quinta-feira, 23 de maio de 2024

O que é leucemia linfocítica crônica? Conheça sintomas e tratamento

A atriz Susana Vieira, 81 anos, revelou, durante entrevista ao Fantástico no domingo (19), que foi diagnosticada com leucemia linfocítica crônica. Durante a conversa, a artista refletiu sobre os desafios pessoais que vem enfrentando e revelou que está em remissão.

A leucemia linfocítica crônica, conhecida pela sua sigla LLC, é um tipo de leucemia — ou seja, câncer que atinge as células sanguíneas da medula óssea — em que os linfócitos (glóbulos brancos) se tornam cancerosos e, de forma lenta e progressiva, substituem as células saudáveis nos linfonodos, fígado e baço.

De acordo com a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), a doença acontece por conta de um erro genético, em que os linfócitos passam a se desenvolver de forma descontrolada e param de realizar suas funções. Apesar dessa característica, a LLC não é uma doença hereditária e suas causas ainda são desconhecidas.

A doença é mais frequente em países ocidentais, principalmente a América do Norte e Europa, sendo mais comum em pessoas acima dos 60 anos de idade e extremamente rara em crianças. A LLC não tem cura.

•                                           Possíveis causas e fatores de risco

Ainda segundo a Abrale, as causas exatas para o desenvolvimento da leucemia linfocítica crônica ainda são desconhecidas e poucos fatores têm sido associados a um aumento no risco de desenvolvimento da doença.

No entanto, cientistas acreditam que possam existir possíveis relações com o estilo de vida ou com fatores ambientais, mas ainda não há conclusões científicas sólidas sobre o assunto.

•                                           Sintomas de leucemia linfocítica crônica

De acordo com o Manual MSD, nas suas fases iniciais, a leucemia linfocítica crônica não apresenta sintomas e a doença é detectada apenas devido a uma elevada contagem de glóbulos brancos.

Com o passar do avanço da doença, podem surgir sintomas como:

•                                           Linfonodos aumentados;

•                                           Fadiga;

•                                           Perda de apetite;

•                                           Perda de peso sem causa aparente;

•                                           Aumento de gânglios (caroços na região do pescoço, virilha e axila);

•                                           Suores noturnos;

•                                           Febre não relacionada à infecção;

•                                           Falta de ar durante a prática de exercícios físicos;

•                                           Sensação de plenitude abdominal devido ao aumento do baço.

<><> Como é feito o diagnóstico?

Por não apresentar sintomas iniciais, muitas vezes, a LLC pode ser diagnosticada por exames de sangue de rotina, como um hemograma. Nele, será possível notar alterações na contagem das células sanguíneas, como o aumento no número de glóbulos brancos. Esse exame também pode ser solicitado por um médico para investigar as causas dos sintomas quando eles estão presentes.

A detecção também pode ser feita através do mielograma, um exame que avalia a porcentagem de linfócitos na medula óssea, através da coleta de uma pequena quantidade de sangue na região. Se ainda houver dúvida no diagnóstico, o médico poderá solicitar a biópsia de medula óssea e um exame imuno histoquímico.

Há, ainda, a possibilidade de realizar exames específicos, como a imunofenotipagem de sangue periférico (cariótipo), essencial para o diagnóstico da leucemia linfocítica crônica. Nele, é possível analisar, junto com o mielograma, as células de maneira específica, auxiliando na escolha do tratamento.

Outra possibilidade é o FISH (hibridização por fluorescência in situ), em que uma maostra da medula óssea ou do sangue periférico (se tiver mais de 20% de células doentes no sangue) para detectar alterações que o exame de cariótipo não observou.

Por fim, pode ser solicitada a biópsia de gânglio, que detecta alterações em gânglios linfáticos que podem estar associados à LLC.

•                                           Tratamento da LLC

Como a LLC pode progredir de forma lenta, em alguns casos não é necessário o tratamento até que ocorra um ou mais dos seguintes critérios:

•                                           Surgimento dos sintomas relacionados à doença;

•                                           Anemia (número baixo de glóbulos vermelhos) e plaquetopenia (número baixo de plaquetas);

•                                           Doença rapidamente progressiva (como aumento rápido nos linfonodos, baço ou fígado).

Nesses casos, o tratamento pode incluir quimioterapia e imunoterapia, que ajudam a aliviar os sintomas e a diminuir o aumento nos linfonodos e no baço. No entanto, esses tratamentos não curam a doença.

