quinta-feira, 23 de maio de 2024

Operação investiga danos após rompimento de barragem em São Desidério

A Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco realizou operação especial, após denúncias e solicitação do promotor regional Ambiental de Barreiras, Eduardo Bittencourt, relacionadas ao rompimento de uma barragem no município de São Desidério, oeste da Bahia. A equipe de Barragens se deslocou de Ibotirama, onde acontece a 49ª etapa da FPI, para investigar os danos relatados pelos moradores, em decorrência de um incidente nas obras da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santa Luzia, localizada no Rio Grande.

Como consequência do rompimento, o abastecimento de água foi suspenso na região afetada. A equipe de Barragens da FPI foi acompanhada por técnicos do Consórcio Intermunicipal do Oeste da Bahia (Consid) e por moradores. De acordo com a pescadora Elaine Santos, o incidente ocorreu no último dia 11, mas o medo acompanha a comunidade desde o início das obras. “Nós, que somos nativos e conhecemos cada palmo desse rio, não queremos que façam a construção. Sabemos que, se continuar, vai ter gente no caixão de imediato, pois não tem segurança alguma”, relata.

Até o momento, as obras foram embargadas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). O coordenador da equipe Barragem e também coordenador adjunto da Defesa Civil do Estado, Osny Bomfim explica  que “após avaliação, ficou identificado que o problema na estrutura da obra é grave”. Osny afirma também que será emitido um laudo da vistoria, com o levantamento total dos danos causados.

Vale destacar que a presença da FPI no local garantiu uma inspeção para adoção de medidas imediatas e futuras, mediante as constatações dos danos e riscos envolvidos. A operação envolveu profissionais da Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-BA), Conselho Regional dos Técnicos Industriais da Bahia (CRT-BA), Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) e Companhia de Engenharia Hídrica e Saneamento da Bahia (CERB).

Nos próximos dias, as barragens de água em Ibotirama, Paratinga, Oliveira dos Brejinhos, Ipupiara, Muquém do São Francisco, Brotas de Macaúbas serão fiscalizadas e realizados diagnósticos da situação. Empreendimentos de energias renováveis como usinas fotovoltaicas e eólicas também fazem parte da programação.

Formada por mais de 60 órgãos públicos e entidades do meio ambiente, esta etapa da FPI teve início na última segunda-feira (13) e está sendo realizada em Ibotirama, Paratinga, Oliveira dos Brejinhos, Muquém do São Francisco, Brotas de Macaúbas, Ipupiara, Morpará, Barra, Mansidão e Buritirama.

 

•                                          Série de tremores de terra são registrados no município de Jaguarari

Nesta terça-feira, 21 de maio, o Laboratório Sismológico da UFRN registrou uma série de tremores de terra na região do município de Jaguarari, no estado da Bahia. O primeiro sismo ocorreu às 09h37 UTC (06h37, horário de Brasília) e teve magnitude preliminar de 2.2 mR. Os sismos seguintes foram registrados às 10h57 UTC (07h57, horário de Brasília), com magnitudes respectivas de 2.4 mR e 2.3 mR. Segundo informações recebidas pela população local, essa sequência de tremores pôde ser sentida por quem esteve mais próximo do epicentro do abalo.

A última atividade sísmica divulgada pelo LabSis/UFRN no estado também foi registrada na região de Jacobina, em 12 de maio, quando um tremor de magnitude 1.5 mR abalou a região.

O Laboratório Sismológico da UFRN segue monitorando e divulgando toda atividade que ocorra no estado da Bahia e em toda região Nordeste do país.

 

•                                          Venda de terreno público em Serrinha gera insatisfação no município

A venda de um terreno público por parte da Prefeitura de Serrinha tem gerado insatisfação no município. A proposta, enviada pelo Poder Executivo, visa a venda do terreno que fica ao lado da Praça Miguel Carneiro. O projeto tramitou em regime de urgência e deve ser votado na sessão da próxima quinta-feira, 23.

A proposta da prefeitura gerou insatisfação de alguns vereadores do município, a exemplo da vereadora Edylene Ferreira (PSD), que criticou o fato do regime de urgência ter sido aprovado sem seguir o regimento interno da Câmara local.

"O prefeito municipal mandou para a Câmara de Vereadores um projeto de Lei dizendo que quer vender mais um patrimônio público. Chegou à Câmara o projeto assinado pelo prefeito, mas o requerimento de urgência não foi assinado pelo prefeito, e foi assinado pelo chefe de gabinete", disse.

"Nosso regimento interno da Câmara Municipal diz claramente no seu artigo 245 §4º que o regime de urgência tem que ser assinado pelo prefeito. O prefeito não assinou, e a Câmara Municipal acatou esse regime de urgência, e deu adiantamento a um projeto, a um processo de requerimento sem nem respeitar o nosso próprio regimento interno", completou a vereadora.

Segundo Edylene, o projeto não contém importantes informações. "Faltando pouco tempo para as eleições, o prefeito manda mais projetos vendendo todo patrimônio do nosso município, e ainda mais, um projeto vago, sem dizer para onde vai ser destinado o recurso e a venda desse nosso patrimônio. O prefeito sabe que existe um prazo legal para se vender patrimônio do nosso município porque em ano de eleição as coisas não podem ser a toque de caixa como tem ocorrido na nossa cidade".

