sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

EUA usam a China como adversário fictício para justificar sua 'crescente militarização do espaço'

A estratégia dos EUA de acusar a China de ser uma ameaça devido às suas avançadas capacidades de satélite tem como objetivo "justificar a crescente militarização do espaço por Washington, bem como o desenvolvimento de suas capacidades de guerra espacial", segundo análise da mídia chinesa.

O comandante das Forças Espaciais dos EUA no Indo-Pacífico, Anthony Mastalir, disse nesta semana durante uma conferência sobre poder aéreo e espacial que as capacidades avançadas de satélite da China são uma "preocupação urgente", tanto para Washington quanto para o Japão.

Por isso, ele garantiu que, para estarem preparados para enfrentar estas ameaças, ambos os países são obrigados a reforçar a sua parceria espacial.

A colaboração inclui o desenvolvimento de capacidades compartilhadas na vigilância de objetos espaciais para rastrear satélites chineses, "cada vez mais sofisticados, capazes de alterar dinamicamente as suas órbitas".

Em entrevista ao Global Times, um especialista militar que pediu anonimato garantiu que a retórica contra a nação asiática usada pelos Estados Unidos é, na realidade, um pretexto para esconder que o país norte-americano planeja implantar equipamentos avançados de monitorização nos satélites japoneses para rastrear tecnologia espacial chinesa.

"Esta estratégia visa justificar a crescente militarização do espaço por parte dos Estados Unidos e o desenvolvimento de suas capacidades de guerra espacial, utilizando a China como adversário fictício", analisou o especialista.

De acordo com a matéria do Global Times, intitulada "Cooperação espacial EUA-Japão: uma fachada para ambições hegemônicas", os Estados Unidos procuram aproveitar a força tecnológica e econômica do Japão para garantir o seu domínio espacial.

O especialista destacou que os norte-americanos tentam controlar a tecnologia espacial da japonesa, o que "limita significativamente a capacidade do Japão de desenvolver de forma independente as suas capacidades espaciais".

Um exemplo, aponta o texto, é que, para monitorar os satélites chineses, Washington exigiu que Tóquio instalasse sensores de fabricação americana nos satélites QZSS, a versão japonesa do GPS.

"Isto não só compromete a autonomia tecnológica do Japão, mas também dá aos Estados Unidos um controle substancial sobre as suas atividades espaciais", disse o analista.

Ele acrescentou ainda que a participação norte-americana nos campos de alta tecnologia do Japão, incluindo o aeroespacial, "ajudará a garantir o domínio total dos EUA sobre a tecnologia espacial".

Conforme o texto, Washington pretende dominar todas as áreas estratégicas-chave, especialmente no espaço, "para garantir o domínio espacial e controlar a estratégia de alta fronteira*, permitindo-lhe menosprezar outros países e exercer influência sobre eles".

Para tal, explica a análise, os Estados Unidos têm propagado continuamente a "teoria da ameaça espacial da China", caluniando e difamando o gigante asiático.

No entanto, o país norte-americano é o "maior impulsionador da militarização e utilização do espaço exterior, e a maior ameaça à segurança espacial".

A estratégia de alta fronteira se refere à utilização de recursos estratégicos no espaço para reforçar a segurança nacional. Isto inclui a utilização de satélites para comunicações, vigilância e defesa antimíssil. A estratégia sublinha a importância de manter uma vantagem tecnológica no espaço para proteger os interesses nacionais.

¨      Cientistas russos e chineses desenvolvem leis para controlar sistema de amarração espacial rotativo

Uma equipe científica sino-russa, envolvendo pesquisadores da Universidade Politécnica do Noroeste, em Xi'an, na China, e da Universidade de Samara, da Rússia, desenvolveu um modelo matemático para gerenciar com eficiência um grupo de satélites conectados por amarras.

Um sistema de amarração espacial rotativo consiste em duas espaçonaves conectadas por uma amarração longa, fina e forte — geralmente de dezenas de quilômetros de comprimento — funcionando como uma "eslinga espacial" (cabo de içar carga) enquanto seu centro de massa segue uma órbita predefinida. Esses sistemas são usados para executar tarefas que são impraticáveis, ineficientes ou antieconômicas com as tecnologias existentes.

