sexta-feira, 30 de junho de 2023

Adoçante da Coca-Cola e da Pepsi é cancerígeno, afirma pesquisa da OMS

Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve adicionar o adoçante aspartame à lista de substâncias cancerígenas da entidade, segundo apuração da Reuters.

Uma pesquisa conduzida pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) chegou a conclusão que a substância química, utilizada em praticamente todos os refrigerantes adoçados do planeta, como Coca-Cola Zero e Pepsi Black, pode causar câncer em humanos.

A decisão da IARC foi finalizada no início do mês, baseada na opinião de experts ao redor do planeta, e tem como fim esclarecer o potencial prejuízo que o aspartame pode causar ao ser humano com base nas pesquisas já feitas sobre o tema.

A entidade não pode definir uma quantidade segura para consumo humano. Essa responsabilidade é estabelecida para a convenção entre a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e a OMS, chamada JECFA, além de entes governamentais.

Desde 1981, a JECFA afirma que um ser humano pode beber até 12 latas de refrigerante por dia com aspartame e ainda assim estaria seguro.

Contudo, as novas informações podem representar um novo risco para o aspartame e para as empresas de bebidas adoçadas ao redor do mundo. A substância é tema de debate há anos.

A Coca-Cola do Brasil tem até uma página em seu site para negar os males do aspartame. "O aspartame é um dos ingredientes alimentares mais exaustivamente pesquisados no mundo, mas entendemos que você tenha dúvidas. Aqui estão os fatos: mais de 200 estudos científicos apoiam sua segurança", afirma a empresa de bebidas.

Em maio, a OMS já havia emitido um alerta pedindo para que adoçantes sejam cortados da dieta humana. "Os adoçantes sem açúcar não são fatores alimentares essenciais e não têm valor nutricional. As pessoas devem reduzir completamente a doçura da dieta, começando cedo na vida, para melhorar sua saúde", afirmou, à época, Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, Francesco Branca, da OMS.

 

       Substância contida em adoçante pode aumentar chances de AVC e infarto, aponta estudo

 

Estudo publicado na revista Nature Medicine nesta segunda-feira (27), afirma que pessoas com fatores de risco existentes para doenças cardíacas, como diabetes, tinham duas vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco ou derrame se tivessem os níveis mais altos de eritritol no sangue.

Eritritol é um substituto do açúcar usado para adicionar ou adoçar estévia, monge e produtos com baixo teor de açúcar. A substância tem sido associada à coagulação do sangue, derrame, ataque cardíaco e morte, de acordo com o estudo.

O dr. Stanley Hazen, diretor do Centro de Diagnóstico e Prevenção Cardiovascular do Cleveland Clinic Lerner Research Institute e um dos principais autores do estudo afirma que “o grau de risco não era modesto”.

“Se o seu nível de eritritol no sangue estiver entre os 25% superiores em comparação com os 25% inferiores, haverá um risco duas vezes maior de ataque cardíaco e derrame. Está no mesmo nível dos fatores de risco cardíaco mais fortes, como diabetes”, disse Hazen.

Pesquisas adicionais em laboratório e em animais apresentadas no artigo revelaram que o eritritol parecia estar fazendo com que as plaquetas sangüíneas coagulassem mais facilmente.

Os coágulos podem se desprender e viajar para o coração, provocando um ataque cardíaco, ou para o cérebro, provocando um derrame.

•        Associação discorda do estudo

O Calorie Control Council, uma associação do setor, disse à CNN em resposta que “os resultados deste estudo são contrários a décadas de pesquisas científicas que mostram que adoçantes com baixo teor calórico, como o eritritol, são seguros, conforme evidenciado pelas permissões regulatórias globais para seu uso. em alimentos e bebidas”, disse Robert Rankin, diretor executivo do conselho, por e-mail.

Os resultados “não devem ser extrapolados para a população em geral, pois os participantes da intervenção já apresentavam risco aumentado de eventos cardiovasculares”, disse Rankin.

A Associação Europeia de Produtores de Poliol se recusou a comentar, dizendo que não revisou o estudo.

 

Fonte: Fórum

 

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