quarta-feira, 22 de maio de 2024

A ameaça do TPI de prender Netanyahu chocou Israel e os EUA, diz Economist

Era esperado em Israel há semanas, mas o momento ainda foi um choque quando chegou. Em 20 de maio, o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, anunciou que estava solicitando mandados de prisão para Binyamin Netanyahu e Yoav Gallant, primeiro-ministro e ministro da defesa de Israel, juntamente com os líderes do Hamas, o movimento islâmico que lançou o ataque mortal a Israel em 7 de outubro do ano passado, sob acusações de crimes de guerra.

A perspectiva de seus líderes comparecendo ao tribunal junto com os perpetradores de um massacre contra eles é impensável para os israelenses. Segundo a Economist, é um sinal do horror com que muitos no mundo passaram a ver a devastadora guerra de seu governo em Gaza. Khan, um advogado britânico, emitiu acusações detalhadas e extensas contra ambos os lados. Ele começou com as acusações contra os chefes do Hamas, Yahya Sinwar (foto à direita), Mohammed Deif e Ismail Haniyeh, detalhando o assassinato deliberado, agressão sexual e sequestro de cidadãos israelenses. Mas as acusações contra os ministros israelenses não foram menos incisivas.

¨      Congresso dos EUA está 'estudando' sanções ao TPI pelos mandados contra autoridades israelenses

O Congresso dos Estados Unidos está explorando todas as opções, incluindo sanções, para punir o Tribunal Penal Internacional (TPI).

É o que disse nesta segunda-feira (20) o presidente da Câmara, Mike Johnson.

Segundo ele, se o TPI prosseguir com mandados de prisão para autoridades israelenses em meio à guerra em Gaza, ações serão tomadas, incluindo sanções.

"Na ausência de liderança da Casa Branca, o Congresso está revendo todas as opções, incluindo sanções, para punir o TPI e garantir que a sua liderança enfrente consequências se prosseguir", garantiu Johnson.

A declaração do parlamentar faz coro ao que disse mais cedo o presidente dos EUA, Joe Biden, que classificou as atitudes do TPI contra líderes de Israel de "escandalosas".

·        Sobre o pedido de prisão de Netanyahu

Nesta segunda-feira, Karim Khan, promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, Países Baixos, solicitou um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra em Gaza, onde mais de 35,4 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, foram mortos por bombardeios desde outubro de 2023.

O pedido de prisão, além de Netanyahu, foi emitido para o ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, e o líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, também acusados ​​de crimes de guerra.

No início deste mês, a Casa Branca declarou que o TPI não tem jurisdição sobre Israel e não apoiava a sua investigação. Nesta segunda, o secretário de Estado, Antony Blinken, reiterou a posição dos EUA ao rejeitar o pedido de detenção.

"Os Estados Unidos rejeitam fundamentalmente o anúncio de hoje [20] do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) de que está solicitando mandados de prisão para altos funcionários israelenses, juntamente com mandados de prisão para terroristas do Hamas. Rejeitamos a equivalência de Israel com o Hamas feita pelo promotor", disse Blinken em comunicado.

Na sua declaração, Blinken afirmou também que a decisão do TPI "não faz nada para ajudar" o conflito em Gaza e ameaça os esforços para alcançar um cessar-fogo que permitiria a libertação dos reféns detidos pelo Hamas e a entrega de ajuda humanitária.

¨      EUA rejeitam mandados de prisão do TPI contra Netanyahu e ministro da Defesa israelense

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta segunda-feira (20) que os mandados de prisão solicitados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra líderes de Israel são "escandalosos" e reiterou o apoio de Washington ao país judeu.

"O pedido do promotor do TPI de mandados de prisão contra líderes israelenses é ultrajante. E deixe-me ser claro: independentemente do que esse promotor possa sugerir, não há equivalência entre Israel e o [grupo islâmico] Hamas. Sempre apoiaremos Israel contra ameaças a sua segurança", disse Biden em comunicado.

Nesta segunda-feira, Karim Khan, promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, Países Baixos, solicitou um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra em Gaza, onde mais de 35,4 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, foram mortos por bombardeios desde outubro de 2023.

O pedido de prisão, além de Netanyahu, foi emitido para o ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, e o líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, também acusados ​​de crimes de guerra.

No início deste mês, a Casa Branca declarou que o TPI não tem jurisdição sobre Israel e não apoiava a sua investigação. Nesta segunda, o secretário de Estado, Antony Blinken, reiterou a posição dos EUA ao rejeitar o pedido de detenção.

"Os Estados Unidos rejeitam fundamentalmente o anúncio de hoje [20] do procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) de que está solicitando mandados de prisão para altos funcionários israelenses, juntamente com mandados de prisão para terroristas do Hamas. Rejeitamos a equivalência de Israel com o Hamas feita pelo promotor", disse Blinken em comunicado.

Na sua declaração, Blinken afirmou também que a decisão do TPI "não faz nada para ajudar" o conflito em Gaza e ameaça os esforços para alcançar um cessar-fogo que permitiria a libertação dos reféns detidos pelo Hamas e a entrega de ajuda humanitária.

