quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Líder do Centro de Memória do Holocausto critica Israel por usar estrela amarela na ONU: 'Desonra

Na visão do presidente israelense do centro, o qual é reconhecido em todo o mundo como uma fonte autorizada de estudos sobre o Holocausto, o ato desonrou as vítimas da Segunda Guerra Mundial bem como o Estado de Israel.

O Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem, através de seu presidente, Dani Dayan, criticou nesta terça-feira (31) a delegação israelense nas Nações Unidas por colocar estrelas amarelas, um símbolo da perseguição nazista aos judeus, durante uma reunião do Conselho de Segurança.

"Lamentamos ver os membros da delegação israelense na ONU usando um distintivo amarelo. Este ato desonra tanto as vítimas do Holocausto como o Estado de Israel. A mancha amarela simboliza o desamparo do povo judeu e o fato de estar à mercê dos outros. Hoje temos um país independente e um Exército forte. Somos donos do nosso destino. Hoje colocamos uma bandeira azul e branca na lapela, não uma mancha amarela", afirmou Dayan em um post na rede social X (antigo Twitter).

Os nazistas forçaram os judeus na Alemanha e em alguns países europeus ocupados durante a Segunda Guerra Mundial a usarem estrelas amarelas em suas roupas, como parte de um programa de perseguição que culminou no Holocausto, no qual seis milhões de judeus foram assassinados.

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, e outros delegados colocaram estrelas amarelas com as palavras "nunca mais" escritas em suas jaquetas durante um debate na segunda-feira (30) sobre a subsequente guerra contra o Hamas lançada por Israel na Faixa de Gaza.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros líderes fizeram comparações diretas entre o ataque do Hamas e a perseguição nazista aos judeus, mas a briga sobre o uso do símbolo da estrela amarela sublinha o quão sensíveis as comparações com o Holocausto permanecem para muitos.

Dayan é conhecido por ser um dos líderes mais "eficientes dos assentamentos israelenses" e considerado o "rosto" do movimento na comunidade internacional.

Em 2015, Dayan foi nomeado por Netanyahu para ser o embaixador de Israel no Brasil, mas a indicação gerou revoltas dos movimentos sociais brasileiros que questionaram a nomeação o acusando de violar o direito internacional nas comunidades palestinas devido a sua opinião e ações em relação aos assentamentos na Cisjordânia.

Em janeiro de 2016, embaixadores brasileiros de todas as esferas políticas lançaram um manifesto apoiando o governo brasileiro. No dia 28 de março de 2016, após sete meses de impasse, Netanyahu anunciou que Dayan seria nomeado cônsul-geral de Israel em Nova York, o que encerrou a crise diplomática.

·         Israel só cumpriu '10% do plano de destruição do Hamas', diz oficial israelense

Apesar de ataques constantes e do deslocamento forçado de mais de 800 mil palestinos, oficiais israelenses ainda pretendem expandir operações por terra em caça a grupo islâmico.

O jornal israelense Israel Hayom afirmou hoje (31), após entrevista com um oficial militar do país, que somente "10% do plano de destruição do Hamas foi cumprido", mesmo após bombardeios constantes por parte do país.

Também foi informado que o Conselho de Segurança Nacional de Israel e o Ministério das Relações Exteriores do país criaram dois grupos de trabalho que estudam, separadamente, diferentes opções para a governança da Faixa de Gaza no pós-guerra.

A declaração é dada justamente após a entrada de mais de 20 mil soldados israelenses na Faixa de Gaza desde a última sexta-feira (27), quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram a expansão das operações terrestres no enclave palestino.

<><> Israel reconhece existência de plano de reassentar 2,3 milhões de palestinos no Egito, afirma mídia

As autoridades israelenses reconheceram a existência de um plano da inteligência para transferir os palestinos de Gaza para o Egito, documento que já foi criticado pelas autoridades palestinas, relatou a agência Associated Press, citando o gabinete do primeiro-ministro de Israel.

"Israel reconheceu […] que um ministério elaborou […] uma proposta que prevê a transferência dos 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza para a península do Sinai, no Egito", escreve a mídia.

O documento é datado de 13 de outubro. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu considera esse plano "hipotético", de acordo com dados da agência.

O documento propunha transferir a população civil de Gaza para acampamentos em tendas no norte do Sinai, construindo depois cidades permanentes e um corredor humanitário indefinido.

O plano exclui a transferência da Faixa de Gaza para o controle das autoridades palestinas ou o apoio ao estabelecimento de um novo governo para o enclave, ressalta o artigo.

