quinta-feira, 23 de maio de 2024

CSNU não adota proposta russa de evitar corrida armamentista no espaço. Qual o papel dos EUA nisso?

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) decidiu não adotar a resolução proposta pela Rússia para evitar uma corrida armamentista no espaço. O que levou o órgão a tal decisão?

Por 7 a 7, os membros permanentes do grupo votaram por não seguir com a proposta, tendo sido dois desses votos dos Estados Unidos e do Reino Unido.

"A decisão de ambas as nações de bloquear um projeto de resolução russo no Conselho de Segurança das Nações Unidas que visa prevenir uma corrida armamentista no espaço vem da relutância dos EUA em permitir que as iniciativas russas e chinesas para proibir as armas espaciais tenham sucesso", disse o pesquisador do centro de segurança internacional do Instituto Nacional de Pesquisa em Economia Mundial e Relações E. M. Primakov Dmitry Stefanovich.

"Enquanto a Rússia e a China, assim como outros países, insistem na adoção de um documento juridicamente vinculativo que proibiria o próprio conceito de estacionar sistemas de armas no espaço, as potências ocidentais, como os EUA, querem uma situação em que qualquer pessoa possa implantar tudo o que quiser no espaço", explica ele.

Stefanovich supõe que o Ocidente está promovendo o conceito de restringir o que as naves espaciais podem fazer no espaço, enquanto a abordagem russo-chinesa consiste em proibir o envio de armas para o espaço.

No que diz respeito à especulação sobre a possível implantação de armas nucleares na órbita da Terra, Stefanovich salienta que os Estados Unidos desfrutam atualmente de uma vantagem distinta na "infraestrutura espacial de dupla utilização", ou seja, naves espaciais e satélites que podem ser usados tanto para fins comerciais/científicos como militares.

  • Representante russo na ONU: Ocidente confirma sua intenção de militarizar o espaço

Tendo impedido o Conselho de Segurança da ONU de adotar o projeto de resolução da Rússia, o Ocidente confirmou sua intenção de continuar a militarização do espaço sideral, disse o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, na recente reunião do conselho.

Anteriormente, devido à posição dos países ocidentais, o Conselho de Segurança da ONU não adotou a resolução da Rússia sobre a prevenção da corrida armamentista no espaço. Rússia, China, Argélia, Guiana, Equador, Moçambique, Serra Leoa votaram a favor da resolução. A Suíça absteve-se. Os Estados Unidos, França, Reino Unido, Japão, Eslovênia, República da Coreia e Malta votaram contra.

Nebenzya lembrou como, em abril, os EUA e seus aliados no Conselho de Segurança declaram em voz alta o seu compromisso com o uso pacífico do espaço.

"Hoje, depois de terem confirmado suas reais intenções de continuar militarizando o espaço e criado armas apropriadas, as tentativas de justificar suas ações pela natureza supostamente não consensual de nosso projeto parecem especialmente cínicas e hipócritas", disse Nebenzya.

Segundo ele, a Rússia em geral ficou satisfeita com o resultado da votação. "Além dos números, [a votação] demonstrou o divisor de águas entre aqueles que buscam a exploração espacial pacífica e aqueles que estão liderando o caminho para sua militarização. Os países ocidentais se viram hoje essencialmente isolados no Conselho. E isso é sintomático", enfatizou o representante permanente.

De acordo com Nebenzya, é profundamente lamentável que esses países não tenham permitido que o Conselho de Segurança tomasse uma decisão equilibrada "e urgentemente necessária em favor da preservação do espaço exclusivamente para uso pacífico."

¨      Rússia está monitorando de perto a situação após teste nuclear dos EUA em Nevada, diz diplomata

A Rússia afirmou estar monitorando de perto a situação após um teste nuclear subcrítico realizado em uma instalação nuclear subterrânea no estado norte-americano de Nevada na semana passada, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, nesta segunda-feira (20).

"Estamos monitorando de perto o que está acontecendo no local de testes nucleares norte-americano. É claro que tomamos nota de todas as mensagens públicas que a administração dos EUA divulgou a esse respeito", disse Ryabkov aos repórteres.

"Mas também tomamos nota dos sinais de que estão considerando desenvolver ainda mais [o arsenal nuclear], incluindo veículos de entrega e ogivas. É um desenvolvimento sério que vamos ter em conta no nosso planejamento", disse Ryabkov.

A Administração Nacional de Segurança Nuclear do Departamento de Energia dos EUA disse na semana passada que executou um "experimento subcrítico" em um laboratório subterrâneo de Nevada na última terça-feira (14), a fim de coletar informações que apoiarão a eficácia das ogivas nucleares dos EUA.

O departamento argumentou que o teste era consistente com a moratória sobre testes de explosivos nucleares que os Estados Unidos implementaram em 1992 porque o teste não envolvia uma reação em cadeia supercrítica e autossustentável.

