Rússia formaliza
saída do tratado sobre Forças Armadas pós-Guerra Fria
A
Rússia formalizou, nesta terça-feira (7), a sua saída do Tratado sobre Forças
Armadas Convencionais na Europa (CFE). O acordo limitava importantes categorias
das forças armadas convencionais, culpando os Estados Unidos na queda da
segurança pós-Guerra Fria com a ampliação da aliança militar da Organização do
Tratado Atlântico (Otan).
À
época, o tratado foi criado para evitar que qualquer um dos lados da Guerra
Gria acumulasse forças para uma "ofensiva rápida" contra o outro na
Europa. Contudo, agradava poucos em Moscou. Afinal, reduzia a vantagem da União
Soviética em armas convencionais.
O
Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a Rússia havia se
retirado formalmente do pacto à meia-noite - e que o tratado agora era
"história".
"O
Tratado CFE foi concluído no final da Guerra Fria, quando a formação de uma
nova arquitetura de segurança global e europeia baseada na cooperação parecia
possível, e tentativas apropriadas foram feitas", pontuou o ministério.
Os
aliados da Otan condenaram nesta terça-feira (7) a decisão da Rússia,
acrescentando que, como consequência, pretendiam suspender a operação do
tratado enquanto necessário.
·
Reino
Unido e aliados da OTAN suspendem operação do FACE após Rússia concluir saída
do tratado
O
Reino Unido e seus aliados da Aliança Atlânrica decidiram suspender a
participação no Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE)
após a retirada da Rússia, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico
nesta terça-feira (7).
A
Rússia concluiu hoje (7) o processo de saída do Tratado das Forças Armadas
Convencionais na Europa (FACE), anunciou a chancelaria do país.
O
Ministério das Relações Exteriores russo pontuou que a "responsabilidade
direta dos países da OTAN", a qual "incitou o conflito na Ucrânia,
bem como a admissão da Finlândia na aliança e a consideração de um pedido
semelhante da Suécia", levou Moscou a tomar a decisão.
"Até
mesmo a preservação formal do FACE tornou-se inaceitável do ponto de vista dos
interesses fundamentais de segurança da Rússia", disse o ministério.
O
Reino Unido e seus aliados da OTAN condenaram a decisão acrescentando que, como
consequência, estavam suspendendo a operação do tratado enquanto for
necessário.
"Em
resposta à medida da Rússia, o Reino Unido, juntamente com os seus aliados,
decidiu suspender a sua participação no Tratado FACE e trabalhar com nações com
ideias semelhantes para desenvolver e implementar medidas de estabilização
voluntárias", afirmou a chancelaria britânica.
A
OTAN apoiou a medida britânica afirmando que "embora reconheça o papel do
FACE como pedra angular da arquitetura de segurança euro-atlântica" uma
situação em que os "Estados cumpram o tratado enquanto a Rússia não o faz
seria insustentável".
"Portanto,
como consequência, os Estados aliados pretendem suspender a aplicação do
Tratado FACE durante o tempo que for necessário, de acordo com os seus direitos
ao abrigo do direito internacional. Esta é uma decisão totalmente apoiada por
todos os aliados da OTAN", disse o comunicado citado pela Reuters.
·
'Onde
está a AIEA?': declaração de Israel sobre arma nuclear levanta muitas questões,
diz Moscou
A
declaração do ministro suspenso para os Assuntos de Jerusalém israelense,
Amichai Eliyahu, sobre o possível lançamento de uma bomba nuclear sobre a Faixa
de Gaza levantou muitas questões na comunidade internacional, disse nesta
terça-feira (7) Maria Zakharova.
"Isso
levantou um grande número de questões. Pergunta número um — acontece que
ouvimos declarações oficiais sobre a existência de armas nucleares?",
questionou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo,
Maria Zakharova, ao programa Solovyov Live.
As
organizações internacionais, principalmente a Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA), deveriam ter prestado atenção às palavras do funcionário
israelense, mas não houve reação, de acordo com a representante oficial do
Ministério das Relações Exteriores russo.