Suas aplicações incluem gerar gravidade artificial, formar constelações de satélites e implantar satélites em órbitas específicas. Recentemente, atenção significativa foi direcionada ao uso de sistemas de amarração como "zeladores espaciais" para limpar detritos orbitais.

Pavel Fadeenkov, professor associado do Departamento de Dinâmica de Voo e Sistemas de Controle da Universidade de Samara, junto com colegas chineses liderados pelo Professor Wang Changqing, do Instituto de Automação da Universidade Politécnica do Noroeste, criou um modelo matemático para controlar motores de baixo empuxo em espaçonaves. Esse sistema permite que o plano de rotação do sistema de amarração seja ajustado por ângulos significativos de acordo com o estudo publicado na Acta Astronautica.

Segundo os pesquisadores, as equações de movimento no sistema de coordenadas rotativas foram derivadas usando o formalismo Lagrangiano — é uma abordagem na mecânica clássica que descreve a dinâmica de um sistema físico considerando coordenadas generalizadas do sistema, velocidades e, possivelmente, tempo.

"A principal vantagem é que o novo modelo fornece leis de controle analítico para motores elétricos para iniciar a rotação do sistema e neutralizar perturbações. Isso acelerará a criação de um sistema espacial real", disse Fadeenkov.

O pesquisador acrescentou que a equipe estudou o movimento de um par de satélites de massas de 1.600 kg e 60 kg conectados por uma corda de 3 quilômetros, orbitando a uma altitude de 500 quilômetros. O plano de rotação do sistema pode ser alterado em 90 graus usando motores de propulsão elétrica com um empuxo máximo de dois newtons. Os cientistas descobriram que o sistema de controle pode atingir precisão de orientação de menos de um milésimo de radiano (abaixo de 0,05 grau).

De acordo com a Universidade de Samara, a aplicação do modelo matemático abre oportunidades para explorar vários problemas relacionados ao movimento rotacional espacial de vários corpos.

No futuro, os pesquisadores planejam desenvolver um sistema espacial real capaz de remover detritos orbitais nas direções desejadas.

¨      Implantação de militares no espaço pelos EUA é absolutamente inevitável, diz provável chefe da NASA

A implantação de militares no espaço pelos EUA é inevitável, disse o bilionário e astronauta de voos espaciais privados Jared Isaacman, nomeado para liderar a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

Isaacman disse nesta quarta-feira (11) que, à medida que os Estados Unidos estabelecem mais presença humana no espaço, o país vai eventualmente precisar de guardiões da Força Espacial destacados neste domínio para proteger seus interesses econômicos.

"Se os americanos estão presentes na órbita próxima da Terra, então deve haver pessoas que os protegeriam. [...] Estamos planejando ir para Lua, o que significa que precisaremos de guardas para nos vigiar. [...] Acho que isso é absolutamente inevitável", disse o astronauta durante a discussão do painel na conferência da Associação da Força Espacial dos Estados Unidos.

Isaacman não deu previsões quando isso poderia acontecer, mas sugeriu que uma presença militar no espaço poderia coincidir com futuras missões da NASA à Lua e a Marte.

Moscou tem repetidamente salientado que a Rússia, juntamente com outros países, particularmente China, defende a prevenção de uma corrida armamentista no espaço e a sua preservação para fins pacíficos.

¨      Congresso dos EUA pode reduzir número de caças F-35 encomendados em meio a falhas

O Congresso dos EUA pode reduzir o número de caças F-35 Lightning II de quinta geração que o Pentágono pretende encomendar em 2025, relata o portal Defense News.

O Congresso está definido para permitir que o Exército adquira 68 caças F-35 da Lockheed Martin em 2025, sob a lei de autorização de defesa (NDAA) deste ano – mas impediria o Pentágono de aceitar 20 desses jatos até que o serviço mostrar como ele planeja resolver vários problemas com o programa Joint Strike Fighter.

