sábado, 15 de junho de 2024

Saiba como um pesquisador brasileiro descobriu um dos manuscritos mais antigos sobre a infância de Jesus

Textos históricos que registraram o começo do cristianismo foram levados em massa de regiões no Oriente Médio e Egito para a Europa no fim do século 19 e começo do século 20.

Parte desses documentos escritos em línguas que não são mais faladas, como o latim e o grego antigo, ainda não foi analisada, inclusive um papiro com cerca de 1,6 mil anos que, recentemente, foi identificado como o texto mais antigo sobre a infância de Jesus Cristo.

Um dos pesquisadores que reconheceu o texto é o brasileiro Gabriel Nocchi Macedo, que é professor da Universidade de Liège, na Bélgica.

Nocchi Macedo é de Porto Alegre, mas se mudou para a Bélgica há 20 anos, onde estudou letras clássicas e se especializou em papirologia, a ciência que estuda papiros antigos. Hoje, o gaúcho dá aulas sobre isso.

“O essencial do trabalho é consultar papiros em diferentes coleções e museus”, afirma. Foi dessa forma que ele e um colega descobriram o texto sobre a infância de Jesus.

“Por acidente, quase, por sorte, estávamos olhando fotos dos papiros da Universidade de Hamburgo, que foi digitalizada, e encontramos o papiro, lemos o texto (que está escrito em grego antigo) e identificamos como uma passagem sobre a vida de Jesus”, ele conta.

O mérito de Nocchi Macedo e o colega, Lajos Berkes, é ter dado atenção a um documento que é um "patinho feio", segundo o próprio pesquisador: "É um papiro pequeno, não é bonito e está mutilado. Registros assim podem trazer muita informação e contribuir com nosso conhecimento do passado. Todas as fontes, mesmo que ‘menores’ e ‘feias’, podem ser importantes”, diz ele.

Esse documento não recebeu atenção de pesquisadores durante cerca de 100 anos. Para Macedo Nocchi, o texto passou batido porque parecia ser uma informação do cotidiano, e não um documento histórico.

Os dois foram a Hamburgo para consultar o papiro.

A coleção de papiros da Antiguidade da Universidade de Hamburgo, que o pesquisador brasileiro descreve como considerável, foi formada no começo do século 20.

•           Jesus dá vida a pássaros de barro

O papiro traz um trecho do Evangelho de Tomé, um texto apócrifo sobre a infância de Jesus — não se trata de uma história reconhecida pela Igreja Católica ou outras instituições cristãs.

É uma espécie de “fanfic” sobre Jesus entre 3 e 5 anos, já fazendo milagres, escrita no século 4 ou 5, segundo Macedo Nocchi.

O fragmento encontrado descreve o início da ‘vivificação dos pardais’, um episódio da infância de Jesus que é considerado o “segundo milagre” no evangelho apócrifo de Tomé: Jesus brinca em um riacho e molda doze pardais com o barro da lama. Quando seu pai, José, o repreende e pergunta por que está fazendo isso no sábado, Jesus bate palmas e dá vida às figuras de barro.

O importante do papiro é que se reforça o entendimento de que os textos do começo do cristianismo eram escritos em grego.

“O grego era a língua da cultura. Esse evangelho da infância é conhecido em 9 línguas da antiguidade, mas o original era o grego, e esse papiro é o documento mais antigo que registra esse texto, prova isso”, afirma o pesquisador brasileiro.

Nocchi Macedo afirma que essa página não pertencia a um livro e, além disso, a letra não é das mais bonitas, o que indica que o documento pode ter sido por um estudante, e não por um profissional (chamados de copistas, pessoas dedicadas às cópias de textos e documentos).

 

•           Por que os católicos chamam Maria mãe de Deus, se Deus não tem mãe nem pai?

 

Por causa de um equívoco iniciado no Concílio de Éfeso, em 431, aonde Maria recebeu o título de Theotókos, termo grego que significa "Mãe de Deus".

Na ocasião buscava-se resolver uma disputa teológica entre os patriarcas de Constantinopla e de Alexandria, que colocava em cheque a dualidade divina e humana de Jesus. Então, para negar a posição herética que separava as duas naturezas de Jesus, ao invés de confirmá-las juntas, decidiu-se em Éfeso por declarar que Jesus era homem e Deus desde a sua concepção virginal, vindo daí a afirmação de Maria como Theotókos (Mãe de Deus) em oposição à sua afirmação como Christotókos (Mãe de Cristo homem).

A intenção era afirmar Maria como portadora do Deus homem e não apenas do Cristo homem, mas não tardou muito em o termo "Mãe de Deus" criar confusão e resultar na exagerada devoção católica a Maria como se esta tivesse gerado a Cristo de si própria, que é o que subentende o termo "Mãe de Deus".

Porém o testemunho bíblico é que Cristo foi gerado pelo Espírito Santo em Maria e não que Maria gerou Cristo de si própria.

"Não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que NELA ESTÁ GERADO É DO ESPÍRITO SANTO;" (Mateus 1:20)

"E, respondendo o anjo, disse-lhe: DESCERÁ SOBRE TI O ESPÍRITO SANTO, e o PODER DO ALTÍSSIMO TE COBRIRÁ com a sua sombra; POR ISSO também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado FILHO DE DEUS." (Lucas 1:35)

Portanto, Maria de fato não é mãe de Deus mas foi portadora do Verbo, gerado no seu ventre pelo poder do Espírito Santo. Caso contrário, as Escrituras não o chamariam de Filho de Deus mas Filho de Maria.

Jesus é Deus e é eterno. Na eternidade Ele já estava com Deus conforme o testemunho de João 1:1-2. E Maria? Aonde estava na eternidade? Ora, tal qual o restante de nós, ela ainda nem existia!

 

Fonte: g1/Quora

 

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