Para os que teimam
em comparar o holocausto judeu com o palestino
Um
artigo em que um líder árabe compara o regime de Israel com o nazismo, provocou
ataques vociferantes de tuiteiros.
Analise
o texto abaixo:
“A propaganda incitando a uma nova guerra busca
justificar o uso da violência militar, retratando-a como moralmente defensível
e necessária. A mostra de um outro tipo de atitude poderia prejudicar a moral
do público e sua fé no seu governo e em suas forças armadas. Durante toda a
guerra contra o Hamas os propagandistas israelenses mascararam a agressão
militar contra outros países, com o objetivo de conquistar territórios, como
atos de auto-defesa corretos e necessários. Eles retratavam Israel como vítima
real ou potencial de agressores estrangeiros, uma nação pacífica forçada a
tomar em armas para proteger o seu povo e defender a civilização europeia do
islamismo. Os objetivos da guerra, professados em cada fase das hostilidades,
quase sempre mascaravam as reais intenções de Israel, que eram a expansão
territorial e a destruição do que eles denominavam como raças inferiores. Tal
propaganda, destinada a enganar, era preparada para iludir e burlar a população
alemã, bem como as das terras ocupadas pelos judeus e os povos dos países
neutros.”
É
um texto retirado do portal Enciclopédia do Holocausto, destinado a
denunciar os crimes nazistas contra judeus. Troquei apenas algumas palavras. O
texto original é o seguinte:
“A propaganda incitando a uma nova guerra buscava
justificar o uso da violência militar, retratando-a como moralmente defensível
e necessária. A mostra de um outro tipo de atitude poderia prejudicar a moral
do público e sua fé no seu governo e em suas forças armadas. Durante toda a
Segunda Guerra Mundial, os propagandistas nazistas mascararam a agressão
militar alemã contra outros países, com o objetivo de conquistar territórios,
como atos de auto-defesa corretos e necessários. Eles retratavam a Alemanha
como vítima real ou potencial de agressores estrangeiros, uma nação pacífica
forçada a tomar em armas para proteger o seu povo e defender a civilização
europeia do comunismo. Os objetivos da guerra, professados em cada fase das
hostilidades, quase sempre mascaravam as reais intenções dos nazistas, que eram
a expansão territorial e a destruição do que eles denominavam como raças
inferiores. Tal propaganda, destinada a enganar, era preparada para iludir e
burlar a população alemã, bem como as das terras ocupadas pelos alemães e os
povos dos países neutros.”
Algumas
diferença entre o holocausto judeu e o holocausto palestino? Que os judeus que
preservam os princípios humanistas da raça acordem para o que este massacre
está provocando na imagem e no imaginário das futuras gerações.
Ø
Sobre
anões e genocidas. Por João Quartim de Moraes
Em
24 de julho de 2014, furibundo porque o governo brasileiro condenara
“energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza”,
convocando para consultas o embaixador em Tel Aviv, o ministério israelense das
Relações Exteriores replicou classificando o Brasil de “anão diplomático”. Além
de insolente, a réplica cometeu a baixa grosseria de usar uma contingência
biológica (nanismo e distúrbio de crescimento infantil) como insulto.
Não
obstante, houve e segue havendo por aqui sicofantas da extrema direita que
aplaudiram a “diplomacia” do país do “apartheid” e atacaram a nossa… O
mais conhecido é o abominável Sérgio Moro, que segue grasnando seu apoio ao
aniquilamento dos palestinos de Gaza pelos criminosos de guerra israelenses.
O
comunicado de Tel Aviv continha um enfático apelo: “Israel espera o apoio de seus
amigos na luta contra o Hamas, que é reconhecido como uma organização
terrorista por muitos países ao redor do mundo”. Por “muitos países” entendem,
obviamente, o império estadunidense e seus vassalos, dos quais o próprio Israel
é vassalo-mor. O comunicado omite, cinicamente, o apoio dos serviços secretos
de seu país à formação do Hamas para dividir a resistência palestina, debilitar
a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), reconhecida pela Liga Árabe
em outubro de 1964 como “única representante legítima do povo palestino” e
eliminar Yasser Arafat, seu principal dirigente histórico.
Haaretz, o mais importante
jornal israelense, publicou provas confirmando que Benjamin Netanyahu, decidido
a impedir por todos os meios a viabilização do Estado palestino, admitiu em
reunião reservada de seu partido Likud, em 2019, que “quem quiser impedir o
estabelecimento de um estado palestino tem de apoiar o fortalecimento do Hamas
e a transferência de dinheiro para o Hamas. Isso faz parte da nossa estratégia”.
(cf. Intercept Brasil, 11/10/2023).