"As
perguntas seguintes que surgiram para todos foram: onde estão as organizações
internacionais, onde está a AIEA, onde estão os inspetores?", destacou
Zakharova.
Anteriormente,
o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, suspendeu Amichai Eliyahu,
que disse que lançar uma bomba nuclear na Faixa de Gaza era "uma das
opções possíveis" no conflito.
·
Irã
insta ao desarmamento nuclear imediato dos 'bárbaros' israelenses
O
ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, instou ao
desarmamento nuclear de Israel, após o ministro dos Assuntos e Patrimônio de
Jerusalém, Amichai Eliyahu, sugerir um ataque nuclear contra Gaza.
Em
uma entrevista, realizada no domingo (5), Eliyahu sugeriu um ataque nuclear
contra o enclave palestino, que tem aproximadamente 2,3 milhões de pessoas.
Por
sua vez, para a autoridade iraniana esse tipo de sugestão indica a falha de
Israel em combater o Hamas.
"A
declaração do ministro do regime de Israel para se usar a bomba atômica mostra
a verdadeira derrota do regime contra a resistência", afirmou Abdollahian.
Ao
mesmo tempo, o ministro iraniano adicionou que o Conselho de Segurança da ONU e
a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) devem tomar medidas imediatas
para desarmar o "bárbaro" regime israelense, que está cometendo um
genocídio com o apoio dos EUA.
·
EUA
admitem que sua dependência do urânio enriquecido barato da Rússia ameaça
segurança nacional
A
dependência dos Estados Unidos em relação ao combustível nuclear russo é uma
preocupação séria e uma ameaça em estado crítico à segurança nacional do país,
disse Kathryn Huff, secretária assistente de Energia Nuclear dos EUA, em uma
entrevista ao jornal Financial Times.
"É
muito importante nos livrarmos de nossa dependência [da energia nuclear],
especialmente da Rússia […]. Sem ações, a Rússia continuará a deter esse
mercado […] é realmente importante para a segurança nacional, o clima e nossa
independência energética", ressaltou Kathryn Huff.
É
uma "séria preocupação" o fato de que cerca de 20% do combustível
para reatores nucleares dos EUA está sob contratos com fornecedores russos,
destacou a secretária assistente de Energia Nuclear.
A
Rússia controla quase 50% da capacidade de enriquecimento de urânio para a
produção de energia nuclear do mundo, tendo trabalhado com sucesso há anos para
minar a cadeia de suprimentos da indústria nuclear dos EUA ao "despejar
produtos baratos de urânio enriquecido nos mercados mundiais", afirmou
Kathryn Huff.
O
governo Biden solicitou US$ 2,16 bilhões (R$ 10,84 bilhões) ao Congresso para
apoiar uma estratégia de incentivo às empresas americanas de aumento da
capacidade de enriquecimento e conversão do urânio, de acordo com Huff.
O
sucesso desses investimentos estatais dependerá da imposição de restrições de
longo prazo aos produtos e serviços nucleares russos, acrescentou a secretária
assistente de Energia Nuclear.
"Vimos
no passado que o despejo de produtos baratos de urânio enriquecido da Rússia
historicamente prejudicou muito nosso ciclo de combustível e nos trouxe até
onde estamos hoje", explicou Huff.
Os
Estados Unidos precisam assinar de cinco a dez contratos para novos reatores
nos próximos dois ou três anos para cumprir suas metas climáticas até 2050,
resumiu ela.
·
'Caminho
para golpe': atitude de Zelensky com militares pode acabar mal, diz ex-analista
da CIA
As
ações do presidente Vladimir Zelensky podem desencadear um golpe militar, disse
o ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA), Larry Johnson, em uma
entrevista ao canal Judging Freedom no YouTube.
"Zelensky
começou a descomissionar generais e militares de alto escalão. Acredito que
esse seja o caminho para um golpe", afirmou o ex-analista da CIA.