Nos pacientes que apresentarem anemia, podem ser realizadas transfusão de sangue, junto com injeções de eritropoietina ou darbepoetina, medicamentos que estimulam a formação de glóbulos vermelhos.

A depender do paciente, quando as primeiras opções de tratamento não apresentam bons resultados, pode ser indicado o transplante de medula óssea para restaurar a habilidade do organismo em produzir células sanguíneas saudáveis.

 

•                                           Proteínas encontradas no sangue podem indicar câncer com 7 anos de antecedência

 

Pesquisadores da Oxford Population Health descobriram proteínas presentes no sangue que podem indicar risco de diferentes tipos de câncer com mais de sete anos de antecedência. A descoberta foi publicada no último dia 15, na revista científica Nature Communications.

Os achados incluíram 618 proteínas ligadas a 19 tipos diferentes de câncer, incluindo 107 proteínas em um grupo de pessoas cuja amostra de sangue foi recolhida, pelo menos, sete anos antes do diagnóstico do tumor. Para os pesquisadores, essas proteínas podem estar envolvidas nas fases inicias do câncer.

Com essas descobertas, a equipe acredita que algumas dessas proteínas poderiam ser usadas para detectar o câncer de forma ainda mais precoce do que possível atualmente, ajudando em um tratamento mais efetivo e, até mesmo, na prevenção do seu desenvolvimento.

•                                           Como o estudo foi feito?

Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram uma técnica chamada proteômica, que permite que os cientistas analisem um grande conjunto de proteínas em amostras de tecidos de uma só vez. Com isso, é possível ver como elas interagem entre si e encontrar diferenças importantes nas proteínas entre diferentes amostras de tecidos.

A pesquisa foi dividida em dois estudos: no primeiro, os cientistas analisaram amostras de sangue do UK Biobank — banco de dados do Reino Unido — que foram colhidas de mais de 44 mil pessoas, incluindo 4.900 indivíduos que foram diagnosticados com câncer posteriormente.

Através da proteômica, foi possível analisar um conjunto de 1.463 proteínas de uma única amostra de sangue de cada pessoa. Os pesquisadores compararam as proteínas de pessoas que foram diagnosticadas com câncer com as que não foram, com o objetivo de procurar diferenças entre elas e descobrir quais poderiam estar associadas ao risco de desenvolver a doença.

Nesse primeiro momento, os pesquisadores identificaram 182 proteínas que diferiam no sangue dos participantes com câncer três anos antes do diagnóstico.

No segundo estudo, os cientistas analisaram dados genéticos de mais de 300 mil casos de câncer para se aprofundarem nas proteínas do sangue que estavam envolvidas no desenvolvimento da doença e que poderiam ser alvo de novos tratamentos.

Os cientistas encontraram 40 proteínas no sangue que influenciaram no risco de uma pessoa contrair nove tipos diferentes de câncer.

“As descobertas desta investigação são o primeiro passo crucial para oferecer terapias preventivas, que é o caminho definitivo para proporcionar às pessoas vidas mais longas e melhores, livres do medo do câncer”, avalia Iain Foulkes, Diretor Executivo de Pesquisa e Inovação da Cancer Research UK, que financiou o estudo.

•                                           Mais estudos são necessários

melhores proteínas para realizar novos testes, quais testes poderiam ser desenvolvimento para detectar essas proteínas de forma clínica e quais medicamentos poderiam ser alvo desses componentes.

“Para salvar mais vidas do câncer, precisamos de compreender melhor o que acontece nas fases iniciais da doença. Dados de milhares de pessoas com câncer revelaram informações realmente interessantes sobre como as proteínas no nosso sangue podem afetar o risco da doença. Precisamos estudar essas proteínas em profundidade para ver quais delas poderiam ser usadas de forma confiável para prevenção”, afirma Karen Papier, epidemiologista nutricional sênior da Oxford Population Health e co-autora do primeiro estudo, em comunicado à imprensa.

“Para podermos prevenir o câncer, precisamos de compreender os fatores que impulsionam as fases iniciais do seu desenvolvimento. Estes estudos são importantes porque fornecem muitas pistas novas sobre as causas e a biologia de vários cânceres, incluindo informações sobre o que está a acontecer anos antes de um câncer ser diagnosticado”, completa Ruth Travis, epidemiologista molecular sênior da Oxford Population Health e autora sênior de ambos os estudos

 

Fonte: CNN Brasil

 

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