A vereadora afirmou que não votou no projeto, pois o mesmo não tem informações claras sobre a destinação dos recursos.

"Não tenho problema nenhum em votar em projeto que o prefeito mande para Casa do nosso povo que é a Câmara, mas claro, que tenha a destinação final. Não posso, não voto e não votei no projeto às cegas. Não dá pra gente ficar de braços cruzados ouvindo as manifestações da população em relação a tudo que tem na nossa cidade, e em véspera de eleição, vendo o nosso patrimônio público sendo apresentado a essa casa para venda sem nenhum compromisso".

 

¨      Carballal detalha prospecção e processamento de fosfato em Irecê

Uma nova unidade de mineração, gerida pela Galvani Fertilizantes, terá sua pedra fundamental lançada nesta sexta-feira, 24, em Irecê, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em entrevista ao Portal A TARDE nesta terça, 21, o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, detalhou o empreendimento, que deve gerar 900 empregos na região.

Segundo Carballal, a ideia é, além de prospectar fosfato, também processar o minério, seguindo a orientação do governador Jerônimo de fazer da Bahia um destaque industrial, e não apenas uma produtora de commodities.

“É uma grande missão que o governador nos deu, de desenvolver a Bahia em uma perspectiva não apenas de produção de commodities. Mas, além de produzir commodities, que a gente possa também, na realidade, processar aqui na Bahia. Então, nós vamos apresentar uma mina de fosfato. A Galvani vai prospectar fosfato no município de Irecê e irá, também no município de Irecê, já montar uma planta industrial para processar esse fosfato”, disse Carballal ao Portal A TARDE.

A promessa é que a Galvani irá operar, nessa planta industrial, com um processo inovador de separação do cálcio e do magnésio, gerando um baixo consumo de água. Além disso, o fosfato deverá ser utilizado em sua totalidade, evitando a produção de rejeitos.

“O fosfato será concentrado já no município de Irecê, através de uma alta tecnologia, um forno que possui uma tecnologia muito avançada. Tanto que os recursos de financiamento foram feitos através do Finep [Financiadora de Estudos e Projetos], exatamente por estar vinculado à inovação. Não vai ter resíduo, não vai ter barragem, não vai ter rejeito”, contou Carballal.

O que seria rejeito nesse processamento, o calcário, vai ser reutilizado para a remineralização do solo em Irecê, em uma parceria com a SDR (Secretaria de Desenvolvimento Rural) e a CAR (Companhia de Desenvolvimento e Ação Rural).

“O rejeito que nós iremos extrair desse processo — aí já é uma grande novidade — é o calcário, que é um produto, nesse caso específico, de fundamental importância para a remineralização do solo. Inclusive em parceria com a CBPM, nós vamos construir uma parceria com a CAR e a SDR, e nós vamos doar 10 mil toneladas de calcário anualmente, para remineralizar o solo, e para o desenvolvimento da agricultura familiar na região ali do Baixio de Irecê, em uma organização feita por Jeandro [Ribeiro], da CAR, onde será entregue para essa cooperativa”, relatou o presidente da CBPM.

Carballal ainda revelou ao Portal A TARDE que a CBPM deve criar um fundo de educação, para investir até R$ 2 milhões na área educacional do município de Irecê. Essa verba deverá ser gerida por representantes da sociedade ireceense, com a empresa pública tendo poder de veto.

“A governança dos valores será controlado pela sociedade. Então nós ainda vamos montar um regramento, inclusive para estabelecer o que é que é educação. Ou seja, o que é que pode e o que não pode ser gasto. Vamos deixar isso claro, vamos aprovar um regramento, mas não deixaremos de discutir com a sociedade. Por isso, ainda não está pronto, não está acabado. Eu espero sentar com o bispo de Irecê, com o promotor, com a Câmara de Vereadores, com a prefeitura, o prefeito Elmo [Vaz], que sempre foi um parceiro desse processo”, detalhou.

“A CBPM terá assento, naturalmente, e a CBPM terá poder de veto. Mas, fora isso, a decisão de onde vai ser gasto e como vai ser gasto será especificamente pelo do povo de Irecê, representado por esse comitê”, acrescentou.

Os recursos aplicados no fundo serão originados na CBPM, cumprindo a orientação do governador Jerônimo Rodrigues, com o objetivo de deixar um legado pós-mineração para o município de Irecê.

“Lembrando que a atividade minerária um dia acaba. Por mais que você tenha um depósito gigantesco, demore 50, 100, 200 anos, aquele depósito um dia vai acabar. E a própria lei já prevê, inclusive, a recuperação da área onde você teve a atividade minerária. Então, qual é o legado que a gente quer deixar? O legado que a gente quer deixar é um povo educado, um povo que saiba e tenha potencial de desenvolver uma economia, mesmo depois do fim de uma atividade tão importante como essa”, concluiu.

 

Fonte: Tribuna da Bahia/A Tarde

 

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