·        Tribo indígena nos EUA revela danos da exploração de urânio no país

Um representante dos índios navajos explicou à Sputnik as consequências negativas da indústria de urânio no país norte-americano, incluindo a contaminação de fontes de água e a radiação.

A mineração de urânio por empresas norte-americanas em terras da tribo indígena Navajo sempre levou a efeitos devastadores sobre a saúde e à contaminação do solo e da água, disse Justin Ahasteen, diretor-executivo do escritório de Washington da reserva da Nação Navajo, à Sputnik.

"Desde o início, a mineração de urânio deixou efeitos devastadores em nossas terras, incluindo a contaminação de fontes de água, exposição à radiação e problemas de saúde de longo prazo entre nosso povo", relatou.

Esses impactos só reforçaram o compromisso da tribo indígena de priorizar a preservação da vida e o "bem-estar do meio ambiente", disse Ahasteen.

Os navajos são a maior tribo indígena dos Estados Unidos e cobrem uma área de 70.000 quilômetros quadrados, incluindo os estados do Arizona, Novo México e Utah. Segundo os dados mais recentes, o número de representantes navajos oficialmente registrados é de perto de 400 mil.

Os índios navajos expressaram recentemente sua oposição aos planos de aumentar a produção de urânio nas suas reservas e seu transporte, para substituir os suprimentos russos devido à proibição das importações do metal da Rússia.

Os produtores de urânio dos EUA foram relatados como tendo planos de começar a transportar minério de urânio em estradas públicas de uma mina no Arizona, perto do Grand Canyon, para uma instalação de processamento no sul de Utah, passando por terras habitadas pelos índios navajos, bem como sobre a mineração já iniciada em Utah, quase dez anos após ela ter cessado.

¨      ONU alerta para 168 ocorrências de roubos de material nuclear em 2023

A ONU solicitou nesta segunda-feira (20) maior "vigilância" contra o tráfico de materiais nucleares e radioativos, após ter identificado mais de 4,2 mil roubos e outros incidentes nos últimos 30 anos, sendo 350 relacionados ao tráfico ou ao uso mal-intencionado da substância.

Em comunicado, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da entidade que trabalha pelo controle nuclear mundial, informou que 31 países registraram 168 ocorrências em 2023. Pelo menos seis dos casos estariam relacionados ao tráfico ou ao uso malicioso da substância.

O dados foram divulgados durante a 4ª Conferência Internacional sobre Segurança Nuclear, que acontece de hoje até sexta-feira (24) na capital austríaca, Viena.

"A recorrência de incidentes confirma a necessidade de vigilância e melhoria contínua da supervisão regulatória para controlar, garantir e dispor adequadamente do material radioativo", disse Elena Buglova, diretora da divisão de segurança nuclear da AIEA.

A maioria dos incidentes não está relacionada ao tráfico ou uso malicioso, envolvendo, por exemplo, sucata encontrada contaminada. Ainda segundo o relatório do órgão houve queda nos incidentes envolvendo material nuclear, como urânio, plutônio e tório, mas materiais perigosos ainda permanecem vulneráveis, especialmente durante o transporte.

Um total de 145 estados informam à AIEA sobre incidentes envolvendo material nuclear ou radioativo perdido, roubado, descartado inadequadamente ou de outra forma negligenciado. Muitas substâncias radioativas são usadas em hospitais, universidades e indústrias em todo o mundo.

  • Situação na usina nuclear de Zaporozhie é bastante frágil, diz diretor-geral da AEIA

A situação na usina nuclear de Zaporozhie (ZNPP) continua frágil.

É o que disse, nesta segunda-feira (20), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, à Sputnik.

"Eu diria que a situação continua a ser preocupante porque ainda há atividade militar em curso neste momento", cravou em entrevista à agência.

Ele continua: "E tivemos vários episódios [de ataques], um deles me levou novamente ao Conselho de Segurança [...] no mês de abril, houve um conjunto de ataques de drones atingindo diretamente um dos reatores. Portanto, eu descreveria a situação como muito frágil, na verdade, e muito precária".

Zaporozhie sob ataque

Desde o início da operação militar especial russa, a usina nuclear de Zaporozhie está sob a proteção dos militares russos. Para garantir a segurança e evitar uma catástrofe, vários reatores dela foram desligados. No entanto, os militares ucranianos intensificaram o bombardeio da usina nuclear com drones, o que poderia levar a riscos de contaminação.

A Rússia tem feito todos os esforços para evitar ameaças à segurança da usina nuclear de Zaporozhie, disse o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya.

  • Submarinos nucleares russos 949A Antey representam perigo após modernização, diz revista

Os submarinos atômicos russos do projeto 949A Antey (codificação da OTAN – Oscar II), que começaram a ser construídos em 1982, ainda representam ameaça, escreve o The National Interest, apontando as capacidades dos submersíveis modernizados.

