sábado, 14 de dezembro de 2024

Governo não descarta Medida Provisória para limitar salário mínimo em 2025, diz secretário

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta quinta-feira (12) que o governo não descarta a possibilidade de editar uma Medida Provisória para limitar o aumento do salário mínimo em 2025 e nos próximos anos.

O plano original da área econômica, entretanto, é aprovar um projeto de lei sobre o assunto, que já foi enviado ao Congresso Nacional.

"A gente não descarta isso [baixar uma Medida Provisória],mas o trabalho todo, os nossos planos A e B são focar agora [na aprovação do projeto de lei no Congresso Nacional]. Está indo tudo bem. Estamos indo bem, avançando. E espero que a gente conclua esse processo o mais rapidamente possível", declarou Durigan a jornalistas.

A limitação do salário mínimo é a principal medida do pacote de corte de gastos anunciado no fim de novembro pela equipe econômica.

A estimativa do governo é de deixar de gastar com aposentadorias e pensões cerca de R$ 110 bilhões nos próximos cinco anos.

<><> Proposta do governo

A proposta é limitar o crescimento real, acima da inflação, a no máximo 2,5% ao ano — que é o mesmo limite de despesas do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas.

Pela regra atual, que ainda está em vigor, o salário mínimo cresce pela variação da inflação do ano anterior (no acumulado de doze meses até novembro), mais o crescimento do PIB de dois anos antes.

Pela fórmula atual, o salário mínimo subiria dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.527,71 a partir de janeiro do ano que vem, com pagamento em fevereiro. Com o arredondamento do valor, avançaria para R$ 1.528.

Entretanto, de acordo com a proposta de corte de gastos anunciada no fim de novembro, o salário mínimo subiria R$ 1.517,34. Com o arredondamento do valor, avançaria para R$ 1.517.

🔎Ou seja, haveria uma perda de R$ 11 por mês em 2025 para os trabalhadores, aposentados e pensionistas, além de mais R$ 11 para quem tem direito ao décimo terceiro salário.

<><> Despesa menor em 2025

Com a nova proposta para o salário mínimo, o governo deixará de pagar em aposentadorias e benefícios sociais cerca de cerca R$ 4,4 bilhões em 2025.

Isso porque, de acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo se cria uma despesa de aproximadamente R$ 392 milhões.

·        Os benefícios previdenciários, entre outros, não podem ser menores que o valor do mínimo.

·        Esse é o valor que aposentados, pensionistas e beneficiados por programas sociais vinculados ao salário mínimo (como o BPC) deixariam de receber nos próximos cinco anos.

<><> Referência para 59,3 milhões de pessoas

De acordo com nota técnica divulgada em dezembro do ano passado, e atualizada em janeiro de 2024 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil.

Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor.

O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.

¨         Aposentadoria militar: comandante da Marinha recebe R$ 1 milhão após ir para a reserva

Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen recebeu pouco mais de R$ 1 milhão ao ir para a reserva em 2023. O valor foi referente a uma verba indenizatória de R$ 394 mil e a férias atrasadas no valor de R$ 216 mil, pagas em janeiro do ano passado, além de outros recursos indenizatórios de R$ 444,5 mil, recebidos no mês seguinte. As informações são do Portal da Transparência e publicadas na Folha de S.Paulo.

O almirante não está entre as 40 pessoas indiciadas pela Polícia Federal no inquérito do plano golpista. Entre os indiciados, estão Jair Bolsonaro (PL), mais de 20 militares, e ex-ministros como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa).

Militares das Forças Armadas têm direito à integralidade e à paridade na reserva. Quando se aposentam, continuam recebendo salário integral e os mesmos reajustes que os oficiais e praças no serviço ativo. O militar que vai para a reserva remunerada ganha benefícios que podem superar R$ 1 milhão nos casos de oficiais-generais. Os privilégios são previstos em legislação.

