Pessoas que cresceram sem a atenção dos pais na
infância podem apresentar esses 6 comportamentos
Crescer sem a atenção necessária dos
pais pode gerar traumas que vão além das lembranças da infância. A ausência de
apoio, carinho ou até mesmo gestos de reconhecimento pode influenciar o
comportamento de um adulto de maneiras que, muitas vezes, passam despercebidas.
Isso
pode se refletir em dificuldades para estabelecer vínculos afetivos ou
em comportamentos que demonstram insegurança. O MinhaVida entrevistou as
especialistas Larissa Fonseca (psicóloga) e Tatiana Cicerelli (pediatra), que
esclareceram os comportamentos mais comuns de pessoas que cresceram sem a
atenção dos pais na infância.
1.
Dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis
Crescer
sem um ambiente afetivo pode gerar medo de rejeição e dificuldade em confiar
nos outros. "Alguns adultos desenvolvem um apego excessivo, buscando
proximidade constante, enquanto outros evitam vínculos afetivos para não se
machucar", explica a Dra. Tatiana. Ambos os extremos refletem em uma luta
para equilibrar proximidade e proteção emocional.
2.
Baixa autoestima e insegurança
A
sensação de não ser "bom o suficiente" é recorrente. Muitas dessas
pessoas precisam de validação externa para se sentirem valorizadas. "A
autoestima fragilizada costuma ser fruto de anos sem receber o reconhecimento
ou carinho esperado na infância", destaca a pediatra.
3.
Busca excessiva por aprovação
Para
compensar a falta de atenção parental, muitos adultos tentam agradar aos outros
a qualquer custo. Isso pode incluir assumir mais responsabilidades do que conseguem
lidar ou sacrificar suas próprias necessidades em busca de
aceitação.
4.
Dificuldade em lidar com as emoções
Sem
um modelo saudável de regulação emocional, é comum haver dificuldade em
expressar ou entender os próprios sentimentos. Episódios de raiva
descontrolada, ansiedade ou tristeza profunda são frequentes. "Muitos não aprenderam a nomear suas emoções,
o que torna o autocontrole mais desafiador", ressalta Tatiana.
5.
Padrões de autossabotagem
O
medo de fracassar pode levar à procrastinação ou ao perfeccionismo extremo.
Em ambos os casos, a autossabotagem impede o progresso pessoal e profissional.
"É como se o medo de não ser suficiente fizesse com que evitassem até
mesmo tentar", explica a especialista.
6.
Comportamentos impulsivos como forma de fuga
A
instabilidade emocional pode levar a comportamentos impulsivos, como gastos
excessivos, abuso de substâncias ou outras formas de automedicação. Essas
ações, embora prejudiciais, funcionam como tentativas de aliviar o sofrimento
emocional.
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Formas de reparar essas questões na vida adulta, segundo a psicóloga
Na
vida adulta, é necessário lidar com várias questões emocionais e, segundo a
psicóloga Larissa Fonseca, elas podem ser trabalhadas através da psicoterapia.
A chave do tratamento está em reconhecer e modificar padrões de pensamento autossabotadores
e, ao mesmo tempo, ressignificar experiências passadas.
Larissa
explica que "o processo de ressignificação das experiências passadas é
essencial para a reparação emocional, pois permite que o indivíduo recupere
aspectos importantes de si mesmo que foram danificados ao longo do tempo".
Isso envolve, por exemplo, a construção de novos vínculos mais seguros e o
desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que são fundamentais para uma
convivência saudável consigo mesmo e com os outros.
Nesse
contexto, a psicoterapia ajuda a reorganizar a percepção
que a pessoa tem de si mesma e do mundo ao seu redor, promovendo o
fortalecimento da segurança emocional. "Ela contribui para que o adulto se
reconecte com suas próprias emoções de forma mais saudável e equilibrada,
aprendendo a lidar com situações difíceis sem se deixar dominar pelos medos ou
inseguranças do passado", afirma Larissa.
Outro
ponto importante é o ambiente familiar, que desempenha um papel central no
desenvolvimento emocional desde a infância. A psicóloga ressalta que "o
ambiente familiar é o pilar inicial para a regulação emocional, autoestima e
para aprender a se relacionar de forma saudável". Quando os pais não
oferecem atenção ou afeto suficientes, a criança pode desenvolver a crença de
que não merece cuidado, o que, mais tarde, impacta suas relações e sua própria
autopercepção na vida adulta.
