4 em cada 10
cidades tiveram queda de população
As
populações de quatro em cada dez cidades do país encolheram desde
2010, revelam dados do Censo 2022 divulgados
nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse mesmo período, a população brasileira, em
geral, cresceu 6,5%.
Os
números mostram que:
- Dos 5.570 municípios do Brasil, 2.399
perderam habitantes entre 2010 e 2022 – isso representa 43% do
total (veja detalhes mais abaixo nesta reportagem).
- Essas cidades
que encolheram estão espalhadas por quase todos os estados. Roraima e
o Distrito Federal são as únicas unidades da federação em que todos os
municípios cresceram.
- Quase 60% das
cidades que encolheram são muito pequenas: têm, no máximo, 10 mil
habitantes.
<<<< Quais são as cidades que mais
encolheram?
As
dez cidades que mais perderam habitantes proporcionalmente entre 2010 e 2022
estão em estados das regiões Norte e Nordeste. E três delas ficam na Bahia.
Veja, a seguir, o ranking e mais informações sobre cada uma:
- Catarina (CE) – a população caiu 45,24%
- Santana do Araguaia (PA) – queda de 42,28%
- Salgadinho (PE) – queda de 38,5%
- Ministro Andreazza (RO) – queda de 37,54%
- Campo Alegre (AL) – queda de 37,2%
- Ipixuna do Pará (PA) – queda de 36,66%
- Gameleira (PE) – queda de 34,74%
- Gongogi (BA) – queda
de 33,62%
- Ubatã (BA) – queda de 33,62%
- Caatiba (BA)–
queda de 32,93%
<<<< E a queda em números absolutos?
Considerando
o número absoluto, e não a proporção, as seguintes cidades são as que mais
perderam pessoas entre 2010 e 2022:
- Salvador (BA) –
perdeu 257.651 habitantes
- Rio de Janeiro (RJ) – perdeu 109.023 habitantes
- São Gonçalo (RJ) – perdeu 102.984 habitantes
- Belém (PA) – perdeu
90.010 habitantes
- Porto Alegre (RS) – perdeu 76.781 habitantes
<<<< Como é a situação em cada estado?
Todos
os estados do país têm cidades que encolheram, com exceção de Roraima, cujos 15
municípios cresceram nos últimos 12 anos, e do DF.
Já
Rondônia, por exemplo, registrou queda no número de habitantes em 39 das suas
52 cidades (ou 75% do total).
<<<< Qual o tamanho das cidades que
encolheram?
- Quase 60% das
2.399 cidades que encolheram têm até 10 mil habitantes -- e apenas 11 têm
mais de 500 mil.
- Das 1.324
cidades brasileiras com até 5 mil habitantes, 59% encolheram.
- No caso dos
municípios que têm entre 5 mil e 10 mil habitantes, 50% perderam
população entre 2010 e 2022.
- Já no caso das
cidades consideradas maiores (com mais de 10 mil habitantes), a maioria
cresceu.
<<<< Quais são as grandes cidades que
encolheram?
Entre
as 2.399 cidades cujas populações diminuíram, apenas 11 têm mais de 500 mil
habitantes – isso representa 0,46% entre todas que encolheram. Nesse bloco,
destacam-se as capitais (a lista a seguir está em ordem alfabética):
- Belém (PA) –
queda de 6,46%
- Belo Horizonte (MG) – queda de 2,53%
- Duque de Caxias (RJ) – queda de 5,49%
- Fortaleza (CE) –
queda de 1,26%
- Jaboatão dos Guararapes (PE) – queda de 0,13%
- Natal (RN) –
queda de 6,52%
- Porto Alegre (RS) – queda de 5,45%
- Recife (PE) –
queda de 3,17%
- Rio de Janeiro (RJ) – a população caiu 1,72%
- Salvador (BA) –
queda de 9,63%
- São Gonçalo (RJ) – queda de 10,3%
Ø Sete cidades superam 100 mil habitantes após aumento
acima de 40%
Sete
cidades brasileiras que registraram um aumento populacional acima de 40% nos
últimos 12 anos superaram a marca dos 100 mil habitantes. São elas: Senador
Canedo (GO), Fazenda Rio Grande (PR), Luís Eduardo Magalhães (BA), Sorriso
(MT), Camboriú (SC), Nova Serrana (MG) e Sarandi (PR).
Nesta
quarta-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou as primeiras informações populacionais do Censo 2022, revelando que o
Brasil registrou um aumento de 12,3 milhões de habitantes desde 2010, quando
houve a última operação censitária. Dessa forma, vivem no país um total de 203
milhões de pessoas.
Entre
os dados já divulgados pelo IBGE, está a lista dos maiores aumentos percentuais
considerando cidades que possuem atualmente mais de 100 mil habitantes. As
taxas variam entre 84,3% e 38,5%. Dos municípios relacionados, 13 já tinham ao
menos 100 mil habitantes em 2010. Os outros sete, que tiveram ao menos 40% de
crescimento populacional, atingiram essa marca ao longo dos últimos 12 anos.
