CSNU não
adota proposta russa de evitar corrida armamentista no espaço. Qual o papel dos
EUA nisso?
O
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) decidiu não adotar a resolução
proposta pela Rússia para evitar uma corrida armamentista no espaço. O que
levou o órgão a tal decisão?
Por
7 a 7, os membros permanentes do grupo votaram por não seguir com a proposta,
tendo sido dois desses votos dos Estados Unidos e do Reino Unido.
"A
decisão de ambas as nações de bloquear um projeto de resolução russo no
Conselho de Segurança das Nações Unidas que visa prevenir uma corrida
armamentista no espaço vem da relutância dos EUA em permitir que as iniciativas
russas e chinesas para proibir as armas espaciais tenham sucesso", disse o
pesquisador do centro de segurança internacional do Instituto Nacional de
Pesquisa em Economia Mundial e Relações E. M. Primakov Dmitry Stefanovich.
"Enquanto
a Rússia e a China, assim como outros países, insistem na adoção de um
documento juridicamente vinculativo que proibiria o próprio conceito de
estacionar sistemas de armas no espaço, as potências ocidentais, como os EUA,
querem uma situação em que qualquer pessoa possa implantar tudo o que quiser no
espaço", explica ele.
Stefanovich
supõe que o Ocidente está promovendo o conceito de restringir o que as naves
espaciais podem fazer no espaço, enquanto a abordagem russo-chinesa consiste em
proibir o envio de armas para o espaço.
No
que diz respeito à especulação sobre a possível implantação de armas nucleares
na órbita da Terra, Stefanovich salienta que os Estados Unidos desfrutam
atualmente de uma vantagem distinta na "infraestrutura espacial de dupla
utilização", ou seja, naves espaciais e satélites que podem ser usados
tanto para fins comerciais/científicos como militares.
- Representante russo na ONU: Ocidente confirma sua intenção
de militarizar o espaço
Tendo
impedido o Conselho de Segurança da ONU de adotar o projeto de resolução da
Rússia, o Ocidente confirmou sua intenção de continuar a militarização do
espaço sideral, disse o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily
Nebenzya, na recente reunião do conselho.
Anteriormente,
devido à posição dos países ocidentais, o Conselho de Segurança da ONU não
adotou a resolução da Rússia sobre a prevenção da corrida armamentista no
espaço. Rússia, China, Argélia, Guiana, Equador, Moçambique, Serra Leoa votaram
a favor da resolução. A Suíça absteve-se. Os Estados Unidos, França, Reino
Unido, Japão, Eslovênia, República da Coreia e Malta votaram contra.
Nebenzya
lembrou como, em abril, os EUA e seus aliados no Conselho de Segurança declaram
em voz alta o seu compromisso com o uso pacífico do espaço.
"Hoje,
depois de terem confirmado suas reais intenções de continuar militarizando o
espaço e criado armas apropriadas, as tentativas de justificar suas ações pela
natureza supostamente não consensual de nosso projeto parecem especialmente
cínicas e hipócritas", disse Nebenzya.
Segundo
ele, a Rússia em geral ficou satisfeita com o resultado da votação. "Além
dos números, [a votação] demonstrou o divisor de águas entre aqueles que buscam
a exploração espacial pacífica e aqueles que estão liderando o caminho para sua
militarização. Os países ocidentais se viram hoje essencialmente isolados no
Conselho. E isso é sintomático", enfatizou o representante permanente.
De
acordo com Nebenzya, é profundamente lamentável que esses países não tenham
permitido que o Conselho de Segurança tomasse uma decisão equilibrada "e
urgentemente necessária em favor da preservação do espaço exclusivamente para
uso pacífico."
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Rússia está
monitorando de perto a situação após teste nuclear dos EUA em Nevada, diz
diplomata
A
Rússia afirmou estar monitorando de perto a situação após um teste nuclear
subcrítico realizado em uma instalação nuclear subterrânea no estado
norte-americano de Nevada na semana passada, disse o vice-ministro das Relações
Exteriores, Sergei Ryabkov, nesta segunda-feira (20).
"Estamos
monitorando de perto o que está acontecendo no local de testes nucleares
norte-americano. É claro que tomamos nota de todas as mensagens públicas que a
administração dos EUA divulgou a esse respeito", disse Ryabkov aos
repórteres.
"Mas
também tomamos nota dos sinais de que estão considerando desenvolver ainda mais
[o arsenal nuclear], incluindo veículos de entrega e ogivas. É um
desenvolvimento sério que vamos ter em conta no nosso planejamento", disse
Ryabkov.
A
Administração Nacional de Segurança Nuclear do Departamento de Energia dos EUA
disse na semana passada que executou um "experimento subcrítico" em
um laboratório subterrâneo de Nevada na última terça-feira (14), a fim de
coletar informações que apoiarão a eficácia das ogivas nucleares dos EUA.
O
departamento argumentou que o teste era consistente com a moratória sobre
testes de explosivos nucleares que os Estados Unidos implementaram em 1992
porque o teste não envolvia uma reação em cadeia supercrítica e
autossustentável.
