Denise Assis: Abin, filha do SNI com a SAE, pode ter tido a companhia
do Exército na arapongagem
Na sexta-feira, 20 de outubro, pela manhã, a Polícia
Federal deflagrou a Operação Última Milha, com o objetivo de investigar o uso
indevido, por dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) -
Eduardo Izycki e Rodrigo Colli -, de um sistema de geolocalização de
dispositivos móveis, sem a devida autorização judicial.
Ao mesmo tempo, foram tornadas públicas pela Casa
Civil da Presidência da República, a demissão desses servidores, publicadas em
edição extra do Diário Oficial da União (DOU), devidamente assinadas pelo
ministro Rui Costa. Os dois servidores, alvo da operação da PF, teriam se
valido do conhecimento sobre o uso indevido de um programa de espionagem, o
FirstMile, de fabricação israelense, como meio de coerção indireta para evitar
as suas demissões.
De acordo com a PF, o sistema de geolocalização
utilizado pela Abin é um “software intrusivo na infraestrutura crítica de
telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes,
com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”.
A denúncia sobre a existência desse “monitoramento”
já havia sido feita (com exclusividade) em 21 de agosto de 2021, na Revista
Sociedade Militar, que reproduziu diversos relatórios periódicos, produzidos
pelo Exército Brasileiro, durante a tramitação do Projeto de Lei de reestruturação
da carreira militar, que acabou se transformando na Lei nº 13.954/2019.
A RSM trazia: “Segundo o que foi apurado dos
relatórios, o Exército teria ainda designado setores de inteligência
especializados em internet, redes sociais etc., exclusivamente para o
monitoramento de redes sociais e perfis de parlamentares e de militares que
atuavam na Câmara dos Deputados e Senado Federal com o objetivo de modificar
itens do então PL nº1.645/2019”.
Ao mesmo tempo, apontava que “os relatórios de
monitoramento demonstravam que setores de inteligência e comunicação social
estariam atuando de forma intensa tentando mensurar a reação dos públicos civil
e militar a cada movimento da proposta apresentada na câmara no início de
2019”.
Àquela altura, embora já fosse gravíssimo que
parlamentares e outros entes da sociedade estivessem sendo monitorados – ao
melhor estilo dos “arapongas” dos tempos da repressão -, o “trabalho” parecia
ter como foco a tramitação do projeto de lei que tratava das carreiras dos
militares. Até que em 20 de outubro a Operação Última Milha escancarou o
tamanho do problema. A PF estimava que 33 mil pessoas estiveram sob a mira do
FirstMile, tendo os seus passos seguidos, farejados, sabe-se lá, com que
intento.
Conforme a publicação, Revista Sociedade Militar,
“os relatórios de monitoramento demonstravam que setores de inteligência e
comunicação social estariam atuando de forma intensa tentando mensurar a reação
dos públicos civil e militar a cada movimento da proposta apresentada na câmara
no início de 2019.
Entre os perfis de parlamentares acompanhados de
perto estavam alguns pertencentes a deputados de esquerda como o do deputado
Marcelo Freixo, Glauber Braga e Paulo Ramos. Todavia, parlamentares
considerados como de direita também estavam na mira da espionagem, como o
deputado subtenente Gonzaga e outros.
Até então, segundo a publicação, os relatórios eram
produzidos pelo Exército Brasileiro. Desde a operação da PF deflagrada em 20 de
outubro, ficou-se sabendo que a Abin e outros segmentos haviam participado das
atividades de arapongagem. O que a PF tenta mapear agora, é quais instituições
e com que objetivo.
A Agência Nacional de Inteligência (ABIN), é uma
filha canhestra do Serviço Nacional de Inteligência (SNI) com a Secretaria de
Assuntos Estratégicos (SAE). Para apagar o estigma desse DNA, o mesmo
presidente Fernando Collor que extinguiu o Serviço, em 1990, tratou de trocar o
conceito de “Informação” para “Inteligência”, numa tentativa de descolar a
agência que nascia, do sistema que agonizava, esperneava e só morreria de fato
em 1999, com a criação da Abin.
