sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Pessoas que cresceram sem a atenção dos pais na infância podem apresentar esses 6 comportamentos

Crescer sem a atenção necessária dos pais pode gerar traumas que vão além das lembranças da infância. A ausência de apoio, carinho ou até mesmo gestos de reconhecimento pode influenciar o comportamento de um adulto de maneiras que, muitas vezes, passam despercebidas.

Isso pode se refletir em dificuldades para estabelecer vínculos afetivos ou em comportamentos que demonstram insegurança. O MinhaVida entrevistou as especialistas Larissa Fonseca (psicóloga) e Tatiana Cicerelli (pediatra), que esclareceram os comportamentos mais comuns de pessoas que cresceram sem a atenção dos pais na infância.

Leia mais: Pessoas que cresceram sem amigos na infância podem apresentar esses 5 comportamentos sem saber, diz a psicologia

1. Dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis

Crescer sem um ambiente afetivo pode gerar medo de rejeição e dificuldade em confiar nos outros. "Alguns adultos desenvolvem um apego excessivo, buscando proximidade constante, enquanto outros evitam vínculos afetivos para não se machucar", explica a Dra. Tatiana. Ambos os extremos refletem em uma luta para equilibrar proximidade e proteção emocional.

2. Baixa autoestima e insegurança 

A sensação de não ser "bom o suficiente" é recorrente. Muitas dessas pessoas precisam de validação externa para se sentirem valorizadas. "A autoestima fragilizada costuma ser fruto de anos sem receber o reconhecimento ou carinho esperado na infância", destaca a pediatra.

3. Busca excessiva por aprovação

Para compensar a falta de atenção parental, muitos adultos tentam agradar aos outros a qualquer custo. Isso pode incluir assumir mais responsabilidades do que conseguem lidar ou sacrificar suas próprias necessidades em busca de aceitação.

4. Dificuldade em lidar com as emoções

Sem um modelo saudável de regulação emocional, é comum haver dificuldade em expressar ou entender os próprios sentimentos. Episódios de raiva descontrolada, ansiedade ou tristeza profunda são frequentes. "Muitos não aprenderam a nomear suas emoções, o que torna o autocontrole mais desafiador", ressalta Tatiana.

5. Padrões de autossabotagem

O medo de fracassar pode levar à procrastinação ou ao perfeccionismo extremo. Em ambos os casos, a autossabotagem impede o progresso pessoal e profissional. "É como se o medo de não ser suficiente fizesse com que evitassem até mesmo tentar", explica a especialista.

6. Comportamentos impulsivos como forma de fuga

A instabilidade emocional pode levar a comportamentos impulsivos, como gastos excessivos, abuso de substâncias ou outras formas de automedicação. Essas ações, embora prejudiciais, funcionam como tentativas de aliviar o sofrimento emocional.

<><> Formas de reparar essas questões na vida adulta, segundo a psicóloga

Na vida adulta, é necessário lidar com várias questões emocionais e, segundo a psicóloga Larissa Fonseca, elas podem ser trabalhadas através da psicoterapia. A chave do tratamento está em reconhecer e modificar padrões de pensamento autossabotadores e, ao mesmo tempo, ressignificar experiências passadas.

Larissa explica que "o processo de ressignificação das experiências passadas é essencial para a reparação emocional, pois permite que o indivíduo recupere aspectos importantes de si mesmo que foram danificados ao longo do tempo". Isso envolve, por exemplo, a construção de novos vínculos mais seguros e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que são fundamentais para uma convivência saudável consigo mesmo e com os outros.

Nesse contexto, a psicoterapia ajuda a reorganizar a percepção que a pessoa tem de si mesma e do mundo ao seu redor, promovendo o fortalecimento da segurança emocional. "Ela contribui para que o adulto se reconecte com suas próprias emoções de forma mais saudável e equilibrada, aprendendo a lidar com situações difíceis sem se deixar dominar pelos medos ou inseguranças do passado", afirma Larissa.

Outro ponto importante é o ambiente familiar, que desempenha um papel central no desenvolvimento emocional desde a infância. A psicóloga ressalta que "o ambiente familiar é o pilar inicial para a regulação emocional, autoestima e para aprender a se relacionar de forma saudável". Quando os pais não oferecem atenção ou afeto suficientes, a criança pode desenvolver a crença de que não merece cuidado, o que, mais tarde, impacta suas relações e sua própria autopercepção na vida adulta.

