Senador dos EUA insta colegas a rejeitarem
nova ajuda à Ucrânia: 'Corrupção está fora de controle'
O senador
norte-americano JD Vance instou nesta quarta-feira (24) os seus colegas
republicanos a rejeitarem qualquer ajuda adicional à Ucrânia, depois de um
relatório recente do Pentágono ter documentado falhas no monitoramento eficaz
de mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em armas enviadas para o país.
"Simplesmente não
temos ideia para onde foi muito do nosso dinheiro para a Ucrânia. A corrupção
está fora de controle. Mais uma razão para rejeitar mais ajuda", comentou
o senador JD Vance (republicano por Ohio).
Vance enviou nesta
quarta-feira (24) um memorando aos seus colegas republicanos alertando sobre
"falhas sistêmicas" no rastreamento da ajuda dos EUA à Ucrânia e
instando-os a rejeitar qualquer nova assistência a Kiev.
"Alegações de
transparência radical e rastreamento de armas dos EUA na Ucrânia simplesmente
não são precisas", disse Vance no memorando, que foi divulgado pela
primeira vez pela Fox News.
No memorando, Vance
também rejeitou afirmações de que não há provas de quaisquer transferências
ilícitas de armas fornecidas à Ucrânia, dizendo que um relatório recente do
inspetor-geral do Pentágono advertiu que os EUA não têm mecanismos adequados em
vigor "para determinar se as armas foram caiu em mãos erradas."
O relatório do
Escritório do Inspetor-Geral do Departamento de Defesa, publicado em janeiro,
afirma que o Pentágono não conseguiu rastrear adequadamente mais de US$ 1
bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em armas enviadas para a Ucrânia, e ainda não
está
O memorando de Vance
surge antes de uma reunião do Partido Republicano a portas fechadas sobre a
Ucrânia na tarde desta quarta-feira (24), durante a qual os legisladores
deverão discutir ajuda adicional à Ucrânia.
Os republicanos no
Congresso têm pressionado o presidente Joe Biden para melhorar a supervisão de
bilhões em armas que a sua administração deu a Kiev, enquanto a Casa Branca
luta para conseguir que o Congresso aprove mais financiamento para a Ucrânia,
que atualmente se esgotou.
Os senadores dos EUA e
funcionários da administração Biden têm negociado há semanas para chegar a um
acordo que forneça à Casa Branca mais de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 492,2
bilhões) em fundos suplementares para a Ucrânia, Israel e outras prioridades,
incluindo a segurança das fronteiras dos EUA.
Os legisladores
republicanos deixaram claro que só vão apoiar o pedido suplementar de Biden se
este incluir mudanças políticas significativas para impedir o afluxo de
migrantes que chegam à fronteira sul dos EUA.
·
Rússia reafirma ter informações confiáveis sobre mercenários franceses na Ucrânia, diz Kremlin
No dia 17 de janeiro,
as Forças Armadas russas destruíram um ponto de destacamento temporário para
combatentes estrangeiros na Carcóvia que deixou 60 pessoas mortas, a maioria
delas eram mercenários franceses, afirmou o Ministério da Defesa russo.
Moscou insiste que
possui informações confiáveis que sugerem a existência de mercenários franceses
na Ucrânia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta quarta-feira
(24).
"Continuamos a
insistir nas informações fiáveis que temos, as quais sugerem que há cidadãos
franceses na Ucrânia, mercenários franceses. E também tomamos nota das
declarações dos representantes franceses de que não podem fazer nada com
aqueles que querem participar neste massacre na Ucrânia. Lamentamos isso",
disse Peskov a repórteres.
O Ministério das
Relações Exteriores da França rejeitou a informação de que cidadãos franceses
servem nas fileiras militares ucranianas e disse que a declaração russa é uma
manipulação grosseira. A chancelaria russa convocou posteriormente o embaixador
francês em Moscou, Pierre Lévy, para tratar do assunto.
Ø
Ministro queixa-se que Alemanha não pode
suportar sozinha o fardo financeiro do conflito ucraniano
A Alemanha não
conseguirá ajudar a Ucrânia sozinha, disse o ministro das Finanças alemão
Christian Lindner, citado pelo jornal Die Zeit.
"Ao fim e ao
cabo, não pode ser que a Alemanha faça mais financeiramente para que outros
possam continuar a fazer menos", afirmou o ministro no evento do Comitê
Oriental da Economia da Alemanha.
Lindner alertou sobre
a possível sobrecarga financeira se a Alemanha tiver que suportar sozinha o
"fardo financeiro do conflito na Ucrânia", e pediu ao resto dos
membros da União Europeia (UE) para fortalecer o apoio a Kiev.