Em uma monografia que escreveu para a Escola de
Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) em 1978, em que fez um balanço das
atividades do Departamento de Operações de Informação – Centro de Operações de
Defesa Interna - Doi-Codi – o major, o major Freddie Perdigão – seu criador -,
disse que o sucesso da repressão em desbaratar a luta armada e as organizações
que nela militavam só foi possível graças ao SNI. O Serviço centralizava todas
as informações e somente ele era incumbido de distribuí-las aos demais órgãos
do aparato.
Ainda hoje, num governo que nasceu com um golpe
batendo-lhe à porta, um dos auxiliares mais próximos de Alexandre Ramagem - o
delegado de confiança de Jair Bolsonaro, durante sua passagem pelo comando da
Abin -, foi indicado para um cargo de coordenador na Polícia Federal. Carlos
Afonso Gonçalves Gomes Coelho foi nomeado no dia 11 de outubro para ocupar o
cargo de coordenador do Comando de Aviação Operacional. A portaria, assinada
pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, foi
publicada no Diário Oficial da União.
Coelho foi diretor do Departamento de Inteligência
Estratégica da Abin e, posteriormente, secretário de Planejamento e Gestão do
órgão. Este último é um dos cargos mais importantes da agência, trabalhando
diretamente com o diretor. Em novembro de 2021, se tornou diretor-adjunto.
O Relatório final da CPMI, que durante meses
trabalhou na apuração dos fatos do golpe de 8 de janeiro e produziu uma
conclusão contundente apontando responsabilidades por parte de vários militares
graduados, ainda nem esfriou, mas já estamos passeando de braços dados com a
turma enquartelada, alçando-a novamente ao centro de decisões, pela decretação
de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Desde a deflagração da operação da Polícia Federal
que investiga a utilização do software capaz de monitorar a localização de
celulares e seus donos em todo o país, na gestão de Ramagem, que a Agência
tenta melhorar a pose na foto. Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, afirmou que o
uso do sistema foi interrompido em 2021. A conferir.
O respeitável público só tomou conhecimento de que
33 mil cidadãos, tal como nos tempos do SNI tiveram as suas vidas vasculhadas
em março, numa reportagem trazida pelo jornal O Globo. E, segundo se soube,
sobrou para todo mundo. De Jean Willys a ministros do STF, passando por aliados
do próprio Bolsonaro, sob a gestão de quem o sistema foi acionado em áreas
nobres de Brasília e Rio de Janeiro, além das cercanias do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal.
Nem mesmo militares escaparam. De acordo com uma
reportagem de agosto de 2021, da Revista Sociedade Militar, voltada para o
segmento, a publicação obteve, à época, diversos relatórios produzidos durante
a tramitação do Projeto de Lei de reestruturação das carreiras militares. As
fileiras ferviam.
Pouco mais de um mês depois de sua publicação, a
Revista Veja replicou a reportagem exclusiva. A matéria da Veja, na avaliação
da RSM, “trouxe um resumo da operação de espionagem levado a cabo pela cúpula
das Forças Armadas, em especial do Exército:
“É a primeira vez que se tem registro da
mobilização das Forças Armadas, com uso de pessoal e recursos das seções de
Defesa Cibernética, de Inteligência e de Comunicações, numa ação abrangente e
sistemática de rastreamento, vigilância e coleta eletrônica de dados de civis,
militares, empresas privadas e entidades associativas dentro do território
nacional. E com finalidade política.”
Um efetivo razoável das forças foi deslocado para a
construção de uma espécie de Lobby visando a aprovação do projeto de lei, que
na visão de muitos militares e vários parlamentares favorecia principalmente a
cúpula das Forças Armadas.
