Tentativa
de interferência política de Israel nos EUA abala relação entre aliados
Acostumados
a acusar a Rússia de interferência política, EUA foram alvo de campanha secreta
promovida por Israel, um de seus maiores aliados. À Sputnik Brasil,
especialistas afirmam que, além de criar uma saia justa para Washington, o
flagrante tem potencial para alterar a aliança entre os países.
O
governo de Israel pagou pelo menos US$ 2 milhões (cerca de R$ 10 milhões) em
uma campanha secreta para influenciar politicamente congressistas americanos no
intuito de angariar apoio à ofensiva israelense na Faixa de Gaza.
A
denúncia veio à tona em um relatório divulgado pela agência de checagem
israelense Fake Reporter e cria um embaraço na tradicional relação entre
Washington e Tel Aviv.
Segundo
o relatório, a campanha utilizou perfis falsos criados nas redes sociais para
postar comentários pró-Israel nas redes de 128 congressistas americanos, a
maioria do Partido Democrata, do presidente Joe Biden. Por vezes, os
comentários postados traziam links com artigos de páginas falsas.
Ainda
de acordo com a Fake Reporter, pelo menos 600 perfis falsos postaram mais de 2
mil comentários por semana apoiando as ações militares de Israel, atacando
grupos de direitos humanos palestinos e rejeitando acusações de abusos dos
direitos humanos por parte de Tel Aviv. O relatório circulou nos meios de
comunicação dos EUA, trazendo à tona uma saia justa para Washington.
A
Sputnik Brasil conversou com especialistas que analisaram como a revelação pode
afetar a relação entre EUA e Israel, abalada por conta da ofensiva em Gaza, e
que embaraços políticos podem resultar do fato de os EUA terem sido alvo de uma
campanha de desinformação perpetrada por seu aliado incondicional.
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Flagrante aumenta o isolamento de Israel?
Rodrigo
Amaral, professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), chama a atenção para o fato de que, dias após a
divulgação do relatório, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU)
aprovou uma resolução, construída pelos EUA, por um cessar-fogo em Gaza.
"O
Hamas considerou bem-vinda essa resolução, o que significa que Israel
evidentemente vai estar pressionado a encerrar suas operações militares. Vamos
ver se isso de fato ocorrerá", afirma.
Ele
acrescenta que a notícia é boa porque pavimenta o caminho para um cessar-fogo,
já que Washington é até hoje "o maior financiador e garantidor das
operações militares israelenses em Gaza", e porque revela "os
mecanismos de pressão que têm feito os EUA alterarem sua postura tradicional,
que era uma postura de aliança" com Israel.
Nesse
contexto, Amaral afirma que o relatório da Fake Reporter é mais um elemento de
pressão somado a outros, como os protestos universitários pró-Palestina nos
EUA, que levaram o governo Biden a mudar sua postura "de um EUA apoiador
cego de Israel para um EUA mais moderado, no sentido de demandar soluções o
mais breve possível para a questão de Gaza".
"Esse
relatório que vaza essa informação de que Israel estaria usando de inteligência
artificial, a criação de perfis robôs para pressionar no sentido inverso, ou
seja, falar que esses movimentos universitários seriam antissemitas, ou que
haveria qualquer tipo de mobilização antissemita nos EUA, e esse dinheiro usado
para pressionar congressistas americanos é mais um elemento que pega mal que
circulou no noticiário norte-americano nestes últimos dias. Ele soma mais um
elemento negativo para a postura norte-americana [de apoio a Israel]",
destaca Amaral.
Por
sua vez, José Renato Ferraz da Silveira, professor de relações internacionais
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aponta que a mudança de tom dos
EUA em relação a Israel reflete um comportamento ambivalente na questão externa
e uma preocupação interna de Joe Biden com a opinião pública.
"Avalio
que quanto mais a guerra prolongar-se, Joe Biden, pragmaticamente, será
obrigado a endurecer o discurso contra Israel à medida que aumenta o número de
vítimas crianças e mulheres. Para muitos analistas, a provável sequela
pós-guerra será a emergência de uma nova dinâmica dessa relação."
