Biden está escalando em direção à 3ª Guerra
Mundial para melhorar suas chances de reeleição?
O presidente dos EUA,
Joe Biden, deu luz verde nesta quinta-feira (30) para a Ucrânia usar armas
norte-americanas contra a Rússia no território do país, embora o democrata
tenha instruído que as Forças Armadas ucranianas limitassem os ataques à região
de Carcóvia.
A decisão veio após
vários países europeus também permitirem que a Ucrânia realizasse ataques
dentro do território russo – sem a restrição de manter os alvos na Carcóvia –
incluindo França e Alemanha, que haviam pressionado publicamente para que os
EUA levantassem essas restrições.
A medida é mais uma da
série de escaladas promovidas pelos países da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), que arriscam um holocausto nuclear global para manter a
Ucrânia viva por um pouco mais de tempo. Essa última mudança na aliança militar
não mudará a realidade no campo de batalha, mas moverá o mundo para mais perto
de uma confrontação catastrófica que poderia acabar com a civilização.
Assim como seu amigo
pessoal próximo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Biden está
se tornando cada vez mais impopular em casa. De acordo com pesquisas recentes,
o democrata é o presidente mais impopular dos EUA em um primeiro mandato desde
os anos 1940. Também é sabedoria política convencional nos Estados Unidos que
uma guerra em andamento geralmente aumenta a aprovação de um presidente, como
ocorreu com os presidentes George H. W. Bush e George W. Bush.
Biden também não pode
se dar ao luxo de outra derrota na política externa, tendo sido envergonhado no
Afeganistão, onde a retirada foi horrivelmente mal executada, e no mar
Vermelho, do qual não conseguiu evitar o bloqueio dos houthis nas rotas de
navegação. Enquanto o conflito na Ucrânia continuar, Biden não tem que admitir
a derrota, como apontou o cartunista político Rall à Sputnik nesta quinta-feira
(30). "Se você diz que tem uma nova ideia, neste caso permitir ataques
dentro da Rússia, então você pode afirmar de forma credível que o conflito
ainda não acabou", afirmou Rall.
Com protestos
pró-palestinos ocorrendo em todo o país e grande rejeição, Biden se encontra em
uma posição perigosa. Uma pesquisa recente descobriu que 20% dos eleitores
democratas e independentes em estados-chave disseram que a forma como o
presidente lidou com Gaza reduziu as chances de votarem em Biden, índice mais
do que suficiente para mudar a eleição.
"Houve muitas
oportunidades para acordos de paz que poderiam acabar com este conflito
horrível na Ucrânia, mas a administração Biden parece determinada a provocar
uma guerra com a Rússia", disse Jeremy Kuzmarov, editor-gerente da Covert
Action Magazine à Sputnik. "É um ano de eleição. A situação em Israel é
realmente feia, há muitos grandes protestos contra ele. Talvez ele pense que
pode unir o povo contra a Rússia", declarou.
Kuzmarov observou que,
embora não tenha sido tão veemente ou rápido quanto na Palestina, o sentimento
público nos EUA também azedou em relação à Ucrânia. "Então, não sei se
essa é uma estratégia política vencedora, se é isso que ele está buscando."
Embora outros países
da OTAN tenham liderado a redução das restrições aos ataques dentro da Rússia,
também enfrentam agitação política em casa e possíveis derrotas nas eleições
para o Parlamento da União Europeia (UE) no próximo mês. Na França, a coalizão
governante do presidente Emmanuel Macron perde feio para o partido
Rassemblement National e o partido socialista está logo atrás, em segundo
lugar. Enquanto isso, em Berlim, o partido Alternativa para a Alemanha, um
partido obscuro até pouco tempo atrás, subiu para o segundo lugar no país.
"A liderança [na
Europa está] adotando políticas agressivas contra a Rússia e apoiando a Ucrânia
até o fim e alinhando-se com os Estados Unidos nessa guerra", disse
Kuzmarov, observando que a Eslováquia é uma exceção notável "e seu líder foi
alvo de uma tentativa de assassinato".