Em 25/10/2021, a RSM publicava o seguinte texto: “A
existência de um lobby militar influenciando sobre demandas dentro do
legislativo é algo extremamente desastroso para uma democracia, tendo em vista
a força descomunal que essas instituições construídas para combater possuem,
com centenas ou milhares de pessoas empregadas em setores de guerra
psicológica, mídia, espionagem etc. O cenário fica ainda mais catastrófico pelo
fato de o Lobby aparentemente ser voltado para o favorecimento das categorias
consideradas como parte da elite dentro das forças, deixando a famosa base da
pirâmide quase sempre sem voz e, consequentemente, muito prejudicada social e
financeiramente”.
E quem não se lembra desse período, em que numa
piscadela, pingava um a mais na conta dos generais e oficiais do entorno de
Bolsonaro? O general Walter Braga Netto chegou a receber R$ 1 milhão, em um
único mês, a título de “férias acumuladas”, foi como justificou para a mídia.
E, ao melhor estilo “ditadura”, a Força Terrestre –
aquela, que seria comandada por Mauro Cid -, teria ainda designado setores de
inteligência especializados em internet, redes sociais etc., “exclusivamente
para o monitoramento de redes sociais e perfis de parlamentares e de militares
que atuaram na Câmara dos Deputados e Senado Federal com o objetivo de
modificar itens do então Projeto de Lei 1645 de 2019, conhecido como projeto de
reestruturação das carreiras”, denunciava a publicação.
Naquela época, ainda não se havia revelado o
sistema FirstMile, mas é possível que já estivesse a mil por hora. Os
relatórios de monitoramento a que a RSM teve acesso demonstram que “setores de
inteligência e comunicação social estariam atuando de forma intensa tentando
mensurar a reação do público civil e militar a cada movimento da proposta
apresentada na câmara no início de 2019”.
Mesmo com todo o aparato a seu serviço, a proposta
da Defesa foi aprovada somente depois de um acordo feito entre ministros
militares e senadores. Foi quando o governo prometeu que logo após a sanção
seria criada uma comissão mista com o objetivo de corrigir erros apontados por
militares da reserva e pensionistas.
Artigos e notícias publicadas ao longo de 2019 e
que se debruçaram sobre assuntos militares endossavam a visão de lobby militar.
Hoje, porém, pode-se conjecturar que era mais que lobby, diz a RSM. “Fica
evidente que um grupo privilegiado teve acesso a ferramentas e estrutura para –
desfrutando dos privilégios que possuem as assessorias institucionais sediadas
dentro do parlamento – influenciar os membros do poder legislativo a seu
favor”.
Durante a tramitação do Projeto de Lei 1645 de
2019, de acordo com a publicação RSM, “graduados e oficiais das Forças Armadas
que se sentiam prejudicados por alguns itens da proposta perceberam que a
assessoria parlamentar do Exército Brasileiro se fazia presente de forma contínua
em gabinetes de parlamentares, integrantes da Comissão Especial que analisaria
o Projeto de Lei”.
Também enquanto o processo tramitava, “alguns
sargentos narraram que perceberam que estavam sendo monitorados e após sua
visita a vários gabinetes de parlamentares os mesmos gabinetes teriam sido
visitados por oficiais do Exército com o fim de desmentir as justificativas
anteriormente feitas pelos graduados”.
Oficiais das Forças Armadas, durante o processo
legislativo, denunciaram a concessão de agrados como dezenas de medalhas,
títulos honoríficos, viagens custeadas pelas FAs, almoços fartos e até vagas em
colégio militar para filhos de políticos.
A Revista Sociedade Militar chegou a publicar em
23/08 fac-símile de relatórios do Exército sobre o tema.
Ainda de acordo com a publicação, “entre os perfis
de parlamentares acompanhados de perto estavam alguns pertencentes a deputados
de esquerda como o do deputado Marcelo Freixo, Glauber Braga e Paulo Ramos.
Todavia, parlamentares considerados como de direita também estavam na mira da
espionagem, como o deputado subtenente Gonzaga e outros”.
E traduziram também a graduação atribuída aos
grupos arapongados:
“Os analistas classificaram as pessoas e mídias
monitoradas em grupos de acordo com o que consideravam ser seu perfil de
atuação.