Em uma cúpula em
Bruxelas, em meados de dezembro de 2023, a Hungria vetou um aumento do
orçamento plurianual da UE para 2024-2027, incluindo 50 bilhões de euros (cerca
de R$ 270 bilhões) para ajuda macrofinanceira a Kiev.
O presidente do
Conselho Europeu, Charles Michel, disse aos jornalistas após a cúpula que
espera que os líderes da UE possam aprovar unanimemente a assistência
financeira à Ucrânia no início de 2024.
·
Acadêmico: Alemanha não tem condições de
pagar para se rearmar, muito menos para guerrear com Rússia
O ministro da Defesa
alemão, Boris Pistorius, suscitou a perspectiva de rearmamento nacional,
evocando o fantasma de uma "ameaça da Rússia" como justificativa.
Poderia Berlim realmente dar conta do recado?
A Alemanha deve levar
em conta a possibilidade de um conflito militar com a Rússia e se preparar para
isso entre os próximos três e cinco anos, disse Pistorius à ZDF em 22 de
janeiro.
Ele insistiu que as
Forças Armadas do Bundeswehr deveriam se tornar "um dissuasor
credível" e que uma brigada de combate alemã seria implantada nos Países
Bálticos para se tornar "totalmente pronta para o combate" até 2027.
Será que a Rússia realmente representa uma ameaça à segurança alemã?
"Se você me
perguntar, e se você perguntar para a maioria das pessoas do meu partido, a
resposta é inequivocamente não", disse em entrevista à Sputnik Gunnar
Beck, membro do Parlamento Europeu pelo partido Alternativa para a Alemanha
(AfD).
"Desde 1990, no
final da União Soviética, o governo russo se esforçou para intensificar as
relações econômicas entre a Rússia e a Alemanha. Tínhamos contratos de energia
extremamente favoráveis com a Rússia. E a Rússia era um mercado de exportação crescente
para os nossos produtos agrícolas e industriais. É devido à política do nosso
governo, em relação ao conflito com a Ucrânia que as relações com a Rússia
estão agora praticamente no mais baixo nível de todos os tempos. Por um lado,
acho que a política alemã e a política da UE têm sido uma provocação. No
entanto, acho que a reação russa às sanções, em particular, foi dura, mas ao
mesmo tempo comedida. Então, na minha opinião, a Rússia não é uma ameaça
imediata à segurança da Alemanha. Categoricamente não."
·
Alemanha não tem condições de pagar pelo
rearmamento nacional
Está em questão não só
é a justificativa alemã para o rearmamento, mas também a capacidade nacional de
pagar por isso, de acordo com Gunnar Beck. A indústria alemã está em um estado
terrível em consequência das políticas governamentais, ressaltou o membro do
Parlamento Europeu pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfD).
"Alemanha
encontra-se atualmente no que é provavelmente a crise econômica mais grave
desde a Segunda Guerra Mundial", disse o político Gunnar Beck, que, além
de ser membro do Parlamento Europeu pelo partido Alternativa para a Alemanha
(AfD), é vice-presidente do Grupo Identidade e Democracia do Parlamento
Europeu. "As políticas do governo […] estão afetando todos os principais
ramos da indústria alemã, que está sofrendo com alta inflação, falta de mão de
obra qualificada, burocracia e altos níveis de impostos. Como resultado, nossas
exportações diminuíram significativamente. Portanto, estamos em crise, e a
indústria alemã, que sempre foi a espinha dorsal da prosperidade alemã, está
particularmente em crise."
"Na minha
opinião, a Alemanha não está em condições econômica e financeiramente adequadas
para embarcar em um programa de rearmamento maciço", disse Beck. O governo
alemão não deu qualquer indicação de que esteja disposto a fazê-lo. Por outras palavras,
penso que estas declarações são provavelmente em grande parte simbólicas. A
Alemanha simplesmente não pode pagar."
Geoffrey Roberts,
professor emérito de história na Universidade College Cork, na Irlanda, e um
importante estudioso britânico sobre história diplomática e militar soviética,
disse à Sputnik que "a diplomacia deve ser a arma de eleição do Ocidente
nas suas relações com a Rússia, não mais armamentos".
"Essa retórica
belicosa faz parte de uma campanha de radicais ocidentais para militarizar
ainda mais os Estados e sociedades ocidentais, com o objetivo de prolongar a
guerra na Ucrânia pelo maior tempo possível e criar um confronto permanente com
a Rússia. Previsões da futura guerra com a Rússia aumentam as tensões
existentes e solidificam uma mentalidade em que o poderio militar é visto como
a solução para problemas políticos", comentou o professor.
