sexta-feira, 24 de maio de 2024

China sanciona 12 empresas militares dos EUA e diz que país ignorou 'posição imparcial na Ucrânia'

Em retaliação às últimas ações do governo Biden, a China sancionou de forma simbólica nesta quarta-feira (22) mais de dez empresas militares e executivos da defesa estadunidense.

As empresas sancionadas incluem subsidiárias da Lockheed Martin, General Dynamics, bem como IronMountain Solutions e Applied Technologies Group, informou o Ministério das Relações Exteriores da China hoje (22), segundo a Bloomberg.

As medidas, que incluem o congelamento de ativos das empresas citadas na China e a proibição de entrada de altos executivos no país, entraram em vigor hoje, acrescentou a pasta.

A ação segue-se à "imposição indiscriminada de sanções unilaterais ilegais pelos EUA a uma série de entidades chinesas com base nos chamados fatores relacionados com a Rússia", afirmou o ministério, acrescentando que Washington "ignorou a sua posição objetiva e imparcial na crise ucraniana e, em vez disso, se envolveu em intimidação unilateral e coerção econômica".

A pasta também declarou que os EUA continuaram a vender armas a Taiwan, o que "viola gravemente" o princípio de Uma Só China e os comunicados conjuntos entre os dois países, e "mina seriamente" a soberania e a integridade territorial chinesa.

Na semana passada, Washington aumentou tarifas sobre US$ 18 bilhões (R$ 92,4 bilhões) em produtos chineses, incluindo veículos elétricos, baterias, semicondutores, aço, alumínio, minerais essenciais, células solares, guindastes de transporte marítimo e produtos médicos, como parte de um pacote de medidas destinadas a proteger os fabricantes dos EUA de importações baratas.

Anteriormente, sancionou algumas empresas chinesas por seu comércio com Moscou.

"Ironicamente, os Estados Unidos são um país que apregoa a economia aberta e o livre comércio, mas as suas ações vão contra as suas palavras. Também prometem que não pretendem dissociar-se da China e impedir o desenvolvimento da China, mas as suas práticas contam outra história", afirmou a agência estatal chinesa Xinhua, na semana passada, ao comentar a ação da administração Biden.

¨      UE aumenta drasticamente suas importações de cereais e fertilizantes russos, aponta Eurostat

Em março, a União Europeia (UE) aumentou as importações de grãos russos em um terço em comparação com fevereiro, mostra a análise da Sputnik dos dados do Serviço Estatístico Europeu (Eurostat). Ao mesmo tempo, a comunidade, pelo terceiro mês consecutivo, aumenta as suas compras de fertilizantes da Rússia.

No início da primavera (Hemisfério Norte), a UE importou 125,2 mil toneladas de produtos agrícolas. Um mês antes, esse número era de 92,6 mil toneladas e, há um ano, de 100 mil toneladas. Em termos mensais, as compras aumentaram 35%, e em termos anuais, 25%.

A situação é explicada pelo forte crescimento das importações provenientes da Grécia: quase nove vezes, até 29 mil toneladas, contra 3,3 mil no mês anterior. Além disso, a Espanha aumentou as compras de grãos russos de 14 mil para 24 mil toneladas. A Itália se destacou neste aspecto ao aumentar as suas importações de 2 mil toneladas em fevereiro para mais de 12 mil em março.

A Letônia continuou a ser o principal comprador. O país báltico importou 47 mil toneladas de cereais, ou seja, 37% de todas as compras da UE. Em março, o Estado proibiu a importação de cereais russos, mas manteve a possibilidade do seu trânsito. Pouco depois, a UE publicou uma proposta para introduzir barreiras sobre ele. A iniciativa ainda está a ser estudada pelos membros do bloco, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia no início de maio.

No que diz respeito às compras de fertilizantes, a UE comprou fertilizantes por € 174 milhões (cerca de R$ 971,6 milhões) em março, o que é mais do que em fevereiro de 2024, quando a associação comprou 521,3 mil toneladas de fertilizantes russos no valor de € 167 milhões (aproximadamente R$ 933,4 milhões).

Isso representa mais 16% em termos físicos e 21% mais em termos monetários do que em janeiro. É o valor mais elevado desde dezembro de 2022, época em que foram comprados fertilizantes por € 185,3 milhões (cerca de R$ 1,03 bilhão).

Quanto a países específicos, em março as compras da Croácia foram as que mais aumentaram: 4,8 vezes, até € 1,2 milhão (R$ 6,7 milhões); os da Grécia, 4,7 vezes, até € 4 milhões (R$ 22,3 milhões); e os da Romênia, 2,5 vezes, até € 26,1 milhões (R$ 145,8 milhões).