Também foi relatado
que alguns países europeus concederam permissão aos ucranianos para usar aviões
de caça F-16, aeronaves capazes de transportar mísseis que carregam ogivas
nucleares. "Portanto, não podemos deixar de ver o fornecimento desses sistemas
ao regime de Kiev como uma ação deliberada de sinalização da OTAN na esfera
nuclear. Eles estão tentando transmitir que os EUA e a OTAN estão prontos para
ir a qualquer extremo na Ucrânia", disse o ministro das Relações
Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista exclusiva à Sputnik na
última quarta (29).
Conforme Lavrov, os
exercícios militares conjuntos entre Belarus e Rússia, que incluíram a prática
com ogivas nucleares não estratégicas, devem servir como "um lembrete
sóbrio para nossos oponentes das consequências catastróficas de uma maior
escalada na escada nuclear."
Com líderes no
Ocidente aparentemente determinados a provocar a Terceira Guerra Mundial ou a
chegar o mais perto possível da linha em uma tentativa fútil de melhorar seus
números nas pesquisas, cabe ao povo forçar as mudanças.
"Esperançosamente
esses movimentos crescem e acho que podemos ver mais protestos e podemos ver
manifestantes que estão protestando contra o conflito Israel-Palestina fazerem
a conexão entre políticas podres lá e no Ocidente e políticas podres em muitas
outras regiões do mundo, incluindo esse ponto de perigo real", previu
Kuzmarov, pedindo um movimento mais amplo "equivalente aos movimentos dos
anos 60 ou algo [ainda] maior, o que realmente é necessário porque os líderes
estão fora de controle".
"Precisamos, eu
acho, de uma desobediência civil maciça contra líderes que não estão liderando
no interesse da humanidade ou do público", acrescentou mais tarde.
¨ Autorização de Biden para a Ucrânia usar armas dos EUA formaliza
prática já existente, diz analista
O presidente dos
Estados Unidos, Joe Biden, deu sinal verde para ataques ucranianos usando armas
americanas dentro do território russo na região da Carcóvia, conforme apurou a
Sputnik na última quinta-feira (30).
O comandante Robinson
Farinazzo, especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil,
afirma que a confirmação sobre o envio de armas à Ucrânia é apenas a
formalização de uma prática já existente.
Segundo ele,
"essas armas já estão há muito tempo na Ucrânia", e vários alvos
dentro do território russo têm sido atacados, inclusive com suspeitas de
operações partindo da Ásia Central. "O Biden só está dando forma a uma
coisa que já existia há algum tempo", explica.
Em relação à escolha
dos alvos para os ataques ucranianos, Farinazzo acredita que especialistas da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) estão diretamente envolvidos.
Ele destaca a
complexidade técnica deste trabalho, afirmando que "a escolha, o trabalho
de levantamento desses alvos, o direcionamento dos vetores como mísseis e
drones, a telemetria do mesmo, tudo isso é uma função muito técnica".
Segundo ele, Kiev não
tem a quantidade necessária de especialistas para realizar operações sem
assistência externa. Dessa forma, ele sugere que pode haver participação de
operadores franceses, americanos, britânicos e alemães. "Muitos
britânicos, principalmente, estão ajudando esses ataques ucranianos a objetivos
no interior da Rússia."
O especialista também
comenta sobre os objetivos de Washington nesse contexto, especialmente em meio
ao ano eleitoral.
Ele acredita que
muitas das declarações de Biden visam angariar votos e criar uma sensação de
insegurança na Europa para manter a influência americana.
"Biden precisa
criar o fantasma da invasão russa para continuar mantendo a influência
americana", observa, comentando que o governo dos EUA tem pressionado os
europeus a enviar ativos russos para ajudar os ucranianos.
Sobre a reação de
Moscou aos ataques em território russo, Farinazzo avalia que a postura russa
não tem sido totalmente agressiva. "A Rússia nunca fez nada, com exceção
de uma única vez, contra os drones da OTAN que operam no mar Negro."