Atualmente, um militar tem o requisito mínimo de 35 anos de serviço para se aposentar, conforme estipulado na reforma da previdência dos militares de 2019. O tempo mínimo antes era de 30 anos, contando os cursos de formação, como a Aman (Academia Militar de Agulhas Negras).

A Marinha disse que o pagamento de militares no País atende rigorosamente o arcabouço legal vigente e suas atualizações, a seguir: Medida Provisória nº 2.215, de 31 de agosto de 2001, o Decreto nº 4.307, de 18 de julho de 2002 e a Lei nº 13.954, de 16 dezembro de 2019.

 

¨         Congresso joga pauta econômica para última semana. Veja pontas soltas

Congresso Nacional terá a última semana antes do recesso parlamentar repleta de pautas ligadas à agenda econômica para analisar. A expectativa é conseguir concluir a avaliação dessas matérias até sexta-feira (20/12), quando os deputados e senadores deverão deixar Brasília para celebração das festividades de fim de ano.

Reforma tributária

Senado Federal finalizou na quinta-feira (12/12) a votação do texto principal da regulamentação da reforma tributária. O texto segue para nova análise na Câmara dos Deputados, em decorrência das mudanças feitas pelos senadores.

O Metrópoles conversou com os integrantes do grupo de trabalho que discutiu a proposta. Esses parlamentares indicaram que, na segunda-feira (16/12), devem apresentar mudanças ao texto de Eduardo Braga (MDB-AM), aprovado no Senado. Com isso, a expectativa é que a proposta vá ao plenário da Câmara dos Deputados na terça-feira (17/12).

O projeto em questão institui a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), tributos que compõem o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA) dual.

A proposta aprovada na Câmara apresentava uma trava de 26,5%. No Senado, esse percentual foi elevado para 28,67%, de acordo com cálculos divulgados por Braga.

O Partido Liberal (PL) chegou a apresentar um destaque para reduzir de 26,5% para 25% a trava da alíquota do CBS e IBS, mas a alteração foi rejeitada pelos senadores.

Com as mudanças feitas pelos senadores, os deputados indicaram que “é hora de fazer contas” e analisar a proposta que deverá ser enviada à Câmara dos Deputados nos próximos dias.

<><> Pacote de gastos

A equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou um pacote de revisão de gastos públicos ao Congresso Nacional. Os projetos visam à economia de aproximadamente R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, com o objetivo de que as despesas obrigatórias caibam no arcabouço fiscal.

No entanto, na Câmara dos Deputados, as propostas ficaram paradas por ao menos duas semanas em decorrência do imbróglio referente ao pagamento das emendas parlamentares.

Com isso, na terça-feira (10/12), o governo publicou uma portaria conjunta para operacionalizar a liberação das emendas, incluindo aquelas de transferência especial, chamadas “emendas Pix”.

Logo depois, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), indicou os relatores dos projetos de lei (PL) e de lei complementar (PLP). Na sequência, na quarta-feira (11/12), o líder alagoano apresentou o nome do deputado que irá apresentar o parecer da proposta de emenda à Constituição (PEC).

O governo esperava que o pacote fosse votado nesta sexta-feira (13/12), mas o presidente Lira cancelou a sessão por causa do não recebimento do texto da regulamentação da reforma e da indefinição a respeito do pacote de gastos.

A nova previsão de alguns deputados é votar ao menos parte do pacote de corte de gastos na semana que vem, para garantir tempo hábil para as propostas serem analisadas no Senado Federal.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por outro lado, já afirmou que as matérias irão tramitar em regime de urgência, sem a necessidade de apreciação nas comissões temáticas da Casa.

“Plenamente possível, cinco dias úteis na semana que vem, presidente [da Câmara dos Deputados] Arthur Lira me disse que está disposto a fazer sessão na segunda-feira. Então, plenamente possível. Submeter à apreciação, ter a votação na Câmara, mandar para o Senado, nós darmos um regime de urgência nessa tramitação e termos a apreciação. Óbvio, vamos dentro do limite”, disse Rodrigo Pacheco.

