sábado, 1 de junho de 2024

Biden está escalando em direção à 3ª Guerra Mundial para melhorar suas chances de reeleição?

O presidente dos EUA, Joe Biden, deu luz verde nesta quinta-feira (30) para a Ucrânia usar armas norte-americanas contra a Rússia no território do país, embora o democrata tenha instruído que as Forças Armadas ucranianas limitassem os ataques à região de Carcóvia.

A decisão veio após vários países europeus também permitirem que a Ucrânia realizasse ataques dentro do território russo – sem a restrição de manter os alvos na Carcóvia – incluindo França e Alemanha, que haviam pressionado publicamente para que os EUA levantassem essas restrições.

A medida é mais uma da série de escaladas promovidas pelos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que arriscam um holocausto nuclear global para manter a Ucrânia viva por um pouco mais de tempo. Essa última mudança na aliança militar não mudará a realidade no campo de batalha, mas moverá o mundo para mais perto de uma confrontação catastrófica que poderia acabar com a civilização.

Assim como seu amigo pessoal próximo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Biden está se tornando cada vez mais impopular em casa. De acordo com pesquisas recentes, o democrata é o presidente mais impopular dos EUA em um primeiro mandato desde os anos 1940. Também é sabedoria política convencional nos Estados Unidos que uma guerra em andamento geralmente aumenta a aprovação de um presidente, como ocorreu com os presidentes George H. W. Bush e George W. Bush.

Biden também não pode se dar ao luxo de outra derrota na política externa, tendo sido envergonhado no Afeganistão, onde a retirada foi horrivelmente mal executada, e no mar Vermelho, do qual não conseguiu evitar o bloqueio dos houthis nas rotas de navegação. Enquanto o conflito na Ucrânia continuar, Biden não tem que admitir a derrota, como apontou o cartunista político Rall à Sputnik nesta quinta-feira (30). "Se você diz que tem uma nova ideia, neste caso permitir ataques dentro da Rússia, então você pode afirmar de forma credível que o conflito ainda não acabou", afirmou Rall.

Com protestos pró-palestinos ocorrendo em todo o país e grande rejeição, Biden se encontra em uma posição perigosa. Uma pesquisa recente descobriu que 20% dos eleitores democratas e independentes em estados-chave disseram que a forma como o presidente lidou com Gaza reduziu as chances de votarem em Biden, índice mais do que suficiente para mudar a eleição.

"Houve muitas oportunidades para acordos de paz que poderiam acabar com este conflito horrível na Ucrânia, mas a administração Biden parece determinada a provocar uma guerra com a Rússia", disse Jeremy Kuzmarov, editor-gerente da Covert Action Magazine à Sputnik. "É um ano de eleição. A situação em Israel é realmente feia, há muitos grandes protestos contra ele. Talvez ele pense que pode unir o povo contra a Rússia", declarou.

Kuzmarov observou que, embora não tenha sido tão veemente ou rápido quanto na Palestina, o sentimento público nos EUA também azedou em relação à Ucrânia. "Então, não sei se essa é uma estratégia política vencedora, se é isso que ele está buscando."

Embora outros países da OTAN tenham liderado a redução das restrições aos ataques dentro da Rússia, também enfrentam agitação política em casa e possíveis derrotas nas eleições para o Parlamento da União Europeia (UE) no próximo mês. Na França, a coalizão governante do presidente Emmanuel Macron perde feio para o partido Rassemblement National e o partido socialista está logo atrás, em segundo lugar. Enquanto isso, em Berlim, o partido Alternativa para a Alemanha, um partido obscuro até pouco tempo atrás, subiu para o segundo lugar no país.

"A liderança [na Europa está] adotando políticas agressivas contra a Rússia e apoiando a Ucrânia até o fim e alinhando-se com os Estados Unidos nessa guerra", disse Kuzmarov, observando que a Eslováquia é uma exceção notável "e seu líder foi alvo de uma tentativa de assassinato".

Também foi relatado que alguns países europeus concederam permissão aos ucranianos para usar aviões de caça F-16, aeronaves capazes de transportar mísseis que carregam ogivas nucleares. "Portanto, não podemos deixar de ver o fornecimento desses sistemas ao regime de Kiev como uma ação deliberada de sinalização da OTAN na esfera nuclear. Eles estão tentando transmitir que os EUA e a OTAN estão prontos para ir a qualquer extremo na Ucrânia", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista exclusiva à Sputnik na última quarta (29).

Conforme Lavrov, os exercícios militares conjuntos entre Belarus e Rússia, que incluíram a prática com ogivas nucleares não estratégicas, devem servir como "um lembrete sóbrio para nossos oponentes das consequências catastróficas de uma maior escalada na escada nuclear."

Com líderes no Ocidente aparentemente determinados a provocar a Terceira Guerra Mundial ou a chegar o mais perto possível da linha em uma tentativa fútil de melhorar seus números nas pesquisas, cabe ao povo forçar as mudanças.

