Doenças
cardiovasculares podem aumentar até 30% no inverno; veja cuidados
A
queda das temperaturas durante o inverno aumenta em 30% os riscos de doenças cardiovasculares.
Com o objetivo de regular a temperatura corporal e manter o equilíbrio, o
organismo faz a contração dos vasos sanguíneos, com o aumento da pressão, para
evitar a perda de calor em excesso.
No
entanto, com a redução brusca da temperatura esse mecanismo chamado
vasoconstrição pode favorecer a ocorrência de problemas como infarto, dor no
peito e, em casos graves, a morte súbita.
“Nesta
época do ano, com as baixas temperaturas, as artérias se contraem para auxiliar
o corpo a reter o calor. Como estão mais estreitas, os coágulos e as placas de
gorduras podem dificultar o fluxo sanguíneo para o coração. Embora seja um
mecanismo natural de proteção contra o frio, durante o processo de
vasoconstrição há uma diminuição do calibre das artérias, o que pode aumentar o
risco de infarto e derrame. As pessoas bebem menos água e líquidos, o que
contribui para aumentar a viscosidade do sangue, ou seja, ele fica mais grosso
e propenso para formar coágulos”, diz o cardiologista Leandro Costa, do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
As
baixas temperaturas do inverno fazem aumentar em 30% o risco de infarto,
segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas
que apresentam fatores de risco.
Nesse
contexto, pessoas com idades entre 75 e 84 anos e aquelas que já apresentam
doenças relacionadas ao coração são as mais vulneráveis. Os índices de acidente
vascular cerebral (AVC) também se intensificam nesse período, podendo ter um
crescimento de até 20%.
“Para
indivíduos que já têm uma propensão ou já tem doença coronária instalada e
algum grau de obstrução nos vasos, a vasoconstrição pode ser extremamente
nociva e levar a um desequilíbrio, com sintomas e até mesmo evento agudo”,
afirma Ricardo Costa, cardiologista intervencionista e presidente da Sociedade
Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).
Com
a chegada do frio, o cenário se torna ainda mais perigoso às pessoas que têm
muitos fatores de riscos para as doenças cardiovasculares. “Por isso, é
imprescindível realizar o check-up cardiológico anualmente, praticar exercícios
físicos com orientação de especialista e, ainda, consumir alimentos saudáveis,
evitar gorduras e sal em excesso”, orienta Costa.
Hipertensos,
pessoas com diabetes e obesidade e fumantes estão entre os que sofrem maior
risco e precisam de cuidados redobrados no inverno. O Ministério da Saúde
recomenda o reforço de agasalhos, a prática regular de atividade física e
hábitos alimentares saudáveis, além de se evitar o tabagismo e reduzir o
consumo de álcool no período.
·
Riscos
As
doenças cardiovasculares são a maior causa de internação e de morte no mundo
quando se trata de doenças clínicas não traumáticas. No inverno, ainda há outro
fator que agrava os riscos de problemas do coração.
Nessa
época, muitas pessoas deixam de praticar exercícios e passam a comer alimentos
mais calóricos, pela sensação de bem-estar e aquecimento corporal.
“A
atividade física aquece o corpo, melhora a disposição e existem muitos
alimentos que podem, também, proporcionar esse bem-estar sem excesso de
calorias. Alguns exemplos são o queijo branco, pão integral, peito de peru, ovo
cozido e frutas como banana e damasco”, explica o cardiologista.
Ø
Clima
frio aumenta as dores no corpo; saiba como aliviá-las
Com
o começo do inverno, não tem mais para onde fugir. Uma frente fria avançou por
todo o país, aumentando os casos de dores no corpo - principalmente ósseas,
articulares, musculares e na coluna lombar. Mas por que será que isso acontece?
·
Por que sentimos mais dores no corpo durante o frio?
"Quando
a temperatura cai é inevitável sentir incômodo ou mal-estar, pois, com o frio,
a tendência a enrijecer os músculos e ficar mais encolhido para tentar diminuir
a sensação de frio. Isso pode gerar tensão muscular, contraturas, má circulação
ou mal-estar", explica o fisioterapeuta Cadu Ramos.
"Quando
acontece a postura de contração dos músculos dos braços, há um aumento da
curvatura fisiológica da coluna dorsal (corcunda) e anteriorização da coluna,
desta forma fica mais fácil manter o corpo aquecido", esclarece.
No
entanto, essa contração muscular involuntária deixa as articulações e músculos
mais rígidos, facilitando as inflamações de músculos e nervos. Além disso, a
circulação sanguínea diminui no inverno, para que o organismo consiga preservar
a temperatura por volta de 36,5 graus centígrados.
"Em
consequência, há também uma diminuição na circulação dos músculos, piorando as
dores de origem muscular, pois eles permanecem em estado contrátil por mais
tempo", relata.
Os
dias mais frios também têm impacto sobre as articulações, já que o esfriamento
do corpo torna o líquido sinovial mais espesso, o que pode prejudicar
movimentos e gerar incômodos.
Além
disso, existe um outro agravante: nos dias mais frios as pessoas tendem a ficar
paradas e abandonar as atividades físicas, e se esquecem que esse é o principal
fator para não sentir dores nesta época do ano. Isso porque os exercícios
ajudam a diminuir a sensibilidade à dor.
·
7 dicas para amenizar o desconforto
A
seguir, o fisioterapeuta lista algumas dicas para encarar os dias frios sem dor
e com mais disposição. Confira:
- Agasalhe-se
corretamente. Manter o corpo aquecido é fundamental. Para sentir-se
aquecido, o ideal é cobrir as extremidades do corpo: pés, punhos, mãos,
pescoço e cabeça;
- Coloque um
aquecedor no quarto para atenuar as dores noturnas;
- Espreguice ao
acordar, pois esta é uma forma de despertar o corpo. Portanto, não pule
essa etapa do dia;
- Alongue-se.
Embora a vontade seja a de ficar na cama, a prática de alongamentos é
essencial para evitar a contração dos músculos e para ajudar as
articulações a se manterem lubrificadas;
- Recorra a
sessões de fisioterapia caso tenha fraturas antigas que voltam a doer com
o frio ou doenças ósseas degenerativas;
- Faça
massagens, pois elas ajudam a estimular a circulação e a destravar a
musculatura enrijecida, aliviando as dores;
- Utilize bolsas
de água quente podem trazer alívio imediato para dores musculares,
sequelas de fraturas ou desconfortos provocados por artrose, artrite e
fibromialgia. A aplicação local de calor estimula a circulação e relaxa os
músculos. Nas dores crônicas e sem edema, use compressas quentes. Já nas
dores agudas com edema se deve fazer uma compressa fria ou aliar a fria e
quente. Faça isso entre 20 e 30 minutos.
Fonte:
CNN Brasil/Saúde em Dia
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