Por outro lado, quando o ambiente familiar é acolhedor e amoroso, ele oferece uma base sólida para a criança, preparando-a para enfrentar os desafios da vida com mais resiliência. "A criança que recebe amor e atenção é capaz de aprender a lidar com as dificuldades de forma mais equilibrada e com maior confiança em si mesma", afirma Larissa.

 

¨      Se você quer que seu filho seja seu amigo na adolescência, precisa praticar esses 5 hábitos desde a infância

Construir uma relação próxima com os filhos durante a adolescência pode parecer desafiador, mas está longe de ser impossível. Para que isso aconteça, é essencial reforçar o vínculo muito antes dessa fase, ainda na infância, conforme explica a pediatra Tatiana Cicerelli.

Se você deseja que seu filho o veja como um amigo, alguém em quem pode confiar, é hora de refletir sobre as atitudes que tem com ele no dia a dia. Pequenos gestos podem fazer toda a diferença na relação de vocês no futuro.

Leia mais: Se você quer um filho bem sucedido, precisa incluir esses 4 hábitos na rotina dele desde a infância

<><> 5 hábitos que mais fortalecem o vínculo entre pais e filhos

Desde os primeiros momentos de vida até a adolescência, atitudes simples ajudam a criar laços profundos que podem durar até a vida adulta. Como explica a pediatra Tatiana Cicerelli: “O vínculo começa na infância, mas precisa ser regado com amor, atenção e respeito ao longo de toda a jornada.” Aqui estão alguns hábitos que podem ajudar a fortalecer essa conexão:

1. Presença de verdade importa mais que a quantidade de tempo

A correria do dia a dia pode ser intensa, mas dedicar momentos exclusivos aos filhos é fundamental. Pode ser uma conversa durante o jantar ou até ajudar com a lição de casa. “Crianças percebem quando têm a atenção genuína dos pais. É nesse momento que elas se sentem valorizadas e amadas”, reforça Cicerelli.

2. O poder do contato físico e do carinho

Nada substitui um abraço apertado, um beijo de bom dia ou um cafuné antes de dormir. Esses gestos transmitem segurança emocional e ajudam a criança a desenvolver autoconfiança.

3. Incentive uma comunicação aberta (e ouça sem julgar)

Desde a infância, é importante que os filhos sintam que podem se expressar livremente com os pais. Faça perguntas, valide os sentimentos deles e mostre interesse real por suas opiniões. “A confiança se constrói na infância, mas é na adolescência que será testada. Se você criou uma base sólida, o diálogo fluirá naturalmente nos momentos mais difíceis”, destaca a pediatra.

4. Crie e mantenha rotinas em família

Ter momentos em família, como almoçar juntos ou ler um livro antes de dormir, cria um senso de estabilidade e pertencimento. “A rotina é o alicerce emocional das crianças. São nesses momentos previsíveis que elas sentem que têm um lugar seguro no mundo”, explica Tatiana.

5. Participe das atividades que eles amam

Engajar-se nos interesses dos filhos, seja brincando com eles ou assistindo a uma apresentação escolar, é uma maneira poderosa de fortalecer os laços. Isso mostra que você valoriza os interesses deles e está presente em suas jornadas.

<><> Erros comuns que podem prejudicar essa relação na adolescência

A adolescência é um período desafiador tanto para os pais quanto para os filhos. É uma fase de transformações, onde os jovens buscam autonomia, mas ainda precisam de orientação e apoio. Ao tentar equilibrar esses aspectos, algumas atitudes dos pais, mesmo bem-intencionadas, podem enfraquecer o vínculo construído ao longo dos anos.

A pediatra Tatiana Cicerelli alerta: “Os pais são como faróis para os adolescentes, mas se a luz for muito forte ou muito fraca, pode acabar desorientando.” Veja os erros mais comuns e como evitá-los para manter uma relação saudável e próxima:

·        Excesso de controle ou autoritarismo: quando os pais impõem decisões sem diálogo, o resultado muitas vezes é rebeldia ou afastamento emocional. “Adolescentes precisam sentir que têm espaço para errar e aprender com isso. A autonomia é essencial para o crescimento”, explica Cicerelli.

