segunda-feira, 24 de junho de 2024

ORCRIM BOLSONARISTA: Michelle deve virar alvo da PF após indiciamento de Bolsonaro por crimes sobre joias

Após o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) nas próximas semanas como um dos líderes da organização criminosa que furtou e vendeu joias do acervo da Presidência da República nos Estados Unidos, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro deve entrar na mira da Polícia Federal (PF).

Michelle não deve ser indiciada como membro da OrCrim sobre as joias, mas agentes da PF já teriam decidido enviar um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir nova investigações a partir da delação do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Uma delas terá como alvo a ex-primeira-dama, segundo informações de Guilherme Amado neste sábado (22) no portal Metrópoles.

A investigação teria como foco o pagamento por meio do cartão corporativo da Presidência de despesas pessoais da ex-primeira-dama, segundo o jornalista.

Segundo a PF, há provas de que Michelle usou o cartão da Presidência para pagar contas pessoais e até procedimentos estéticos, além de quitar contas de parentes com o cartão.

Em 2023, uma série de denúncias foi feita sobre o uso do cartão corporativo por Michelle, que usava também um esquema similar aos casos de corrupção das "rachadinhas" - investigados nos gabinetes de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Alerj e de Carlos Bolsonaro (PL-RJ, na Câmara Municipal do Rio.

O pente-fino feito nas contas mostra que a esposa de Bolsonaro teria usado o cartão corporativo até mesmo para colocar novos implantes nos seios.

Após a informação vir à tona, Michelle foi às redes sociais e, por meio de um storie no Instagram, reagiu com ironia.

Na publicação, a ex-primeira-dama mostra caixas supostamente com comprovantes de todas as suas despesas pessoais durante o mandato de seu marido com o intuito de rebater as acusações.

"Todos os meus comprovantes de compras pessoais. Feitas em 4 anos de governo. Devidamente arquivado. Só não tem o da troca de silicone porque meu médico não cobrou", ironizou, adicionando, ainda, que convidaria um jornalista para um "café" em breve na sua casa, se referindo a Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, que fez a denúncia.

•           "Rachadinha"

Além do uso do cartão corporativo, a PF identificou por meio de quebra de sigilo das comunicações do tenente-coronel Mauro Cid um suposto esquema de corrupção que funcionava no entorno de Michelle, que usava dinheiro da União para pagar as contas feitas no cartão de uma amiga.

Os diálogos apontam a existência de uma orientação para o pagamento em dinheiro vivo de despesas da ex-primeira-dama.

De acordo com a PF, as conversas revelam a existência de uma "dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências".

A apuração concluiu que Michelle utilizava um cartão de crédito vinculado à conta da amiga Rosimary Cardoso Cordeiro, que era assessora parlamentar no Senado. A PF descobriu depósitos em dinheiro vivo para Rosimary com o objetivo de pagar as despesas com o cartão de crédito, tentando esconder a origem dos recursos.

Duas assessoras de Michelle, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Cid demonstrando preocupação sobre irregularidades no pagamento de despesas de Michelle.

No dia 30 de outubro de 2020, Cintia enviou um áudio a Giselle. “Então, hoje é essa situação do cartão realmente é um pouco preocupante. O que eu sugiro para você é o seguinte. No momento que você for despachar com ela, é esse assunto. Você pode falar com ela assim sutilmente, né? (...) Mas eu acho que você poderia falar assim: dona Michelle, que é que a senhora acha da gente fazer um cartão para a senhora? Um cartão independente da Caixa. Pra evitar que a gente fique na dependência da Rosy. E aí a gente pode controlar melhor aqui as contas. (...) Pode alertá-las o seguinte, que isso pode dar problema futuramente, se algum dia, Deus o livre, a imprensa descobre que ela é dependente da Rose, pode gerar algum problema”.

Giselle conversou com Mauro Cid. "Coronel, bom dia. Ontem eu conversei com a senhora Adriana para saber se ela tinha falado com a dona Michelle, né. Ela falou que conversou. Explicou, falou todos os problemas, preocupações, né. Mas então o resultado foi que a dona Michelle ficou pensativa. Segundo a dona Adriana, ficou pensativa, mas que vai continuar com o cartão. E ela falou que tem, tem os comprovantes assim, né? Que esse cartão já era bem antes do presidente ser eleito. Mas de qualquer maneira, a dona Adriana falou que ela ficou pensativa, né? Ontem mesmo já fizemos uma compra, mas foi em outro cartão. Então, eu estou vendo que realmente tá sendo de pouco uso o da Caixa. Mas por enquanto é isso. Obrigada, tchau".