Ele entende que a
passividade em relação aos drones ocidentais passa um "sinal de
fraqueza" aos EUA e seus aliados. "Os houthis já derrubaram seis
drones americanos no mar Vermelho e não deu em nada. Então, o fato de a Rússia
deixar esses drones operarem livremente passa um sinal de fraqueza para os EUA
e para a OTAN", acrescenta.
Segundo ele, essa
falta de reação incentiva a OTAN a "esticar a linha até onde der".
Por fim, Farinazzo
avalia que a autorização do uso de certas armas não muda o rumo do conflito,
devido à situação desfavorável de tropas ucranianas em locais como Carcóvia e
Donbass. "A situação tática no campo de batalha não vai ser
alterada", diz, alertando que, a depender do impacto dos ataques, Moscou
pode ter reação negativa ao Ocidente.
Ele ressalta que
tropas terrestres ucranianas já não conseguem mais conter o ímpeto russo na
região. Por fim, Farinazzo desacredita da eficácia de novas armas, mencionando
que "aquilo que o Exército ucraniano está perdendo não consegue recuperar
com essas armas".
¨ Analista dos EUA expõe o propósito das 'permissões' para Ucrânia
atacar alvos na Rússia
Os EUA e outros países
ocidentais procuram escalar o conflito, ao permitir que a Ucrânia ataque com
armas ocidentais em profundidade no território russo, sem entender as
consequências prejudiciais de suas ações, afirmou à Sputnik Earl Rasmussen,
veterano do Exército dos EUA e especialista em assuntos militares.
Assim ele comentou as
informações de que o presidente dos EUA, Joe Biden, permitiu que a Ucrânia
usasse armas norte-americanas para combates contrabateria com alvos no
território da Rússia que ameaçam a área de Carcóvia. Entretanto, ele deixou em
vigor a proibição do uso de mísseis tático-operacionais ATACMS e outros meios
de ataque de longo alcance.
"Nossos políticos
continuam cometendo erros, tomando decisões cada vez mais perigosas e,
infelizmente, isso provavelmente terminará em um conflito direto e
potencialmente pior", disse Rasmussen.
O especialista está
convencido de que "tais decisões demonstram a existência de pessoas
influentes que estão determinadas a escalar seriamente".
Segundo ele, muitos
líderes políticos do Ocidente estão comprometidos com o projeto
"Ucrânia" sem entender que é um fracasso e, portanto, estão prontos
para colocar seus países e o mundo inteiro sob ameaça.
"Acredito que o
Pentágono provavelmente tentou limitar isso, recentes declarações de Victoria
Nuland e do secretário de Estado Antony Blinken deixaram claro que as
discussões estão em andamento e que há fortes tentativas de pressionar por uma
mudança na posição dos EUA", disse.
"Recentemente,
vimos países europeus anunciarem formalmente passos semelhantes, até mesmo a
Alemanha 'mudou' completamente no contexto de sua posição. É possível que, em
segredo, à Ucrânia já tenha sido permitido [atacar em profundidade na Rússia], ou
pelo menos dados de inteligência ocidentais tenham sido usados nos
ataques", disse Rasmussen.
"Isso não mudará
o resultado do conflito, o destino da Rússia é vencê-lo", acrescentou ele.
O veterano do Exército
dos EUA considera que as decisões do Ocidente levarão ao fato de que a Rússia
expandirá a zona-tampão e ponderará a possibilidade de ataques contra
instalações dos EUA e da OTAN que apoiam esses ataques contra a Rússia.
"Sim, isto é uma
escalada e, muito provavelmente, a Rússia vai combatê-la de alguma forma",
concluiu Rasmussen.
¨ Biden: nova proposta de Israel de acordo de cessar-fogo tem três
fases
Israel ofereceu ao
Hamas uma nova proposta de três fases para chegar a um acordo sobre um
cessar-fogo permanente e a libertação de todos os reféns no conflito de Gaza,
disse o presidente dos EUA, Joe Biden, nesta sexta-feira (31).