Ø
Analista aponta 'pragmatismo' comercial da
Polônia, como o fim das doações gratuitas a Kiev
A Ucrânia não vai
receber qualquer ajuda militar gratuita da Polônia, afirmou o primeiro-ministro
Donald Tusk durante a sua visita recente a Kiev. Ele acrescentou que as partes
chegaram a um "entendimento mútuo" sobre o financiamento e elogiou uma
nova abordagem comercial para ajudar Kiev.
O primeiro-ministro
polonês Donald Tusk parece defender uma abordagem mais pragmática para apoiar a
Ucrânia, disse à Sputnik o observador político e colunista do jornal Mysl
Polska (Pensamento Polonês), Mateusz Piskorski.
Quando Tusk disse
recentemente que a assistência militar do seu país à Ucrânia seria agora em
bases comerciais, ao contrário do que aconteceu com o seu antecessor, ou seja,
ao desenvolvimento do complexo industrial-militar polonês, disse o observador.
"Ainda não foram
fornecidos mais detalhes, mas quando o lado ucraniano declara que conta com
crédito para comprar armas, tanto quanto sei, Varsóvia é atualmente incapaz de
conceder quaisquer empréstimos preferenciais a Kiev, mesmo para a compra de armas
produzidas na Polônia", disse Piskorski.
Ele acrescentou que é
bem possível que esse arranjo fique no papel.
Quando Donald Tusk
mencionou certas oportunidades comerciais que a Polônia estaria agora
perseguindo enquanto ajudava a Ucrânia, talvez o que ele tenha querido dizer
foi que o governo polonês recorreria a outros países para conceder certos
empréstimos ao lado ucraniano, sugeriu o analista. "Nesse caso, o lado
ucraniano pode comprar e encomendar armas à Polônia em bases comerciais",
observou.
"É difícil dizer
quais serão estes acordos devido ao fato de neste momento não ser claro como os
principais doadores da Ucrânia, como os Estados Unidos, continuarão oferecendo
o seu apoio", acrescentou o observador.
Os planos da Polônia e
da Ucrânia para explorar oportunidades de produção conjunta de armas, com Tusk
mencionando negociações sobre investimentos comuns na produção de armas, foram
avaliados como "irrealistas" por Mateusz Piskorski. Embora a Polônia
não tenha qualquer potencial especial no domínio da indústria de defesa, no
caso da Ucrânia isso é ainda mais flagrante, segundo o colunista. Ele sublinhou
que a indústria de defesa do regime de Kiev foi quase completamente destruída
por ataques de precisão russos como parte da sua operação militar especial.
"Acho que esta é
uma declaração puramente virtual que não tem base real", disse o
especialista. Ao mesmo tempo, a declaração de Donald Tusk sobre uma
"abordagem comercial" para apoiar a Ucrânia é um sinal para os
patronos ocidentais de Kiev de que o apoio gratuito a qualquer custo está
acabando, acredita Mateusz Piskorski.
"Mesmo países
como a Polônia, que, pode-se dizer, desempenharam um papel de liderança no
fornecimento de armas e outros tipos de assistência, já não são capazes de
fornecê-la gratuitamente", acrescentou.
O primeiro-ministro
polonês, Donald Tusk, que regressou ao poder em dezembro após o seu mandato
como presidente do Conselho Europeu, revelou anteriormente que a Ucrânia já não
receberia armas gratuitas do seu país.
"Chegamos a um
entendimento mútuo sobre o financiamento. Não será mais uma ajuda gratuita,
porque é claro que certas oportunidades chegaram ao seu fim", disse Donald
Tusk durante a sua visita a Kiev, em conferência de imprensa conjunta após diálogo
com o presidente ucraniano Vladimir Zelensky.
"A Polônia está
pronta para apoiar a Ucrânia com equipamentos; continuaremos a procurar
financiamento conjunto e a utilizar diferentes oportunidades comerciais",
acrescentou Tusk. Por sua vez, Vladimir Zelensky disse que a Polônia concederia
à Ucrânia um empréstimo para a compra de mais armas.
O vice-ministro das
Relações Exteriores, Andrzej Szejna, também pareceu indicar que haveria uma
nova fase da "cooperação de defesa" do seu país com a Ucrânia. Ele
destacou transferências comerciais iminentes de equipamento militar da Polônia
e insistiu em uma "abordagem colaborativa" para armar Kiev em
entrevista à RMF FM.
