Fertilização in
vitro: o que é, fases e riscos
A fertilização in vitro (FIV) é
um tipo de tecnologia de reprodução assistida feita em laboratório, em que o óvulo é fecundado fora do corpo humano.
Esse procedimento é complexo, longo e caro, e por isso, costuma ser a última
opção para pessoas que desejam engravidar. Ele é comumente usado por indivíduos
com problemas sérios de fertilidade.
O
processo de fertilização in
vitro consiste na preparação do corpo humano para uma produção
maior de óvulos, que depois, serão retirados do útero e levados para a
fertilização assistida. Uma vez fertilizados, esses óvulos passam a ser
embriões e podem ser implantados no útero da paciente ou congelados para
gestações futuras.
·
Quem recorre à fertilização in vitro?
Como
mencionado anteriormente, a fertilização in
vitro é um procedimento caro, e por isso costuma ser a última
opção de um indivíduo que deseja engravidar. Existem diversos motivos pelos
quais uma pessoa pode optar por esse processo, como condições de saúde ou o
desejo de gravidez tardia.
Além
disso, a fertilização in
vitro é uma alternativa para casais homossexuais que desejam
ter filhos biológicos. Confira os motivos pelos quais pessoas podem optar pela
FIV:
- Trompas de
Falópio bloqueadas ou danificadas;
- Endometriose;
- Baixa produção
de esperma;
- Síndrome do
Ovário Policístico;
- Fibrose
uterina;
- Risco de
doença genética;
- Infertilidade
inexplicada;
- Uso de
doadores de óvulo ou de barriga de aluguel;
- Fertilidade
afetada pelo tratamento de câncer;
- Problemas de
ovulação;
·
Como funciona o processo de fertilização in
vitro?
A fertilização in vitro é
feita em diferentes estágios, desde a aplicação de medicamentos que aumentam a
ovulação até a gestação em si. Por ser um processo complexo, ele pode
durar cerca de quatro a seis semanas, período que inclui o início da
medicação até o momento em que a paciente faz o teste grávidez.
·
Realização de exames e conhecimento sobre o
caso
O
tratamento de fertilização in
vitro começa nos exames de avaliação da paciente. Ou seja,
antes de iniciar propriamente a FIV é preciso entender o caso e planejar as
ações adequadas para que a gestação ocorra. Para isso, a pessoa precisa fazer:
- Um encontro
com o profissional da saúde especializado na área;
- Exames
uterinos, como papanicolau e transvaginal, para que o médico entenda a
estrutura do sistema reprodutivo e localize possíveis condições;
- Mamografia
para mulheres com mais de 40 anos;
- Análise do
sêmen do parceiro;
- Teste de
infecções sexualmente transmissíveis (ISTs);
- Rastreio de
possíveis condições genéticas;
- Testagem da
reserva de ovários.
- Assinar os
documentos de consentimento da FIV;
<<<< Indução de ovulação
Depois
de todo esse processo inicial, se inicia a estimulação ovariana. Isso significa
que o médico irá prescrever medicamentos, como hormônios sintéticos, para que a
produção de óvulos no ovário aumente, afinal, são necessários vários para a
fertilização — nem todos chegam a se tornar um embrião.
Os
medicamentos comumente usados nessa fase são:
- Injeções de
hormônios que aumentam o crescimento dos folículos;
- Hormônio
luteinizante;
- Gonadotropina
coriónica humana (HCG) para maturação dos óvulos;
- Medicamentos
para evitar a ovulação prematura;
- Suplementos de
progesterona para tornar a parede do útero mais receptiva ao embrião;
Enquanto
a paciente faz o uso dos remédios, o profissional de saúde responsável pelo
caso pode solicitar exames, como testes sanguíneos e ultrassom transvaginal,
para verificar o avanço de seu quadro. Esse ciclo da fertilização in vitro pode
ser cancelado caso sejam encontradas alterações, como a ovulação prematura e a
produção inadequada de folículos.
·
Retirada dos óvulos
Se
a primeira fase da fertilização in
vitro for um sucesso, o procedimento parte para a coleta de
óvulos. Para a realização da retirada de óvulos é administrada uma anestesia e
medicamentos para dor.
O
aparelho usado costuma ser o mesmo da ultrassom transvaginal, ele é inserido na
vagina com uma agulha fina na ponta, que tem a função de fazer a retirada dos
óvulos. Caso não seja possível vê-los pela ultrassom transvaginal, o médico
pode usar uma ultrassom comum para guiar a agulha pelo útero.
Em
apenas 20 minutos é possível fazer a coleta de diversos óvulos, que serão
armazenados em um líquido nutritivo (chamado de cultura) e incubados. Aqueles
que tiverem uma aparência saudável serão usados para a fertilização e criação
dos embriões.
Depois
da coleta dos óvulos a paciente pode sentir cólica ou a sensação de estar cheia
e uma pressão no abdômen.
·
Coleta do esperma
Caso
o esperma usado para a fertilização in
vitro seja do parceiro, é necessário fazer a coleta do líquido.
O sêmen pode ser obtido através da masturbação ou por um método mais técnico,
conhecido como aspiração testicular. Nesse procedimento uma agulha cirúrgica é
usada para fazer a extração do esperma diretamente do testiculo. O esperma de
doadores também pode ser usado.
