Conflito
na Ucrânia e militarização da China geram dúvidas sobre poder bélico do G7
Já
se passou uma década desde que o G7 expulsou a Rússia do grupo. Agora, "as
maiores economias do mundo", que representam 44% da economia global,
aceitaram as suas limitações e testam sua resiliência, escreve a Bloomberg.
Nesta
quinta-feira (13), começa a cúpula do G7 no sul da Itália. O evento, que
acontecerá até sábado (15), tentará elaborar uma solução criativa e
primorosamente política sobre como usar os juros dos ativos congelados russos
para apoiar a Ucrânia.
No
entanto, mesmo com importantes líderes marcando presença para demonstrar força
e unidade, muitos deles estão "em apuros em seu próprio país",
escreve a mídia.
"O
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está atrás de Donald Trump em muitas
pesquisas antes das eleições de novembro. O primeiro-ministro do Reino Unido,
Rishi Sunak, está a caminho da derrota em julho. O francês Emmanuel Macron está
afastando rumores de que renunciaria em uma eleição legislativa antecipada que
não precisava convocar no próximo mês", lista a agência norte-americana.
Diante
de tantos desafios, e confrontado com dois conflitos internacionais, conseguirá
o G7 reunir poder econômico, militar e de persuasão suficiente?
Dilma
Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento durante painel do
Na
visão da Bloomberg, nenhuma questão ilustra melhor o isolamento do G7 do que o
conflito na Ucrânia. O grupo e a União Europeia forneceram a grande maioria da
ajuda e apoio militar estrangeiro – enquanto quase todas as outras nações
evitaram a briga ou até se alinharam com a Rússia.
O
conflito na Ucrânia, combinado com a intensificação militar da China, levantou
dúvidas sobre o domínio militar do grupo, incluindo se os EUA seriam capazes de
ajudar a defender Kiev e, ao mesmo tempo, responder a qualquer ação em Taiwan,
escreve a agência.
"Para
o G7, defender a Ucrânia é uma questão de princípio e uma defesa da própria
democracia. Para muitas outras nações, é apenas mais um sinal de um mundo
multipolar e do alcance cada vez menor do Ocidente."
As
fortes sanções inicialmente uniram o grupo em torno do corte do seu comércio
bilateral com a Rússia, mas o desvio de mercadorias através de países terceiros
ainda permite a Moscou manter sua posição e avançar na meta da sua operação.
Além
disso, Pequim preencheu as lacunas de que a Rússia necessita, impulsionando o
seu comércio bilateral.
"Em
ambos os aspectos – China e desvio comercial através de países terceiros – há
um grande problema. A Rússia não está economicamente isolada", disse Robin
Brooks, investigador sênior do Brookings Institution, em Washington, à mídia.
De
acordo com uma análise da Bloomberg feita a partir de dados do Banco Mundial,
as economias do G7 "estão em um bom caminho para serem eclipsadas pelo
resto do G20 em termos de produto interno bruto (PIB) até 2030". Um número
considerável desse "resto do G20", compreende os países do Sul Global
– um contrapeso ao Ocidente liderado por Pequim e Moscou, destaca a mídia.
As
economias asiáticas têm desfrutado de um rápido crescimento, impulsionado por
uma população em expansão, pela globalização e por uma classe média emergente.
"Para
a China em particular, e para outros grandes mercados emergentes de rápido
crescimento, como a Índia, esse poder econômico em expansão é uma pré-condição
necessária para a sua crescente influência geopolítica", disse Ben Bland,
diretor do programa Ásia-Pacífico do think tank Chatham House, ouvido pela
mídia.
Talvez,
unindo-se em torno de tais preocupações, os chefes financeiros do G7 marcaram,
está semana, uma mudança de estratégia ao destacar a China no seu comunicado e
prometendo considerar medidas para garantir condições de concorrência
equitativas.
Mesmo
que haja alguma unidade dentro do G7 sobre a utilização destas ferramentas
econômicas contra a China, não passou despercebido a Pequim que a ênfase está
em punir os concorrentes – e não em recompensar os amigos.
Todos
estão perfeitamente conscientes de que as "chamadas cenouras, bem como os castigos",
terão de ser empunhados para trazer o Sul Global para o lado do Ocidente.
¨
já não são o que eram há 20-30 anos, diz mídia
O
país norte-americano não tem o mesmo poder de há poucas décadas, e isso está
forçando Washington a mudar sua abordagem, de acordo com a mídia
norte-americana.
Os
EUA não são mais os mesmos de 20 e 30 anos atrás, seu papel será relativamente
reduzido, escreve na quinta-feira (13) o jornal norte-americano The New York
Times (NYT), citando um funcionário da inteligência japonesa.
Como
indica o artigo, a posição dos EUA na Ásia agora parece ser menos unilateral.
"As
autoridades americanas estão cientes das dúvidas do mundo. Quando informados de
que alguns colegas na Ásia viam humildade na resposta americana, alguns
funcionários de Washington estremeceram, como se limão tivesse sido espremido
em seus olhos. Parecia muito com fraqueza", segundo o NYT.
Fumio
Kishida, o primeiro-ministro do Japão, afirmou em um discurso recente ao
Congresso dos EUA que o Japão está pronto para ajudar Washington a manter a
ordem mundial em um momento em que os americanos estão duvidando do papel de
liderança de seu país e se sentindo cansados por causa disso.
"Os
EUA não são mais o que eram 20 ou 30 anos atrás. Isso é um fato", disse um
funcionário da inteligência japonesa.