Classificação dos grupos monitorados
1) Grupo Cidadão – perfis de pessoas com pouco
poder de influência nas redes.
2) Grupo Político – perfis de políticos das esferas
Federal, Estadual e Municipal (tags por função – Ex: Político Senador; Político
Dep Federal).
3) Grupo Mídia e Grupo Blog – perfis de órgãos de
mídia subdivididos em
mídia (perfil de abrangência nacional), mídia local
(perfil de abrangência regional) e blog (perfil de blog pessoal de
jornalistas).
4) Forças Armadas – perfil de órgãos das Forças
Armadas.
5) Forças Auxiliares – perfil de órgãos das Forças
Auxiliares dos Estados.
6) Entidades Religiosas – perfil de órgão de
entidade religiosa de abrangência nacional.”
Cabe ressaltar que de acordo com a RSM “foram
coletadas ocorrências, ainda com pouca expressão, oriundas de centrais
sindicais e sites ligados ao movimento sindical (CUT-RS e site Mundo
Sindical)”.
Para quem pesquisou os arquivos da ditadura e
conhece a linguagem empregada pelos “arapongas” do período, salta aos olhos a
semelhança dos relatórios feitos pelo SNI e os reproduzidos em 05 de setetembro
de 2019, no site da Revista Sociedade Militar.
“…3. ANÁLISE – A quarta semana de tramitação do PL
1645/19 começa com ambiente menos favorável as Forças Armadas. Após a audiência
do Ministro da Defesa (27 Ago) e do Secretário Especial de Previdência (29
Ago), a mídia … suposta desigualdade de benefícios entre oficiais e praças
tornou-se amplamente discutida na mídia e entre os parlamentares. As
associações de militares buscaram aproximação de parlamentares de partidos da
oposição ao governo que demonstraram interesse por suas pautas …
Relatório número 004 – 21/08/2019
“… Destaca-se no período a manutenção da oposição
ao PL feita por perfis atribuídos a Revista Sociedade Militar e seus
seguidores. Analisando os comentários coletados é possível identificar que os
perfis mais críticos destacam um beneficiamento dos oficiais de alta patente em
detrimentos das praças. Durante a análise foi possível identificar que os
comentários contrários ao PL 1645 são oriundos de perfis ligados às praças da
Marinha do Brasil. A reportagem publicada no site Revista Sociedade Militar em
20 Ago 19 retrata a insatisfação do grupo citado. (link da matéria: letra i do
Nr 4) e a aproximação
com parlamentares…”
Relatório número 009 – 09/09/2019
“No relatório 10 os agentes que monitoravam as
redes sociais de militares, sites e perfis de militares e políticos detectaram
que nas redes sociais predominavam postagens NEGATIVAS sobre o PL 1645
… No Campo Mídia, a matéria “Forças Armadas podem
aumentar remuneração de
militares, sem autorização do Congresso”, publicada
no dia 06 Set no site GGN – O Jornal de todos os Brasis, relata que a inclusão
dos preceitos previstos no PL 1645/19 relativos aos cursos de altos estudos são
uma brecha na legislação, e tem o objetivo único de aumentar o salário das
altas patentes das Forças Armadas. Tal colocação é oriunda de denúncia feita
pela revista Sociedade Militar. A referida matéria obteve …”
O relatório destaca ainda que a “narrativa da
Revista (Sociedade Militar” estava sendo incorporada por alguns veículos de
imprensa.
A sucessão dos trechos de relatórios reproduzidos
pela RSM, fica bastante claro o trabalho detalhado dos arapongas e os
personagens que estavam no foco.
