Crescimento econômico dos EUA continua, mas
'é improvável que isso dure', diz FMI
Kristalina Georgieva,
diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), expressou pessimismo
sobre a economia mundial e que os EUA não deverão escapar por muito tempo a
essas tendências.
A diretora-gerente do
FMI alertou nesta segunda-feira (29), em um discurso na conferência anual do
orçamento da União Europeia, que é improvável que o crescimento econômico dos
Estados Unidos perdure.
"Nossa
perspectiva econômica mundial mostra que a economia global está convergindo de
volta para uma taxa de tendência de crescimento bastante fraca. Sim, a economia
dos EUA ainda parece estar funcionando a todo vapor, mas é improvável que isso
dure", disse Kristalina Georgieva.
Na semana passada, Joe
Biden, presidente dos EUA, e Janet Yellen, secretária do Tesouro,
desvalorizaram as notícias de desaceleração da economia dos EUA, depois que o
crescimento anualizado do produto interno bruto (PIB) no primeiro trimestre de
2024 registrou uma surpreendente redução para 1,6% em relação ao ano anterior,
em comparação com a previsão de Wall Street de 2,5%.
Cédulas de dólar
americano e euro (imagem de referência) - Sputnik Brasil, 1920,
O valor foi menos da
metade do crescimento anualizado de 3,4% do quarto trimestre de 2023, e marcou
o crescimento trimestral mais lento em quase dois anos.
Nos últimos meses têm
havido relatos de aumento da inflação. A inflação-alvo do Sistema de Reserva
Federal dos Estados Unidos (FED, na sigla em inglês) é de 2%, mas após cair até
3% até junho de 2023. Ela tem permanecido entre esse valor e 3,7%. Em janeiro
de 2024, o valor foi de 3,1%, que subiu para 3,2% em fevereiro e 3,5% em março.
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Ao menos 11 países vão
violar as regras de déficit da UE ante gastos com defesa, diz mídia
Países como a Polônia
devem pressionar o bloco europeu para se isentar de "procedimentos"
para Estados com "déficits excessivos" justificando seus expressivos
gastos com defesa em meio a tensões geopolíticas enfrentadas na Europa.
De acordo com o
Financial Times (FT), ao menos 11 países da União Europeia (UE) devem ser
repreendidos pela Comissão Europeia por gastos excessivos do governo assim que
as novas regras fiscais entrarem em vigor este ano.
Ainda em 2023, países
como Polônia, França, Itália, Bélgica, Espanha, República Tcheca, Romênia e
Eslováquia registaram déficits orçamentários superiores ao limite de 3% do
Produto Interno Bruto (PIB) permitido pelas regras da UE. A comissão deve
determinar caso a caso, em junho, se vai lançar os chamados procedimentos de
déficit excessivo (EDP, na sigla em inglês) que podem se traduzir em multas
para membros plenos e queda de confiança aos não pertencentes à zona do euro.
Segundo a apuração, é
quase certo que França, Itália e Bélgica, cujos déficits excedem os 3% e não
planejam regressar ao cumprimento nos próximos anos, sejam sancionadas.
Estas regras fiscais
foram suspensas durante a pandemia de COVID-19 e estão sendo retomadas agora
após algumas reformas, incluindo cláusulas que dão mais margem de manobra para
investimentos em defesa.
As novas regras foram
reforçadas pelo Banco Central Europeu, que afirmou que poderia excluir países
do seu novo, mas não testado, programa de compra de títulos se não agirem de
acordo com as recomendações dos EDP.
Apesar de cada caso
precisar ser avaliado individualmente, "a Polônia tem os maiores gastos
com defesa [3,9%] entre os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte
[OTAN], superiores aos dos EUA. Esta é uma situação extraordinária que deve ser
considerada ao avaliar o procedimento de déficit excessivo [5% do PIB] e as
novas regras fiscais da UE são feitas para isso", disse o ministro das
Finanças polonês, Andrzej Domanski, ao FT.
No entanto, de acordo
com as novas regras orçamentárias da UE, "o aumento do investimento
governamental na defesa" pode ser descontado, mas não as despesas
recorrentes com a defesa.
É provável que os
países continuem a ser colocados nos EDP, mas que o ajustamento orçamentário
que a comissão vai prescrever no outono europeu seja menor.
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Alemanha se opõe a
confisco de bens russos por medo de retaliações à 2ª Guerra Mundial, diz mídia
A Alemanha é a maior
opositora ao confisco de ativos russos congelados, temendo que isso possa abrir
um precedente que leve a processos judiciais contra Berlim por crimes cometidos
na Segunda Guerra Mundial, informou o Wall Street Journal.
"Berlim emergiu
como um dos mais ferozes oponentes do esforço liderado pelos EUA para confiscar
alguns dos quase US$ 300 bilhões (R$ 1,53 trilhões) em ativos do Banco Central
russo que foram congelados", afirmou a publicação.