"Assertividade
significa discutir que podemos recusar clara e firmemente algumas
questões", acrescentou Szejna.
É preciso lembrar que,
em setembro de 2023, o então primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki disse
que Varsóvia já não fornecia armas a Kiev. Mais tarde, porém, as observações de
Morawiecki foram esclarecidas pelo então porta-voz do governo, Piotr Muller,
que disse que Varsóvia estava apenas fornecendo à Ucrânia armas que tinham sido
previamente acordadas. Após estas declarações do lado polonês, o ministro da
Defesa ucraniano, Rustem Umerov, confirmou que a Ucrânia continuava a receber
armas da Polônia.
Após um voto de
desconfiança do Sejm (câmara baixa do parlamento polonês), o governo de Mateusz
Morawiecki deixou o cargo e o novo gabinete e, juntamente com o
primeiro-ministro Donald Tusk, tomou posse em meados de dezembro. Na ocasião, o
novo primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, prometeu que protegeria os
interesses nacionais, apesar dos compromissos de apoiar a Ucrânia no seu
conflito com a Rússia.
Na altura, Mateusz
Piskorski disse à Sputnik que a Polônia não pode ser considerada um "ator
independente" nesta matéria, e que "todas as decisões relativas à
futura cooperação com Kiev" só serão tomadas com a aprovação dos
"parceiros ocidentais, principalmente Washington e Londres".
Agora, diante da
rápida diminuição do apoio ao financiamento de lutas internas e da corrupção na
Ucrânia, que se debate após a sua contraofensiva fracassada, outros países da
União Europeia (UE) poderiam seguir o exemplo da Polônia e optar por transferir
o fornecimento de armas para Kiev em bases comerciais, sugeriu Piskorski.
"Acho que a
maioria dos países da Europa Central tem certeza. Quanto à Alemanha, também
soubemos que o Bundestag se recusa a enviar à Ucrânia alguns tipos de armas,
como os mísseis de cruzeiro Taurus [...]. Assim, na verdade, as declarações que
ouvimos agora na Europa sobre a necessidade de desenvolver capacidades de
defesa europeias são, na verdade, uma recusa em apoiar ainda mais Kiev sob o
pretexto de que 'precisamos desenvolver o nosso próprio potencial militar
europeu'", disse o analista.
A Ucrânia recebeu
quase US$ 3,5 bilhões (cerca de R$ 17,3 bilhões) em ajuda militar da Polônia
desde fevereiro de 2022, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmygal, na
segunda-feira (22). "A Polônia forneceu à Ucrânia armas e equipamento no valor
de quase US$ 3,5 bilhões", disse Shmygal durante uma reunião com Donald
Tusk em Kiev, citado pela agência de notícias RBC-Ucrânia.
Shmygal esclareceu que
Varsóvia enviou a Kiev centenas de tanques, aeronaves, helicópteros, sistemas
de defesa aérea, sistemas de mísseis antiaéreos, veículos de combate de
infantaria e veículos blindados, armas antitanque e munições.
Os laços entre os dois
vizinhos e aliados azedaram na primavera (Hemisfério Norte), depois do acesso
irrestrito das exportações de alimentos ucranianos isentas de impostos ao
mercado polonês ter levado Varsóvia a proibir algumas importações. Os caminhoneiros
poloneses têm bloqueado a fronteira para protestar contra as isenções de
licenças para os seus concorrentes ucranianos. Ao assumir o cargo de
primeiro-ministro, Donald Tusk prometeu que protegeria os interesses nacionais
da Polônia, apesar dos compromissos de apoiar a Ucrânia na guerra por
procuração da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com a Rússia.
"Quero dizer que
o total compromisso da Polônia com a Ucrânia [...] não pode significar uma
falta de assertividade cordial quando se trata dos interesses poloneses, dos
interesses dos empresários, agricultores e caminhoneiros poloneses", disse
ele no parlamento enquanto apresentava o programa do seu governo.
Países ocidentais,
incluindo os Estados-membros da UE, têm fornecido ajuda militar e financeira a
Kiev desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em
fevereiro de 2022. O Kremlin tem alertado consistentemente contra o
fornecimento contínuo de armas a Kiev, dizendo que isso levaria para uma maior
escalada do conflito. Em abril de 2022, a Rússia enviou uma nota diplomática a
todos os países da OTAN sobre a questão do fornecimento de armas à Ucrânia. O
ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que qualquer
carga contendo armas para a Ucrânia se tornaria um alvo legítimo para ataques
russos.
Fonte: Sputnik Brasil
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