·        Falta de limites: sem limites, os adolescentes podem se sentir perdidos ou confusos sobre o que se espera deles. “Limites são demonstrações de cuidado e proteção. Eles ajudam o jovem a entender responsabilidades e criar um senso de respeito mútuo”, ressalta a pediatra.

·        Desvalorizar os sentimentos do adolescente: ignorar ou minimizar os sentimentos dos adolescentes pode fazer com que eles se sintam incompreendidos e menos propensos a compartilhar suas emoções. “Para eles, tudo é intenso e imediato. Levar os sentimentos deles a sério é a melhor forma de criar um ambiente de confiança”, orienta Tatiana.

·        Dar mais atenção à vida digital ou profissional: negligenciar emocionalmente os filhos pode criar um distanciamento difícil de recuperar. “Conexão emocional é construída nos pequenos momentos, como perguntar sobre o dia deles ou demonstrar interesse por algo que gostam”, enfatiza a pediatra.

·        Comparações e críticas constantes: apontar defeitos ou fazer comparações, como elogiar amigos pela nota alta, pode abalar a autoestima do adolescente. “Comparações criam ressentimento e, muitas vezes, distanciam em vez de aproximar. Valorize as conquistas deles, por menores que sejam”, aconselha Cicerelli.

Errar faz parte da jornada, mas reconhecer os deslizes é o primeiro passo para melhorar. Estabeleça uma comunicação aberta, mostre-se presente e trate os sentimentos do seu filho com empatia. “Na adolescência, o desafio é manter-se próximo sem invadir. É um equilíbrio difícil, mas essencial para fortalecer o vínculo”, conclui a pediatra.

¨      Esses 5 erros podem te afastar do seu filho adolescente

A adolescência é conhecida por ser uma fase desafiadora para a relação de pais e filhos. É nesse período que os jovens começam a questionar valores, buscar autonomia e a própria identidade, o que pode ocasionar conflitos. A forma com que os responsáveis lidam com os adolescentes faz toda a diferença na construção de confiança e respeito.

MinhaVida listou 5 erros que podem prejudicar a relação com o filho adolescente e distanciá-lo dos pais. Confira!

<><> 1. Ser superprotetor

É normal que os pais se preocupem com o bem-estar físico e emocional de seus filhos. No entanto, o excesso de proteção pode privar o jovem de experiências e gerar danos em suas habilidades sociais, causar medo e ansiedade. Além disso, o jovem pode se sentir “sufocado” e cobrado demais, o que acaba resultando no afastamento da relação com os pais. 

<><> 2. Julgar escolhas ou gostos

Ao crescerem e construírem sua individualidade, é esperado que os jovens façam escolhas e criem preferências. Julgar os interesses dos filhos é um dos erros que podem levar a um distanciamento dos pais, como explica Letícia Isabela, psicóloga do grupo Mantevida. 

“O pré-julgamento sobre as escolhas e gostos do adolescente mina a confiança e dificulta a comunicação. Quando os pais não se dispõem a ouvir e compreender o ponto de vista do filho, as desavenças e as brigas se tornam mais frequentes, afastando cada vez mais os membros da família”, informa.

<><> 3. Não ter escuta ativa

A escuta ativa é um pilar essencial para a construção de um diálogo eficiente, principalmente com os filhos. Por isso, é importante que os pais escutem com atenção e interesse o que os jovens têm a dizer. 

“A falta de escuta ativa prejudica significativamente a intimidade e a confiança na relação familiar. Especialmente na adolescência, período de intensas transformações físicas, sociais e emocionais, a ausência de escuta atenta pode gerar distanciamento entre pais e filhos”, afirma a especialista. 

<><> 4. Ter falta de confiança

Demonstrar não ter confiança no seu filho prejudica a comunicação e o respeito no relacionamento familiar. O adolescente pode se sentir desvalorizado e até mesmo injustiçado, o que pode provocar atitudes de rebeldia. Por isso, é importante que o jovem saiba que existe um canal de comunicação aberto e sem julgamentos com os pais.

<><> 5. Cobrar excessivamente

É natural que os pais esperem boas notas e um comportamento exemplar dos filhos, mas a pressão excessiva pode causar traumas profundos nos jovens. Por isso, é essencial encontrar o equilíbrio ao fazer cobranças, ouvindo atentamente o que o filho tem a dizer e considerando suas perspectivas e limites.

 

Fonte: Minha Vida Bem Estar

 

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