sábado, 15 de junho de 2024

Uma defesa com muitos furos aproxima Netanyahu da cadeia

Biden celebrou entusiasmado a ordem de prisão de Vladimir Putin, decretada pelo TPI (Tribunal Penal Internacional). Como o autoproclamado defensor dos direitos humanos e das leis de guerra, o presidente dos EUA afirmou que, não importa a alta posição do indiciado, numa democracia, todos são iguais perante a lei.

Menos para Israel, esqueceu de dizer. Agora ele se lembrou, quando clamou como ”ultrajante” a ordem de prisão de Netanyahu e seu ministro da Defesa, solicitada pelo procurador-chefe do TPI, Karim Khan, aos juízes dessa corte.

Por sua vez, Bibi subiu nas tamancas: para ele, a ordem de prisão seria “um ultraje moral de proporções históricas”. E o procurador Khan estaria colocando-se “entre os maiores antissemitas dos tempos modernos”.

Afinal, depois de Israel passar tantos anos pintando e bordando, violando direitos humanos e leis de guerra, com a tolerância dos excelsos países europeus e a proteção dos EUA, alguém qualificado ouse propor sua prisão à suprema corte judiciária mundial.
Todos os países amigos, sempre compreensivos com certas estripulias que as circunstâncias obrigam Israel a cometer, deveriam correr em apoio ao chefe sionista.

Decepção, apenas os EUA e seu fiel acólito, o Reino Unido, mais a Alemanha, a Tchéquia, além de uns poucos outros países puseram-se contra o ataque a Bibi e seu ring brother.

Já a União Europeia disse que cumprirá a decisão dos juízes do ICC. O Japão ficou em cima do muro. Na França, Macron considerou que era preciso respeitar as regras democráticas. A Austrália, a Itália, o Brasil, a Espanha, a Irlanda, a Noruega, a Colômbia... Todos estes estados e mais alguns, cujos nomes me fogem, ponderaram que, sendo a ordem de prisão decretada pela corte do ICC, eles teriam de obedecê-la.

Biden continuou fiel a Bibi e a Israel. Preocupado com as repercussões eleitorais da sua posição pró-Israel, Biden procurou justificar sua condenação da petição do dr. Khan, sibilando: “Não há nenhuma equivalência entre Israel e o Hamas”.

Será? O que me dizem do costume de matar civis do outro time, como aconteceu no atentado do Hamas em 7 de outubro e vem acontecendo nos bombardeios de Israel sobre Gaza?

Mesmo que o procurador-geral do ICC colocasse os líderes rivais em petições diferentes, eles continuariam acusados da prática de violações semelhantes dos direitos humanos e das leis de guerra, que constam do pedido de prisão.

Outro ponto básico das críticas à peça acusatória é de sustentar uma equivalência moral entre Israel – que seria um país democrático, com eleições livres – e o Hamas – um bando de terroristas brutais e sem leis.

Com esta comparação ficaria inegável a suposta parcialidade do procurador do ICC.
Mas parcial é esse raciocínio. Um país com apartheid, que expulsa palestinos de suas terras e casas, cujo exército (autoproclamado o mais moral do mundo) bombardeia hospitais, escolas, universidades, templos religiosos e quarteirões residenciais, matando até agora 40 mil civis inocentes e transformando cidades inteiras em montes de escombros não é propriamente um exemplo de moralidade.

Além dessas bizarras maquinações, o discurso israelense também inclui refutações jurídicas. A primeira nega ao TPI o direito de julgar israelenses – pois Israel não é membro do TPI e a Palestina não é uma nação.

Depois de aprovar a ordem de prisão de Putin, num caso igual ao presente, Biden não tem direito de fazer essa alegação. Mas Bibi tem, pois não se manifestou sobre a legalidade da desdita de Putin.

Não quer dizer que esteja certo. O TPI foi fundado por cerca de 130 nações para julgar crimes contra as leis humanitárias internacionais. Seus juízes já decidiram anteriormente que: a) a Palestina é um país, pois assim foi qualificada pela ONU; b) a alçada do TPI inclui julgar fatos acontecidos também em países não-membros, como Israel.

Finalmente, garantem os juristas israelenses que a Justiça de Israel está totalmente apta a julgar seus cidadãos violadores dos direitos humanos. Os fatos comprovam o contrário.

Um estudo da B’Tselem, respeitada ONG de Israel, mostra que no período 2000/2015 essa organização pediu a investigação de 731 casos em que soldados mataram, espancaram ou feriram palestinos, usaram-nos como escudos humanos ou danificaram suas propriedades.

Em um quarto desses casos (180) sequer foram investigados, em quase metade (343) a investigação foi encerrada sem que qualquer iniciativa fosse tomada e em apenas 25 casos houve um procedimento legal. Cerca de 12 casos relacionavam-se a questões disciplinares, enquanto muitas investigações ainda estavam em curso em 2016, quando da publicação do relatório do B’Tselem.

As chances de queixas contra violências de soldados israelenses levarem a um indiciamento são de apenas 3%.

Em uma pesquisa relativa a fatos sucedidos em 2018 verificou-se que223 palestinos foram mortos pelas forças de segurança, 46 eram menores de idade e 8 mil sofreram ferimentos. Até agora, nenhuma investigação séria foi realizada pelas autoridades israelenses.

Diante de resultados assim, entende-se por que o TPI considerou necessário assumir o julgamento dos cidadãos incursos em crimes contra os direitos humanos e as leis de guerra.