O artigo detalha que as entregas desses 20 caças em questão previstas para 2025 só serão permitidas quando o secretário de Defesa explicar aos comitês de defesa do Congresso como o Pentágono planeja melhorar os problemas de pesquisa, desenvolvimento, testes, avaliação, produção e sustentabilidade em várias áreas no programa do F-35, relata o NDAA.

Anteriormente, um membro sênior da equipe do Comitê de Serviços Armados disse aos jornalistas que os membros têm "ficado cada vez mais frustrados" com o programa nos últimos anos, e citou a interrupção de fornecimento como um ponto particular de insatisfação e causa para a redução de entrega. Ele também disse que o programa precisava resolver problemas de software e radar do F-35.

Enquanto os EUA tentam aumentar a participação da aeronave fabricada pela Lockheed Martin, são cada vez mais comuns os relatos de falhas e problemas de operação em uma das aeronaves de maior custo para o governo, cerca de US$ 160 milhões (aproximadamente R$ 786,3 milhões) por cada uma delas.

¨      Sistema antimíssil dos EUA no Pacífico não será capaz de interceptar ataques maciços, diz mídia

As capacidades do sistema de defesa antimíssil Aegis dos EUA, recentemente testadas perto da ilha de Guam, serão limitadas em caso de um ataque maciço de mísseis, consideram especialistas militares chineses, de acordo com o Global Times.

Na terça-feira (10), o Pentágono declarou que os Estados Unidos realizaram seu primeiro teste bem-sucedido de interceptação de um míssil balístico de médio alcance perto da costa de Guam. Na interceptação foi usado o sistema de defesa Aegis integrado com o radar AN/TPY-6 e sistema de lançamento vertical.

De acordo com o especialista militar Song Zhongping, citado pelo jornal, a razão pela qual os EUA implantam e testam sistemas de defesa antimíssil em Guam é porque eles estão usando a ilha como base militar para projetar suas forças perto da China e querem proteger seus ativos militares. No entanto, o especialista observa que, em face do surgimento de mísseis avançados da Rússia e da China, as possibilidades do sistema americano serão limitadas.

"Com o lançamento de um míssil hipersônico de alcance intermediário Oreshnik pela Rússia e a colocação em serviço do míssil balístico de alcance intermediário DF-26 pela China, as chances de o sistema americano de defesa antimíssil interceptar completamente esses modernos mísseis são baixas", disse Zhongping.

O especialista militar Zhang Xuefeng observou que, no caso de um ataque em larga escala, o sistema de defesa antimíssil não será capaz de interceptar todos os alvos.

O especialista acrescentou que as aquisições do míssil Standard Missile-3 Block IIA, usado na interceptação durante o teste, são limitadas devido ao seu alto custo, o que o torna "inviável para interceptar ataques em larga escala", acrescentou Xuefeng.

¨      Romênia e Bulgária viram membros plenos do Espaço Schengen

Os Estados-membros da União Europeia (UE) abriram o caminho para a Bulgária e a Romênia se tornarem membros plenos do Espaço Schengen – a zona de livre trânsito entre fronteiras que inclui 29 países europeus – a partir do início de 2025, após uma espera de mais de 13 anos.

Os dois países do leste europeu, ambos membros da União Europeia desde 2007, foram parcialmente integrados à zona de livre circulação em março. Até agora, seus cidadãos podiam realizar apenas viagens aéreas e marítimas sem verificações de fronteira.

A decisão teve de superar objeções impostas pela Áustria, que defendia a manutenção dos controles de fronteira terrestres argumentando que os dois países não faziam o suficiente para impedir o trânsito de migrantes para dentro do território da UE.

Contudo, nesta segunda-feira, a Áustria informou na reunião de ministros do Interior da EU que não usaria seu poder de veto, abrindo caminho para que os dois países se tornem membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2025.

