercado financeiro,
principalmente os especuladores por voz própria ou por interpostas pessoas:
seus porta-vozes nos grandes veículos de mídias atacam permanentemente o
governo de Lula.
A sanha persecutória é
tamanha, que com imensa desfaçatez “exigem” que o governo legitimamente eleito
rasgue seu Programa de Governo.
O mote “O Pobre no Orçamento
e o Rico no Imposto de Renda” venceu as eleições de 2022. Não o contrário.
É evidente que a equipe
econômica ao formular o NAF, Novo Arcabouço Fiscal que foi chancelado pelo
Congresso Nacional, buscava o equilíbrio das contas públicas por propugnar o déficit
zero. Quanto menor o déficit, menor será a rolagem e o aumento da dívida
pública: o maior meio de concentração de renda e riqueza via juros, do mundo.
O mercado financeiro quando
fala em endividamento omite as bilionárias reservas cambiais do país, hoje
totalizando 360 bilhões de dólares. Que subtraida da dívida bruta coloca nossa
dívida ao redor de 65% do PIB. Uma das menores do Grupo das 20 maiores
economias em termos percentuais.
Então essa pressão por
cortes nada mais é do que uma forma de tentar jogar o governo contra sua base
social.
Não que não se tenha de
passar um pente-fino nos Programas. A própria imprensa já relatou vários casos
de recebimentos indevidos. E isso será feito como já disse os ministros das
respectivas pastas.
Toda essa especulação faz
lembrar o que disse certa vez John Maynard Keynes: “o amor pelo dinheiro como
posse – o que difere do amor pelo dinheiro para gozar os prazeres da vida-será
reconhecido como aquilo que é: uma paixão mórbida e meio repugnante, uma dessas
propensões um tanto criminosas e patológicas que habitualmente se confiam, com
um arrepio, ao especialista em doenças mentais”.
¨ Brasil passa a ter 2º maior juros real do mundo para
conter inflação; será suficiente?
A última reunião de
2024 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) terminou
nesta quarta-feira (11) com aumento da taxa de juros da Selic de 11,25% ao ano
para 12,25, tornando-se o segundo maior juro real do mundo.
Para
especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, a decisão de aumentar a Selic
em 1 ponto percentual foi acertada em um cenário em que a inflação já
ultrapassou o teto da meta estabelecido pelo BC.
O economista
Alexandre Chaia, professor de finanças do Insper, lembrou que o aumento chega
em um período bastante pessimista por parte do mercado, influenciado pelo
pacote de corte de gastos anunciado pelo governo, aumento do dólar e,
consequentemente, da inflação.
A inflação oficial,
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) subiu 0,39% em novembro. Com o resultado, o IPCA acumula uma
alta de 4,87% na janela de 12 meses, e já está acima do teto da meta.
A sinalização mais
agressiva, segundo Chaia, buscou reduzir a taxa de juros no longo prazo.
"A curva até
anteontem e ontem estava numa tendência de ter vários aumentos no ano que vem,
levando os juros próximos de 15,75% [...] aparentemente, o Banco Central
decidiu fazer um impacto mais profundo de curto prazo, para poder reduzir o
longo prazo".
Chaia avaliou que a
decisão é também uma mensagem para que o Congresso brasileiro aprove
o pacote de cortes de gasto do Executivo:
"[...] o
Congresso tem feito bastante chantagem com o Executivo e acho que o Banco
Central, na função de independência dele, também deu uma sinalização para o
Congresso, dizendo: 'A situação está muito ruim, tive que subir juros' [...]
Acho que já mostra o risco que o Brasil está tendo do ponto de vista de
descontrole inflacionário, de gastos, de estouro das metas", disse ele.
Gilberto
Braga, professor de economia do Ibmec-RJ, também defendeu a decisão do
Copom:
"Os impactos
da taxa de juros, que é a consequência direta daquilo que o Banco Central tem
responsabilidade, fazem com que as dívidas se tornem mais caras e dificultam um
pouco o chamado financiamento de forma geral de bens e produtos e até mesmo da
área imobiliária", explicou ao lembrar que para estipular a taxa, o comitê
leva em consideração diferentes elementos da economia, como: a inflação, contas
públicas, atividade econômica e cenário externo.
<><> Balanço
da atuação do BC em 2024
Essa também foi a
última reunião sob o comando de Roberto Campos Neto, que teve um mandato
marcado por rusgas com o governo federal. Para Braga, as decisões
foram foi assertivas para
que a inflação não disparasse ainda mais. Desde agosto, o BC vem aumentando a
taxa de juros.
A atuação do banco
em 2024, de modo geral, foi positiva para o país, de acordo com os economistas.
O professor do Inper considerou a instituição diligente neste ano, ao ressaltar
que o banco não tem papel nem a obrigação de manter o poder de compra da
população, mas sim com o valor da moeda.
"O Banco
Central tem feito a parte dele e, de alguma forma, ele tem alertado para os
riscos internacionais".
O ano de 2025,
segundo os entrevistados, começará ainda com quadro de instabilidade
fiscal e desafios para implementação de medidas de contenção
de gastos propostas pelo governo:
"A pressão de
gastos, o desequilíbrio fiscal, acabam pressionando a atuação do Banco Central.
Nesse sentido, o Banco Central é um ator que é coadjuvante daquilo que o ator
principal, que é o governo, faz na economia", disse Braga. "O
conjunto da macroeconomia indica que o país está com PIB [produto
Interno Bruto] crescendo,
gerando emprego no menor desemprego da série histórica, mas ainda com o câmbio
e as dúvidas sobre o equilíbrio fiscal no radar", disse Braga.