Enquanto isso, as negociações na Câmara dos Deputados não param. O principal ponto de articulação política está ligado às mudanças previstas no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Alguns deputados indicaram ser impossível desidratar o benefício.

Além disso, há um debate em torno do salário mínimo. A proposta do governo propõe limitar o aumento real do salário mínimo até 2030, ao vincular o crescimento aos índices de crescimento real da despesa primária, fixados no arcabouço fiscal.

Os deputados que conversaram com o Metrópoles disseram não abrir mão da garantia do ganho real do salário mínimo.

<><> Orçamento

O Congresso Nacional também precisa finalizar as discussões a respeito das leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Orçamentária Anual (LOA).

Nesta semana, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou os relatórios setoriais do Orçamento de 2025 e a expectativa é finalizar a discussão sobre o tema na última semana. O presidente do Senado reforçou que os senadores relatores da LDO e da LOA estão concentrados na aprovação das propostas antes do recesso.

“Além das sessões do Senado, também, a princípio, teremos uma sessão na quinta-feira do Congresso Nacional para apreciar a pauta dos PLNs do Congresso Nacional, eventualmente a prestação de contas e, sobretudo, a Lei de Diretrizes Orçamentárias”, pontuou o presidente do Senado.

Vale destacar que a não aprovação do projeto da LOA não impede o início do recesso parlamentar. Apesar disso, o Orçamento da União ficará retraído, sem poder alocar recursos em áreas preestabelecidas.

 

¨         Enquanto isto, grupo de deputados se articula para aumentar valor de emendas parlamentares

Em mais uma reação do Congresso na briga pelas emendas parlamentares, deputados se articulam para conseguir assinaturas suficientes para protocolar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que aumenta o valor das emendas impositivas. O líder do PL na Câmara, deputado Altineu Cortes, é o autor da PEC.

Até 2022, os parlamentares tinham direito a indicar valores correspondentes a 1,2% da receita corrente líquida do ano anterior. Naquele ano, o percentual subiu para 2%. Agora, a proposta do líder do PL quer ampliar o valor das emendas para 2,95% da receita corrente líquida do ano anterior.

A Receita Corrente Líquida é a soma de tudo que a União arrecada, descontadas contribuições previdenciárias de servidores e repasses para estados e municípios.

Em 2023, a receita corrente líquida do Brasil ficou em 1,23 trilhão de reais. Isso levou parlamentares a terem 25 bilhões de reais apenas nas emendas individuais - aquelas que cada um deles pode indicar aos estados. Se somadas as emendas de bancada e comissão, o valor chega a R$ 49 bilhões.

Se considerarmos o valor da receita corrente líquida do ano passado, a nova PEC permitiria que o valor das emendas crescesse este ano, por exemplo, R$ 11 bilhões, um aumento de 45%.

O g1 apurou que pelo menos 100 deputados já tinham assinado a PEC. Para ser protocolada, são necessárias 171 assinaturas.

 

¨         Planalto liberou R$ 1,7 bilhão em emendas após pressões do Congresso Nacional para votar ajuste

Em meio a intensas pressões do Congresso Nacional, o Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira (12) a liberação de R$ 1,761 bilhão em emendas parlamentares. Segundo informações divulgadas pela Agência Senado, a medida busca atender demandas urgentes de parlamentares e garantir o avanço de pautas estratégicas do governo no Legislativo, como a reforma tributária e o pacote fiscal liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A liberação das emendas inclui:

·        R$ 228,6 milhões em emendas individuais (RP6);

·        R$ 300,4 milhões em emendas de bancada estadual (RP7);

·        R$ 1,232 bilhão em transferências especiais, conhecidas como "emendas pix", que permitem o envio direto de recursos às prefeituras e entidades beneficiadas.

De acordo com a Secretaria de Relações Institucionais, os valores estarão disponíveis nas contas até sexta-feira (13), priorizando a execução rápida de projetos locais.