"Independentemente
de quem for o próximo presidente, o papel dos EUA será relativamente
reduzido", avaliou ele.
¨
Em campanha
russofóbica, 8 países pedem à UE que proíba diplomatas russos de circularem
livremente
Uma
carta enviada, há dois dias, ao chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell,
pela República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Letônia, Lituânia, Países Baixos,
Polônia e Romênia, os Estados pedem à União Europeia que proíba diplomatas
russos de circularem livremente.
Ao
mesmo tempo, as nações citadas solicitaram que o bloco europeu restrinja os
países nos quais os diplomatas de Moscou podem ser credenciados.
"A
livre circulação de titulares de passaportes diplomáticos e de serviço russos,
credenciados em um Estado anfitrião, em todo o espaço Schengen, está
facilitando atividades malignas", diz uma parte da carta, datada de 11 de
junho, e vista pela Reuters.
Os
ministros das Relações Exteriores dos países citados também afirmaram no
documento que "essa medida vai estreitar significativamente o espaço
operacional para os agentes russos".
"Acreditamos
que a UE deve seguir rigorosamente o princípio da reciprocidade e restringir a
circulação de membros das missões diplomáticas russas e dos seus familiares
apenas ao território de um Estado de seu credenciamento", diz o documento.
Desde
o começo da operação russa na Ucrânia, o Ocidente aplicou uma série de sanções
contra Moscou e começou uma verdadeira campanha russofóbica contra o país.
O
Kremlin sinalizou diversas vezes que sua ação em território ucraniano decorre
da necessidade de "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, que
tem uma grande fronteira com a Rússia.
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Musk sugere que ONGs
ucranianas que 'difamam os conservadores americanos' sejam sancionadas
O
bilionário e CEO de empresas como Tesla e SpaceX reagiu à introdução de uma
emenda, que vem em meio à criação de uma lista ucraniana de críticos de ajuda a
Kiev.
O
empresário Elon Musk saudou a iniciativa do Congresso dos EUA de privar de
financiamento as ONGs ucranianas que compilam "listas negras" de
cidadãos norte-americanos.
O
Comitê Seleto da Câmara dos Representantes incluiu anteriormente em sua versão
do orçamento para o Departamento de Estado e outras agências de política
externa a proibição de alocar fundos para organizações que "difamam os
conservadores americanos, incluindo legisladores, por discordarem da política
de [presidente dos EUA, Joe] Biden para a Ucrânia", disse o autor da
emenda, o congressista Andrew Clyde.
É
um bom primeiro passo. Eles deveriam ser incluídos na lista de organizações
terroristas sancionadas.
Na
semana anterior, ativistas ucranianos publicaram uma lista de críticos
americanos da ajuda à Ucrânia. Ela incluía 76 entidades e 391 indivíduos,
incluindo o ex-presidente Donald Trump, o jornalista Tucker Carlson, Musk, e
membros do Congresso dos EUA: Marjorie Taylor Greene, Paul Gosar, Rand Paul,
Anna Luna e Andy Biggs.
¨
Zakharova insta
Armênia a expressar abertamente sua posição quanto à adesão à CSTO
A
Armênia vem reduzindo gradualmente a sua participação na organização. "Se
há algo a declarar, que digam direta e abertamente", afirmou Zakharova
sobre a postura do governo armênio.
A
representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria
Zakharova, afirmou nesta quinta-feira (13) que o governo da Armênia deveria
expressar abertamente sua posição em relação à adesão à Organização do Tratado
de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), que tem entre os objetivos
garantir o equilíbrio na região euro-atlântica e servir de contraponto à
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
"Se
há algo a declarar, que digam direta e abertamente. Já foi dito um milhão de
vezes que a CSTO é uma estrutura à qual todos vêm voluntariamente. É um diálogo
mutuamente respeitoso", enfatizou Zakharova em comunicado.
Segundo
Zakharova, "ninguém mantém ninguém à força" na CSTO. Ela também se
perguntou por que os políticos na Armênia têm especulado sobre esse tema há
tantos anos.
A
representante oficial do Ministério das Relações Exteriores sublinhou que se
envolver em um "jogo de palavras" é um direito do governo armênio,
mas afirmou que, em sua opinião, isso é algo "indigno" e
"barato".
A
Armênia tem criticado constantemente a CSTO, reduzindo gradualmente a sua
participação na organização.
No
final de maio, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, disse que
"pelo menos dois países da CSTO" ajudaram o Azerbaijão a se preparar
para a guerra com a Armênia em Nagorno-Karabakh. Ele não citou nomes, mas
afirmou que as ações militares em Nagorno-Karabakh, em 2020, visavam minar a
soberania da Armênia e que tais tentativas continuaram depois disso. O político
acrescentou ainda que estes dois países alegadamente criaram uma imitação de
assistência à Armênia durante o conflito.
Em
novembro, Nikol Pashinyan recusou-se a participar da cúpula da CSTO em Minsk. E
em meados de fevereiro, ele anunciou a suspensão da adesão do país à
organização. Na ocasião, Pashinyan alegou que o Tratado de Segurança Coletiva
em relação à Armênia não foi implementado, "especialmente em
2021-2022".
Em
março, Pashinyan disse que a Armênia poderia deixar a CSTO se a organização não
respondesse às questões levantadas por seu governo sobre o território soberano
do país.
Ademais,
no início de maio, a Armênia se absteve de aderir à decisão sobre o orçamento
da CSTO para 2024 e de participar no financiamento das atividades da
organização previstas na decisão.
Fonte:
Sputnik Brasil
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