"A Alemanha teme
que a apreensão dos fundos, em vez de só congelar, poderia criar um precedente
e inspirar novas acusações contra eles por crimes da Segunda Guerra
Mundial."
Berlim disse que o
direito internacional proíbe indivíduos de processar Estados em tribunais
estrangeiros e que os bens estatais estão protegidos contra confisco. As
autoridades alemãs observaram que a violação deste princípio no caso da Rússia
poderia minar a posição jurídica de longa data da Alemanha, afirmou o jornal.
Desde o início da
operação especial na Ucrânia, os países do G7 e a União Europeia congelaram
quase metade das reservas cambiais da Rússia no valor de cerca de € 300 bilhões
(R$ 1,64 trilhões). Os países ocidentais estão ativamente à procura de uma
manobra jurídica para confiscar estes ativos e entregá-los a Kiev.
Em 23 de abril, o
Partido Popular Europeu, o maior grupo político do Parlamento europeu, apelou
ao bloco para confiscar todos os bens russos congelados para financiar
reparações para a Ucrânia. Isto ocorreu depois de a Câmara dos Representantes
dos EUA ter aprovado um projeto de lei, em 20 de abril, para transferir os
ativos russos congelados para a Ucrânia.
O Kremlin disse que
tais decisões "seriam mais um episódio no desrespeito de todas as regras e
normas do direito internacional". O Ministério das Relações Exteriores da
Rússia classificou o congelamento de ativos russos como roubo, observando que
essas medidas visam não apenas os fundos de particulares, mas também os ativos
estatais de Moscou.
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EUA cercam China com
bases militares para cortar acesso ao oceano em cenário de conflito, diz jornal
A retórica de
Washington sobre o respeito do princípio de Uma Só China, que nega a
independência de Taiwan, é frequentemente minada por sentimentos anti-China
expressos pelos líderes políticos dos EUA, pacotes de ajuda multibilionários
para Taiwan e esforços militares desestabilizando a segurança na região.
Os EUA estão
construindo bases militares perto da China para extrair as capacidades navais
chinesas para fora do Pacífico se um conflito regional eclodir, informou o The
New York Times, citando estrategistas militares chineses anônimos.
"Os esforços dos
EUA visam manter as forças navais da China por trás da 'primeira cadeia de
ilhas' – ilhas próximas à Ásia continental que vão de Okinawa, no Japão, a
Taiwan, às Filipinas", avança o artigo.
Os acordos militares
existentes entre os EUA e as Filipinas desempenham um papel particular no
plano. O Pentágono, tendo obtido acesso a vários aeródromos e bases navais nas
Filipinas, agora tem menos necessidade "de porta-aviões que poderiam ser
alvo de mísseis de longo alcance e submarinos da China em tempo de
guerra".
O jornal aponta que as
Forças de Autodefesa do Japão receberão cerca de 400 mísseis de cruzeiro
Tomahawk, com seus modelos mais avançados capazes de atacar navios e alvos
terrestres a mais de 1.850 km de distância.
A Marinha dos EUA
também implantou um novo regimento do Corpo de Fuzileiros Navais em Okinawa,
que é "projetado para lutar a partir de pequenas ilhas e destruir navios
no mar".
Comentando o
equilíbrio de forças entre os EUA e a China, o novo comandante do Comando
Indo-Pacífico dos EUA observou que os EUA ficam atrás da China quando se trata
de produção militar.
"Mas nossa
trajetória ainda não é uma trajetória que corresponda ao nosso adversário.
Nossos adversários estão construindo mais capacidade e estão construindo mais
navios de guerra – por ano – do que nós", disse o almirante Samuel Paparo
Jr. ao jornal.
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China: controle de
exportação japonês de semicondutores pode afetar 'cadeia de abastecimento
global'
O Ministério do
Comércio chinês expressou séria preocupação com os planos do Japão de reforçar
os controles de exportação no setor de semicondutores instando Tóquio a
corrigir sua trajetória.
Nesta segunda-feira
(29), Pequim expressou preocupação com as medidas de controle de exportação de
semicondutores adotadas por Tóquio, argumentando que elas podem afetar o
comércio entre empresas chinesas e japonesas e prejudicar a estabilidade da
cadeia de abastecimento global.
"Percebemos que o
governo japonês anunciou planos para impor controles de exportação de
semicondutores e outros produtos relacionados a semicondutores. A China está
expressando séria preocupação", diz o comunicado do ministério.
As medidas propostas
podem afetar seriamente o comércio normal entre empresas chinesas e japonesas e
perturbar a estabilidade da cadeia de abastecimento global, afirma o
comunicado.
O Ministério do
Comércio insta o Japão a "corrigir práticas erradas e manter conjuntamente
a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais",
afirmou também o comunicado.
"A China tomará
as medidas necessárias para proteger resolutamente os direitos e interesses
legítimos das empresas", acrescentou o comunicado.