Era de se esperar que Bibi, o fiel Biden e os parças da dupla tentassem contestar as acusações citadas na petição de Khan. Mas eles não o fazem, talvez porque fosse difícil contestar o óbvio.

Para o famoso jornalista israelense Gideon Levy, a massa dos seus concidadãos se expressa de forma bastante concreta. Diz ele que “o único argumento que se ouve atualmente em Israel é que o juiz é um filho da puta”.

·        Ataques israelenses em Rafah se intensificam sem nenhum sinal de cessar-fogo

Enquanto tanques israelenses avançavam pela parte oeste de Rafah, helicópteros, drones e aviões de guerra intensificavam os ataques na cidade.

De acordo com informações do The Guardian, os ataques em Rafah já expulsaram mais de um milhão de pessoas de suas casas, forçando estas pessoas a viverem em locais insalubres, com pouco ou nenhum acesso à água e medicamentos.

Ainda segundo a mídia, moradores descreveram os ataques desta quinta-feira (13) como uns dos piores até agora. Conforme a ONU, mais de um milhão de pessoas podem morrer ou passar fome até o fim de julho.

Sobre um cessar-fogo em breve, de acordo com o Al Jazeera, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que não espera que aconteça por agora, alegando que "perdeu as esperanças".

As tensões na Palestina aumentaram em outubro do ano passado, quando o ataque do Hamas matou 1,2 mil pessoas e fez cerca de 250 outras reféns, segundo registros israelenses.

Em resposta, Israel lançou um ataque à Faixa de Gaza que matou mais de 37 mil palestinos, informou o Ministério da Saúde de Gaza no domingo (9). Acredita-se que outros milhares de mortos estejam enterrados sob os escombros.

¨      Maior ataque contra Israel desde o início do conflito em Gaza é reivindicado pelo Hezbollah

Unidades militares de Israel foram atacadas nesta quinta-feira (13) com mísseis e drones em meio ao temor internacional da escalada do conflito no Oriente Médio. Um bombardeio contra seis quartéis ocorreu dois dias após Tel Aviv provocar a morte de um comandante sênior e três membros do Hezbollah.

O maior ataque contra Israel desde o início do conflito na Faixa de Gaza foi reivindicado pelo movimento Hezbollah, que atua no Líbano. Conforme comunicado, o lançamento de mísseis e drones contra seis quartéis e centros militares das Forças de Defesa de Israel (FDI) ocorreu em retaliação ao bombardeio que provocou a morte de três membros do movimento, entre eles um comandante, há dois dias na cidade de Jouaiya.

Além do quartel-geral do comando militar norte de Israel, foram atacadas pelo Hezbollah unidades da divisão de Golan e também da inteligência das FDI. Conforme a agência Xinhua, uma fonte militar libanesa relatou que foram lançados cerca de 150 mísseis e 20 drones em direção ao país.

"Drones e aviões de guerra israelenses na quinta-feira realizaram 16 ataques em oito cidades, vilas e áreas abertas na região de fronteira e na região de Jezzine, no sul do Líbano, resultando em vários incêndios e danos materiais a dezenas de casas", acrescentou a fonte.

Conforme a agência chinesa, "as tensões ao longo da fronteira Líbano-Israel se intensificaram em 8 de outubro de 2023, após uma barragem de foguetes lançada pelo Hezbollah em direção a Israel em solidariedade ao ataque do Hamas a Israel no dia anterior".

O canal de TV Al Jazeera chegou a citar uma fonte oficial do Hezbollah que confirmou que o ataque é o maior já realizado desde o início do conflito na Faixa de Gaza, em 8 de outubro de 2023, em retaliação ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A guerra na região já provocou a morte de mais de 37 mil palestinos.

¨      Senador dos EUA sugere quando a China superará Washington em poder militar

China vai superar os EUA no poder militar nos próximos 20 anos, opina senador republicado do estado de Ohio, James Vance.

"A lição mais importante e esquecida da Segunda Guerra Mundial é de que o poder militar é uma consequência do poder industrial. Agora, ainda somos uma superpotência militar mundial, em grande parte graças à força da nossa base industrial dos anos 80 e 90, mas agora a China é uma potência industrial mais poderosa, o que significa que em 20 anos eles serão mais fortes do que nós na esfera militar", disse o congressista em entrevista ao The New York Times.

Segundo ele, Washington precisa perceber a multipolaridade do mundo e, ao construir relações com aliados do modo que eles apoiem os interesses dos EUA em outras partes do mundo, "focar atenção na Ásia Oriental, onde está o nosso maior rival nos próximos 20-30 anos".

Falando sobre a situação no estreito de Taiwan e as ações dos EUA no caso de um hipotético ataque de Pequim à ilha, o senador disse que, em sua opinião, os EUA devem primeiro tornar "impossível para Pequim tomar Taiwan". "O que podemos fazer agora é fazer com que a invasão de Taiwan fosse muito cara para eles, mas não fazemos isso porque estamos enviando todas essas malditas armas para a Ucrânia, não para Taiwan", disse Vance.

O Departamento de Estado dos EUA aprovou a venda a Taiwan de peças de reposição e reparo de caças F-16 por um valor estimado em US$ 300 milhões (R$ 1,59 bilhão), comunicou na semana passada a Agência de Cooperação de Segurança e Defesa (DSCA, na sigla em inglês) do Pentágono.

 

Fonte: Correio da Cidadania/Sputnik Brasil

 

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