"Esperançosamente esses movimentos crescem e acho que podemos ver mais protestos e podemos ver manifestantes que estão protestando contra o conflito Israel-Palestina fazerem a conexão entre políticas podres lá e no Ocidente e políticas podres em muitas outras regiões do mundo, incluindo esse ponto de perigo real", previu Kuzmarov, pedindo um movimento mais amplo "equivalente aos movimentos dos anos 60 ou algo [ainda] maior, o que realmente é necessário porque os líderes estão fora de controle".

"Precisamos, eu acho, de uma desobediência civil maciça contra líderes que não estão liderando no interesse da humanidade ou do público", acrescentou mais tarde.

¨      Autorização de Biden para a Ucrânia usar armas dos EUA formaliza prática já existente, diz analista

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu sinal verde para ataques ucranianos usando armas americanas dentro do território russo na região da Carcóvia, conforme apurou a Sputnik na última quinta-feira (30).

O comandante Robinson Farinazzo, especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil, afirma que a confirmação sobre o envio de armas à Ucrânia é apenas a formalização de uma prática já existente.

Segundo ele, "essas armas já estão há muito tempo na Ucrânia", e vários alvos dentro do território russo têm sido atacados, inclusive com suspeitas de operações partindo da Ásia Central. "O Biden só está dando forma a uma coisa que já existia há algum tempo", explica.

Em relação à escolha dos alvos para os ataques ucranianos, Farinazzo acredita que especialistas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão diretamente envolvidos.

Ele destaca a complexidade técnica deste trabalho, afirmando que "a escolha, o trabalho de levantamento desses alvos, o direcionamento dos vetores como mísseis e drones, a telemetria do mesmo, tudo isso é uma função muito técnica".

Segundo ele, Kiev não tem a quantidade necessária de especialistas para realizar operações sem assistência externa. Dessa forma, ele sugere que pode haver participação de operadores franceses, americanos, britânicos e alemães. "Muitos britânicos, principalmente, estão ajudando esses ataques ucranianos a objetivos no interior da Rússia."

O especialista também comenta sobre os objetivos de Washington nesse contexto, especialmente em meio ao ano eleitoral.

Ele acredita que muitas das declarações de Biden visam angariar votos e criar uma sensação de insegurança na Europa para manter a influência americana.

"Biden precisa criar o fantasma da invasão russa para continuar mantendo a influência americana", observa, comentando que o governo dos EUA tem pressionado os europeus a enviar ativos russos para ajudar os ucranianos.

Sobre a reação de Moscou aos ataques em território russo, Farinazzo avalia que a postura russa não tem sido totalmente agressiva. "A Rússia nunca fez nada, com exceção de uma única vez, contra os drones da OTAN que operam no mar Negro."

Ele entende que a passividade em relação aos drones ocidentais passa um "sinal de fraqueza" aos EUA e seus aliados. "Os houthis já derrubaram seis drones americanos no mar Vermelho e não deu em nada. Então, o fato de a Rússia deixar esses drones operarem livremente passa um sinal de fraqueza para os EUA e para a OTAN", acrescenta.

Segundo ele, essa falta de reação incentiva a OTAN a "esticar a linha até onde der".

Por fim, Farinazzo avalia que a autorização do uso de certas armas não muda o rumo do conflito, devido à situação desfavorável de tropas ucranianas em locais como Carcóvia e Donbass. "A situação tática no campo de batalha não vai ser alterada", diz, alertando que, a depender do impacto dos ataques, Moscou pode ter reação negativa ao Ocidente.

Ele ressalta que tropas terrestres ucranianas já não conseguem mais conter o ímpeto russo na região. Por fim, Farinazzo desacredita da eficácia de novas armas, mencionando que "aquilo que o Exército ucraniano está perdendo não consegue recuperar com essas armas".

¨      Analista dos EUA expõe o propósito das 'permissões' para Ucrânia atacar alvos na Rússia

Os EUA e outros países ocidentais procuram escalar o conflito, ao permitir que a Ucrânia ataque com armas ocidentais em profundidade no território russo, sem entender as consequências prejudiciais de suas ações, afirmou à Sputnik Earl Rasmussen, veterano do Exército dos EUA e especialista em assuntos militares.

Assim ele comentou as informações de que o presidente dos EUA, Joe Biden, permitiu que a Ucrânia usasse armas norte-americanas para combates contrabateria com alvos no território da Rússia que ameaçam a área de Carcóvia. Entretanto, ele deixou em vigor a proibição do uso de mísseis tático-operacionais ATACMS e outros meios de ataque de longo alcance.

"Nossos políticos continuam cometendo erros, tomando decisões cada vez mais perigosas e, infelizmente, isso provavelmente terminará em um conflito direto e potencialmente pior", disse Rasmussen.

O especialista está convencido de que "tais decisões demonstram a existência de pessoas influentes que estão determinadas a escalar seriamente".

Segundo ele, muitos líderes políticos do Ocidente estão comprometidos com o projeto "Ucrânia" sem entender que é um fracasso e, portanto, estão prontos para colocar seus países e o mundo inteiro sob ameaça.

