segunda-feira, 3 de junho de 2024

SE COLAR, COLOU: desembargador lavajatista do TRF-4 jura que não sabia que filho era sócio de Moro

Um pai desembargador jura que não sabia sobre a sociedade do filho advogado com um juiz, mesmo com todos os personagens morando no mesmo estado. Essa história difícil de engolir aconteceu na República de Curitiba em plena Operação Lava Jato.

Em um depoimento prestado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, afirmou desconhecer uma sociedade mantida entre seu filho, o advogado João Malucelli, e Sergio Moro, ex-juiz da Operação Lava Jato.

A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. Segundo a matéria, essa ligação veio à tona durante uma polêmica decisão tomada por Malucelli em um caso da Lava Jato, operação da qual ele era relator na 8ª Turma do TRF-4, colegiado do qual é presidente. O caso ganhou destaque, já que Moro atuou como juiz titular na primeira instância no Paraná.

As declarações de Malucelli sobre essa sociedade foram dadas à Corregedoria Nacional de Justiça há um ano, durante um depoimento em 1º de junho de 2023, no contexto de uma investigação realizada pela corregedoria na Lava-Jato. O depoimento, que durou cerca de 40 minutos, foi conduzido pelo juiz auxiliar Otávio Port.

Estranhamente, a história só veio à tona agora. Segundo Malucelli, ele foi pego de surpresa pela revelação da sociedade entre seu filho e Moro. Ele relatou que sua esposa ficou nervosa ao ouvir os rumores sobre a sociedade e que seu filho confirmou a informação, o que gerou surpresa na família. No entanto, ele enfatizou que essa relação não interferiria em seus julgamentos.

A sociedade entre João Malucelli, que namora a filha mais velha de Moro, e o próprio Moro no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados foi mencionada em representações movidas contra Malucelli por alvos da Lava-Jato, como Rodrigo Tacla Duran, e por Renan Calheiros. O CNJ está investigando se Malucelli agiu para restabelecer uma ordem de prisão contra Tacla Duran, que vive na Espanha.

Malucelli também explicou que seu afastamento dos casos da Lava-Jato ocorreu após a revelação da sociedade mantida pelo filho e o senador. Ele afirmou que fez isso por motivos pessoais relacionados à atuação do juiz Eduardo Appio, que substituiu Moro nos casos da operação.

        Tacla Duran e outras polêmicas

Uma das decisões polêmicas tomadas por Marcelo Malucelli relacionou-se ao caso de Rodrigo Tacla Duran, advogado acusado de ser operador financeiro da Odebrecht.

Malucelli ordenou a prisão de Tacla Duran, mesmo este estando na Espanha, o que gerou controvérsia, pois havia uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) restringindo o caso ao tribunal superior.

A ordem de prisão emitida por Malucelli ocorreu em meio a uma série de questionamentos sobre a imparcialidade e conduta dos membros da Lava Jato, especialmente em relação aos métodos utilizados durante as investigações e o tratamento dado aos acusados.

Essa situação contribuiu para aumentar o debate público em torno da operação e levou o CNJ a iniciar uma investigação para apurar possíveis irregularidades nos procedimentos relacionados ao caso de Tacla Duran e às decisões judiciais tomadas no âmbito da Lava Jato.

Houve especulações sobre possíveis vínculos de Marcelo Malucelli com interesses políticos, especialmente devido à sua atuação em casos sensíveis, como os relacionados à Lava Jato. Essas suspeitas levantaram dúvidas sobre a imparcialidade do desembargador e a independência do Poder Judiciário.

        Lava Jato foi um perverso projeto de poder, diz defesa de Marcelo Odebrecht

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou em 21 de maio todas as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht, sob a alegação de que houve um conluio entre magistrados e procuradores que integravam a ação.

Para entender os impactos da decisão do ministro do STF, o programa TVGGN Justiça contou com a participação do advogado de defesa de Marcelo Odebrecht, Nabor Bulhões, um dos primeiros advogados a denunciar a existência de um “perverso projeto de poder” para instituir uma espécie de sistema paralelo de supressão de direitos e garantias constitucionais no Brasil.

