Sudene e Consórcio Nordeste tratam sobre criação do Fundo da Caatinga
A criação do Fundo da Caatinga foi tema de reunião
do superintendente da Sudene, Danilo Cabral, com o secretário-geral do
Consórcio Nordeste, Carlos Gabas. A ideia é buscar investimentos, em especial
estrangeiros, nos moldes do que é realizado pelo Fundo Amazônia, para o
desenvolvimento de ações voltadas à preservação do bioma. Os recursos seriam
administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Também estavam presentes os diretores da Autarquia Álvaro Ribeiro
(Planejamento) e José Lindoso (Administração).
“O bioma da
Caatinga é o único exclusivamente brasileiro e, apesar disso, é o único do país
que não é reconhecido como patrimônio nacional. Para além da questão da
preservação ambiental, a Caatinga oferece uma série de oportunidades para o
Nordeste, especialmente em iniciativas ligadas à bioeconomia”, afirmou Danilo
Cabral. Ele destacou que, além da importância biológica, a flora da Caatinga
apresenta um papel importante para o desenvolvimento sustentável da região. “A
Sudene já participa da Impacta Caatinga, uma rede de pesquisadores de diversas
instituições que têm a missão de gerar bioeconomia por meio do desenvolvimento
tecnológico e da inovação”, acrescentou.
Segundo Danilo Cabral, é preciso ressaltar que o
Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) tem entre suas diretrizes
o aproveitamento sustentável da rica biodiversidade da região, especialmente a
da Caatinga - o semiárido mais rico em biodiversidade do planeta. Além disso,
todos os instrumentos da Sudene - os fundos regionais (FNE e FDNE) e os
incentivos fiscais - apresentam condições especiais para os empreendimentos que
pretendem se instalar no semiárido.
O secretário-geral Carlos Gabas disse estimar que
novas iniciativas possam ser fomentadas no Nordeste a partir do Fundo, tais
como a recuperação e revitalização de áreas degradadas; o combate à
desertificação; o manejo sustentável da Caatinga; atividades econômicas
desenvolvidas a partir do uso sustentável da Caatinga; o zoneamento ecológico e
econômico, ordenamento territorial e regularização fundiária; a conservação e
uso sustentável da biodiversidade; a gestão de áreas protegidas; o controle,
monitoramento e fiscalização ambiental.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e da
Mudança do Clima, cerca de 42% da cobertura original da Caatinga já sofreu
algum tipo de alteração antrópica. Esse dado indica que o bioma apresenta
graves problemas de degradação ambiental. A principal causa da destruição está
ligada ao desmatamento, em especial à derrubada de árvores e arbustos para
produção de lenha e carvão vegetal. No mais, a pecuária extensiva, a prática de
queimadas e a expansão das atividades produtivas humanas são outros fatores que
contribuem diretamente para a degradação da Caatinga.
• Planejamento
regional
Antes da reunião no Consórcio Nordeste, o
superintendente Danilo Cabral, acompanhado dos diretores Álvaro Ribeiro e José
Lindoso, estiveram com a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento
Regional e Territorial do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional,
Adriana Melo. Na pauta, os desafios e oportunidades para a área de atuação da
Sudene, o fortalecimento da indústria e a importância de uma abordagem
integrada e regional para enfrentar as questões de desenvolvimento do Brasil.
Sudene
aprova R$ 2,9 bilhões em investimentos através de incentivos fiscais
Mais de R$ 2,9 bilhões em investimentos foram
aprovados pela Diretoria Colegiada da Sudene nesta segunda-feira (30). Os
recursos são de 41 pleitos de incentivos fiscais, sendo 32 de redução de 75% do
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IPRJ), sete de reinvestimento de 30% do
imposto devido em projetos de modernização ou complementação de equipamentos,
um de implantação e um de diversificação futuras. Os empreendimentos garantiram
21.510 empregos, sendo 15.114 diretos e 6.396 indiretos.
“Essa foi
uma importante deliberação, pela geração de emprego e também pela dimensão
territorial. Todas as regiões da nossa área de atuação foram contempladas,
sobretudo com iniciativas no interior, atendendo as diretrizes do Plano
Regional de Desenvolvimento do Nordeste. Também destacamos a diversificação dos
setores, que vão desde a indústria de transformação, infraestrutura até a
inovação. São áreas estratégicas para a economia, especialmente do Nordeste”,
afirmou o superintendente Danilo Cabral.
Os pleitos aprovados estão distribuídos por Alagoas
(5), Bahia (9), Ceará (3), Espírito Santo (8), Minas Gerais (4), Paraíba (1),
Pernambuco (1), Piauí (5), Rio Grande do Norte (3), Sergipe (2). Em relação ao
valor do investimento, o estado do Espírito Santo registrou o maior volume (R$
2,3 bilhões), seguido pela Bahia (R$ 234,9 milhões), Alagoas (R$ 62,5 milhões),
Minas Gerais (R$ 51,4 milhões), Piauí (R$ 49,5 milhões), Sergipe (36,1
milhões), Paraíba (R$ 7,4 milhões), Ceará (R$ 7,2 milhões), Pernambuco (R$ 4,9
milhões) e Rio Grande do Norte (R$ 3,9 milhões).
“Neste ano,
nós já aprovamos 278 pleitos de incentivos fiscais e ainda temos uma carteira
de 255 pleitos em tramitação”, ressaltou o diretor de Fundos e Incentivos
Fiscais, Heitor Freire. Segundo ele, isso representa R$ 30 bilhões em
investimentos realizados nos 11 estados da área de atuação da Sudene.
De acordo com o coordenador-geral de Incentivos e
Benefícios Fiscais e Financeiros, Silvio Carlos do Amaral e Silva, a Sudene
deve alcançar um recorde na concessão de incentivos fiscais neste ano. “Na
relação entre investimento versus renúncia fiscal, o que nós aprovamos só em
2023 representa, para a renúncia de cada real, um investimento de R$ 5,4. São
aportes de recursos importantes para a nossa região, que contribuem para a
redução das desigualdades”, frisou.
O superintendente Danilo Cabral lembrou que, pela
legislação em vigor atualmente, os benefícios fiscais da Sudene podem ser
concedidos até 31 de dezembro deste ano. “Essa é uma política importante para o
desenvolvimento do Nordeste, pois é um mecanismo de atração de investimentos
que, normalmente, não seriam realizados na região. Nossa expectativa é de que o
Congresso Nacional aprove a prorrogação desse prazo até 2028”, disse.
O projeto de lei 4.416/2021, que prorroga os
incentivos fiscais para projetos no Nordeste, norte de Minas e Espírito Santo e
Amazônia, foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seguiu para o Senado, onde
foi aprovado com uma alteração - a extensão dos incentivos à área de atuação da
Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste). Dessa forma, o
texto voltou para apreciação da Câmara dos Deputados.
Fonte: Ascom Sudene
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