<><> Expectativa
para 2025
Para o economista
do Ibmec, o pacote
do governo de contenção de despesas para equilibrar o orçamento e
cumprimentos fiscais com déficit zero está na direção correta, "porém as
medidas ainda parecem ser modestas" e só terão efeito daqui a dois anos,
com corte na tabela do imposto de renda para os trabalhadores que recebem até
R$ 5 mil.
"Sinalizando e
interferindo na variação do mercado de que metade daquilo que se pretende
economizar com o pacote de contenção de despesas públicas será corroído por
essa questão do alívio na tabela do imposto de renda para os que recebem até R$
5 mil".
A meta do
arcabouço fiscal para 2024 era zerar
o déficit,
com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto
(PIB). Isso significa que as contas públicas deveriam ter um resultado
deficitário ou superavitário de até R$ 28,75 bilhões sem que as metas
fiscais sejam descumpridas.
Braga argumentou
ainda que o projeto levado ao Congresso pelo governo "carece de muita
negociação política, difícil no jogo parlamentar brasileiro, dada a fragilidade
da base de sustentação do governo".
Ao mesmo tempo, ele
levantou dúvidas de que o reajuste da tabela do imposto de
renda possa ser compensado pela tributação dos mais ricos, "que são
pessoas que têm mais condições, conhecimentos e recursos tanto jurídicos e
financeiros para escapar dessa tributação".
Chaia elogiou o
empenho da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse
que o governo não está “fazendo a sua parte” para conter os gastos e respeitar
o teto:
"Acho que a
equipe econômica está fazendo o papel dela, dada toda a restrição que o Lula
cria", comentou ao defender que o governo precisa ser mais rígido no corte
de gastos para evitar um cenário ruim em 2025. "Se a despesa não for
contida e tiver essa briga Executivo e Legislativo provavelmente você vai ter
uma piora no dólar, esse impacto de inflação, tendo perda de renda.
"A inflação de
2024 está dada. A inflação de 2025 também diria que já está contratada [...] o
novo presidente do Banco Central vai estar ainda remando num período de
inflação que terá que justificar o estouro da meta. Então não vejo um cenário
muito melhor para ele. A questão toda é como é que vai ser o fim de 2025 e o
início de 2026".
¨ Afinal,
quem indicou Galípolo para a presidência do BC foi o governo ou a Faria Lima?
Pergunta Bepe Damasco
Se for uma estratégia, é de
difícil entendimento para o comum dos mortais. Indicado pelo governo para a
presidência do Banco Central no auge das críticas que o presidente Lula fazia à
gestão de Roberto Campos Neto, Gabriel Galípolo trazia a esperança de novos
ventos na condução da política monetária do país.
Até agora, porém, tanto seus
votos no Copom (duas altas seguidas dos juros depois de ter seu nome confirmado
em sabatina do Senado) como suas declarações públicas sugerem que não há
praticamente diferenças entre o atual presidente do BC, a alguns dias de
terminar o mandato, e o que logo assumirá o cargo.
O que mais chama a atenção é
a assinatura de Galípolo, atual diretor de Política Monetária, em atas
explicativas das subidas injustificadas dos juros, que são exemplos acabados de
visão tecnocrática e radicalmente neoliberal da economia, desprezando variáveis
essenciais, como produção, crescimento econômico e emprego.
A nota sobre a decisão de
ontem, que aumentou a Taxa Selic para 12,25%, um ponto percentual a mais, é uma
pérola em termos falta de compromisso com o desenvolvimento do país, pois já
avisa que elevações no mesmo patamar se darão nas próximas duas reuniões do
Copom.
Ou seja, Roberto Campos Neto
conseguiu invadir a gestão do seu sucessor, provavelmente com sua anuência,
cravando sua estaca de política monetária contracionista no mandato do seu
substituto.
Em sua cegueira pró-mercado
financeiro, o BC finge que não vê que não temos inflação por demanda que
justifique subida dos juros. Ignora também o pacote de corte de gastos do
governo e o encaminhamento da conclusão da votação da reforma tributária no
Senado.
O BC se lixa para o fato de
que cada ponto percentual de aumento da Taxa Selic impacta em mais R$ 50
bilhões a dívida pública. Os engravatados do banco são insensíveis, como todo
neoliberal que se preze, às consequências da alta dos juros para a vida das
pessoas, já que ao inibir investimentos traz prejuízos à geração de emprego e
renda.
Alguns dirão que o
alinhamento de Galípolo às teses do mercado deve-se a uma estratégia combinada
com o presidente Lula e o ministro Haddad, para promover mudanças graduais ao
longo de seu mandato à frente do BC. Tomara.
Por enquanto, torcendo para
estar equivocado, tenho a sensação de que o governo Lula 3 pode estar repetindo
erros de governos petistas anteriores, como nas indicações de ministros do
Supremo e de procuradores-gerais da República.
Há alguns dias, ao ser
questionado por que o BC não atuava no mercado para conter a alta do dólar,
como já fizera dezenas de vezes no governo Bolsonaro, Campos Neto respondeu da
forma mais tecnocrática e incompreensível possível: "não há
disfuncionalidade no mercado que justifique no momento a intervenção."
No dia seguinte, Galípolo,
bateu na mesma tecla da ausência de "disfuncionalidade".
Para bom entendedor, basta.
Fonte: Brasil 247/Sputnik
Brasil
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