Em março, a Bloomberg
informou que os Estados Unidos estavam pressionando os aliados, incluindo os
Países Baixos, a Alemanha, a Coreia do Sul e o Japão, para aumentarem a pressão
sobre o acesso da China à tecnologia de semicondutores.
No início de 2023, os
Estados Unidos, os Países Baixos e o Japão concordaram em reforçar os seus
controles de exportação relativos ao envio de chips de alta qualidade para a
China, em apoio à estratégia liderada por Washington para impedir o acesso de
Pequim a equipamentos de alta tecnologia.
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Problemas entre França
e Alemanha vão permitir que seu projeto do 'tanque do futuro' se concretize?
Alemanha e França
assinaram um acordo que permite iniciar o desenvolvimento de um protótipo do
novo tanque MGCS, que será a peça central da defesa terrestre de ambos os
países. Contudo, apesar da assinatura do documento, as tensões entre as duas
partes persistem e poderão impactar o projeto.
A Sputnik apresenta os
pontos-chave do programa lançado em 2012 e os pontos de atrito entre os dois
países.
·
O que é o MGCS?
O tanque de batalha
principal europeu (EMBT, na sigla em inglês), ou Sistema Principal de Combate
Terrestre (MGCS, na sigla em inglês), pretende substituir o tanque de guerra
francês Leclerc e o Leopard 2 alemão a partir de 2040. O veículo blindado será o
centro de um sistema global composto por drones, mísseis e baterias de
artilharia autônomas. Todos esses módulos serão conectados através de um
sistema de combate em nuvem.
O tanque será
fortemente blindado para protegê-lo de ameaças, incluindo ataques de drones.
Além disso, o tanque de guerra do futuro se beneficiará de importantes avanços
tecnológicos, como a inteligência artificial (IA). Isso ajudará as equipes a
planejar, dirigir, coordenar o fogo e tomar decisões.
·
Quem faz o quê?
Inicialmente,
participaram do programa a empresa francesa Nexter e a alemã
Krauss-Maffei-Wegmann (KMW). Ambas as empresas se fundiram em 2015 para formar
a KNDS (KMW+Nexter Defense Systems), que desenvolveria o tanque. No entanto, a
chegada da gigante alemã Rheinmetall em 2019 desequilibrou a balança e causou
atrasos devido a diferenças na distribuição de tarefas.
Originalmente, a
divisão era 50/50 entre Paris e Berlim, com a parte alemã dividida entre
Rheinmetall e KMW. No entanto, a Rheinmetall não está satisfeita com a sua cota
e manifestou o desejo de aumentá-la.
Ao final, os dois
países definiram oito elementos no programa: plataforma, armas convencionais
(torre, canhão), armas inovadoras (armas de energia dirigida, como lasers),
sistemas de comunicação, sensores, simulação, proteção de tanques e
infraestrutura associada.
A responsabilidade por
determinados componentes, especificamente a torre e o canhão, que tem sido
amplamente debatida pelas partes, será compartilhada entre os fabricantes. No
entanto, nenhum outro detalhe do elenco foi revelado.
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Quem lidera?
A Alemanha lidera o
programa, tanto militar como industrialmente. Esta decisão visa contrariar a
posição dominante da Dassault no Sistema de Combate Aéreo do Futuro (SCAF),
outro grande projeto para criar um caça europeu de nova geração.
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Quem paga o quê?
O programa é
financiado igualmente pelos dois países, mas o orçamento total não foi
definido. O custo da fase de pré-demonstração, conhecida como 1A, também não
foi determinado, mas deverá ultrapassar os € 100 milhões (cerca de R$ 510,7
milhões).
No entanto, na lei de
programação militar 2024-2030, foi atribuído ao MGCS um orçamento de € 500
milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões), noticia o canal francês BFM.
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Quem quer o quê?
Paris e Berlim não têm
a mesma visão da finalidade e do equipamento do veículo blindado do futuro. A
França insiste na mobilidade do tanque para melhor responder às necessidades do
seu Exército, enquanto a Alemanha o vê como um sucessor do Leopard 2 para poder
exportá-lo. Paris quer um canhão de 140 mm, enquanto Berlim prefere um canhão
de 130 mm.
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Qual é o próximo passo?
Uma vez assinado o
acordo da primeira fase, os fabricantes, KNDS e Rheinmetall, deverão
estabelecer a distribuição exata de responsabilidades e criar uma organização
industrial específica. Os dois países se deram um prazo até o fim do ano para
notificar os contratos aos fabricantes, tarefa atribuída a Berlim como líder do
projeto.
Segundo o ministro da
Defesa alemão, Boris Pistorius, este calendário é "muito ambicioso".
Além dos atores principais, dezenas de empresas participarão do programa. O
projeto também poderá contar com a chegada de novos parceiros. Nas palavras do
CEO da KDNS, Frank Haun, Espanha, Itália, Noruega, Polônia, Suécia e Reino
Unido demonstraram interesse em aderir ao MGCS.
Fonte: Sputnik Brasil
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