<><> Contexto e embate com o STF

A decisão ocorre após meses de tensão entre o Executivo, Legislativo e Judiciário. Em agosto, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a liberação de emendas impositivas sob a justificativa de falta de transparência nos repasses. Apesar de parcialmente liberadas em 2 de dezembro, as restrições impostas por Dino inviabilizaram a execução da maioria dessas verbas, ampliando o mal-estar entre os poderes.

Na última terça-feira (10), o governo publicou uma portaria que estabelece regras claras para a liberação das emendas. Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu um "Parecer de Força Executória", fundamentado na decisão de Dino, para garantir a legalidade dos desembolsos. Essa movimentação foi interpretada como uma manobra para contornar as limitações judiciais e atender às demandas de deputados e senadores.

<><> Impactos políticos

A liberação das verbas tem como objetivo não apenas acalmar insatisfações no Congresso, mas também fortalecer a base aliada do governo em um momento delicado, com projetos estratégicos em tramitação. A reforma tributária, apontada como prioridade máxima, depende do apoio do Legislativo para avançar. Da mesma forma, o pacote de ajuste fiscal enfrenta resistência em setores específicos, exigindo habilidade política para garantir sua aprovação.

 

¨         Lira acaba com a “farra” das votações de medidas fascistas na CCJ. Por Denise Assis

O Diário da Câmara dos Deputados, desta quinta-feira (12/12), trouxe, em edição extraordinária, uma decisão da mesa (biênio 2023/2025), com base “nos termos do art. 16, caput, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados”, que diz que compete ao presidente da Casa supervisionar os trabalhos da Câmara “e manter a ordem”. O documento considera, ainda, “a proximidade do encerramento da presente sessão legislativa” para determinar que o período “de 12 a 20 de dezembro de 2024 será destinado exclusivamente à discussão e à votação de matérias no Plenário, sendo vedada a realização de reunião de qualquer natureza e ficando cancelada qualquer convocação de reunião para o período”.

A medida põe fim às votações estapafúrdias – verdadeiros minigolpes – desfechadas pela ultradireita, conforme tem acontecido ao longo da semana na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), que reativou pautas como: uma medida permitindo que armas ilegais fossem portadas sem registro; a anistia dos que o fizeram nos últimos 10 anos; a convocação da polícia para reprimir assentamentos do MST, sem ordem judicial – uma verdadeira antessala para jogar o movimento social na clandestinidade; a proposta para acabar com o direito ao aborto legal e outras extravagâncias típicas de quem transformou a Comissão em uma verdadeira trincheira de viés fascista.

A medida de Arthur Lira tira o poder de fogo da presidente da CCJ, Caroline De Toni (PL-SC), cuja principal bandeira é a anistia para os golpistas. Na edição extra do Diário da Câmara, Lira destacou “a necessidade de o Plenário da Câmara dos Deputados discutir e votar proposições de relevante interesse nacional”. Enfim, na reta final de sua gestão como presidente – quando os deputados retornarem ao trabalho já estará na hora de ele entregar o cargo ao sucessor –, um gesto em nome da população, que, ao longo desses últimos anos, assistiu a manobras radicais por emendas opacas e vultosas, de assalto ao orçamento da União.

Diante disso, portanto, o período que resta ao Legislativo (de 12 a 20 de dezembro de 2024) será destinado exclusivamente à discussão e à votação de matérias no Plenário. Acabou a farra, De Toni.

Tal como Lira, no retorno do recesso, as mudanças atingirão também a deputada, que deverá ceder o lugar para outro. Sua passagem deixará a infeliz lembrança de uma mulher que legislou em favor dos estupradores, do porte ilegal de armas e do derrame dessas armas para o mundo do crime, promovendo “legalmente” a lavagem dos armamentos. Não deixará saudades. Pelo menos, não nos que pensam minimamente no direito dos cidadãos.

 

Fonte: g1/Brasil 247

 

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