sábado, 14 de dezembro de 2024

Plenário do Senado confirma retirada de armas e munições do imposto seletivo; veja como votaram os senadores

Senado Federal confirmou nesta quinta-feira (12) a exclusão de armas de fogo e munições do grupo de itens sobretaxados pelo Imposto Seletivo (IS), também conhecido como "imposto do pecado".

Os itens já haviam sido retirados do escopo do imposto durante a análise do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na noite desta quarta (12).

·        Agora, a exclusão foi mantida no plenário. O governo, favorável a incluir as armas no imposto, obteve 33 votos. Eram necessários 41. A oposição obteve 32 votos.

<<<< Relator da Regulamentação da Reforma Tributária incluiu armas entre produtos que vão pagar mais imposto

🔎O imposto seletivo foi criado na reforma tributária para desestimular o consumo de itens considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros, bebidas alcoólicas e combustíveis fósseis. No entanto, a inclusão de armas e munições na lista gerou intenso debate entre os parlamentares.

O relator do texto, senador Eduardo Braga (MDB-AM), defendeu que a tributação adicional de armamento é necessária para evitar a redução da carga tributária sobre esses produtos.

Na reunião da CCJ, o relator subiu o tom contra Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que defende a redução da carga tributária para armas.

"O que se trata aqui não é proibição da compra de armas. Esta não é uma posição ideológica, esta é uma posição que quer apenas que armas e munições não tenham redução de carga tributária. Forças armadas e segurança pública não pagam Imposto Seletivo. Isso é feito para miliciano, para segurança privada", disse Braga para o colega.

Flávio respondeu ao relator que "miliciano não compra arma em loja" e que a regra aprovada pela comissão vai "proteger quem cumpre a lei". "As pessoas têm que ter o direito de se defender porque a polícia não é onipresente, não consegue levar segurança para todo mundo ao mesmo tempo", argumentou o senador do PL.

                                  <><> Regulação da tributária

O projeto de regulamentação da reforma tributária, agora aprovado pelo Senado, define regras para a cobrança dos novos tributos sobre o consumo criados na reforma promulgada em 2023.

Ele mantém benefícios tributários para setores como saúde, turismo e habitação, além de mecanismos como cashback para famílias de baixa renda em contas de internet e telefonia, e alíquota zero para medicamentos e carnes.

Com a aprovação, o texto segue para a Câmara dos Deputados, onde será analisado novamente antes de ser enviado à sanção presidencial. A implementação do novo sistema tributário está prevista para começar em 2026, com uma fase de transição que vai até 2033.

>>>>> Veja os senadores que votaram para que armas e munições não recebam taxa extra:

·        Alan Rick (União)

·        Marcio Bittar (União)

·        Davi Alcolumbre (União)

·        Lucas Barreto (PSD)

·        Plínio Valério (PSDB)

·        Angelo Coronel (PSD)

·        Izalci Lucas (PL)

·        Magno Malta (PL)

·        Marcos do Val (Podemos)

·        Vanderlan Cardoso (PSD)

·        Wilder Moraes (PL)

·        Jayme Campos (União)

·        Tereza Cristina (PP)

·        Carlos Viana (Podemos)

·        Cleitinho (Republicanos)

·        Sergio Moro (União)

·        Efraim Fiho (União)

·        Zequinha Marinho (Podemos)

·        Ciro Nogueira (PP)

·        Carlos Portinho (PL)

·        Flávio Bolsonaro (PL)

·        Rogério Marinho (PL)

·        Dr Hiran (PP)

·        Espiridião Amin (PP)

·        Jorge Seif (PL)

·        Alessandro Vieira (MDB)

·        Astronauta Marcos Pontes (PL)

·        Eduardo Gomes (PL)

>>>>> Veja os senadores que votaram para manter as armas no imposto do pecado, ou seja, com taxa extra:

·        Sérgio Petecão (PSD)

·        Fernando Farias (MDB)

·        Randolfe Rodrigues (PT)

·        Eduardo Braga (MDB)

·        Omar Aziz (PSD)

·        Jaques Wagner (PT)

·        Otto Alencar (PSD)

·        Augusta Brito (PT)

·        Eduardo Girão (Novo)

·        Damares Alves (Republicanos)

·        Jaques Wagner (PT)

·        Otto Alencar (PSD)

·        Augusta Brito (PT)

·        Eduardo Girão (Novo)

·        Damares Alves (Republicanos)

·        Leila Barros (PDT)

·        Fabiano Contarato (PT)

·        Jorge Kajuru (PSB)

·        Ana Paula Lobato (PDT)

·        Eliziane Gama (PSD)

·        Soraya Thronicke (Podemos)

·        Flávio Arns (PSB)

·        Daniella Ribeiro (PSD)

·        Veneziano Vital do Rêgo (MDB)

·        Beto Faro (PT)

·        Fernando Dueire (MDB)

·        Humberto Costa (PT)

·        Teresa Leitão (PT)

·        Jussara Lima (PSD)

·        Marcelo Castro (MDB)

·        Romário (PL)

·        Ivete da Silveira (MDB)

·        Rogério Carvalho (PT)

·        Irajá (PSD)

·        Prof Dorinha Seabra (União)

>>>>> Veja quem foi o senador que se absteve da votação:

·        Wellington Fagundes (PL)

<><> Imposto do pecado

De acordo com o texto-base aprovado minutos antes, até então, faziam parte do imposto do pecado os seguintes itens:

·        cigarros;

·        bebidas alcoólicas;

·        embarcações e aeronaves

·        carros, incluindo os elétricos;

·        apostas nas modalidades físicas e online, como "bets" e "fantasy games"; e

·        extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural.