Por
outro lado, quando o ambiente familiar é acolhedor e amoroso, ele oferece uma
base sólida para a criança, preparando-a para enfrentar os desafios da vida com
mais resiliência. "A criança que recebe amor e atenção é capaz de aprender
a lidar com as dificuldades de forma mais equilibrada e com maior confiança em
si mesma", afirma Larissa.
¨ Se você
quer que seu filho seja seu amigo na adolescência, precisa praticar esses 5
hábitos desde a infância
Construir
uma relação próxima com os filhos durante a adolescência pode parecer desafiador,
mas está longe de ser impossível. Para que isso aconteça, é essencial reforçar o vínculo muito
antes dessa fase, ainda na infância, conforme explica a pediatra Tatiana Cicerelli.
Se
você deseja que seu filho o veja como um amigo, alguém em quem pode confiar, é
hora de refletir sobre as atitudes que tem com ele no dia a dia. Pequenos
gestos podem fazer toda a diferença na relação de vocês no futuro.
Leia
mais: Se você quer um filho bem sucedido, precisa incluir
esses 4 hábitos na rotina dele desde a infância
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5 hábitos que mais fortalecem o vínculo entre pais e filhos
Desde os primeiros momentos de vida até
a adolescência, atitudes simples ajudam a criar laços profundos que podem durar
até a vida adulta. Como explica a pediatra Tatiana Cicerelli: “O vínculo começa
na infância, mas precisa ser regado com amor, atenção e respeito ao longo de
toda a jornada.” Aqui estão alguns hábitos que podem ajudar a fortalecer essa
conexão:
1.
Presença de verdade importa mais que a quantidade de tempo
A
correria do dia a dia pode ser intensa, mas dedicar momentos exclusivos aos
filhos é fundamental. Pode ser uma conversa durante o jantar ou até ajudar com
a lição de casa. “Crianças percebem quando têm a atenção genuína dos pais. É
nesse momento que elas se sentem valorizadas e amadas”, reforça Cicerelli.
2.
O poder do contato físico e do carinho
Nada
substitui um abraço apertado, um beijo de bom dia ou um cafuné antes de dormir.
Esses gestos transmitem segurança emocional e ajudam a criança a desenvolver autoconfiança.
3.
Incentive uma comunicação aberta (e ouça sem julgar)
Desde
a infância, é importante que os filhos sintam que podem se expressar livremente
com os pais. Faça perguntas, valide os sentimentos deles e mostre interesse
real por suas opiniões. “A confiança se constrói na infância, mas é na
adolescência que será testada. Se você criou uma base sólida, o diálogo fluirá naturalmente nos momentos mais
difíceis”, destaca a pediatra.
4.
Crie e mantenha rotinas em família
Ter
momentos em família, como almoçar juntos ou ler um livro antes de dormir, cria
um senso de estabilidade e pertencimento. “A rotina é o alicerce emocional das
crianças. São nesses momentos previsíveis que elas sentem que têm um lugar
seguro no mundo”, explica Tatiana.
5.
Participe das atividades que eles amam
Engajar-se
nos interesses dos filhos, seja brincando com eles ou assistindo a uma
apresentação escolar, é uma maneira poderosa de fortalecer os laços. Isso
mostra que você valoriza os interesses deles e está presente em suas jornadas.
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Erros comuns que podem prejudicar essa relação na adolescência
A
adolescência é um período desafiador tanto para os pais quanto para os filhos.
É uma fase de transformações, onde os jovens buscam autonomia,
mas ainda precisam de orientação e apoio. Ao tentar equilibrar esses aspectos,
algumas atitudes dos pais, mesmo bem-intencionadas, podem enfraquecer o vínculo
construído ao longo dos anos.
A
pediatra Tatiana Cicerelli alerta: “Os pais são como faróis para os
adolescentes, mas se a luz for muito forte ou muito fraca, pode acabar
desorientando.” Veja os erros mais comuns e como evitá-los para manter uma
relação saudável e próxima:
·
Excesso de controle ou autoritarismo: quando os
pais impõem decisões sem diálogo, o resultado muitas vezes é rebeldia ou
afastamento emocional. “Adolescentes precisam sentir que têm espaço para errar
e aprender com isso. A
autonomia é essencial para o crescimento”, explica Cicerelli.
·
Falta de limites: sem limites, os
adolescentes podem se sentir perdidos ou confusos sobre o que se espera deles.
