quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Caixa preta: Inema-BA pede mais 120 dias para esclarecer licenciamento da Tronox

Após mais de dois meses aguardando resposta do requerimento que solicitou os laudos para comprovar o cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) por parte da empresa Tronox, o Instituto do meio ambiente e recursos hídricos (Inema), comunicou ao Ministério Público que precisa de mais 120 dias para encaminhar os documentos.

O Inema é o órgão estadual responsável pela fiscalização do TAC firmado em novembro 2012, portanto prestes a completar 11 anos, para instalação de barreiras hidráulicas e monitoramento da poluição do ar e do lençol freático da comunidade de Areias, em Camaçari.

Estudo realizado pela Secretaria de Saúde de Camaçari, em 2014, comprovou a alta incidência de metais pesados nas amostras de água coletadas no local e registrou um número alarmante de casos de câncer reportados na unidade de saúde de Areias.

A poluição atinge ainda a orla de Arembepe, particularmente o condomínio Interlagos, vizinho à fábrica de pigmentos, onde o lago margeado pelas residências já apresentou sinais de contaminação. Indagado pela reportagem, o promotor Luciano Pitta, responsável pela celebração e acompanhamento do TAC, diz que não foi procurado por nenhum representante do condomínio para tratar do tema.

•        Versões conflitantes

Em nota encaminhada ao grupo A TARDE, a Tronox afirma que "todas as cláusulas do TAC firmado com o Ministério Público da Bahia em 2012 foram integralmente cumpridas, sendo que seu arquivamento definitivo foi homologado pelo Conselho Superior do MP em 2013, de forma que não existe qualquer obrigação pendente de cumprimento relativa à entrega de qualquer espécie de documento, bem como não há qualquer inquérito em andamento perante o Ministério Público".

Luciano Pitta questiona a afirmação da empresa. Ele explica que não é possível arquivar um TAC que trata de acompanhamento de procedimentos futuros e acrescenta que não reabriu nenhum inquérito.

"Foi determinado um procedimento administrativo de acompanhamento do TAC, não é um inquérito. O TAC foi homologado, não significa que ele foi cumprido e, o caso da Tronox demanda anos de acompanhamento do Inema com relação ao controle da poluição".

Ainda na comunicação enviada à reportagem, a Tronox reitera que "atualmente, o Inema é o único responsável pelo acompanhamento da licença de operação da fábrica, e todas as condicionantes estão sendo rigorosamente cumpridas dentro dos prazos e comprovadas através de documentos, relatórios de coletas de material e laudos enviados periodicamente, e as seguidas renovações da licença de operação são a prova mais evidente deste cumprimento"

Informação que contrasta com o ofício enviado pelo Inema ao MP, que alega necessitar de mais 4 meses, além dos 2 já passados desde a notificação enviada pela Promotoria ambiental de Camaçari. para fornecer os referidos laudos.

A TARDE solicitou posicionamento do Inema sobre a prorrogação de prazo para remessa dos documentos solicitados, mas não houve retorno até o fechamento dessa matéria.

 

       Desconhecimento: Coelba descumpre Lei municipal em Feira de Santana

 

Aprovada pela Câmara Municipal de Feira de Santana, e sancionada recentemente pelo Poder Executivo, a Lei que prevê a possibilidade de quitação do débito de energia elétrica no ato de corte do fornecimento dos serviços, estaria sendo descumprida pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), empresa concessionária de serviço de energia. A reclamação foi feita na Câmara pelo autor da proposta legislativa, vereador Correia Zezito (Patriota).

O parlamentar relatou que esta semana, durante o cumprimento de uma ordem de corte em um bairro da cidade, um funcionário da empresa teria dito desconhecer a existência do mecanismo. De acordo com o vereador, mesmo sendo alertado pela população, o preposto da empresa efetivou a ordem de corte. “Isto é um absurdo. Ele disse que iria cortar e cortou”, afirmou.

Pela lei, os agentes das empresas concessionárias precisam aceitar o pagamento por intermédio de cartão de crédito, débito, dinheiro e PIX. Com a dívida paga, a medida deixa de ser cumprida imediatamente.

O parlamentar vai encaminhar ainda um ofício ao superintendente do Procon de Feira de Santana, Maurício Carvalho, a fim de cobrar uma ação no sentido de garantir o direito dos clientes e fazer cumprir o que manda a lei.

 

       Feira de Santana: Projeto proíbe venda de alimentos ultraprocessados em escolas

 

A venda de bebidas e alimentos ultraprocessados deve ser proibida nas escolas de ensino infantil e fundamental, redes municipal e privada, em Feira de Santana. A medida é prevista em um projeto de lei aprovado nesta quarta-feira, 1, em primeira votação, pela Câmara.

A iniciativa, de autoria da vereadora Eremita Mota (PSDB), tem como objetivo a promoção de ações de combate à obesidade infanto-juvenil. Caso aprovado em segundo turno e o dispositivo seja sancionado pelo Executivo, os estabelecimentos escolares vão estar proibidos de ofertar ou vender produtos que incidam no aumento de peso das crianças.

Nas unidades públicas, especifica a lei, a oferta e distribuição dos alimentos vão obedecer aos dispositivos previstos no Programa de Alimentação Escolar (PNAE).

Para efeito da legislação, considera-se alimento ultraprocessado “aquele cuja fabricação envolve diversas etapas, técnica de processamento e ingredientes, muitos deles de uso, exclusivamente industrial”, de acordo com recomendação do Ministério da Saúde. Quem descumprir o dispositivo vai estar sujeito a sanções, sendo a primeira delas uma notificação para regularização, no prazo de 10 dias, e advertência.

Se tratando de ilegalidade praticada por estabelecimento da rede particular, a proposta prevê multa diária de R$ 1.500,00 até que seja sanada a irregularidade. Os recursos arrecadados vão ser aplicados em ações e programas voltados à segurança alimentar de jovens e ao combate à obesidade.

 

Fonte: A Tarde

 

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