·
Tribo indígena nos EUA
revela danos da exploração de urânio no país
Um
representante dos índios navajos explicou à Sputnik as consequências negativas
da indústria de urânio no país norte-americano, incluindo a contaminação de
fontes de água e a radiação.
A
mineração de urânio por empresas norte-americanas em terras da tribo indígena
Navajo sempre levou a efeitos devastadores sobre a saúde e à contaminação do
solo e da água, disse Justin Ahasteen, diretor-executivo do escritório de
Washington da reserva da Nação Navajo, à Sputnik.
"Desde
o início, a mineração de urânio deixou efeitos devastadores em nossas terras,
incluindo a contaminação de fontes de água, exposição à radiação e problemas de
saúde de longo prazo entre nosso povo", relatou.
Esses
impactos só reforçaram o compromisso da tribo indígena de priorizar a
preservação da vida e o "bem-estar do meio ambiente", disse Ahasteen.
Os
navajos são a maior tribo indígena dos Estados Unidos e cobrem uma área de
70.000 quilômetros quadrados, incluindo os estados do Arizona, Novo México e
Utah. Segundo os dados mais recentes, o número de representantes navajos
oficialmente registrados é de perto de 400 mil.
Os
índios navajos expressaram recentemente sua oposição aos planos de aumentar a
produção de urânio nas suas reservas e seu transporte, para substituir os
suprimentos russos devido à proibição das importações do metal da Rússia.
Os
produtores de urânio dos EUA foram relatados como tendo planos de começar a
transportar minério de urânio em estradas públicas de uma mina no Arizona,
perto do Grand Canyon, para uma instalação de processamento no sul de Utah,
passando por terras habitadas pelos índios navajos, bem como sobre a mineração
já iniciada em Utah, quase dez anos após ela ter cessado.
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ONU alerta para 168
ocorrências de roubos de material nuclear em 2023
A
ONU solicitou nesta segunda-feira (20) maior "vigilância" contra o
tráfico de materiais nucleares e radioativos, após ter identificado mais de 4,2
mil roubos e outros incidentes nos últimos 30 anos, sendo 350 relacionados ao
tráfico ou ao uso mal-intencionado da substância.
Em
comunicado, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da
entidade que trabalha pelo controle nuclear mundial, informou que 31 países
registraram 168 ocorrências em 2023. Pelo menos seis dos casos estariam
relacionados ao tráfico ou ao uso malicioso da substância.
O
dados foram divulgados durante a 4ª Conferência Internacional sobre Segurança
Nuclear, que acontece de hoje até sexta-feira (24) na capital austríaca, Viena.
"A
recorrência de incidentes confirma a necessidade de vigilância e melhoria
contínua da supervisão regulatória para controlar, garantir e dispor
adequadamente do material radioativo", disse Elena Buglova, diretora da
divisão de segurança nuclear da AIEA.
A
maioria dos incidentes não está relacionada ao tráfico ou uso malicioso,
envolvendo, por exemplo, sucata encontrada contaminada. Ainda segundo o
relatório do órgão houve queda nos incidentes envolvendo material nuclear, como
urânio, plutônio e tório, mas materiais perigosos ainda permanecem vulneráveis,
especialmente durante o transporte.
Um
total de 145 estados informam à AIEA sobre incidentes envolvendo material
nuclear ou radioativo perdido, roubado, descartado inadequadamente ou de outra
forma negligenciado. Muitas substâncias radioativas são usadas em hospitais,
universidades e indústrias em todo o mundo.
- Situação na usina nuclear de Zaporozhie é bastante frágil,
diz diretor-geral da AEIA
A
situação na usina nuclear de Zaporozhie (ZNPP) continua frágil.
É o
que disse, nesta segunda-feira (20), o diretor-geral da Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, à Sputnik.
"Eu
diria que a situação continua a ser preocupante porque ainda há atividade
militar em curso neste momento", cravou em entrevista à agência.
Ele
continua: "E tivemos vários episódios [de ataques], um deles me levou
novamente ao Conselho de Segurança [...] no mês de abril, houve um conjunto de
ataques de drones atingindo diretamente um dos reatores. Portanto, eu
descreveria a situação como muito frágil, na verdade, e muito precária".
Zaporozhie
sob ataque
Desde
o início da operação militar especial russa, a usina nuclear de Zaporozhie está
sob a proteção dos militares russos. Para garantir a segurança e evitar uma
catástrofe, vários reatores dela foram desligados. No entanto, os militares
ucranianos intensificaram o bombardeio da usina nuclear com drones, o que
poderia levar a riscos de contaminação.
A
Rússia tem feito todos os esforços para evitar ameaças à segurança da usina
nuclear de Zaporozhie, disse o representante permanente da Rússia na ONU,
Vasily Nebenzya.
- Submarinos nucleares russos 949A Antey representam perigo
após modernização, diz revista
Os
submarinos atômicos russos do projeto 949A Antey (codificação da OTAN – Oscar
II), que começaram a ser construídos em 1982, ainda representam ameaça, escreve
o The National Interest, apontando as capacidades dos submersíveis
modernizados.