Relatório número 009 – 09/09/2019
“No relatório 10 os agentes que monitoravam as
redes sociais de militares, sites e perfis de militares e políticos detectaram
que nas redes sociais predominavam postagens NEGATIVAS sobre o PL 1645
… No Campo Mídia, a matéria “Forças Armadas podem
aumentar remuneração de militares, sem autorização do Congresso”, publicada no
dia 06 Set no site GGN – O Jornal de todos os Brasis, relata que a inclusão dos
preceitos previstos no PL 1645/19 relativos aos cursos de altos estudos são uma
brecha na legislação, e tem o objetivo único de aumentar o salário das altas
patentes das Forças Armadas. Tal colocação é oriunda de denúncia feita pela
revista Sociedade Militar. A referida matéria obteve …”
A grande preocupação destacada nos relatórios era a
de que a “narrativa da Revista Sociedade Militar estava sendo incorporada por
alguns veículos de imprensa, que traziam notícias com viés voltado para a
existência de desigualdade entre oficiais e praças”.
Relatório número 14 – 04/10/2019
“Do relatório 14 no momento destacamos o momento de
apreensão da equipe de inteligência ao notar que a esmagadora maioria das
menções ao PL 1645/2019 nas redes sociais eram com teor negativo. Foi destacado
ainda que houve interações sobre o assunto nos perfis do Presidente da
República, o que parece ter gerado certo desconforto.
Relatório número 16 – 10/10/2019
“O relatório 16, como os outros, parece tentar
levar ao entendimento que a Revista Sociedade Militar seria o principal gerador
de conteúdo relacionado à tramitação do PL1645/2019, mas destaca ainda outros
perfis de militares, como o do Binho Rbsoft e outros. O oficial de inteligência
demonstra ainda preocupação com a influência do deputado Marcelo Freixo, que
qualifica como “um forte influenciador de massas radicais no Twitter e possui
expressão com seus mais de 1 milhão de seguidores…”
… Ainda, se mantém como ponto de influência
negativa no PL as publicações oriundas do site e do canal do YouTube vinculados
à Revista Sociedade Militar como Canal o HuXXXXX e Canal Binho RbSoft (citados
no Campo Psicossocial).
Nesta semana, perfis no Twitter que são
administrados por militares da reserva da Marinha apresentaram em seus canais
vídeos informativos contra o PL, vídeo buscando o apoio de Senador e vídeo em
manifestação na Av Brasil, no Rio …
e. No período, o PSOL através do Dep Marcelo
Freixo, do Dep Glauber Braga e Dep Talira Petrone, parlamentares que publicaram
em seus perfis no Twitter mensagens contra o PL apoiaram a manifestação
realizada pelo Dep Glauber Braga, PSOLRJ, em plenário da Câmara dos Deputados
no dia 09 OUT.
Os parlamentares da bancada do Rio de Janeiro
oriundos do partido em tela lideram a oposição ao PL e fortalecem em suas
postagens a narrativa que afirma a posição do governo e do Ministério da Defesa
em não se preocupar com as praças de baixa patente. Cabe ressaltar que o Dep
Marcelo Freixo é um forte influenciador de massas radicais no Twitter e possui
expressão com seus mais de 1 milhão de seguidores. Não foi verificado apoio de
outros atores do PSOL que também são influentes nas redes sociais como a Dep
Sâmia Bomfim, o Dep David Miranda e Guilherme Boulos”, discorria o relatório.
Ao publicar todo o material, a RSM fez a ressalva
de que “Instituição militar foi questionada sobre a veracidade dos documentos,
até agora não recebemos resposta”. Referindo-se ao Exército Brasileiro. E
termina a matéria emitindo uma opinião bastante forte a respeito do acontecido:
“A finalidade foi não apenas política, mas político-financeira. A aprovação do
projeto de lei que modificou não só a estrutura das Forças, mas também
alavancou o salário dos militares de postos mais elevados, não contava com a
simpatia dos parlamentares, pois deixava as categorias de base no prejuízo.
Nessa atmosfera pouco favorável, os detentores do
poder fardado não titubearam em usar a espionagem e o monitoramento ilegal e
inconstitucional para fazer valer seus interesses classistas. Com isso, mais
uma vez o Estado se curvou à vontade antipopular de uma de suas elites
históricas”. Eu não acrescentaria nem mais uma linha.
Fonte: Brasil 247
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