Conheça impactos da
fumaça de incêndio florestal
Incêndios florestais e queimadas de grandes proporções têm sido
observados em diversas regiões do planeta. A exposição a altos níveis de
poluentes atmosféricos emitidos durante esses eventos podem causar uma
variedade de danos à saúde humana, como problemas respiratórios e câncer de
pulmão.
Estudos
afirmam que, quando inalados, os poluentes oriundos da fumaça, como monóxido de carbono e dióxido de carbono, são distribuídos
pelo corpo na corrente sanguínea, provocando inúmeros problemas de saúde.
Dados
do Laboratório de Análise e Processamentos de Imagens de Satélite apontam que
só em Cuiabá, cidade afetada pelas queimadas que ocorreram no Pantanal, o
índice de monóxido de carbono está em torno de 738 partes por milhão. A máxima
aceitável desse gás na atmosfera é de 50 partes por milhão. Por conta disso,
especialistas relataram um aumento nos atendimentos relacionados
a problemas respiratórios causados pela fumaça de incêndios florestais na região.
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Quais os efeitos das queimadas na saúde humana?
Apesar
de não serem facilmente vistos, os materiais particulados que ficam no ar após
incêndios – especificamente, partículas que medem não mais do que 2,5
micrômetros – quando inalados, podem causar diversos danos à saúde. Em curto
prazo, a exposição pode causar dificuldade para respirar, dor e ardência na
garganta, dor de cabeça, lacrimejamento e vermelhidão nos olhos. Além disso,
pesquisas mostram que a exposição também pode prejudicar os pulmões, os vasos
sanguíneos e o sistema imunológico, provocando graves danos à saúde.
De
acordo com Guilherme Pulici, alergista e médico do Hospital de Urgências e
Emergências da cidade de Rio Branco, “ao entrarem nos pulmões, as partículas
aumentam a inflamação, o estresse oxidativo e provocam danos genéticos nas
células do pulmão humano. O dano no DNA é tão grave que pode provocar
incapacidade de sobrevivência ou a perda do controle celular. Assim, causando
uma reprodução desordenada e evoluindo para câncer de pulmão”.
“Embora
em um primeiro momento outros órgãos não pareçam ser afetados, já sabemos que,
de forma direta ou não, a fumaça tem
relação com o aumento da prevalência de infarto, AVC, maior risco de câncer e
até doenças crônicas”, explica ele. Vale ressaltar que essas partículas podem
ficar suspensas no ar durante dias. E com os ventos fortes podem ser carregadas
para distâncias de milhares de quilômetros.
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Pesquisas indicam que a fumaça é carregada de
micróbios
Pesquisas
indicam que a fumaça de incêndios
florestais também está carregada de bactérias e fungos. Em vez de
perecer, esses micro-organismos são transportados em partículas de carbono e
vapor d’água. Enquanto o calor do incêndio impele toda a sujeira para o céu. Se
eles terminarem em gotículas de água, isso pode protegê-los da dessecação
enquanto viajam a favor do vento.
Quando
um incêndio atinge uma paisagem, ele perturba o solo tanto diretamente quanto
indiretamente. Todo aquele ar quente e ascendente cria um vazio atmosférico
perto da superfície, fazendo com que mais ar entre pelas laterais. Isso pode
produzir ventos fortes que varrem a terra, aerossolizando os fungos.
Os
fungos presentes no solo levam à condição chamada coccidioidomicose, ou febre
do vale, com sintomas que incluem febre e falta de ar. A condição pode progredir
para pneumonia ou meningite, uma infecção dos tecidos que cercam o cérebro e a
medula espinhal.
Conforme
os incêndios florestais se tornam maiores e mais intensos, pesquisadores estão
descobrindo um aumento preocupante nos casos de micoses no oeste americano. Por
fim, os esporos de fungos podem atuar como um alérgeno e iniciar o
desenvolvimento de asma na população. Eles têm sido associados à diminuição da
função pulmonar, hospitalizações e aumento da mortalidade.
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Causas dos incêndios florestais
Alguns
biomas, como é o caso do Cerrado, possuem condições favoráveis para a
ocorrência de queimadas, como:
- Clima quente e
seco;
- Baixa umidade;
- Acúmulo de
biomassa seca no solo;
- Ventos fortes;
- Presença de
espécies de vegetais que produzem substâncias inflamáveis, como é o caso
de gramíneas da espécie Echinolaena inflexa;
Para
os locais que não apresentam as mesmas características, fatores como raios,
fogos artificiais, balões, cigarros acesos jogados em áreas próximas à
vegetação, podem começar incêndios, mas não são as causas mais comuns. O que
causa maior impacto, devastando milhares de hectares, é a queimada utilizada
para a expansão agropecuária. A prática é conhecida como agricultura de
corte-e-queimada.
Em
primeiro lugar, retira-se as árvores de médio e grande porte. Em seguida, o
fogo é usado para queimar as vegetações rasteiras. Logo, abrindo uma nova área
que será utilizada para criação de gado e para plantação agrícola, as
principais atividades econômicas do Brasil. Os impactos à biodiversidade nessas
áreas podem ser irreversíveis.
<<< Dicas para quem mora em região onde há
fumaça de incêndios florestais
- Evite praticar
exercícios físicos entre 10h e 16h;
- Evite, sempre
que possível, a proximidade com incêndios;
- Aplique óleos
vegetais na pele após o banho para evitar perda de água água;
- Use máscara ao
sair na rua, evite aglomerações e locais fechados;
- Opte por uma
dieta leve, com a ingestão de verduras, frutas e legumes;
- Mantenha uma
boa hidratação, consumindo entre dois a três litros de água todos os dias;
- Evite sair em
horários nos quais a umidade do ar está baixa, geralmente entre 12h e 16h;
- Use soro
fisiológico para umidificar os olhos e o nariz constantemente, ou pratique
jala neti;
- Evite banhos
muito quentes e produtos com agentes químicos que tirem a umidade natural
da pele;
- Mantenha os
ambientes da casa e do trabalho fechados, mas umidificados, com o uso de
vaporizadores, bacias com água e toalhas molhadas.
<<< Impactos das fumaça das queimadas no
meio ambiente
As
queimadas são responsáveis por liberar gás carbônico (CO2) e metano (CH4) na atmosfera. Estes gases contribuem para o aquecimento
global e podem mudar o clima da Amazônia.
Assim
criando o ambiente propício para que outros grandes incêndios ocorram com mais
frequência. Trata-se de um ciclo vicioso. A perda da maior reserva de
biodiversidade do planeta e a poluição do solo e de ambientes aquáticos também são graves consequências.
Fonte:
eCycle
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