Ele
acrescenta que a revelação da campanha secreta israelense "demonstra o
jogo arriscado, oportunista, estratégico e consciente de Israel de manipular e
influenciar a opinião pública dos EUA e dos congressistas americanos".
"É
certo que Israel utiliza, com êxito, ao longo da história, uma 'política de
bullying' baseada no vitimismo e no ressentimento contra pessoas, grupos,
instituições e países que contrariam ou discordam das suas ações. Normalmente
quem critica Israel é chamado de antissemita e rotulado como 'nazista',
'fascista', 'persona non grata', entre outras expressões contundentes",
afirma Silveira.
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Por que o alvo era o Partido Democrata?
Segundo
Amaral, o principal alvo da campanha israelense foi o Partido Democrata porque
a legenda reúne a maior parte dos críticos da ofensiva israelense.
"Partiam
principalmente dos democratas as pressões contra o próprio governo de Joe
Biden, que teve baixas no seu corpo técnico de governo justamente por conta
dessa responsabilidade que os EUA tinham em financiar, em armar Israel, em um
momento que atinge 38 mil civis palestinos mortos nesse conflito. Então, sem
dúvida nenhuma, essa operação secreta israelense tinha como objetivo reverter
essa onda [de críticas]. Não reverteu, porque inclusive vazou essa informação.
O tiro saiu pela culatra."
Ele
acrescenta que Israel faz uso de sua capacidade tecnológica e de espionagem
para promover a chamada Hasbará, termo que designa os esforços empregados por
Tel Aviv para difundir uma propaganda positiva de Israel.
"É
justamente um termo usado pelo governo israelense para falar dessa ação que
seria algo muito próximo de uma ideia de poder brando [também chamado de soft
power], de uma ação mais leve em termos de difusão de informação, a ideia de
dominação de narrativas. A Hasbará está dentro dessa lógica, e eu acho que que
essa ação [campanha secreta] é uma ação encoberta, mas ela está dentro dessa
lógica da Hasbará", explica.
Porém,
segundo Amaral, o "tiro pela culatra" que resultou da campanha
secreta, sem dúvida nenhuma, vai aumentar o isolamento de Israel.
"Acho
que essa é mais uma gota d'água num copo cheio, em que Israel está cada vez
mais isolado, e agora vê até mesmo a potência que o favorece, que são os EUA,
conseguindo trazer uma proposta de cessar-fogo, aprovada no Conselho de Segurança
da ONU."
Silveira
compartilha da opinião de Amaral sobre o fato de o Partido Democrata ser o
principal alvo da campanha israelense por ser mais crítico à ofensiva do que o
Partido Republicano, e cita como exemplo um recente episódio ocorrido na Câmara
dos Representantes dos EUA, liderado pelos republicanos, no qual foi aprovado
"um projeto de lei que institui sanções ao Tribunal Penal Internacional
[TPI] pela decisão de solicitar mandados de prisão a autoridades israelenses
devido à guerra em Gaza".
"A
proposta foi aprovada por 247 votos a 155, com 42 democratas se juntando aos
republicanos em apoio à medida. Não houve votos contra de republicanos, embora
dois tenham optado pela abstenção. É pouco provável que o texto seja
efetivamente convertido em lei, mas reflete o apoio contínuo do Congresso
americano a Israel em meio a críticas internacionais pela campanha do país do
Oriente Médio na Faixa de Gaza. O lobby de Israel dentro do Congresso
norte-americano é muito forte."
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EUA têm experiência em interferência
política
Questionado
sobre o fato de os EUA, acostumados a acusar a Rússia de tentar interferir
politicamente no país, terem de lidar com esse tipo de manobra partindo
justamente de um de seus principais aliados, Amaral enfatiza que, na verdade,
há um histórico muito grande dos Estados Unidos de interferência em questões
políticas.