“Limites
são demonstrações de cuidado e proteção. Eles ajudam o jovem a entender
responsabilidades e criar um senso de respeito mútuo”, ressalta a pediatra.
·
Desvalorizar os sentimentos do adolescente: ignorar ou
minimizar os sentimentos dos adolescentes pode fazer com que eles se sintam
incompreendidos e menos propensos a compartilhar
suas emoções.
“Para eles, tudo é intenso e imediato. Levar os sentimentos deles a sério é a
melhor forma de criar um ambiente de confiança”, orienta Tatiana.
·
Dar mais atenção à vida digital ou profissional: negligenciar
emocionalmente os filhos pode criar um distanciamento difícil de recuperar.
“Conexão emocional é construída nos pequenos momentos, como perguntar sobre o
dia deles ou demonstrar interesse por algo que gostam”, enfatiza a pediatra.
·
Comparações e críticas constantes: apontar
defeitos ou fazer comparações, como elogiar amigos pela nota alta, pode abalar
a autoestima do adolescente. “Comparações criam ressentimento e, muitas vezes,
distanciam em vez de aproximar. Valorize as conquistas deles, por menores que
sejam”, aconselha Cicerelli.
Errar
faz parte da jornada, mas reconhecer os deslizes é o primeiro passo para
melhorar. Estabeleça uma comunicação aberta, mostre-se presente e trate os
sentimentos do seu filho com empatia. “Na adolescência, o desafio é manter-se
próximo sem invadir. É um equilíbrio difícil, mas essencial para fortalecer o
vínculo”, conclui a pediatra.
¨ Esses 5
erros podem te afastar do seu filho adolescente
A
adolescência é conhecida por ser uma fase desafiadora para a relação de pais e
filhos. É nesse período que os jovens começam a questionar valores, buscar
autonomia e a própria identidade, o que pode ocasionar conflitos. A forma com
que os responsáveis lidam com os adolescentes faz toda a diferença na
construção de confiança e respeito.
O MinhaVida listou 5 erros que
podem prejudicar a relação com o filho adolescente e distanciá-lo dos pais.
Confira!
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1. Ser superprotetor
É
normal que os pais se preocupem com o bem-estar físico e emocional de seus
filhos. No entanto, o excesso de proteção pode privar o jovem de experiências e
gerar danos em suas habilidades sociais, causar medo e ansiedade. Além disso, o jovem
pode se sentir “sufocado” e cobrado demais, o que acaba resultando no
afastamento da relação com os pais.
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2. Julgar escolhas ou gostos
Ao
crescerem e construírem sua individualidade, é esperado que os jovens façam
escolhas e criem preferências. Julgar os interesses dos filhos é um dos erros
que podem levar a um distanciamento dos pais, como explica Letícia Isabela,
psicóloga do grupo Mantevida.
“O
pré-julgamento sobre as escolhas e gostos do adolescente mina a confiança e
dificulta a comunicação. Quando os pais não se dispõem a ouvir e compreender o
ponto de vista do filho, as desavenças e as brigas se tornam mais frequentes,
afastando cada vez mais os membros da família”, informa.
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3. Não ter escuta ativa
A
escuta ativa é um pilar essencial para a construção de um diálogo eficiente,
principalmente com os filhos. Por isso, é importante que os pais escutem com
atenção e interesse o que os jovens têm a dizer.
“A
falta de escuta ativa prejudica significativamente a intimidade e a confiança
na relação familiar. Especialmente na adolescência, período de intensas
transformações físicas, sociais e emocionais, a ausência de escuta atenta pode
gerar distanciamento entre pais e filhos”, afirma a especialista.
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4. Ter falta de confiança
Demonstrar
não ter confiança no seu filho prejudica a comunicação e o respeito no
relacionamento familiar. O adolescente pode se sentir desvalorizado e até mesmo
injustiçado, o que pode provocar atitudes de rebeldia. Por isso, é importante
que o jovem saiba que existe um canal de comunicação aberto e sem julgamentos
com os pais.
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5. Cobrar excessivamente
É
natural que os pais esperem boas notas e um comportamento exemplar dos filhos,
mas a pressão excessiva pode causar traumas profundos nos jovens. Por isso, é
essencial encontrar o equilíbrio ao fazer cobranças, ouvindo atentamente o que
o filho tem a dizer e considerando suas perspectivas e limites.
Fonte: Minha Vida
Bem Estar
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