“Marcelo Odebrecht não tinha nenhuma ligação com os contratos da Petrobras, com as empresas que prestavam serviços para a Petrobras, com as empresas que foram contratadas em razão de procedimentos licitatórios. Ele era presidente da holding de investimentos da Odebrecht SSA”, lembra o convidado.

Bulhões lembra que a Lava Jato apresentava distorções profundas, como manipular as regras de competência e as garantias do devido processo legal com todas as projeções nucleares, como imparcialidade do juiz, fazendo com que o caso se assemelhe ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor.

“No caso Collor, ele não tinha sustentação política, tinha sido eleito por um partido nanico, não tinha sustentação parlamentar. No plano político, ele estava muito exposto. E justamente durante o processo contra ele instaurado, ele chegou a renunciar. Com a renúncia, deveria ter sido extinto o processo de impeachment porque não havia mais objeto. Mas as forças políticas queriam atingi-lo de qualquer forma e por qualquer via”, continua o advogado.

        Conluio

Nabor Bulhões ressalta que todos os fatos relacionados à Lava Jato são obscuros e que tudo foi distorcido desde o início, tendo em vista que Sergio Moro chegou até a se atribuir funções que não deveria ter.

“O juiz se atribuiu uma competência ou uma jurisdição nacional que não tinha e nem poderia ter. e até internacional. ele chegou com os delegados que conduziam a operação a colher diretamente provas do exterior, do canadá, sem a utilização de cartas rogatórias e sem autorização de acordo cooperação internacional”, aponta.

Mais provas da irregularidade da operação são as mensagens captadas e que atualmente fazem parte da Operação Spoofing, que foram periciadas por determinação do STF. A Polícia Federal constatou que as mensagens eram verídicas, sem indícios de manipulação, e indicaram que os lava jatistas pretendiam captar recursos para uma fundação.

 

        BOLSONARISTA RAIZ: Cabo eleitoral de Gustavo Gayer e apoiador de Bolsonaro, ex-assessor parlamentar é preso por assalto a ônibus

O ex-militar do Exército Simão Pedro Costa Rocha Freitas, conhecido como "Cabo Simão", foi preso no dia 25 de maio por assalto a mão armada contra um ônibus de turismo em Goiás. O caso veio à tona nesta sexta-feira (31).

De acordo com a Polícia Civil, Simão fazia parte de uma quadrilha que assaltou o ônibus no dia 24 de maio em uma estrada nas proximidades de Aparecida de Goiânia. O veículo transportava passageiros e mercadorias advindas do Paraguai e, segundo o delegado responsável pelo caso, Sérgio Henrique, o grupo fingiu ser da polícia para abordar o veículo.

"Como se fossem viaturas da polícia, eles pediram para o motorista parar. Armados, eles desceram todos os passageiros e os três motoristas que estavam a bordo. Depois, abriram o porta-malas do ônibus e limparam levando o que queriam”, relatou ao site G1.

A quadrilha foi presa no dia seguinte em operação conjunta entre Polícia Civil e Militar deflagrada na cidade de Hidrolândia. Com o grupo, foram apreendidos 2 simulacros de armas de fogo, 2 armas de fogo de calibre restrito e 1,5 kg de cocaína. Na delegacia, Simão teria confirmado sua participação no crime.

Os presos, conforme relato do delegado, responderão por tráfico de drogas, associação pelo tráfico, roubo com arma de fogo e associação criminosa, com penas que podem chegar a 50 anos de prisão.

        Bolsonarista raiz

Após a prisão da quadrilha, usuários das redes sociais resgataram vídeos que mostram que Simão Pedro Costa Rocha Freitas, o Cabo Simão, é um bolsonarista raiz. Ele foi assessor parlamentar do ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL-GO), cabo eleitoral do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e já recebeu elogios do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em um desses vídeos, Simão, que foi candidato a deputado estadual em Goiás, aparece manifestando apoio ao deputado Gustavo Gayer, pré-candidato a prefeito de Goiânia. Na gravação, Gayer retribui o apoio com apertos de mãos e abraços no ex-militar agora preso.

