O que é
leucemia linfocítica crônica? Conheça sintomas e tratamento
A
atriz Susana Vieira, 81 anos, revelou, durante entrevista ao Fantástico no
domingo (19), que foi diagnosticada com leucemia linfocítica crônica. Durante a
conversa, a artista refletiu sobre os desafios pessoais que vem enfrentando e
revelou que está em remissão.
A
leucemia linfocítica crônica, conhecida pela sua sigla LLC, é um tipo de
leucemia — ou seja, câncer que atinge as células sanguíneas da medula óssea —
em que os linfócitos (glóbulos brancos) se tornam cancerosos e, de forma lenta
e progressiva, substituem as células saudáveis nos linfonodos, fígado e baço.
De
acordo com a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), a doença
acontece por conta de um erro genético, em que os linfócitos passam a se
desenvolver de forma descontrolada e param de realizar suas funções. Apesar
dessa característica, a LLC não é uma doença hereditária e suas causas ainda
são desconhecidas.
A
doença é mais frequente em países ocidentais, principalmente a América do Norte
e Europa, sendo mais comum em pessoas acima dos 60 anos de idade e extremamente
rara em crianças. A LLC não tem cura.
• Possíveis
causas e fatores de risco
Ainda
segundo a Abrale, as causas exatas para o desenvolvimento da leucemia
linfocítica crônica ainda são desconhecidas e poucos fatores têm sido
associados a um aumento no risco de desenvolvimento da doença.
No
entanto, cientistas acreditam que possam existir possíveis relações com o
estilo de vida ou com fatores ambientais, mas ainda não há conclusões
científicas sólidas sobre o assunto.
• Sintomas
de leucemia linfocítica crônica
De
acordo com o Manual MSD, nas suas fases iniciais, a leucemia linfocítica
crônica não apresenta sintomas e a doença é detectada apenas devido a uma
elevada contagem de glóbulos brancos.
Com
o passar do avanço da doença, podem surgir sintomas como:
• Linfonodos
aumentados;
• Fadiga;
• Perda
de apetite;
• Perda
de peso sem causa aparente;
• Aumento
de gânglios (caroços na região do pescoço, virilha e axila);
• Suores
noturnos;
• Febre
não relacionada à infecção;
• Falta
de ar durante a prática de exercícios físicos;
• Sensação
de plenitude abdominal devido ao aumento do baço.
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Como é feito o diagnóstico?
Por
não apresentar sintomas iniciais, muitas vezes, a LLC pode ser diagnosticada
por exames de sangue de rotina, como um hemograma. Nele, será possível notar
alterações na contagem das células sanguíneas, como o aumento no número de
glóbulos brancos. Esse exame também pode ser solicitado por um médico para
investigar as causas dos sintomas quando eles estão presentes.
A
detecção também pode ser feita através do mielograma, um exame que avalia a
porcentagem de linfócitos na medula óssea, através da coleta de uma pequena
quantidade de sangue na região. Se ainda houver dúvida no diagnóstico, o médico
poderá solicitar a biópsia de medula óssea e um exame imuno histoquímico.
Há,
ainda, a possibilidade de realizar exames específicos, como a imunofenotipagem
de sangue periférico (cariótipo), essencial para o diagnóstico da leucemia
linfocítica crônica. Nele, é possível analisar, junto com o mielograma, as
células de maneira específica, auxiliando na escolha do tratamento.
Outra
possibilidade é o FISH (hibridização por fluorescência in situ), em que uma
maostra da medula óssea ou do sangue periférico (se tiver mais de 20% de
células doentes no sangue) para detectar alterações que o exame de cariótipo
não observou.
Por
fim, pode ser solicitada a biópsia de gânglio, que detecta alterações em
gânglios linfáticos que podem estar associados à LLC.
• Tratamento
da LLC
Como
a LLC pode progredir de forma lenta, em alguns casos não é necessário o
tratamento até que ocorra um ou mais dos seguintes critérios:
• Surgimento
dos sintomas relacionados à doença;
• Anemia
(número baixo de glóbulos vermelhos) e plaquetopenia (número baixo de
plaquetas);
• Doença
rapidamente progressiva (como aumento rápido nos linfonodos, baço ou fígado).
Nesses
casos, o tratamento pode incluir quimioterapia e imunoterapia, que ajudam a
aliviar os sintomas e a diminuir o aumento nos linfonodos e no baço. No
entanto, esses tratamentos não curam a doença.