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Fertilização
Para
garantir a fertilização dos óvulos, os profissionais da saúde podem realizar os
seguintes métodos:
# Inseminação comum: um esperma saudável é misturado
com óvulos maduros em uma incubadora, e deixados ali por uma noite, para que a
fecundação seja feita;
# Injeção intracitoplasmática de espermatozoides: comum em
situações em que o sêmen é de baixa qualidade e já houveram falhas em FIVs
anteriores. Nesse caso o esperma é injetado no óvulo com uma agulha;
Para
facilitar a aderência dos embriões ao útero, também é indicada uma série de
procedimentos. Por exemplo:
# Incubação assistida: seis dias após a
fertilização é comum que o embrião “rache” a sua membrana superficial (zona
pellucida), o que ajuda com que ele se prenda a parede do útero. Em casos em
que a paciente terá uma gravidez tardia ou já teve tentativas de fertilização in vitro falhadas,
o médico pode fazer essa rachadura antes da implantação do embrião.
# Testes genéticos pré-implantação: esse método
faz a análise genética do embrião, ainda incubado, para que sejam selecionados
aqueles que terão menos chances de desenvolver problemas de saúde passados
geneticamente. Apesar de reduzir o risco, não o elimina completamente.
·
Transferência do embrião
Depois
de todo o processo, chega a fase final: a transferência do embrião para o útero
da mãe. Isso acontece dois ou cinco dias após a retirada dos óvulos. O
procedimento pode ser feito com anestesia local, porém geralmente é indolor.
Para
a realização da transferência, o médico irá inserir um tubo chamado cateter na
vagina até o cérvix do útero. Depois é aplicada uma seringa no cateter contendo
um ou dois embriões suspensos em líquido. Quando no útero, o embrião pode se
acoplar à parede do útero em cerca de seis a dez dias.
Evite
fazer atividades pesadas depois desse procedimento. Apesar de não precisar de
repouso total, é preciso evitar qualquer ação que precise de muito esforço
corporal. Se depois da fertilização in
vitro você sentir muita dor, entre em contato com seu
médico.
·
Qual é o valor de uma fertilização in vitro?
A Resolução nº 1.974/11, do Conselho
Federal de Medicina (CFM), proíbe que as clínicas divulguem os preços da fertilização in vitro. No
entanto, especialistas estimam que a
média seja entre 15 e 20 mil.
·
Qual é a diferença entre fertilização in
vitro e inseminação artificial?
A
principal diferença entre a inseminação e a FIV é a sua aplicação. Além de ser
mais barata, a inseminação é feita por meio da introdução do espermatozoide
diretamente no útero da paciente. Ou seja, a fecundação é
feita praticamente de forma natural, tirando o fato de que o esperma precisa ser
inserido dentro da região uterina.
Essa
forma de inseminação é realizada em casos que a concentração de esperma é
alterada, a mobilidade de seus gametas diminui ou o muco cervical se torna
hostil para o líquido seminal.
·
Qual o limite de idade para fazer inseminação
artificial?
O
CFM determina que a idade limite para a inseminação artificial é os 50 anos.
Isso porque, depois dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a cair
drasticamente. Logo, aos 45 anos a mulher já apresenta poucas chances de
engravidar naturalmente.
Estudos apontam que a
taxa de sucesso por idade de mulheres que fazem FIV é de:
- 32% abaixo dos
35 anos;
- 35% dos 35 até
os 37 anos;
- 19% entre 38 e
39%;
- 11% dos 40 aos
44 anos;
- 5% para
mulheres entre 43 e 44 anos;
- 4% acima dos
44 anos;
Se
a paciente planejar ter uma gravidez tardia, ou seja, depois dos 35 anos, o
ideal é que ela congele seus óvulos antes dos 30 anos. Assim, quando chegar a hora
de fazer a FIV ou a inseminação artificial, ela contará com óvulos saudáveis e
férteis. Cada caso é único, porém, pessoas de idade avançada também podem
contar com doadoras mais jovens, o que facilita a fecundação.
·
Quais os riscos de uma fertilização in vitro?
Antes
de começar a fertilização in
vitro é preciso ter conhecimento sobre os possíveis efeitos
colaterais do processo. Eles são:
- Gestação de
múltiplas crianças, ou seja, gêmeos e trigêmeos;
- Nascimento
prematuro;
- Síndrome do
ovário hiperestimulado;
- Aborto
espontâneo;
- Complicações
na coleta de óvulos;
- Gravidez
ectópica;
- Malformações
congénitas;
- Câncer;
- Estresse;
>>> É possível escolher o gênero do bebê na
fertilização in vitro?
No
Brasil é ilegal escolher o genêro do bebê durante a
fertilização, porém, a técnica é possível. O único caso em que a lei permite a
escolha é caso haja possibilidade de transmitir doenças específicas para a
criança, dependentes do sexo biológico.
·
O que fazer depois dos resultados da FIV?
Existem
duas possibilidades:
# Se você estiver grávida: depois de 12 dias
da implantação do embrião é feito o teste de gravidez, se ele for positivo, o
médico irá encaminhar a paciente para o pré-natal, em que é feito o
acompanhamento da gestação;
# Se você não estiver grávida: é preciso parar de
tomar os medicamentos por um tempo antes de voltar ao processo de FIV. Além
disso, a paciente precisa ter um ciclo de menstruação normal e conversar com
seu médico para saber quais as melhores técnicas para aumentar a chance de
gravidez no próximo ciclo.
Fonte:
eCycle
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