A existência de tal documento causou desagrado na Palestina, segundo a publicação.

"Somos contra a transferência [de pessoas] para qualquer lugar, sob qualquer forma, e consideramos que é uma linha vermelha que não permitiremos que seja ultrapassada", afirmou o porta-voz palestino, Nabil Abu Rudeineh, em reação ao relatório.

Anteriormente, o jornal The Guardian escreveu que, sob o pretexto de proteger os civis e fornecer ajuda, os Estados Unidos e outros países ocidentais estão pressionando o Egito a aceitar o fluxo de palestinos. O Egito, por sua vez, opõe-se ao reassentamento forçado e considera essa medida um crime de guerra.

Reassentamento forçado

A ideia de reassentar os palestinos de Gaza na península do Sinai não é nova, segundo artigo do jornal The Guardian.

Em meados da década de 1950, a Organização das Nações Unidas desenvolveu um plano para realocar milhares de refugiados palestinos da Faixa de Gaza para a região noroeste do Sinai, o que provocou ressentimento popular e foi reprimido em uma revolta em massa.

Durante a Guerra dos Seis Dias de 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (margem ocidental do rio Jordão), incluindo Jerusalém Oriental. Surgiram as colônias de judeus em terra palestina, levando ao deslocamento em massa de palestinos.

Após a guerra de 1967, foi desenvolvido o Plano Allon, que previa a anexação da Faixa de Gaza a Israel.

 

Ø  EUA, através do Catar, estão em contato com movimento Hamas, diz fonte diplomática

 

O lado americano está em contato com a liderança do movimento Hamas através do Catar, isso foi confirmado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

A mídia já tinha antes relatado que os Estados Unidos usam esse canal de contatos.

Ao mesmo tempo, o coordenador de comunicações estratégicas da Casa Branca, John Kirby, informou que Washington se opôs a um cessar-fogo em Gaza porque isso "beneficiaria o Hamas".

Por sua vez, o membro do gabinete político e chefe do Departamento de Relações Exteriores do Hamas, Mousa Abu Marzouk, afirmou que os Estados Unidos assumiram a liderança da operação no enclave após o "colapso do Exército israelense contra as Brigadas Al-Qassam [a ala militar do movimento Hamas]".

O conflito israelo-palestino eclodiu novamente no dia 7 de outubro, depois de o braço militar do movimento palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza, ter lançado a operação surpresa Dilúvio de Al-Aqsa, capturando mais de 100 prisioneiros israelenses, entre soldados e oficiais de altas patentes.

Em retaliação, as tropas israelenses iniciaram a Operação Espadas de Ferro com bombardeamentos aéreos massivos sobre Gaza e na madrugada de 26 de outubro iniciaram uma operação terrestre.

 

Ø  Chipre propõe estabelecer corredor marítimo para levar ajuda a Gaza, diz mídia

 

O corredor sairia do principal porto da ilha, localizado na cidade de Limassol, por onde passaria o auxílio humanitário para civis na Faixa de Gaza. A proposta é de ajuda constante e não foi rejeitada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

De acordo com um artigo da AP News baseado em fontes anônimas do governo do Chipre, o país está estudando, com parceiros da União Europeia e do Oriente Médio, maneiras de colocar seu plano em prática. O objetivo é levar ajuda para Gaza quando a situação estiver mais moderada.

Mais detalhes não podem ser divulgados, mas um oficial do governo disse que Benjamin Netanyahu "não se opôs" à iniciativa do presidente cipriota, Nikos Christodoulides.

"Nós queremos estar prontos para começar a enviar ajuda, assim que uma janela de oportunidade se abrir", disse a fonte.

Países como França, Espanha e Egito já apoiaram a proposta, enquanto os EUA e a Autoridade Palestina foram informados, mas ainda não comentaram.

O oficial acrescentou que a preocupação primordial de Israel é que nada que for enviado como ajuda possa ser usado para benefício do Hamas. O conteúdo das embarcações deve passar por inspeções antes de elas partirem.

A ilha está fazendo esforços para entrar em contato com todas as partes para definir questões logísticas e como outros países podem contribuir. As autoridades de Gaza serão consultadas para que determinem qual tipo de ajuda é mais importante.

"O Chipre está oferecendo a localização geográfica, a infraestrutura e a vontade política para que essa proposta possa proceder", concluiu o oficial cipriota.

·         ONU: abastecimento de água via Israel é cortado na Faixa de Gaza, afirma agência

O Escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) anunciou nesta terça-feira (31) que o único abastecimento de água via Israel que ainda havia na Faixa de Gaza foi completamente cortado ontem (30).