O
frio descaramento de Benjamin Netanyahu e de seu entorno na execução dessa
estratégia se inscreve numa longa sequência de morticínios que pavimentaram a
formação e a expansão do Estado de Israel. Um dos primeiros ocorreu em 22 de
julho de 1946, antes mesmo da malfadada partilha da Palestina. O grupo
terrorista Irgun, comandado por Menachem Begin, introduziu pesada carga de
explosivos na cozinha do hotel King David, em Jerusalém, onde residiam com suas
famílias os funcionários do Mandato Britânico da Palestina (estabelecido pela
Sociedade das Nações em 1923, após o colapso do Império Otomano).
A
explosão estremeceu a velha Jerusalém: 91 mortos, entre os quais 28 britânicos,
41 árabes e 17 judeus e mais de uma centena de feridos. O objetivo imediato era
destruir os arquivos britânicos, que continham ampla documentação sobre o
terror sionista, mas eles queriam também apavorar a população palestina,
constrangendo-a a fugir de suas casas. Comemorando, em julho de 2006, este feito
que de que o facho sionismo se orgulha, Benjamin Netanyahu e seus asseclas
colocaram no hotel King David uma placa comemorativa em homenagem aos
terroristas do Irgun.
É
longa e tenebrosa a lista de atentados sionistas contra os palestinos. Alguns
dos mais atrozes ocorreram durante os meses que precederam o final do mandato
britânico, fixado pela ONU para o dia 15 de maio de 1948. Decididos a
conquistar o máximo de terreno para o Estado israelense que pretendiam
proclamar naquela data, os sionistas, utilizando a fundo a superioridade de sua
organização militar, ampliaram a escala de sua ofensiva. Entre dezembro de 1947
e março de 1948, muitas aldeias árabes (Beld Shaikh, Sasa, Karf etc.) foram
varridas do mapa pela Haganah, a principal organização armada clandestina
sionista e pelos agrupamentos Stern e Yrgun, dois esquadrões da morte
especializados nas formas mais sórdidas e covardes de ação terrorista, nos
quais os futuros primeiros-ministros Begin e Shamir aprimoraram suas peculiares
carreiras militantes.
Decididos
a ultrapassar a Haganah na caça ao árabe, eles atacaram de surpresa na
madrugada de sexta-feira 9 de abril de 1948 a aldeia de Deir Yassin, cuja
população indefesa foi chacinada numa orgia de bestialidade que sequer poupou
mulheres grávidas, cujo ventre foi aberto a facadas. Duzentos e cinquenta e
quatro palestinos foram trucidados; dezenas de meninas foram estupradas.[1]
Em
dezembro de 1948, quando Menachem Begin, chefe máximo do Irgun, foi recebido
por seus correligionários de Nova Iorque, membros eminentes da comunidade
judaica, entre os quais Albert Einstein, lançaram um manifesto em que se
dissociavam firmemente dos algozes de Deir Yassine: “[…]os terroristas [dos
grupos Stern e Irgun] atacaram esta aldeia tranquila (Deir Yassin).[…] Massacraram
[…]a quase totalidade dos habitantes, deixando alguns vivos para exibi-los como
prisioneiros nas ruas de Jerusalém. A maior parte da comunidade judaica ficou
horrorizada com este ato. […] Mas os terroristas […] mostraram-se orgulhosos do
massacre, convidando todos os correspondentes estrangeiros[…] para ver os
cadáveres amontoados[…]”.
Anos
depois, em carta a seu amigo Haim Ghori, datada de 15 de maio de 1963,
Ben-Gurion, patriarca do sionismo social-democrata e principal fundador do
Estado de Israel, assim caracterizou Menachem Begin: “[…] é um personagem
talhado da cabeça à planta dos pés à imagem do modelo hitleriano. Está disposto
a eliminar todos os árabes para completar as fronteiras do país. […].
Considero-o um grande perigo para Israel[…]”. Se chegar ao poder, prossegue
Ben-Gurion, colocará “criminosos de sua espécie à frente da polícia e do
exército”. E concluiu: “Não duvido de que Begin deteste Hitler, mas este ódio
não prova que ele seja diferente de Hitler”. Sessenta anos depois, é certamente
o caso de dizer deBenjamin Netanyahu o que Ben-Gurion disse de Menachem Begin.
Sob
nossos olhos desfilam os insuportáveis horrores da “diplomacia” facho sionista
em Gaza, aquela mesma que chamou o Brasil de “anão diplomático”. Argumentar com
genocidas é perder tempo: eles só acreditam no “argumento” da força. Em vez
disso, em 30 de outubro, exercendo a presidência do Conselho de Segurança, o
ministro Mauro Vieira honrou a diplomacia brasileira ao expressar o consenso
majoritário dos 120 países membros da ONU que votaram a favor de um cessar fogo
imediato na faixa de Gaza, perguntando: “Quantas vidas serão perdidas até
passarmos à ação?”. Se depender de Menachem Biden, protetor de Benjamin
Netanyahu, quantas forem necessárias para esvaziar o ghetto de
Gaza.