A Polônia se manteve como o maior comprador pelo terceiro mês consecutivo (€ 36 milhões ou R$ 201,2 milhões), seguida pela Romênia e pela França (€ 22,5 milhões ou R$ 125,8 milhões).

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a Rússia é o maior exportador mundial de fertilizantes nitrogenados, potássicos e fosfatados. Em 2021, representava mais de 30% do mercado europeu.

¨      Kremlin alerta que nível de embate no Báltico obriga Rússia a 'tomar medidas de segurança nacional'

Nesta quarta-feira (22), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o Ocidente precisa se envolver em "diálogos profundos" para neutralizar as crescentes tensões nucleares. Ao mesmo tempo, Peskov alertou que o nível de confronto no Báltico obriga a Rússia a tomar medidas.

Respondendo a uma pergunta sobre o risco de um conflito nuclear, o porta-voz afirmou que a escalada das tensões na Europa e os conflitos ativos em várias regiões globais estavam minando a estabilidade e a previsibilidade.

"A escalada adicional destas tensões é potencialmente perigosa, inclusive na esfera nuclear. A situação exige um diálogo aprofundado, a fim de utilizar métodos políticos e diplomáticos para encontrar saídas para essa situação tensa. Mas o diálogo aprofundado entre os principais atores é rejeitado pelos países do chamado Ocidente coletivo", respondeu o porta-voz presidencial russo.

Peskov também chamou atenção para o fato de Moscou estar sendo forçada a tomar medidas na região do Báltico para garantir sua segurança nacional.

"Vemos como a tensão está aumentando, qual é o nível de confronto, especialmente na região do Báltico. Isso exige que as nossas instituições tomem medidas específicas para garantir a nossa segurança."

O porta-voz se referiu à proposta do Ministério da Defesa russo de atualização das coordenadas geográficas das fronteiras para definir expressamente a extensão das águas territoriais no mar Báltico, em particular nas suas ilhas no golfo da Finlândia e no enclave de Kaliningrado.

No entanto, ele descartou que a iniciativa tenha antecedentes políticos, apesar da grave mudança na situação política na região.

Tudo ocorre após a nova vaga expansionista da OTAN com a recente incorporação da Finlândia e da Suécia na aliança militar.

Ao mesmo tempo, Peskov comentou a decisão da União Europeia, anunciada na terça-feira (21), de usar os lucros de ativos russos congelados na Europa para enviar ajuda militar para Ucrânia, classificando a ação como "roubo".

"Eles [os europeus] veem o perigo potencial de tais decisões e compreendem o perigo para eles das possíveis consequências que são inevitáveis, é por isso que optaram por uma versão reduzida, mas isso nada mais é do que uma expropriação", acrescentou Peskov aos jornalistas.

¨      Em Gaza, forças de Israel enviam a colonos rotas dos comboios com ajuda para serem atacados

Colonos israelenses que interceptam suprimentos humanitários estão recebendo informações sobre a localização dos caminhões de ajuda de membros da polícia e dos militares, afirmou ao The Guardian um porta-voz do principal grupo por trás dos bloqueios.

Membros das forças de segurança de Israel estão alertando os radicais e colonos sobre a localização dos caminhões que transportam suprimentos vitais para o enclave, permitindo aos grupos bloquear e vandalizar os comboios, segundo o jornal britânico.

A alegação de conluio por parte de membros das forças de segurança é apoiada por mensagens de grupos internos na Internet analisadas pela mídia, bem como por relatos de várias testemunhas e ativistas dos direitos humanos.

Em uma dessas mensagens, ativistas de extrema direita alertaram aos membros de que receberiam "informações preliminares sobre o planejamento da movimentação de caminhões, dos soldados e da polícia dos postos de fronteira".

Na semana passada, vídeos publicados nas redes mostraram comboios bloqueados e vandalizados por colonos israelenses no posto de controle de Tarqumiya, a oeste de Hebron, na Cisjordânia ocupada por Israel.

A porta-voz do grupo israelense Tzav 9, Rachel Touitou, disse que o grupo vinha bloqueando caminhões enquanto atravessavam Israel desde janeiro, alegando que a ajuda que transportavam "foi sequestrada pelo Hamas" assim que chegou ao enclave palestino.

"Quando a missão de um policial ou de um soldado é supostamente proteger os israelenses e, em vez disso, ele é enviado para proteger comboios de ajuda humanitária – sabendo que isso acabará nas mãos do Hamas – não podemos culpá-los ou aos civis que notam os caminhões passando por suas cidades por fornecerem informações a grupos que tentam bloquear essa ajuda. Sim, algumas das nossas informações vêm de membros individuais das forças israelenses", disse Touitou à mídia.