Destaca-se
que inicialmente os submarinos deste projeto foram desenvolvidos para enfrentar
os grupos de ataque de porta-aviões da Organização do Tratado do Atlântico
Norte. Cada submarino atômico carregava 24 mísseis antinavio P-700 Granit. Até
1996, foram construídos 11 submersíveis, já o 12º foi concluído como sendo um
portador de drones submersíveis estratégicos não tripulados Poseidon do projeto
09852, avança a revista.
As
versões do Oscar II representam sistemas de propulsão e eletrônicos
aprimorados. Conhecidos por seu conceito de casco duplo, esses submarinos
oferecem melhor capacidade de sobrevivência contra torpedos.
Os
submarinos da classe Oscar são muito grandes, já que foram projetados para
transportar muitos armamentos. Cada um desses submersíveis tem mais de 154
metros de comprimento e desloca cerca de 12.500 toneladas enquanto está na
superfície. Além disso, esses navios podem navegar a velocidades de
aproximadamente 60 km/h na posição submersa.
Anteriormente
informou-se que o drone submersível Poseidon é uma verdadeira arma do Juízo
Final, capaz de alcançar o território dos EUA.
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Coreia do Norte vai
aumentar a prontidão para dissuasão nuclear em meio a testes subcríticos dos
EUA
Chancelaria
norte-coreana diz que a medida visa garantir a segurança na Península Coreana e
evitar um desequilíbrio estratégico na região.
A
Coreia do Norte informou que vai aumentar sua prontidão de dissuasão nuclear em
resposta ao teste nuclear subcrítico realizado pelos Estados Unidos, em 14 de
maio, no local de testes nucleares em Los Alamos, Nevada.
A
informação foi dada pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA,
citando um porta-voz da chancelaria norte-coreana.
"Para
fazer face à instabilidade estratégica na região e no resto do mundo causada
pela ação unilateral dos EUA, a RPDC [República Popular Democrática da Coreia]
não pode deixar de reconsiderar as medidas necessárias para a melhoria da
postura global de dissuasão nuclear dentro do alcance do seu direito soberano
adquirido e possíveis opções", disse o porta-voz citado pela KCNA.
Segundo
o porta-voz, no intuito de garantir a segurança na Península Coreana, "a
Coreia do Norte não permitirá a criação de um desequilíbrio estratégico".
Na
semana passada, os EUA executaram com sucesso outra experiência subcrítica para
supostamente fornecer dados essenciais sobre o comportamento dos materiais
utilizados em ogivas nucleares, segundo a Administração Nacional de Segurança
Nuclear do Departamento de Energia dos EUA.
A
autoridade disse que a experiência era consistente com as restrições
autoimpostas pelos EUA sobre testes de explosivos nucleares e não criou uma
reação em cadeia supercrítica e autossustentável.
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Kiev exige que EUA
permitam usar armas norte-americanas contra Rússia para impedir 'nova ofensiva'
Aumentando
a pressão sobre Washington, o chefe da segurança nacional ucraniana, Aleksandr
Litvinenko, chamou de injusta a decisão dos EUA de restringir o uso de suas
armas por parte de Kiev.
De
acordo com o Financial Times (FT), o recém-nomeado secretário do Conselho de
Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Aleksandr Litvinenko disse que
"seria benéfico" para o seu país se a administração Biden suspendesse
a restrição que impede que Ucrânia "ataque alvos dentro da Rússia com
armas norte-americanas". Mas para Washington, a proibição é necessária
como forma de evitar uma nova escalada com Moscou.
As
autoridades ucranianas argumentam que a Rússia poderia não ter avançado tão
rapidamente na região nordeste de Carcóvia se a Ucrânia tivesse conseguido
atacar antecipadamente. As forças russas avançaram mais de dez quilômetros além
da fronteira desde 10 de maio.
Em
visita a Kiev na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Antony
Blinken, repetiu que a administração Biden não "encorajou ou
permitiu" ataques com armas dos EUA dentro da Rússia, acrescentando que a
Ucrânia "tem de tomar decisões por si própria sobre como vai conduzir esta
guerra".
Anteriormente,
o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, disse que quaisquer ataques em
território russo seriam estritamente para "defesa", mas que o diálogo
com Washington até agora não havia produzido "nada de positivo" sobre
a questão.
Se
apegando a pequenas vitórias de contenção de danos, na medida em que perde
território sob o avanço das forças russas, Litvinenko afirmou não saber dizer
"o que pode acontecer nos próximos meses", mas que a situação estava
"estabilizada".
O
chefe da segurança ucraniana disse ainda que, além de armarem a Ucrânia e
suspenderem as restrições ao uso de armas para atacar alvos na Rússia, os
aliados de Kiev deveriam fortalecer o seu regime de sanções contra Moscou,
argumentando na direção contrária das evidências destacadas pelos mais
diferentes analistas de que as sanções não apenas não prejudicaram a economia
russa como afetaram as receitas ocidentais em diversos mercados.
Embora
tenha declarado que Kiev tenha "chances de vencer", Litvinenko
reconheceu que as possibilidades de um avanço ucraniano no campo de batalha
neste ano eram mínimas.
Fonte:
Sputnik Brasil
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