Na última versão de seu parecer, Braga acolheu sugestão do senador Weverton (PDT-MA) e retirou a possibilidade de cobrança do Imposto Seletivo sobre exportações de minérios.

Na prática, somente a extração e operações no mercado nacional estarão sujeitas à tributação. A medida era pleiteada por mineradoras.

O projeto de regulamentação estabelece, porém, exceções à cobrança do IS. Estão nesta lista:

·        caminhões; e

·        veículos de uso operacional das Forças Armadas ou dos órgãos de segurança pública.

 

¨         'Não foi a reforma perfeita, mas foi a reforma possível', diz Pacheco após aprovação no Senado

O presidente do Senado FederalRodrigo Pacheco (PSD-MG), comentou a aprovação do principal projeto de regulamentação da reforma tributária na Casa, nesta quinta-feira (12).

O projeto detalha regras para a cobrança dos três novos impostos sobre o consumo criados pela reforma tributária, promulgada em 2023 (entenda mais abaixo).

"Não foi a reforma perfeita, mas foi a reforma possível, e uma boa reforma após três décadas de luta no Congresso", disse o senador.

Agora a proposta seguirá para votação na Câmara dos Deputados, que terá a palavra final.

Na visão de Pacheco, é "plenamente possível" que a matéria seja aprovada na Câmara antes do recesso parlamentar — marcado para 23 de dezembro.

"Nós temos cinco dias úteis na semana que vem, o presidente Arthur Lira (PP-AL) disse que pretende fazer sessão, inclusive, na segunda-feira [...] óbvio que vamos dentro do limite, mas vamos trabalhar muito para que esse limite seja largo, para que a gente possa ter a possibilidade de apreciação de todos esses temas até o fim do ano".

Questionado sobre algumas das mudanças que o relatório final da reforma tributária recebeu, como a saída de armas, munições e bebidas açucaradas no “imposto do pecado”, Pacheco tentou se esquivar, dizendo que como presidente sua “opinião é até desnecessária”, mas acabou se posicionando contra.

"Tenho restrições a armas de fogo e considero que armas devem ter uma lógica mais restritiva à população, mas naturalmente eu respeito a maioria do Senado em relação a isso", concluiu.

                               <><> Regulamentação da reforma

Relatado por Eduardo Braga (MDB-AM), o texto contempla pedidos de diversos setores econômicos — como ampliação de benefícios ao setor imobiliário e redução tributária a serviços de saneamento — e ajustes acordados com o governo federal.

Entre outras coisas, a proposta estabelece taxação adicional sobre apostas; "cashback" de tributos para famílias de baixa renda; e uma trava para barrar o aumento de carga tributária.

·        Depois de um período de transição entre 2026 e 2033, cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — serão unificados.

·        A cobrança será dividida em dois níveis: federal (com a Contribuição sobre Bens e Serviços, ou CBS); e estadual/municipal (com o Imposto sobre Bens e Serviços, ou IBS).

·        Haverá também o Imposto Seletivo (IS) – uma sobretaxa aplicada para desestimular o consumo de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

<><> Ministério da Fazenda está 'satisfeito'

O Secretário Extraordinário da Reforma Tributária, do Ministério da Fazenda, Bernard Appy comemorou a aprovação do texto da reforma pelo Senado Federal, nesta quinta-feira (12).

"O Ministério da Fazenda está satisfeito com a votação da Reforma Tributária", afirmou Appy.

Por outro lado, o secretario ponderou que o Ministério esperava que o texto fosse aprovado com menos "exceções".

A principal delas é a mudança aprovada em destaque na CCJ, na noite de quarta-feira (11), que equipara o tratamento tributário dos serviços de saneamento básico aos serviços de água e esgoto e, com isso, reduz a alíquota do imposto em 60%.

"A equiparação de saneamento à saúde paga 0,38%", afirmou Appy sobre o impacto que a mudança tratará para o percentual total do IVA, que atualmente está especulado em 27,97%.

Mesmo assim, o secretário não quis cravar ainda qual será a expectativa do percentual total, porque o texto acabou sofrendo muitas alterações ao longo da sua tramitação no Senado.

"Logo a gente está fazendo as contas, a gente prefere não divulgar todas as contas", disse.

Durante conversa com a imprensa, Pacheco também comentou o quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que precisou se ausentar do trabalho após passar por uma cirurgia para retirar um coágulo na cabeça.

"Esse acontecimento com o presidente Lula trouxe uma responsabilidade maior para todos nós e deveríamos nos unir pra fazer um trabalho para aprovar essas pautas", seguiu Pacheco.

 

Fonte: g1

 

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