"Acredito que o Pentágono provavelmente tentou limitar isso, recentes declarações de Victoria Nuland e do secretário de Estado Antony Blinken deixaram claro que as discussões estão em andamento e que há fortes tentativas de pressionar por uma mudança na posição dos EUA", disse.

"Recentemente, vimos países europeus anunciarem formalmente passos semelhantes, até mesmo a Alemanha 'mudou' completamente no contexto de sua posição. É possível que, em segredo, à Ucrânia já tenha sido permitido [atacar em profundidade na Rússia], ou pelo menos dados de inteligência ocidentais tenham sido usados nos ataques", disse Rasmussen.

"Isso não mudará o resultado do conflito, o destino da Rússia é vencê-lo", acrescentou ele.

O veterano do Exército dos EUA considera que as decisões do Ocidente levarão ao fato de que a Rússia expandirá a zona-tampão e ponderará a possibilidade de ataques contra instalações dos EUA e da OTAN que apoiam esses ataques contra a Rússia.

"Sim, isto é uma escalada e, muito provavelmente, a Rússia vai combatê-la de alguma forma", concluiu Rasmussen.

¨      Biden: nova proposta de Israel de acordo de cessar-fogo tem três fases

Israel ofereceu ao Hamas uma nova proposta de três fases para chegar a um acordo sobre um cessar-fogo permanente e a libertação de todos os reféns no conflito de Gaza, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, nesta sexta-feira (31).

"Israel ofereceu uma nova proposta abrangente, é um roteiro para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns", disse Biden durante conferência de imprensa. "A proposta foi transmitida pelo Catar ao Hamas e tem três fases".

De acordo com o presidente norte-americano, a primeira fase duraria seis semanas e incluiria um cessar-fogo temporário, a retirada total das forças israelitas de todas as áreas povoadas de Gaza e a libertação de vários reféns de ambos os lados.

A segunda fase, disse Biden, seria o fim permanente para todas as hostilidades no conflito, que poderia incluir a libertação de todos os reféns restantes e retirada total das forças israelenses de Gaza se as garantias de segurança de Israel forem atendidas.

A terceira fase seria o início de um grande plano de reconstrução para Gaza, disse Biden, que também incluiria ajuda de parceiros internacionais para o fazer.

Espera-se que os Estados Unidos, o Egito e o Catar desempenhem papéis fundamentais na tentativa de manter viva esta iniciativa, observou Biden.

Os Estados Unidos ajudarão a garantir que Israel cumpra suas obrigações sob o novo acordo, afirmou ele:

"Se Hamas não cumprir seus compromissos ao abrigo do acordo, Israel poderá retomar as operações militares, mas Egito e Qatar estão trabalhando para garantir que o Hamas não o faça. Os Estados Unidos ajudarão a garantir que Israel também esteja à altura da tarefa", disse Biden.

Ele acrescentou que os EUA trabalharão com parceiros internacionais para reconstruir casas, escolas e hospitais destruídos "no caos da guerra".

Em 7 de outubro, um ataque coordenado pelo grupo islâmico Hamas contra mais de 20 comunidades israelitas resultou em cerca de 1,2 mil mortos, cerca de 5,5 mil feridos e na captura de 253 reféns, dos quais cerca de 100 foram posteriormente libertados nas trocas de prisioneiros.

Em retaliação, Israel declarou guerra contra o Hamas e lançou uma série de bombardeios na Faixa de Gaza. O número de mortos no enclave chega a quase 37 mil e cerca de 82 mil pessoas estão feridas, segundo as autoridades palestinas.

A Rússia e outros países instam Israel e o Hamas a concordarem com um cessar-fogo e a defenderem uma solução de dois Estados, aprovada pela ONU em 1947, como única forma possível de alcançar uma paz duradoura na região.

Netanyahu enfrente crise interna

Em meio à crescente pressão internacional pelo fim dos bombardeios na Faixa de Gaza, o partido de Benny Gantz, membro do gabinete de guerra e aliado de Netanyahu, apresentou nesta quinta-feira (30) pedido para dissolver o parlamento do país.

Com isso, a sigla quer convocar eleições antecipadas, o que pode retirar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu do poder.

O premiê enfrenta uma onda de protestos em Israel e questionamentos da população sobre o fracasso nas negociações com o Hamas para o resgate dos reféns mantidos em Gaza desde o dia 7 de outubro, quando o grupo palestino Hamas.

•        Corte determina fim imediato das operações em Rafah

Em decisão histórica, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que Israel interrompa a operação em Rafah, libere a entrada de ajuda humanitária no enclave e que o Hamas entregue os reféns.

Ao mesmo tempo, Tel Aviv deve garantir o acesso desimpedido à Faixa de Gaza para as missões que investigam as alegações de genocídio e a liberação de rotas para entrega de ajuda humanitária, acrescentou o juiz. A CIJ também pediu a libertação imediata dos reféns feitos pelo Hamas no ataque de 7 de outubro.

Após o parecer do tribunal, o ministro das Finanças israelense Bezalel Smotrich disse que aqueles que exigem que a guerra pare estão exigindo que o "país decida deixar de existir" e "Israel não concordará com isso".

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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