quarta-feira, 19 de junho de 2024

Terapia com anticorpo pode reduzir a progressão do Parkinson, mostra estudo

Um anticorpo chamado Prasinezumabe mostrou ser capaz de reduzir sinais de deterioração motora em pessoas com doença de Parkinson que apresentam uma progressão rápida da doença. O achado é de um amplo ensaio clínico de fase 2 — teste feito em humanos para avaliar a eficácia de um determinado medicamento ou componente — publicado na Nature Medicine nesta segunda-feira (15).

Parkinson é uma doença progressiva do sistema nervoso que afeta principalmente os movimentos do paciente, levando à dificuldade para andar e falar, além da perda de equilíbrio, de tremores nas mãos e rigidez muscular. No distúrbio, os sintomas motores e não motores se agravam ao longo do tempo e, atualmente, ainda não existem tratamentos para a doença.

De acordo com estudos anteriores, um dos fatores para a progressão do Parkinson é a agregação de alfa-sinucleína, um tipo de proteína, no cérebro. O prasinezumabe é o primeiro anticorpo monoclonal terapêutico experimental que foi projetado para se ligar à alfa-sinucleína agregada, permitindo sua desagregação.

No estudo de fase 2, 316 pacientes com Parkinson em estágio inicial receberam o anticorpo. Os pesquisadores, então, analisaram os potenciais efeitos do prasinezumabe na progressão dos sintomas motores da doença em quatro subpopulações que apresentavam sintomas motores de progressão rápida.

Esses quatro subgrupos foram definidos por fatores como uso de inibidores da monoamina oxidase B (MAO-B), pelo estadiamento da doença na escala de Hoehn e Yahr, pela presença de transtorno do comportamento do sono REM rápido ou pela presença de fenótipos malignos difusos.

Os pesquisadores descobriram que o tratamento com prasinezumabe reduziu a piora dos sintomas motores em todos os subgrupos de progressão rápida do Parkinson após 52 semanas, em comparação com os sintomas motores daqueles que foram tratados com placebo. Porém, esse mesmo efeito não foi observado em subpopulações com uma progressão lenta da doença.

Para definir quais participantes apresentavam uma progressão lenta da doença e quais tinham uma progressão mais rápida, os pesquisadores usaram a parte III da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson da Sociedade Brasileira de Distúrbios do Movimento (MDS-UPDRS), que é a ferramenta de avaliação clínica padrão para quantificar sintomas motores do Parkinson.

As descobertas do estudo sugerem que a eficácia clínica do prasinezumabe pode ser observada em um ano em pacientes com Parkinson de rápida progressão. Mais pesquisas são necessárias para determinar se o anticorpo pode ser eficaz em pacientes com progressão mais lenta da doença após períodos de tratamentos mais longos.

Mais estudos também são necessários para confirmar esses efeitos em pacientes com Parkinson de progressão rápida.

 

¨      Café pode proteger contra doença de Parkinson, sugere estudo

O Parkinson é uma condição degenerativa e progressiva, caracterizada pela diminuição da velocidade dos movimentos, tremores involuntários e rigidez muscular. Manter uma alimentação equilibrada e saudável é uma das formas de prevenção da doença. Agora, um estudo recente mostra que beber café também pode exercer um efeito protetor.

Publicada na revista científica Neurology, a pesquisa mostrou que a cafeína pode ter uma ação neuroprotetora, ou seja, que protege os neurônios contra o Parkinson. Segundo os autores do estudo, apesar de já existirem evidências que mostram uma relação entre café e um menor risco neurodegenerativo, ainda não tinha sido realizado um estudo que quantificasse biomarcadores de ingestão de cafeína antes da doença se manifestar.

Para realizar o estudo, os pesquisadores analisaram dados de 184.024 indivíduos de seis países diferentes — Suécia, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Espanha e Itália. Eles faziam parte de um estudo maior, chamado EPIC, que está em andamento para explorar a relação entre nutrição e doenças não transmissíveis. Os participantes da coorte da atual pesquisa (EPIC4PD) foram investigados por cerca de 13 anos.

Os casos com potencial de desenvolver Parkinson foram identificados por meio de registros médicos e validados por especialistas. Além disso, os pesquisadores dividiram o estudo em duas partes, incluindo o estudo com a coorte EPIC4PD e um estudo de caso-controle — para cada caso de Parkinson identificado, foi selecionado uma pessoa que não desenvolveu a doença, para controle.

Os hábitos alimentares e estilo de vida foram avaliados por meio de um questionário. Nele, os participantes relataram o número de xícaras de café consumidas por mês, semana ou dia. O consumo de diário de café foi medido em mililitros, utilizando os tamanhos típicos de xícaras de cada país envolvido no estudo. Os participantes também preencheram questionários sobre estilo de vida, incluindo tabagismo e consumo de álcool, nível de escolaridade e atividade física.

Por fim, também foi feita uma análise aprofundada dos níveis de metabólitos primários da cafeína, ou seja, substâncias que são produzidas quando o corpo metaboliza a cafeína, como paraxantina e teofilina no sangue.

<><> Quais foram os achados do estudo?

Entre os participantes do estudo, 308 e 285 homens e mulheres foram diagnosticados com Parkinson, respectivamente. De acordo com os pesquisadores, aqueles que tinham um maior consumo de café apresentaram um risco quase 40% menor de desenvolver Parkinson em comparação com aqueles que não consumiam.

Apesar dos achados, o estudo é observacional, ou seja, apenas demonstra uma relação de causa e efeito e não é capaz de comprovar causa e efeito.

“Em resumo, nosso estudo validou o efeito protetor da cafeína no risco de Parkinson em uma grande coorte prospectiva e confirmou ainda o papel etiológico da cafeína usando bioamostras antes do diagnóstico de Parkinson em uma estrutura expossômica não direcionada. Nossas descobertas sobre a ação protetora da cafeína e seus principais metabólitos fornecem informações sobre a etiologia e prevenção da DP.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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