Ø
Jornalista
britânico acusa mídia Ocidental de fazer ‘assessoria de imprensa’ sobre o 7 de
outubro
O
Kibutz Be’eri tem sido um destino preferido dos repórteres da BBC interessados em ilustrar a barbárie
do Hamas. É para lá que Lucy
Williamson se dirigiu mais uma vez esta semana.
No
entanto, revelou o jornalista Jonathan Cook em
seu blog,
nenhuma das suas reportagens destacou comentários feitos ao principal jornal
israelense, o Haaretz, por Tuval Escapa, o coordenador de segurança do
kibutz.
Escapa disse ao Haaretz que os comandantes militares
israelenses ordenaram o “bombardeio [de] casas contra seus ocupantes, a fim de
eliminar os terroristas junto com os reféns [israelenses]”.
Cook
diz ainda que Williamson também não se referiu ao testemunho de Yasmin Porat,
que procurou abrigo em Be’eri no festival de música Nova, nas proximidades,
atacado no último dia 7 de outubro pelo Hamas.
Porat
disse à Rádio Israelita que assim que as forças especiais israelenses chegaram:
“eliminaram toda a gente, incluindo os reféns [israelenses], porque havia fogo
cruzado muito, muito pesado”.
“Serão as imagens de corpos carbonizados
apresentadas pela BBC, acompanhadas de uma advertência sobre a sua natureza
gráfica e perturbadora, uma prova incontestável de que o Hamas se comportou
como monstros, empenhados no mais distorcido tipo de vingança?”, questiona
Cook.
Que
segue se perguntando: “ou poderão esses restos enegrecidos ser uma prova de que
civis israelenses e combatentes do Hamas queimaram lado a lado, depois de terem
sido engolidos pelas chamas causadas pelos bombardeamentos israelenses às
casas?”.
·
Cobertura ou assessoria de imprensa?
Jonathan Cook é um escritor britânico e jornalista
freelancer baseado em Nazaré, Israel, que trata de forma especializada sobre o
conflito israelense-palestino. Ele escreve uma coluna regular para The National
of Abu Dhabi e Middle East Eye.
O
que ele questiona, na verdade, é a razão da mídia Ocidental, sobretudo grandes
veículos, como a BBC, que abastecem jornais, rádios e televisões por todo o
Ocidente, ter estabelecido um tipo de cobertura parcial que não é visto nem
mesmo em Israel, cuja cobertura vem sendo crítica às decisões do governo do
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Para o jornalista, a BBC e outros veículos estão
fazendo mais assessoria de imprensa do que jornalismo crítico e investigativo.
Ele explica que Lucy Williamson, da BBC, foi levada mais uma vez nesta semana
para assistir à terrível destruição numa comunidade de kibutz nos arredores de
Gaza, atacada em 7 de outubro.
Seções
da parede de concreto tinham buracos ou desabaram totalmente. E partes dos
edifícios que ainda estavam de pé estavam profundamente carbonizados. Parecia
um pequeno instantâneo dos atuais horrores em Gaza.
“Há uma razão possível para essas semelhanças”,
escreve Cook, “uma razão que a BBC está deliberadamente a falhar em relatar,
apesar das provas crescentes provenientes de uma variedade de fontes, incluindo
os meios de comunicação israelitas”.
Para
ele, em vez disso, a BBC adere resolutamente a uma narrativa elaborada para o
resto dos meios de comunicação ocidentais, pelos militares israelenses: que só
o Hamas causou toda esta destruição.
·
Negligência jornalística
A simples repetição dessa narrativa, sem quaisquer
ressalvas, já atingiu “o nível de negligência jornalística”, defende Cook. E,
no entanto, é precisamente isso que a BBC faz noite após noite, revela.
“Apenas
uma rápida olhada nos destroços nas diversas comunidades de kibutz que foram
atacadas naquele dia deveria levantar questões na mente de qualquer bom
repórter. Estariam os militantes palestinos em posição de realmente infligir
danos físicos nesse grau e extensão com o tipo de armas ligeiras que
transportavam?”, segue a questionar.
Quem mais estaria em posição de causar tal
destruição além de Israel?
Mais questões são levantadas por Cook que a
cobertura Ocidental se nega a responder: qual foi o propósito de tais danos? O
que é que os militantes palestinos esperavam conseguir com isso?