"Vale
mencionar, por exemplo, o golpe de 1964 no Brasil, que em 1963 e 1962 houve uma
grande participação de atores norte-americanos no intuito de tentar afetar os
rumos políticos brasileiros, tentar evitar que a onda esquerdista, digamos
assim, que estava sendo conduzida com o presidente João Goulart na época, se
mantivesse. A tendência era essa na época, e os EUA fizeram diversas
mobilizações através de institutos e think tanks para tentar colocar essa onda
no Brasil como associada à lógica comunista. Isso foi muito forte e acarretou
no apoio de uma parte importante da elite brasileira ao golpe de 1964, que era
um golpe justamente antidemocrático", afirma.
Ele
destaca que a interferência política é uma arma de potências hegemônicas contra
Estados mais fracos que desejam manipular, e que com a ascensão da inteligência
artificial "isso se torna cada vez mais temoroso".
"Acho
que isso é um ponto central. Sem dúvida nenhuma nós falaremos de inteligência
artificial nas eleições dos EUA, falaremos de inteligência artificial nas
eleições aqui no Brasil. Porque é um novo artifício para essa velha prática de
interferência através de mecanismos indiretos, mecanismos secretos, de
mecanismos brandos ou pouco perceptíveis."
Já
Silveira aponta que "guerra ou campanhas de desinformação são velhas
formas e expressões políticas, mas com novas roupagens e estratagemas para
enfraquecer, derrotar, influenciar, manipular, conter, destruir 'inimigos'
internos e externos".
Ele
afirma que o cenário atual vivenciado por Washington aponta para o chamado
mundo BANI, "que se refere aos desafios enfrentados no século presente,
com a sigla BANI significando originalmente 'Brittle, Anxious, Non-linear,
Incomprehensible' — em português 'Frágil, Ansioso, Não linear e
Incompreensível'".
"Os
EUA estão diante de uma saia justíssima nessa situação em especial, e de um dos
inúmeros desafios do mundo BANI. Nenhum país está imune a campanha de
desinformação. Os avanços tecnológicos já propiciam certo controle, total ou
parcial, dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos
povos, e guerras ditas em nome da paz já fazem parte da realidade deste mundo
tão similar ao romance '1984', de George Orwell."
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Biden defende a
democracia na Europa e Trump a enfraquece nos EUA
O presidente Joe Biden está na Europa, alertando sobre o mal totalitário e os perigos para a
democracia. O possível candidato do partido Republicano, Donald Trump, está de
volta ao país, buscando um favor do líder russo, Vladimir Putin, planejando vingança e difamando as eleições nos EUA.
O
ex-presidente está apresentando o caso de seu oponente para 2024 – que o
Ocidente está sendo desafiado por ameaças sem precedentes ao Estado de direito
por forças hostis tanto externas quanto internas.
Mas
a força de Trump também sugere que a peça central da viagem de Biden – uma
homenagem na sexta-feira na Normandia a um dos maiores discursos do
ex-presidente Ronald Reagan – pode cair em muitos ouvidos surdos na América. O
ex-presidente demonstra, em cada discurso e aparição pública, que a sedução da
demagogia, a demonização de estrangeiros e a linguagem extremista são tão
potentes agora quanto eram antes da Segunda Guerra Mundial.
As
comemorações do 80º aniversário da invasão do Dia D, que levou à libertação da Europa, se transformaram em um ponto
de encontro para os líderes ocidentais alertando que as forças mais sombrias do
extremismo político estão despertando. Eles também usaram suas reuniões e
discursos para traçar paralelos entre o ataque vicioso de Putin à Ucrânia e a
blitzkrieg de Adolf Hitler.
Não
há nada de novo em um presidente moderno dos EUA viajando para a Europa para
evocar a história compartilhada da vitória sobre a tirania. Mas nenhum outro
líder fez isso depois que seu antecessor tentou destruir a democracia para
permanecer no cargo. A possibilidade de Biden perder a reeleição – e a ameaça
de um retorno ao caos que Trump infligiu aos aliados europeus – lançou uma
sombra sinistra sobre a viagem.