Cid disse que a situação dos gastos de Michelle poderia ser alvo de investigações. "Giselle, mas ainda não é o ideal isso não, tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas", afirmou o homem de confiança do ex-presidente, em áudio enviado a Giselle, no dia 25 de novembro de 2020.

“Se ela perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então, não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle", acrescentou o coronel.

"E isso sem contar a imprensa que quando a imprensa caiu de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça, pode? Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona", prosseguiu.

Em 4 de outubro de 2021, novo áudio foi enviado por Cintia e Giselle: “E sobre as flores da Patrícia Abravanel, ela falou que é para o Cid fazer o pagamento. Mas ele tinha me falado na semana passada que quando for esses pagamentos de terceiros, é pra gente pegar o dinheiro com ele e fazer o pagamento por aqui, tá? Então eu vou pedir para ele para sacar esse dinheiro e peço o Vanderlei para pegar lá para a gente fazer o... Vai ter que ser feito um depósito, né? No número daquela conta que você me passou, tá?”.

•           Osmar Crivelatti

Subordinado a Mauro Cid na Ajudância de Ordens, o também militar Osmar Crivelatti encaminhou um áudio a Giselle, em 8 e novembro de 2021. "Giselle, bom dia! É, é esse, esse pagamento, o coronel tinha passado para a gente, mas eu acho que esse banco digital a gente não consegue fazer pagamento. E transferência nós não podemos fazer. Então vê o que que nós podemos fazer. Se entregamos o dinheiro para vocês. Ou se você tem alguma outra conta, Banco do Brasil, alguma coisa que a gente possa fazer o depósito, tá bom Giselle? Bom dia aí, obrigado".

Giselle Carneiro enviou novo áudio para Cíntia e a uma pessoa de nome Vanderlei, em 30 de novembro de 2021. "Boa noite, Vand e Cintía. PD (Primeira-dama) falou, eu perguntei para ela se ela queria transferir Pix, né? Tanto para Bia. Daí ela falou: não, vamos fazer agora tudo depósito, que, aí pede pro Vanderlei fazer o depósito, a gente consegue o dinheiro e faz o depósito. Só que ela não falou como conseguiu o dinheiro, se o dinheiro está com ela, se a gente pega na AJO. Não falou, tá? Ela falou que assim não fica registrado nada, vamos fazer depósito. Então, a gente tem que começar a ter esse hábito do depósito, então, né?".

•           Coach bolsonarista e pastor Pablo Marçal desmerece Ayrton Senna em vídeo constrangedor

O coach e pastor evangélico bolsonarista Pablo Marçal se envolveu em mais uma polêmica após um vídeo viralizar nesta semana. Nas imagens de uma palestra, o empreendedor se compara com Ayrton Senna.

Durante uma live que foi transmitida em janeiro de 2024, Marçal - o coach da montanha - afirmou que se inspirava em Senna pela velocidade, mas que ele não era seu ídolo. O motivo? Senna, segundo o palestrante, não era bilionário.

"Que Senna? Senna não tinha banco não, o Senna não tinha avião próprio não, o Senna não pilotava helicóptero como eu não. Vamos tratar o Senna agora e pôr ele no lugar dele? Que Deus o tenha, mas deixa eu te falar uma coisa. O Senna não era bilionário, o Senna não escreveu 45 livros", afirmou Marçal, se comparando a um dos maiores ídolo do esporte nacional.

A realidade é que não só Senna pilotava helicópteros, como tinha três aeronaves do tipo.

O piloto ainda tinha uma fortuna estimada em US$ 400 milhões quando morreu, em maio de 1994.

Corrigido pela inflação, ele teria algo como US$ 840 milhões de dólares, o que o colocaria como um bilionário na conversão para o real, com patrimônio de R$ 4 bilhões. Bem mais do que os R$ 96 milhões que Marçal declarou à justiça eleitoral em 2022.

"Você acha que eu estou modelando o Senna para escrever os livros que eu escrevo? O Senna nem teve filho, eu tenho 4. Você quer que eu continue?", afirmou o coach.

Veja o vídeo:

Anteriormente, o coach já havia afirmado que Senna teria morrido por ousadia e não por acidente na tragédia fatal de Imola, em 1994.

•           Marçal avacalha Nunes e anuncia cargo para Mello, que aceitou ser vice do prefeito

O coach Pablo Marçal (PRTB), que anunciou há um bom tempo sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo, o que desde o primeiro momento promoveu um racha na extrema direita paulistana, anda bem saidinho e nesta sexta-feira (21) fez uma provocação direta e frontal ao atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), que disputa a reeleição.