Destaca-se que inicialmente os submarinos deste projeto foram desenvolvidos para enfrentar os grupos de ataque de porta-aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Cada submarino atômico carregava 24 mísseis antinavio P-700 Granit. Até 1996, foram construídos 11 submersíveis, já o 12º foi concluído como sendo um portador de drones submersíveis estratégicos não tripulados Poseidon do projeto 09852, avança a revista.

As versões do Oscar II representam sistemas de propulsão e eletrônicos aprimorados. Conhecidos por seu conceito de casco duplo, esses submarinos oferecem melhor capacidade de sobrevivência contra torpedos.

Os submarinos da classe Oscar são muito grandes, já que foram projetados para transportar muitos armamentos. Cada um desses submersíveis tem mais de 154 metros de comprimento e desloca cerca de 12.500 toneladas enquanto está na superfície. Além disso, esses navios podem navegar a velocidades de aproximadamente 60 km/h na posição submersa.

Anteriormente informou-se que o drone submersível Poseidon é uma verdadeira arma do Juízo Final, capaz de alcançar o território dos EUA.

¨      Coreia do Norte vai aumentar a prontidão para dissuasão nuclear em meio a testes subcríticos dos EUA

Chancelaria norte-coreana diz que a medida visa garantir a segurança na Península Coreana e evitar um desequilíbrio estratégico na região.

A Coreia do Norte informou que vai aumentar sua prontidão de dissuasão nuclear em resposta ao teste nuclear subcrítico realizado pelos Estados Unidos, em 14 de maio, no local de testes nucleares em Los Alamos, Nevada.

A informação foi dada pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, citando um porta-voz da chancelaria norte-coreana.

"Para fazer face à instabilidade estratégica na região e no resto do mundo causada pela ação unilateral dos EUA, a RPDC [República Popular Democrática da Coreia] não pode deixar de reconsiderar as medidas necessárias para a melhoria da postura global de dissuasão nuclear dentro do alcance do seu direito soberano adquirido e possíveis opções", disse o porta-voz citado pela KCNA.

Segundo o porta-voz, no intuito de garantir a segurança na Península Coreana, "a Coreia do Norte não permitirá a criação de um desequilíbrio estratégico".

Na semana passada, os EUA executaram com sucesso outra experiência subcrítica para supostamente fornecer dados essenciais sobre o comportamento dos materiais utilizados em ogivas nucleares, segundo a Administração Nacional de Segurança Nuclear do Departamento de Energia dos EUA.

A autoridade disse que a experiência era consistente com as restrições autoimpostas pelos EUA sobre testes de explosivos nucleares e não criou uma reação em cadeia supercrítica e autossustentável.

¨      Kiev exige que EUA permitam usar armas norte-americanas contra Rússia para impedir 'nova ofensiva'

Aumentando a pressão sobre Washington, o chefe da segurança nacional ucraniana, Aleksandr Litvinenko, chamou de injusta a decisão dos EUA de restringir o uso de suas armas por parte de Kiev.

De acordo com o Financial Times (FT), o recém-nomeado secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Aleksandr Litvinenko disse que "seria benéfico" para o seu país se a administração Biden suspendesse a restrição que impede que Ucrânia "ataque alvos dentro da Rússia com armas norte-americanas". Mas para Washington, a proibição é necessária como forma de evitar uma nova escalada com Moscou.

As autoridades ucranianas argumentam que a Rússia poderia não ter avançado tão rapidamente na região nordeste de Carcóvia se a Ucrânia tivesse conseguido atacar antecipadamente. As forças russas avançaram mais de dez quilômetros além da fronteira desde 10 de maio.

Em visita a Kiev na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, repetiu que a administração Biden não "encorajou ou permitiu" ataques com armas dos EUA dentro da Rússia, acrescentando que a Ucrânia "tem de tomar decisões por si própria sobre como vai conduzir esta guerra".

Anteriormente, o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, disse que quaisquer ataques em território russo seriam estritamente para "defesa", mas que o diálogo com Washington até agora não havia produzido "nada de positivo" sobre a questão.

Se apegando a pequenas vitórias de contenção de danos, na medida em que perde território sob o avanço das forças russas, Litvinenko afirmou não saber dizer "o que pode acontecer nos próximos meses", mas que a situação estava "estabilizada".

O chefe da segurança ucraniana disse ainda que, além de armarem a Ucrânia e suspenderem as restrições ao uso de armas para atacar alvos na Rússia, os aliados de Kiev deveriam fortalecer o seu regime de sanções contra Moscou, argumentando na direção contrária das evidências destacadas pelos mais diferentes analistas de que as sanções não apenas não prejudicaram a economia russa como afetaram as receitas ocidentais em diversos mercados.

Embora tenha declarado que Kiev tenha "chances de vencer", Litvinenko reconheceu que as possibilidades de um avanço ucraniano no campo de batalha neste ano eram mínimas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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