O OCHA afirmou que as razões para o corte são desconhecidas. "Anteriormente, esta linha fornecia 600 metros cúbicos de água potável por hora", sinalizou. Israel, por outro lado, garante que não há falta de água na região.

Segundo o escritório da ONU, essa estrutura abastecia o oeste da cidade de Khan Yunis, no sul do enclave, e havia sido reativada no último dia 15, após corte inicial em 7 de outubro, quando o Hamas fez seu ataque sem precedentes contra comunidades israelenses que acirrou o conflito na região.

Posicionamento israelense

Segundo informe das Forças de Defesa de Israel (FDI) de segunda-feira (30), "não há falta de água na Faixa de Gaza".

O documento diz ainda que no último sábado (28) Israel abriu um segundo canal para envio de água a Gaza, "elevando o total de suprimento de água potável para 28,5 milhões de litros por dia".

 

Ø  Sindicatos na Bélgica se recusam a manusear carregamentos de armas para conflito Israel-Hamas

 

Sindicatos belgas de trabalhadores de transportes pediram nesta terça-feira (31) que seus membros se recusem a manusear equipamentos militares enviados a Israel para combater Hamas.

Os sindicatos ACV Puls, BTB, BBTK e ACV-Transcom afirmaram, em um comunicado conjunto, que os trabalhadores do aeroporto viram carregamentos de armas.

"Enquanto um genocídio está em curso na Palestina, trabalhadores em vários aeroportos na Bélgica estão vendo carregamentos de armas na direção da zona de guerra", afirmou o comunicado citado pela Reuters.

Os sindicatos afirmaram que carregar ou descarregar estas armas significaria contribuir para o abastecimento de organizações que matam pessoas inocentes.

"Nós, vários sindicatos ativos na logística terrestre, apelamos aos nossos membros para não lidarem com quaisquer voos que enviem equipamento militar para a Palestina/Israel, como teve acordos e regras claras no início do conflito com a Rússia e a Ucrânia", disseram os sindicatos.

Os sindicatos também apelaram a um cessar-fogo imediato e pediram ao governo belga que não tolerasse envios de armas através dos aeroportos belgas.

"Como sindicatos, apoiamos aqueles que fazem campanha pela paz", acrescentaram.

Centenas de milhares de manifestantes reuniram-se em cidades da Europa, Oriente Médio e Ásia no sábado (28) para mostrar apoio aos palestinos.

 

Ø  Exército de Israel anuncia ataques contra o Hezbollah, grupo aliado ao Hamas

 

O Exército de Israel informou nesta terça-feira (31) que realizou ataques aéreos no Líbano. Segundo anúncio via rede social, o grupo afetado foi o movimento xiita Hezbollah, aliado do grupo Hamas.

''Aviões de combate atacaram recentemente as infraestruturas da organização terrorista Hezbollah no território do Líbano. Entre as infraestruturas atacadas, foram destruídas armas, posições e locais utilizados pela organização'', anunciou o Exército israelense via X (antigo Twitter).

·         Recusa humanitária

Israel não permitirá que combustível seja transportado para Gaza, mesmo com pedidos de organizações humanitárias e da Organização das Nações Unidas (ONU), disse o tenente-coronel Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense, na segunda-feira (30).

A justificativa, conforme dito por ele em coletiva de imprensa em Genebra, é evitar que os insumos sejam utilizados pelo Hamas.

Vários setores da ONU e organizações internacionais exigem há semanas que combustível seja entregue como a única forma de fornecer eletricidade a hospitais e estações de tratamento de água.

"Nenhum combustível será permitido na Faixa de Gaza. Dissemos isso muito claramente porque o combustível é o que o Hamas mais precisa para continuar lutando, e não permitiremos, e não somos obrigados a permitir, que combustível seja usado em operações militares do nosso inimigo", disse Conricus.

Ele acrescentou que, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), há combustível na Faixa de Gaza, mas o Hamas o controla e define prioridades sobre a sua utilização. "E eles dão prioridade ao fornecimento de eletricidade e ventilação aos seus túneis e a toda a sua máquina de guerra."

Em 7 de outubro, Israel sofreu um ataque sem precedentes com foguetes, que matou 1,4 mil israelenses. As respostas vieram depois, com operações militares das FDI, que já vitimaram mais de 8,3 mil palestinos, incluindo milhares de crianças.

O conflito se estende desde que uma decisão da ONU, em 1947, determinou a criação de dois Estados — Israel e Palestina —, mas apenas o israelense foi criado.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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