<><> Preocupações com fluxo de migrantes

A Áustria, que há anos se queixava de ter de acolher um número desproporcional de migrantes sem documentos como resultado das falhas na proteção das fronteiras externas do Espaço Schengen. Viena apenas retirou suas objeções após os três países assinarem em Budapeste um acordo que cria um  "pacote de proteção de fronteira".

O acordo, assinado no mês passado, prevê o destacamento conjunto de contingentes policiais para a fronteira entre a Bulgária e a Turquia e controles temporários em rotas terrestres por um período inicial de seis meses.

"Os ministros do Interior acabam de adotar a decisão de suspender os controles de fronteira terrestre interna com e entre a Bulgária e a Romênia", anunciou a Presidência da Hungria – que ocupa momentaneamente a presidência rotativa da UE – em postagem no X. "Uma grande vitória para a Bulgária, a Romênia e toda a Europa." Os controles de fronteira terrestre terminarão em 1º de janeiro.

A Bulgária e a Romênia cumpriram todos os critérios técnicos estabelecidos por Bruxelas em 2010, mas passaram mais de uma década aguardando para se juntar ao Espaço Schengen, depois de diferentes Estados-membros bloquearem o acesso.

Romênia e Bulgária celebram decisão

"Esta é uma decisão histórica que marca o fim do processo de adesão dos dois países à área de livre circulação da UE, um objetivo fundamental da Bulgária e da Romênia desde sua adesão à União Europeia", disseram os dois países em nota conjunta.

O presidente romeno, Klaus Iohannis, disse que a decisão desta quinta-feira foi um "reconhecimento de nossos esforços de anos e progressos alcançados". "A Romênia garante que continuaremos a agir de forma totalmente responsável para proteger e fortalecer as fronteiras externas da UE", afirmou.

Iohannis assegurou que a adesão do país a Schengen "fortalecerá a segurança e a unidade da UE".

O primeiro-ministro romeno Marcel Ciolacu disse que a adesão significou "um grande benefício para nossa economia e viagens mais rápidas para casa para os milhões de romenos que vivem e viajam na UE".

<><> Maior zona de livre trânsito do mundo

Criada em 1985, a zona Schengen compreende 29 membros – 25 dos 27 Estados-membros da União Europeia, além de Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Tudo começou como um projeto intergovernamental entre cinco países da UE –  França, Alemanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo – e gradualmente se expandiu para se tornar a maior área de livre circulação do mundo, onde mais de 420 milhões de pessoas podem viajar livremente.

No entanto, vários países membros de Schengen, incluindo Holanda, Áustria e Alemanha, restabeleceram este ano alguns controles de fronteira terrestre, devido a preocupações que vão da migração à segurança. Algumas autoridades da UE alertaram que a reimposição dos controles poderia prejudicar os objetivos do acordo.

A Croácia, que se juntou à UE depois da Romênia e da Bulgária, superou as duas ex-nações comunistas entre as mais pobres do bloco ao se tornar o 27º membro do Espaço Schengen, em janeiro de 2023.

Alívio nas fronteiras

Desde o final de março, romenos e búlgaros não precisavam mais passar por postos de controle em aeroportos e portos marítimos. Ao mesmo tempo, nas fronteiras terrestres, caminhoneiros e trabalhadores transfronteiriços se revoltavam contra as longas filas nos postos de controle.

"Atualmente, eles esperam entre 12 e 20 horas nas várias travessias de fronteira", contou Dimitar Dimitrov, presidente da Câmara de Transportadores Búlgaros. O novo acordo tornará as viagens "muito mais fáceis, tanto para os turistas que saem quanto para os turistas que chegam", comemorou Emil Abazov, membro do conselho administrativo da Associação de Operadores de Turismo e Agentes de Viagens Búlgaros.

"Estamos felizes que nosso negócio será colocado em pé de igualdade com outros países da UE", afirmou.

Economistas da Academia Búlgara de Ciências calcularam que com a decisão, o efeito financeiro positivo total para a Bulgária deverá ser de 800 milhões de euros (R$ 5 bilhões) por ano.

 

Fonte: Sputnik Brasil/DW Brasil

 

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