71% dos
afroempreendedores baianos faturam até 4 salários mínimos, aponta Sebrae
A
pesquisa inédita Propósitos dos Afroempreendedores Baianos realizada pelo
Sebrae Bahia apresenta o perfil do afroempreendedorismo no estado. Ouvindo
clientes da organização com perfil variado, desde aqueles que buscam
formalização quanto os que já têm empreendimentos estabelecidos, a sondagem
revela predominância feminina, sendo que 54% são mulheres.
Os
dados indicam ainda que 71% dos afroempreendedores faturam até 4 salários
mínimos e 87% atuam nos setores de comércio e serviços. A maioria (79%) aponta
para acesso a crédito e financiamento como as principais dificuldades para
empreender.
O
analista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Anderson Teixeira,
destaca que o afroempreendedorismo representa um universo de pequenos negócios
que movimenta a economia nas comunidades, periferias e bairros dos diversos
municípios do Brasil. Com base em dados do IBGE, 79% dos empreendedores da
Bahia são negros e é sobre esse público que a investigação do Sebrae se debruça
com atenção. "A pesquisa busca compreender as motivações e os principais
desafios que esses empreendedores encontram no dia a dia, na gestão dos
negócios”, explica.
“Apesar
da renda mensal baixa e dos obstáculos enfrentados no dia a dia na gestão do
negócio, principalmente nos assuntos que envolvem crédito e finanças, os
afroempreendedores permanecem otimistas, confiantes no fortalecimento dos seus
negócios”, ressalta Anderson.
O
analista acrescenta ainda que a pesquisa aponta as oportunidades tanto para que
o Sebrae quanto instituições que atuam no empreendedorismo possam criar e
aperfeiçoar ações focadas nesse público. “Apesar de serem maioria na Bahia, os
afroempreendedores enfrentam maior dificuldade para abrir e manter seus
negócios”, afirma.
A
pesquisa foi realizada entre os dias 31 de julho e 23 de agosto, e entrevistou
332 empreendedores na Bahia. O relatório completo pode ser acessado nesse link
-https://datasebrae.com.br/wp-content/uploads/2021/02/Pesquisa-Proposito-dos-Afroepreendedores-Baianos_05.10.2023.pdf
• Afroempreendedorismo feminino
Um
dos destaques da pesquisa é a presença feminina no afroempreendedorismo. Elas
são maioria, mas enfrentam muitos desafios na hora de empreender. A busca por
autonomia e independência é a principal motivação das mulheres negras para
empreender. A pesquisa indica que 64%
dessas empreendedoras apontaram para essa motivação na hora de decidir abrir um
próprio negócio.
A
pouca oferta de investimentos (36%), o acesso limitado a recursos financeiros
(36%) e ausência de mentoria e apoio adequados (23%) foram as principais
dificuldades ressaltadas pelas empreendedoras.
A
microempreendedora individual Débora Santos de Almeida, de 30 anos, é um
exemplo dessa realidade enfrentada por mulheres negras empreendedoras. Há dois
anos, por necessidade, ela precisou iniciar um negócio próprio. Com apenas R$
25 na conta, ela começou a produzir e vender churros. Hoje, Débora está com o
negócio em crescimento, mas encontra ainda dificuldades para obter
financiamento. “O investimento é necessário para alavancar a empresa, mas é
muito difícil conseguir acessar crédito e financiamento, mesmo apresentando um
plano de negócios bem detalhado”, afirma.
Ainda
segundo a pesquisa, o rendimento médio da maioria das afroempreendedoras é
baixo. O levantamento indica que 51% das empreendedoras negras têm rendimento
mensal de até dois salários mínimos, ou seja, R$ 2.640.
“Vemos
que há muitos desafios para superarmos. No caso das mulheres negras empreendedoras,
nota-se essa dificuldade, sobretudo, de acesso a crédito e financiamento para
iniciar um negócio próprio, que, para a maioria delas, representa, autonomia,
independência e sobrevivência”, conclui Anderson Teixeira.