"Em
algum momento, as Forças Armadas ucranianas podem dizer: 'Espere um pouco, não
permitiremos que esse palhaço nos leve à morte'", ressaltou Larry Johnson.
Na
Ucrânia percebem que não são mais o objeto de afeição de Washington. O líder
ucraniano está muito distante da realidade, negando a difícil situação no
front, de acordo com Johnson.
"A
Ucrânia não está avançando, e sim recuando. Ela não tem pessoal, e isso é o
mais importante", resumiu ele.
Anteriormente,
o comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas Valery Zaluzhny disse à The
Economist que as Forças Armadas ucranianas estão em um beco sem saída —
"muito provavelmente, não haverá um avanço profundo e bonito",
afirmou.
·
Sinal
para o Ocidente: Kiev não consegue reconquistar 'territórios perdidos', diz
ex-general polonês
A
Ucrânia não conseguirá retomar a Crimeia, como evidenciou uma entrevista
recente com o comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia, destacou o
general aposentado polonês Tomasz Drewniak ao portal Wirtualna Polska.
"As
autoridades ucranianas terão dificuldade em comunicar isso aos seus cidadãos. A
mensagem do presidente e de sua equipe é que eles estão vencendo, que
recuperarão a Crimeia e restaurarão as fronteiras que existiam antes de 2014.
Aparentemente, é sobre isso que o general Zaluzhny falou, que esse cenário pode
ser irrealista", disse Tomasz Drewniak.
O
governo de Kiev tinha muita ambição, inclusive por causa do fornecimento de
equipamentos ocidentais. Na verdade, o próprio comandante em chefe das Forças
Armadas ucranianas admitiu que tudo está perdido, de acordo com Tomasz
Drewniak.
As
declarações de Zaluzhny podem ter sido um sinal para o Ocidente pedindo ajuda,
mas a capacidade dos aliados não é mais tão grande, afirmou Drewniak.
"Acho
que o mundo ocidental se moverá na direção de fechar a torneira do apoio à
Ucrânia e tentar trazer ambos os lados para a mesa de negociações",
resumiu o ex-general.
Anteriormente,
Valery Zaluzhny disse à The Economist que as Forças Armadas ucranianas estão em
um beco sem saída — "muito provavelmente, não haverá um avanço profundo e
bonito", afirmou.
·
'Biden
teme': mísseis ATACMS de longo alcance não ajudarão Ucrânia a combater a
Rússia, diz mídia
O
presidente dos EUA, Joe Biden, está preocupado com os problemas das Forças
Armadas ucranianas no front, bem como com o fato de que os mísseis ATACMS não
são capazes de mudar o equilíbrio de poder, informa o The New York Times.
"Os
Estados Unidos forneceram a Zelensky todas as armas que ele pediu, inclusive mísseis
de longo alcance. [...] Agora ele [Biden] teme que os ATACMS não sejam de
grande ajuda para os ucranianos, porque os russos posicionam sua aviação fora
do alcance dessas armas", ressalta a publicação.
O
chefe da Casa Branca também está alarmado com o fato de alguns países que
apoiam o governo de Kiev terem se tornado céticos, escreve o artigo.
"Biden
está agora tentando conter o cansaço e o descontentamento com o curso das
hostilidades na Ucrânia que surgiram da percepção de que bilhões de dólares em ajuda
dos EUA foram desperdiçados", de acordo com o artigo.
"Mesmo
com as armas e inteligência fornecidas, não foi possível vencer a forte
resistência do Exército russo, que estava bem entrincheirado", resumiu a
publicação.
Em
outubro, o presidente russo Vladimir Putin classificou como outro erro a
decisão dos EUA de fornecer mísseis ATACMS à Ucrânia. Segundo ele, essas armas
criam uma ameaça adicional, mas não podem mudar fundamentalmente a situação no
front, e a Rússia será capaz de repelir esses ataques.
Fonte:
Sputnik Brasil
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