"Israel ofereceu
uma nova proposta abrangente, é um roteiro para um cessar-fogo duradouro e a
libertação de todos os reféns", disse Biden durante conferência de
imprensa. "A proposta foi transmitida pelo Catar ao Hamas e tem três fases".
De acordo com o
presidente norte-americano, a primeira fase duraria seis semanas e incluiria um
cessar-fogo temporário, a retirada total das forças israelitas de todas as
áreas povoadas de Gaza e a libertação de vários reféns de ambos os lados.
A segunda fase, disse
Biden, seria o fim permanente para todas as hostilidades no conflito, que
poderia incluir a libertação de todos os reféns restantes e retirada total das
forças israelenses de Gaza se as garantias de segurança de Israel forem atendidas.
A terceira fase seria
o início de um grande plano de reconstrução para Gaza, disse Biden, que também
incluiria ajuda de parceiros internacionais para o fazer.
Espera-se que os
Estados Unidos, o Egito e o Catar desempenhem papéis fundamentais na tentativa
de manter viva esta iniciativa, observou Biden.
Os Estados Unidos
ajudarão a garantir que Israel cumpra suas obrigações sob o novo acordo,
afirmou ele:
"Se Hamas não
cumprir seus compromissos ao abrigo do acordo, Israel poderá retomar as
operações militares, mas Egito e Qatar estão trabalhando para garantir que o
Hamas não o faça. Os Estados Unidos ajudarão a garantir que Israel também
esteja à altura da tarefa", disse Biden.
Ele acrescentou que os
EUA trabalharão com parceiros internacionais para reconstruir casas, escolas e
hospitais destruídos "no caos da guerra".
Em 7 de outubro, um
ataque coordenado pelo grupo islâmico Hamas contra mais de 20 comunidades
israelitas resultou em cerca de 1,2 mil mortos, cerca de 5,5 mil feridos e na
captura de 253 reféns, dos quais cerca de 100 foram posteriormente libertados
nas trocas de prisioneiros.
Em retaliação, Israel
declarou guerra contra o Hamas e lançou uma série de bombardeios na Faixa de
Gaza. O número de mortos no enclave chega a quase 37 mil e cerca de 82 mil
pessoas estão feridas, segundo as autoridades palestinas.
A Rússia e outros
países instam Israel e o Hamas a concordarem com um cessar-fogo e a defenderem
uma solução de dois Estados, aprovada pela ONU em 1947, como única forma
possível de alcançar uma paz duradoura na região.
Netanyahu enfrente
crise interna
Em meio à crescente
pressão internacional pelo fim dos bombardeios na Faixa de Gaza, o partido de
Benny Gantz, membro do gabinete de guerra e aliado de Netanyahu, apresentou
nesta quinta-feira (30) pedido para dissolver o parlamento do país.
Com isso, a sigla quer
convocar eleições antecipadas, o que pode retirar o primeiro-ministro Benjamin
Netanyahu do poder.
O premiê enfrenta uma
onda de protestos em Israel e questionamentos da população sobre o fracasso nas
negociações com o Hamas para o resgate dos reféns mantidos em Gaza desde o dia
7 de outubro, quando o grupo palestino Hamas.
• Corte determina fim imediato das
operações em Rafah
Em decisão histórica,
a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que Israel interrompa a operação
em Rafah, libere a entrada de ajuda humanitária no enclave e que o Hamas
entregue os reféns.
Ao mesmo tempo, Tel
Aviv deve garantir o acesso desimpedido à Faixa de Gaza para as missões que
investigam as alegações de genocídio e a liberação de rotas para entrega de
ajuda humanitária, acrescentou o juiz. A CIJ também pediu a libertação imediata
dos reféns feitos pelo Hamas no ataque de 7 de outubro.
Após o parecer do
tribunal, o ministro das Finanças israelense Bezalel Smotrich disse que aqueles
que exigem que a guerra pare estão exigindo que o "país decida deixar de
existir" e "Israel não concordará com isso".
Fonte: Sputnik Brasil
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