¨      Os argumentos de promotor da Corte Penal Internacional para pedir a prisão de Netanyahu e do líder do Hamas

Karim Khan, o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI) fez pedidos de mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e contra o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar.

Khan também também apresentou o mesmo pedido contra outros dois líderes do Hamas, Ismail Haniyeh e Mohammed al-Masri, e contra o ministro da defesa israelense, Yoav Gallant.

O procurador afirmou que tem "motivos razoáveis para acreditar" que esses indivíduos são responsáveis por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

No caso dos líderes do Hamas, os alegados crimes começaram "pelo menos a partir de 7 de outubro de 2023", segundo Khan.

Já no caso dos líderes israelenses, os alegados crimes começaram "pelo menos a partir de 8 de outubro de 2023", afirmou ele.

<><> O que disse o promotor do TPI?

Khan divulgou na internet uma longa declaração. Abaixo você confere alguns destaques:

  • O promotor diz ter "motivos razoáveis" para acreditar que Sinwar, al-Masri e Haniyeh "são responsáveis criminais" por "crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos no território de Israel e no Estado da Palestina (na Faixa de Gaza) desde pelo menos pelo menos 7 de outubro de 2023";
  • “Afirmamos que os crimes contra a humanidade faziam parte de um ataque generalizado e sistemático contra a população civil de Israel pelo Hamas e outros grupos armados de acordo com políticas organizacionais”;
  • Sobre Netanyahu e Gallant, ele diz ter "motivos razoáveis" para acreditar que eles "têm responsabilidade criminal" por "crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos no território do Estado da Palestina (na Faixa de Gaza) desde pelo menos 8 de outubro de 2023";
  • "Afirmamos que os crimes contra a humanidade foram cometidos como parte de um ataque generalizado e sistemático contra a população civil palestina, de acordo com a política estatal."

<><> A resposta de Israel

Logo após o anúncio do promotor do TPI, o ministro de Relações Internacionais de Israel anunciou que será criada uma comissão especial para lidar com a questão.

Israel Katz diz que o grupo será criado para contestar a decisão do TPI que, segundo ele, pretende amarrar as mãos do Estado de Israel e negar o direito à autodefesa.

Katz ainda classifica a medida do tribunal como um "ataque frontal" às vítimas dos acontecimentos de 7 de outubro e uma "desgraça histórica que será lembrada para sempre".

"Nenhum poder no mundo" impedirá Israel de levar os reféns de volta para casa e derrubar o Hamas, afirmou Katz

Ele acrescentou que planeja falar com os chanceleres em todo o mundo para garantir uma oposição à decisão do procurador.

O ministro da Guerra israelense, Benny Gantz — um rival político de Benjamin Netanyahu —, também criticou a decisão do promotor do TPI.

"Traçar paralelos entre os líderes de um país democrático determinado a defender-se do terror desprezível e os líderes de uma organização terrorista sanguinária é uma profunda distorção da justiça e uma flagrante falência moral", disse ele.

O líder da oposição, Yair Lapid, condenou o anúncio, chamando-o de "um desastre".

"É imperdoável. Gerimos uma guerra justa, e é preciso que fique claro que não ficaremos calados sobre isso", discursou ele.

·        Reação do Hamas

Sami Abu Zuhri, um alto funcionário do Hamas, disse à agência de notícias Reuters que solicitar mandados de prisão para três líderes do Hamas "equipara a vítima ao carrasco".

Ele também afirma que a decisão incentiva Israel a continuar o que classificou como uma "guerra de extermínio".

·        O que acontece agora?

O TPI, com sede em Haia, nos Países Baixos, investiga as ações de Israel nos territórios ocupados durante os últimos três anos — e, mais recentemente, passou a avaliar também as operações do Hamas.

Israel não faz parte do tribunal e não reconhece a jurisdição do TPI, mas os territórios palestinos foram admitidos como Estado-membro em 2015.

Os juízes do TPI determinarão agora se acreditam que as provas apresentadas pelo promotor são suficientes para emitir os mandados de prisão.

O prazo para essa decisão pode variar.

Podem se passar semanas ou até meses entre o momento em que o procurador do TPI solicita um mandado e a decisão dos juízes.

O TPI é um tribunal global permanente formado em 2002 que tem o poder de processar indivíduos e líderes por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

O tribunal não tem jurisdição retroativa — só pode lidar com crimes cometidos após 1º de Julho de 2002, quando o Estatuto de Roma, que criou o tribunal, entrou em vigor.

Ele foi ratificado por 124 países. Israel e os EUA não assinaram o tratado.

O tribunal não tem força policial própria para rastrear e prender suspeitos. Ele depende dos serviços da polícia nacional para efetuar detenções e solicitar a transferência para Haia.

O advogado escocês Karim Khan tornou-se promotor-chefe do TPI em 2021.

 

Fonte: O Cafezinho/Sputnik Brasil/BBC News Mundo

 

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