• Empreender tem poder
Débora
Santos é também uma das empreendedoras em destaque na campanha do Sebrae Bahia
"Empreender tem poder". O foco é orientar as empresárias baianas e
combater a discriminação, promovendo a diversidade e inclusão. De acordo com a
pesquisa do Sebrae intitulada "Desafios e Oportunidades do
Empreendedorismo Feminino na Bahia", realizada em abril de 2023, 56% das
empreendedoras declararam já terem sofrido algum tipo de preconceito por serem
mulheres e empreendedoras.
“A
nossa estratégia foi focar em casos reais de mulheres pretas que empreendem,
superam desafios e inspiram outras mulheres, para posicionar a instituição e
fortalecer a marca Sebrae no recorte da interseccionalidade racial e de
gênero”, afirma Camila Passos, gerente adjunta de Marketing e Comunicação do Sebrae
Bahia.
A
campanha dá voz a histórias das empreendedoras Débora, Najara Black e Geo
Nunes, que contam suas trajetórias inspiradoras nos negócios. Enquanto tiveram
que enfrentar o preconceito, as empresárias criaram negócios prósperos e
voltados ao antirracismo, como a grife de roupas N Black e a empresa Amora
Brinquedos.
Pequenos negócios respondem por 71% dos
empregos criados até setembro
Micro
e pequenas empresas responderam por 1,1 milhão (ou 71%) do total de 1,5 milhão
de novos empregos formais gerados entre janeiro e setembro de 2023 no Brasil.
Os meses de agosto e setembro foram os que apresentaram saldo mais positivo,
registrando respectivamente 219.330 e 211.764 novas contratações com carteira
assinada.
Os
números constam do relatório divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base nos dados
ajustados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Segundo
o Sebrae, das mais de 211 mil vagas geradas no mês de setembro, 147.173 foram
em micro e pequenas empresas (69,5% do total). Das cerca de 219 mil vagas
celetistas geradas em agosto, 160.899 foram pequenos negócios – o que
corresponde a 73,17% do total de postos criados no mês.
Empresas
de médio e grande portes geraram, no acumulado do ano, 307,9 mil novas vagas –
número que corresponde a 19,2% dos cerca de 1,5 milhão novos empregos gerados
entre janeiro e setembro de 2023.
Na
avaliação do presidente do Sebrae, Décio Lima, esses números positivos refletem
a retomada da prosperidade do país.
“A
geração de empregos garante que o Brasil se torne novamente o país da
empregabilidade, permitindo que o brasileiro volte a consumir e gerar renda”,
disse ele ao ressaltar que a economia do país “se fortalece” com um PIB (soma
dos bens e serviços produzidos no país) em expansão, com o superávit da balança
comercial, e com a inflação controlada.
“O
empreendedorismo é um dos caminhos para o país resgatar a dignidade e a
inclusão social”, complementa Décio Lima.
• Destaques
Segundo
o Sebrae, o setor de serviços foi o que mais contribuiu, em setembro, para a
criação de postos de trabalho. “Considerando o universo das micro e pequenas
empresas, foram 68,4 mil vagas preenchidas. Em segundo lugar aparece o comércio
com 37,3 mil vagas, seguido pela construção com 19,8 mil empregos gerados.”
“No
acumulado de 2023, o cenário continua o mesmo com as micro e pequenas empresas
liderando em termos de criação de vagas, com destaque nos setores de serviços
(590,6 mil), construção (218 mil) e comércio (162 mil)”, detalha o
levantamento.
Entre
as empresas de médio e grande porte, o destaque em setembro ficou com os
setores de serviços (26,5 mil), indústria da transformação (24,4 mil) e
comércio (6 mil). No acumulado do ano, o destaque ficou com serviços (177,6
mil), indústria da transformação (90 mil) e construção (26 mil).
• Atividades
De
acordo com a Classificação Nacional por Atividades Econômicas (CNAE), as
atividades que mais geraram empregos formais em setembro – entre micro e
pequenas empresas – foram as de restaurantes e outros estabelecimentos de
serviços de alimentação e bebidas (11 mil empregos gerados); e de construção de
edifícios (6,6 mil empregos).
Entre
as empresas de médio e grande porte, as atividades que mais se destacaram foram
as de fabricação de açúcar em bruto (16,7 mil empregos gerados), locação de mão
de obra temporária (5,3 mil) e limpeza em prédios e em domicílios (2,9 mil).
Fonte:
Tribuna da Bahia/Agencia Brasil
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