Nos
pacientes que apresentarem anemia, podem ser realizadas transfusão de sangue,
junto com injeções de eritropoietina ou darbepoetina, medicamentos que
estimulam a formação de glóbulos vermelhos.
A
depender do paciente, quando as primeiras opções de tratamento não apresentam
bons resultados, pode ser indicado o transplante de medula óssea para restaurar
a habilidade do organismo em produzir células sanguíneas saudáveis.
• Proteínas
encontradas no sangue podem indicar câncer com 7 anos de antecedência
Pesquisadores
da Oxford Population Health descobriram proteínas presentes no sangue que podem
indicar risco de diferentes tipos de câncer com mais de sete anos de
antecedência. A descoberta foi publicada no último dia 15, na revista
científica Nature Communications.
Os
achados incluíram 618 proteínas ligadas a 19 tipos diferentes de câncer,
incluindo 107 proteínas em um grupo de pessoas cuja amostra de sangue foi
recolhida, pelo menos, sete anos antes do diagnóstico do tumor. Para os
pesquisadores, essas proteínas podem estar envolvidas nas fases inicias do
câncer.
Com
essas descobertas, a equipe acredita que algumas dessas proteínas poderiam ser
usadas para detectar o câncer de forma ainda mais precoce do que possível
atualmente, ajudando em um tratamento mais efetivo e, até mesmo, na prevenção
do seu desenvolvimento.
• Como
o estudo foi feito?
Para
realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram uma técnica chamada proteômica,
que permite que os cientistas analisem um grande conjunto de proteínas em
amostras de tecidos de uma só vez. Com isso, é possível ver como elas interagem
entre si e encontrar diferenças importantes nas proteínas entre diferentes
amostras de tecidos.
A
pesquisa foi dividida em dois estudos: no primeiro, os cientistas analisaram
amostras de sangue do UK Biobank — banco de dados do Reino Unido — que foram
colhidas de mais de 44 mil pessoas, incluindo 4.900 indivíduos que foram
diagnosticados com câncer posteriormente.
Através
da proteômica, foi possível analisar um conjunto de 1.463 proteínas de uma
única amostra de sangue de cada pessoa. Os pesquisadores compararam as
proteínas de pessoas que foram diagnosticadas com câncer com as que não foram,
com o objetivo de procurar diferenças entre elas e descobrir quais poderiam
estar associadas ao risco de desenvolver a doença.
Nesse
primeiro momento, os pesquisadores identificaram 182 proteínas que diferiam no
sangue dos participantes com câncer três anos antes do diagnóstico.
No
segundo estudo, os cientistas analisaram dados genéticos de mais de 300 mil
casos de câncer para se aprofundarem nas proteínas do sangue que estavam
envolvidas no desenvolvimento da doença e que poderiam ser alvo de novos
tratamentos.
Os
cientistas encontraram 40 proteínas no sangue que influenciaram no risco de uma
pessoa contrair nove tipos diferentes de câncer.
“As
descobertas desta investigação são o primeiro passo crucial para oferecer
terapias preventivas, que é o caminho definitivo para proporcionar às pessoas
vidas mais longas e melhores, livres do medo do câncer”, avalia Iain Foulkes,
Diretor Executivo de Pesquisa e Inovação da Cancer Research UK, que financiou o
estudo.
• Mais
estudos são necessários
melhores
proteínas para realizar novos testes, quais testes poderiam ser desenvolvimento
para detectar essas proteínas de forma clínica e quais medicamentos poderiam
ser alvo desses componentes.
“Para
salvar mais vidas do câncer, precisamos de compreender melhor o que acontece
nas fases iniciais da doença. Dados de milhares de pessoas com câncer revelaram
informações realmente interessantes sobre como as proteínas no nosso sangue
podem afetar o risco da doença. Precisamos estudar essas proteínas em
profundidade para ver quais delas poderiam ser usadas de forma confiável para
prevenção”, afirma Karen Papier, epidemiologista nutricional sênior da Oxford
Population Health e co-autora do primeiro estudo, em comunicado à imprensa.
“Para
podermos prevenir o câncer, precisamos de compreender os fatores que
impulsionam as fases iniciais do seu desenvolvimento. Estes estudos são
importantes porque fornecem muitas pistas novas sobre as causas e a biologia de
vários cânceres, incluindo informações sobre o que está a acontecer anos antes
de um câncer ser diagnosticado”, completa Ruth Travis, epidemiologista
molecular sênior da Oxford Population Health e autora sênior de ambos os
estudos
Fonte:
CNN Brasil
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