“Tenho muito apreço por ele. Vim aqui prestar meu apoio porque quem é de direita, sabe que Gustavo Gayer é nosso representante em Goiás. Estamos juntos”, diz Simão.

Em outro registro, o ex-presidente Jair Bolsonaro aparece pedindo votos para Major Vitor Hugo e seu ex-assessor parlamentar Simão, que à época era candidato a deputado estadual.

        Marcos do Val faz postagem patética, é ridicularizado e apaga

O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) passou vergonha nas redes sociais, nesta sexta-feira (31), ao fazer uma publicação considerada patética.

De volta ao X (o antigo Twitter), após ter seus perfis nas redes bloqueados por 11 meses em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador publicou uma foto em que aparece ao lado de veteranos da polícia dos Estados Unidos, afirmando que "até a SWAT" comemorou seu retorno à plataforma.

Swat (Special Weapons and Tactics, na sigla em inglês) é uma espécie de BOPE dos EUA e Marcos do Val se gaba por, supostamente, ter ministrado um treinamento em tal polícia. A informação, entretanto, é alvo de controvérsias.

Além de dizer que os membros da Swat estariam comemorando seu retorno às redes sociais, Marcos do Val ainda afirmou que os policiais estão colaborando na produção de um "docie" contra o ministro Alexandre de Moraes. Na verdade, o senador quis escrever "dossiê", cometendo um erro bizarro de português.

E não parou por aí. A foto utilizada por Marcos do Val na publicação é antiga, de 2015, e um dos homens que aparece na imagem já morreu.

Internautas, então, passaram a apontar o erro de português e a ridicularizar o senador, que se constrangeu e deletou a postagem.

 

        Pablo Marçal. Bolsonaro não vai apoiar 'coach' por motivo escatológico

Uma dessas personagens só possíveis nos tempos atuais, o autointitulado "coach" Pablo Marçal é uma figura controversa, mas conta com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram. Ou seja, é um "influencer" no tempo dos "influencers".

Se levarmos em conta duas pesquisas divulgadas recentemente, seu prestígio extrapola a rede social, pois com apenas poucos dias de lançamento de sua pré candidatura à prefeitura de São Paulo, Marçal já tomou o terceiro lugar nas pesquisas, atrás apenas do favorito Guilherme Boulos e do prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes.

Na pesquisa Atlas/CNN divulgada esta semana, Marçal retira votos diretamente do prefeito Ricardo Nunes. Sem a presença de Marçal, Ricardo Nunes tem 32,5% de intenções de voto. Com Marçal e José Luiz Datena na disputa, 20,5%. Pablo Marçal teve 10,9% e Datena, 7,9%.

Na Datafolha divulgada anteontem, Marçal está em quinto, com 7%, colado em Tabata Amaral e Datena, ambos empatados com 7%. Todos atrás dos líderes, Guilherme Boulos e Ricardo Nunes.

A surpreendente escalada de Pablo Marçal (embora escalada e Pablo Marçal sejam palavras que não se deve juntar porque já resultaram em morte), especialmente levando-se em conta que sua candidatura foi lançada apenas na sexta-feira passada, dia 24, sua boa avaliação nas pesquisas, alimentou o boato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro poderia migrar seu apoio do atual prefeito para Marçal. Principalmente porque o apoio de Bolsonaro a Ricardo Nunes ainda não é explícito.

Mas o advogado, ex-ministro e assessor de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, jogou um balde de água fria nos boatos.

Segundo Wajngarten, o “coach” e “influencer” digital Pablo Marçal não conta com a simpatia do entorno do ex-presidente para apoiar sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo.E o motivo é escatológico.

O ex-ministro de Bolsonaro repostou a seguinte mensagem no X, antigo Twitter, e ainda acrescentou o comentário: Perfeito.

"O Marçal é um movimento impulsionado pelo MBL, trata-se de mais uma ação para usar o bolsonarismo e depois descartá-lo como papel higiênico."

Como só se descarta papel higiênico usado, deve ter sido isso o que Fabio Wajngarten considerou como metáfora perfeita do bolsonarismo, e, por extensão, de seu inspirador — o ex-presidente.

 

Fonte: Fórum/Jornal GGN

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