Como o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta tarde que o vice de Nunes será o coronel Ricardo Mello Araújo (PL), ex-Rota, por uma decisão de Jair Bolsonaro (PL), o forasteiro goiano que quer governar a maior cidade do Brasil, embora seja conhecido só por seu comportamento controverso e bizarro, resolveu ir para o ataque e “roubar” o vice da chapa do concorrente, usando ainda o deboche.

“Parabéns ao Nunes por indicar o Mello como vice, embora curiosamente o anúncio tenha sido feito pelo governador Tarcísio. Conheço o que ele fez na CEAGESP e ele é um bom homem. Como eu sei que Nunes chegará em terceiro lugar nessa eleição, e tem vergonha de assumir seu vice, eu já faço um compromisso público aqui: com a benção de Deus e a confiança do paulistano no projeto de futuro para São Paulo, eu farei o convite formal ao Mello pra ser o nosso futuro secretário de Segurança Pública. Nesta função ele terá um papel ainda mais relevante, porque geralmente o vice não consegue espaço no governo e duvido muito que ele tivesse qualquer atuação se o Nunes fosse eleito, tendo em vista o seu histórico de combate a corrupção”, disparou Marçal.

•           Pablo Marçal ironiza acordo para deixar a disputa contra Nunes e avança sobre bolsonaristas

Após implodir o eleitorado aliado a Jair Bolsonaro (PL), que oficialmente apoia Ricardo Nunes (MDB) na disputa à prefeitura de São Paulo, o "coach" Pablo Marçal (PRTB) ironizou um acordo que teria sido oferecido pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, para se lançar ao Senado em 2026 na base bolsonarista e abrir mão das eleições municipais, que acontecem em outubro deste ano.

À Folha de S.Paulo, Costa Neto disse que não tem "forças para tirá-lo da campanha" à prefeitura paulistana, mas que espera "no futuro convencê-lo a vir para o Senado".

Nas redes sociais, Marçal classificou a tentativa de acordo como "desespero" e ironizou a proposta de Costa Neto. "O que iremos fazer com isso? Que acordo é esse do centrão?", indagou na publicação em que diz que "os 'maquinistas' estão me oferecendo até a Presidência da República para deixar a Prefeitura de São Paulo".

Após oferecer o cargo de "futuro secretário de Segurança Pública" a Ricardo Mello Araújo, indicado por pressão de Bolsonaro como vice de Nunes, tumultuando o anúncio oficializado nesta sexta-feira (21), Marçal segue aliciando os bolsonaristas.

Em pré-campanha no Mercado Municipal de São Paulo neste sábado (23), o coach fez questão de divulgar um vídeo em que um "bolsonarista doente" critica Nunes e diz que "agora sou Pablo Marçal". "É... está ficando difícil para vocês", ironizou.

Marçal ainda gravou um vídeo com o apresentador da Record, Rodrigo Faro, que deu apoio velado a Bolsoanro em 2022, driblando a orientação da emissora para que os contratados evitassem se pronunciar sobre apoios políticos.

Marçal diz que aceitou "desafio" de Faro para mudar o corpo em 60 dias e protagonizou uma flexão de braço com o ator, em uma reedição dos exercícios de Bolsonaro ao lado de João Doria (ex-PSDB) em 2018.

•           Ameaça de morte

Enquanto investe na pré-campanha e parte para cima de Nunes, Marçal enfrenta um racha na própria pré-candidatura, que já tem até ameaça de morte.

Após processar Flávio Bolsoanro (PL-RJ), o marqueteiro Michel Winter, filiado ao PRTB, acusou o presidente nacional do partido, Leonardo Avalanche, de tê-lo ameaçado de morte em vídeos publicados nas redes sociais.

“Me aguarde. Vou mostrar tudo que tenho, inclusive ameaça de morte. Agora quero ver se você é bandido mesmo! E se mata mesmo”, escreveu Winter.

Ele também acusou Avalanche de ter “feito falcatrua” e “vendido” os 27 diretórios estaduais do PRTB. “Você não é homem digno e nem de caráter”, afirmou o marqueteiro, que diz ter registrado a denúncia na Superintendência Regional de Polícia Federal em Minas Gerais na manhã de sexta-feira.

Em 2022, Winter foi candidato a deputado federal pelo PMB em Minas Gerais, se apresentando como "marketeiro de Bolsonaro".

Winter, que recebeu R$ 40 mil para trabalhar na campanha de Romeu Zema (Novo) ao governo de Minas, foi acusado por Flávio Bolsonaro de suposto golpe pedindo transferências Pix em nome dos Bolsonaro.

Winter afirma que o rumor foi “plantado” pelo bolsonarista Oswaldo Eustáquio e chegou a Flávio por meio do advogado Frederick Wassef.

Diante das acusações de que era golpista, o marqueteiro processou Flávio Bolsonaro.

 

Fonte: Fórum

 

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