Na
sexta-feira (7), Biden enviou uma mensagem inequívoca ao cooptar o legado de
Reagan – um dos maiores presidentes republicanos – para sugerir que seu rival é
uma afronta aos valores dos EUA e do Partido Republicano. Em 1984, no alto de
um penhasco invadido pelos Rangers do Exército dos EUA em 6 de junho de 1944,
conhecido como Pointe du Hoc, o 40º presidente americano denunciou o
isolacionismo dos EUA. Ele também invocou a guerra contra o nazismo para
convocar o Ocidente para uma luta renovada e, em última análise, bem-sucedida,
contra outra forma de extremismo – o comunismo ao estilo do Kremlin. Biden
implicou que Trump, com sua política externa “America Primeiro”, ataques à
integridade da eleição livre e justa de 2020 e o uso da retórica extrema
anti-imigrante que ecoa a dos nazistas, está convocando as mesmas forças que
desencadearam a guerra global.
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Reagan pode levar Biden à vitória?
Biden,
que certamente será o último presidente dos EUA a nascer durante a Segunda
Guerra Mundial, está pedindo aos americanos que reúnam o mesmo compromisso com
os valores democráticos da maior geração cujos últimos representantes estão
agora se afastando. “Em memória daqueles que lutaram aqui, morreram aqui,
literalmente salvaram o mundo aqui, sejamos dignos de seu sacrifício”, disse
Biden na quinta-feira (6), cercado pelos túmulos de mais de 9 mil americanos.
“Vamos ser a geração que, quando a história for escrita sobre o nosso tempo –
em 10, 20, 30, 50, 80 anos a partir de agora – será dito: ‘Quando o momento
chegou, nós o enfrentamos. Ficamos firmes. Nossas alianças se tornaram mais
fortes. E nós salvamos a democracia em nosso tempo também.'”
Que
um presidente precise fazer tal argumento mostra como o clima político mudou
desde que Reagan ficou no mesmo local, 40 anos atrás, e encheu muitos olhos de
lágrimas ao se dirigir aos veteranos e dizer: “Estes são os rapazes de Pointe
du Hoc. Estes são os homens que escalaram os penhascos. Estes são os campeões
que ajudaram a libertar um continente. Estes são os heróis que ajudaram a
ganhar uma guerra.”
Naquela
época, o Partido Republicano era um partido internacionalista e pró-democracia.
Orgulhosamente se gabava de como Reagan venceu a Guerra Fria até que Trump
misturou seu coquetel de isolacionismo e populismo, que olha com mais simpatia
para Putin do que para os aliados dos EUA. É essa mudança de perspectiva que
pode significar que o discurso de Biden é uma peça eficaz do teatro político,
mas tem apelo político limitado. A Casa Branca e a campanha de Biden não
esperam que evocar o espírito de Ronald Reagan prejudique o bloqueio de Trump
aos eleitores da base republicana.
Mas
o presidente está tentando conquistar republicanos descontentes com a segurança
nacional, nostálgicos pelos dias em que uma política externa agressiva era
vista como uma perna do lendário banquinho da política conservadora. E ele está
especialmente buscando atrair parte das dezenas de milhares de republicanos que
votaram na ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, nas primárias do
partido muito depois de ter suspendido a campanha. A ex-embaixadora das Nações
Unidas sob Trump pode ter endossado seu ex-chefe e acusado Biden de fraqueza no
cenário global. Mas ela está muito mais alinhada com a visão global do atual
presidente e desdém pelos ditadores do que com a marca de apaziguamento do
estilo autoritário de Trump.
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Trump de volta à campanha
A
visita de Biden à Europa coincidiu com o retorno de seu antecessor à campanha
após sua condenação na semana passada em um julgamento em Nova York. Trump
escolheu o momento para emitir sua mais recente abertura para Putin, um acusado
de crime de guerra perante o qual ele se curvou enquanto presidente. O suposto
candidato republicano insistiu que ele seria capaz de libertar um repórter
americano preso.
“Evan Gershkovich, repórter do The Wall
Street Journal que está sendo mantido pela Rússia, será libertado quase imediatamente após a eleição”, disse
Trump em um vídeo postado no Truth Social na terça-feira. “Mas definitivamente
antes de assumir o cargo, ele estará em casa, ele estará seguro. Vladimir
Putin, presidente da Rússia fará isso por mim … e não acredito que o faça por
mais ninguém.”