Os caminhoneiros palestinos que entregam ajuda a Gaza descreveram ao jornal cenas "bárbaras" depois dos seus veículos terem sido atacados, alegando que os soldados israelenses que escoltavam o comboio nada fizeram para intervir.

"Há total cooperação entre os colonos e o Exército. Estamos chocados e surpresos que o Exército não nos tenha fornecido qualquer tipo de proteção. Mesmo estando presentes e observando o que estava acontecendo. O Exército estava a serviço dos colonos", afirmou o caminhoneiro Yazid al-Zoubi, de 26 anos, ao jornal.

A advogada israelense de direitos humanos, Sapir Sluzker Amran, disse à mídia que na semana passada visitou o posto de controle de Tarqumiya para documentar as ações dos colonos e evitar que a ajuda fosse saqueada, mas em seguida foi espancada e esbofeteada por um colono e que as forças de segurança não fizeram nada para impedir.

A fome é iminente no norte de Gaza, onde 70% da população já sofre com níveis catastróficos de fome, afirmou um relatório apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em 5 de março.

Todos os 2,2 milhões de pessoas no enclave não têm comida suficiente, e metade da população está à beira da fome, a qual deve aumentar no norte "a qualquer momento entre meados de março e maio de 2024".

A fome aguda e a desnutrição já "excederam em muito" o limiar da fome no norte de Gaza alerta para uma "grande aceleração da morte e da desnutrição", afirmou o documento, citado pela CNN.

·        Netanyahu sugere controle militar 'de longo prazo' da Faixa de Gaza após 'derrota do Hamas'

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sugeriu nesta terça-feira (21) planos para uma presença militar de longo prazo na Faixa de Gaza para garantir sua "desmilitarização sustentável" após a derrota do movimento palestino Hamas.

"Quando o Hamas for derrotado, precisaremos garantir a desmilitarização sustentável de Gaza. Acredito que a única força que pode impedir o ressurgimento do terrorismo num futuro previsível é Israel", afirmou Netanyahu em entrevista ao canal de televisão norte-americano CNN.

Ele acrescentou que pretende transferir o governo civil do enclave de 2 milhões de habitantes para os próprios residentes locais, que não estão associados ao Hamas. Ele também espera lançar um programa para a reconstrução pós-guerra da Faixa de Gaza com o dinheiro da comunidade internacional, incluindo "países árabes moderados".

"Desmilitarização, administração civil por representantes da população local que não procuram a destruição de Israel e reconstrução responsável. Acredito que este é um plano realista", disse o primeiro-ministro.

Israel retirou as tropas da Faixa de Gaza em 2005 e desmantelou as colônias israelenses ali localizadas como parte de um "desengajamento unilateral" com os palestinos, mas manteve o controle sobre as fronteiras e o espaço aéreo e marítimo do enclave.

Ministro israelense insiste na evacuação de Gaza: 'Ficaria muito feliz em viver lá'

Mais cedo, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, voltou a defender o êxodo total de palestinos da Faixa de Gaza, permitindo que colonos israelenses se estabeleçam nesse território costeiro.

Em entrevista ao site de notícias Kikar HaShabbat, Ben-Gvir afirmou que, após a ofensiva militar de seu país, Israel deveria ter controle total da Faixa de Gaza e incentivar a migração dos palestinos para outros destinos.

Ben-Gvir, considerado um político de extrema-direita, acrescentou que no dia seguinte ao fim da guerra em Gaza, serão as autoridades israelenses que controlarão essa área e ninguém mais. O ministro também mencionou a operação do Exército de Israel na cidade fronteiriça de Rafah, onde havia mais de um milhão de refugiados antes da incursão das Forças de Defesa de Israel (FDI).

Aproximadamente 800 mil palestinos foram "obrigados a fugir" de Rafah durante a ofensiva de Tel Aviv na cidade, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês).

"Mais uma vez, quase metade da população de Rafah, cerca de 800 mil pessoas, está nas estradas, tendo sido obrigadas a fugir desde que as forças israelenses iniciaram a operação militar na área em 6 de maio", escreveu o chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, na rede social X (ex-Twitter).

Israel afirma que a cidade de Rafah, adjacente ao Egito, abriga quatro batalhões do Hamas intactos e que muitos dos 124 reféns israelenses e de outras nacionalidades, que foram sequestrados em 7 de outubro por Israel, estão na área.

Israel lançou uma incursão terrestre na Faixa de Gaza depois que o Hamas invadiu a fronteira israelense em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas e sequestrando cerca de 240. Quase 40 mil pessoas foram mortas até o momento por ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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