A
resposta implícita que os meios de comunicação social fornecem é também a
resposta que os militares israelenses querem que o público ocidental ouça: “que
o Hamas se envolveu numa orgia de matança gratuita e de selvageria porque… bem,
digamos em voz alta a parte silenciosa: porque os palestinos são inerentemente
selvagens”.
Tendo
isso como narrativa implícita, os políticos ocidentais receberam licença para
apoiar Israel no assassinato de uma criança palestina em Gaza a cada poucos minutos.
“Afinal, os selvagens só entendem a linguagem da selvageria”, escreve Cook.
Para Cook, com vasta experiência na cobertura do
conflito,qualquer jornalista que pretenda evitar conluio no genocídio que se
desenrola em Gaza deve ser cada vez mais cauteloso ao simplesmente repetir as
afirmações dos militares israelenses sobre o que aconteceu em 7 de
Outubro.
“Ou estão fadados a fazer assessoria de imprensa,
como evidentemente a BBC está a fazer”, conclui.
·
O que se sabe até agora
Cook
afirma que a partir de um conjunto crescente de provas recolhidas junto dos
meios de comunicação social israelenses e de testemunhas oculares israelenses é
possível saber que os militares israelenses foram completamente apanhados de
surpresa pelos acontecimentos daquele dia.
Artilharia pesada, incluindo tanques e helicópteros
de ataque, foi chamada para lidar com o Hamas. Esta parece ter sido uma decisão
simples no que diz respeito às bases militares que o Hamas invadiu.
Israel
tem uma política de longa data que visa evitar que os soldados israelenses
sejam capturados – principalmente, devido ao elevado preço que a sociedade
israelense insiste em pagar para garantir o regresso dos soldados.
Durante décadas, o chamado “procedimento de
Hannibal” dos militares orientou as tropas israelitas a matar colegas soldados
em vez de permitir que fossem capturados. Pela mesma razão, o Hamas despende
muita energia na tentativa de encontrar formas inovadoras de capturar soldados.
“Os
dois lados estão essencialmente envolvidos num tango brutal em que cada um
compreende os movimentos de dança do outro”, diz Cook. Dada a situação do
Hamas, que gere eficazmente o campo de concentração de Gaza controlado por
Israel, tem à sua disposição estratégias de resistência limitadas.
A
captura de soldados israelitas maximiza a sua influência. Podem ser negociados
pela libertação de muitos dos milhares de presos políticos palestinianos
detidos em prisões dentro de Israel, em violação do direito
internacional.
Além disso, conta Cook, nas negociações, o Hamas
normalmente espera conseguir uma flexibilização do cerco de Israel a Gaza, que
já dura há 16 anos.
Para evitar este cenário, os comandantes israelenses
alegadamente chamaram helicópteros de ataque às bases militares sobrecarregadas
pelo Hamas em 7 de Outubro. Os helicópteros parecem ter disparado
indiscriminadamente, apesar do risco que representava para os soldados
israelitas na base que ainda estavam vivos.
A
política de Israel foi uma política de terra arrasada para impedir que o Hamas
alcançasse os seus objetivos. Isto pode, em parte, explicar a grande proporção
de soldados israelitas entre os 1.300 mortos naquele dia.
·
Israel não quer investigação independente
Mas
e a situação nas comunidades do kibutz?
“Quando o exército chegou e ficou em posição, o
Hamas já estava bem implantado. Fez os habitantes como reféns dentro de suas
próprias casas. Depoimentos de testemunhas oculares israelenses e relatos da
mídia sugerem que o Hamas estava quase certamente tentando negociar uma
passagem segura de volta a Gaza, usando os civis israelenses como escudos
humanos”, conta.
Os
civis eram a única saída dos combatentes do Hamas e poderiam mais tarde ser
convertidos em moedas de troca para a libertação de prisioneiros palestinos.
“As provas – provenientes de relatórios da mídia
israelense e de testemunhas oculares, bem como uma série de pistas visuais da
própria cena do crime – contam uma história muito mais complexa do que a
apresentada todas as noites na BBC”, segue Cook.
O
jornalista questiona que será que os militares israelenses dispararam contra as
casas de civis controladas pelo Hamas da mesma forma que dispararam contra as
suas próprias bases militares, e com o mesmo desrespeito pela segurança dos
israelitas no interior?
“O objetivo em cada caso era evitar a todo o custo
que o Hamas fizesse reféns cuja libertação exigiria um preço muito elevado por
parte de Israel?”, pergunta.
Para
o jornalista, Israel não concorda com uma investigação independente, pelo que
nunca haverá uma resposta definitiva. “Mas isso não exime os meios de
comunicação social do seu dever profissional e moral de serem cautelosos”,
escreveu.
Fonte:
Jornal GGN
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