Esta
não foi a primeira vez que Trump tentou demonstrar influência especial com
Putin. Afinal de contas, uma vez disse, durante uma coletiva de imprensa em
Helsinque, que acreditava no líder russo, que estava ao seu lado, em vez das
agências de inteligência dos EUA que liderava, sobre a questão da interferência
eleitoral no Kremlin.
A
politização de Trump do caso Gershkovich foi notável, pois vem depois de meses
de esforços pacíficos do governo dos EUA para libertar o repórter e outro
americano preso, o ex-fuzileiro naval Paul Whelan. Isso levanta a possibilidade
de que os russos possam simplesmente manipular qualquer negociação na suposição
de que Trump possa dar-lhes um acordo melhor ou que o governo de Biden possa
estar preparado para pagar um preço mais alto antes da eleição. Se o Kremlin
finalmente libertar o repórter para Trump, pode ser um golpe para ele e
garantirá que ele ficasse em dívida com Moscou.
O
contato de Trump com Putin vem em um momento em que o presidente russo é
isolado da comunidade internacional pelos ataques bárbaros contra civis na
Ucrânia e quando ele representa a maior ameaça à integridade da Europa
continental desde a guerra que Biden atravessou Atlântico para comemorar. Usar
o sofrimento de um americano no cruel sistema penal russo para ganhar pontos
políticos também é um dos truques de campanha mais cínicos da era moderna. A
Rússia ignorou os comentários de Trump na quinta-feira, dizendo que a
libertação de Gershkovich só aconteceria como resultado de reciprocidade.
Depois
que Trump se mostrou amigável com Putin, o presidente em exercício fez questão
de denunciar o líder russo, que não foi convidado para os eventos do Dia D,
apesar do papel decisivo da União Soviética na derrota do nazismo. “Ele não é
um homem decente – ele é um ditador, e ele está lutando para garantir que ele
mantenha seu país unido enquanto ainda mantém esse ataque”, disse Biden à ABC
News em uma entrevista. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky estava lá em
seu lugar.
Enquanto
isso, o primeiro evento de campanha de Trump como criminoso na quinta-feira
ilustrou por que a eleição pode estar tão acirrada. Ele estava diante de uma
multidão de apoiadores selecionados em um Town Hall da Turning Point Action e
fez um apelo demagógico que é eficaz com os eleitores da base republicana. Ele
renovou suas mentiras sobre fraude nas últimas eleições, insistindo que
planejava ganhar um mandato em novembro que era “grande demais para ser
fraudado.” Ele atacou o sistema legal após sua condenação por um júri de seus pares,
insistindo sem fundamento que o veredito foi “fraudado”.
E
no estado fronteiriço do Arizona, ele disparou a retórica anti-imigração, grande parte da qual era alarmista e falsa sobre a crise na
fronteira, mas que pode se provar um contraponto eficaz à tentativa de Biden
esta semana de reduzir drasticamente as reivindicações de asilo. O
ex-presidente tem se recusado constantemente a garantir que aceitará o
resultado da eleição de novembro. E várias vezes nesta semana, ele também
insinuou que usaria o poder presidencial para processar seus oponentes
políticos, ameaçando um novo ataque ao Estado de direito.
“Bem,
a vingança leva tempo, vou dizer isso, e às vezes a vingança pode ser
justificada, Phil, eu tenho que ser honesto”, disse Trump durante uma
entrevista com “Dr. Phil Primetime”, que foi ao ar na quinta-feira. “Você sabe,
às vezes pode.”
No
Town Hall de quinta-feira, o ex-presidente se maravilhou com o fato de que
muitas de suas perguntas, de uma multidão amigável, eram sobre o alto custo de
vida, a luta da população do Arizona para comprar mantimentos e sua percepção
de que estão inseguros devido à chegada descontrolada de imigrantes
indocumentados na fronteira.
Esta
pode ser a equação eleitoral decisiva em poucas palavras: Trump usará questões
econômicas e de imigração para contrariar os avisos de Biden de que as
tendências antidemocráticas e autocráticas de seu rival o tornam inapto para
ser presidente novamente.
Fonte:
Sputnik Brasil/CNN Brasil
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