Chama
atenção que mais da metade dos municípios relacionados situam-se no Sul e no
Centro-Oeste. Destaca-se o estado de Santa Catarina, com quatro cidades na
lista: Camboriú (SC), Palhoça (SC), Itajaí (SC) e Chapecó (SC). Contando ainda
Fazenda Rio Grande (PR) e Sarandi (PR), o Sul aparece com seis representantes.
Entre
as cidades do Centro-Oeste, está Senador Canedo (GO), que lidera a lista, com
um crescimento de 84,3%, saltando de 84.443 habitantes em 2010 para 155.635 em
2022. Aparecem ainda Sinop (MT) na 4ª posição, Sorriso (MT) na 6ª posição, Valparaíso
de Goiás (GO) na 11ª posição e Águas Lindas de Goiás (GO) na 18ª posição.
Os
dados divulgados pelo IBGE também revelam um intenso crescimento populacional
no Centro-Oeste a partir das capitais. É a única região do país onde houve
aumento em todas elas. As taxas superam 10% em todas as três capitais
estaduais: Goiânia, Campo Grande e Cuiabá.
<<<<<
Confira a lista das cidades com mais de 100 mil habitantes que tiveram maior
crescimento populacional em termos percentuais:
1.
Senador Canedo (GO) 84,3%
2.
Fazenda Rio Grande (PR) 82,3%
3.
Luís Eduardo Magalhães (BA) 79,5%
4.
Sinop (MT) 73,4%
5.
Parauapebas (PA) 73,1%
6.
Sorriso (MT) 66,3%
7.
Camboriú (SC) 65,3%
8.
Palhoça (SC) 62,1%
9.
Maricá (RJ) 54,8%
10.
São José De Ribamar (MA) 50,0%
11.
Valparaíso De Goiás (GO) 49,5%
12.
Rio Das Ostras (RJ) 48,1%
13.
Boa Vista (RR) 45,4%
14.
Itajaí (SC) 44,0%
15.
Nova Serrana (MG) 43,2%
16.
Sarandi (PR) 43,0%
17.
Santana De Parnaíba (SP) 41,6%
18.
Águas Lindas De Goiás (GO) 41,6%
19.
Chapecó (SC) 38,8%
20.
Paço Do Lumiar (MA) 38,5%
Ø 13 dos 20 menores
municípios do Brasil perdem população, diz Censo
De
2010 para 2022, a população residente diminuiu em 13 e aumentou em 7 dos 20
menores municípios do Brasil. Nesses locais, o número de habitantes varia de
pouco mais de 800 a menos de 1.400.
É
o que indicam os primeiros dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta
quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em
2022, o município com a menor população do país foi Serra da Saudade (a 266 km
de Belo Horizonte), no interior de Minas Gerais. O número local de habitantes
subiu de 815 no Censo de 2010 para 833 na contagem relativa ao ano passado.
Apesar
da alta de 2,2%, Serra da Saudade foi ultrapassado por Borá (a 488 km de São
Paulo), que havia registrado a menor população do país no levantamento
anterior.
No
município paulista, o contingente saiu de 805 pessoas em 2010 para 907 em 2022.
O crescimento foi de 12,7%, o mais elevado entre as 20 menores cidades do
Brasil.
O
município goiano de Anhanguera (a 269 km de Goiânia) registrou a terceira menor
população do país em 2022. O número local de habitantes diminuiu 9,4%, de 1.020
para 924.
Entre
os 20 menores municípios do país, o mineiro São Sebastião do Rio Preto (a 172
km de Belo Horizonte) registrou a maior perda de população em termos relativos.
O
número local de habitantes caiu 21,9% em relação ao Censo anterior, de 2010. A
população da cidade diminuiu de 1.613 naquele ano para 1.259 em 2022.
O
município gaúcho de União da Serra (a 222 km de Porto Alegre) teve a segunda
maior baixa entre os 20 menores municípios. A redução foi de 21,3%: de 1.487
habitantes em 2010 para 1.170 em 2022.
União
da Serra e São Sebastião do Rio Preto tiveram, respectivamente, a nona e a
décima menor população entre os os 5.570 municípios brasileiros no ano passado.
Desse
total, 44,8% (ou 2.495) tinham até 10 mil habitantes. Essa parcela, contudo,
reunia apenas 6,3% da população do país, o equivalente a 12,8 milhões de
pessoas.
O
IBGE não detalhou os motivos por trás da perda de população em municípios
menores. Porém, ressaltou que também houve um movimento de redução em parte das
áreas de grande concentração urbana, incluindo capitais.
Cerca
de 29% da população do país vive em 41 municípios com mais de 500 mil habitantes.
Eles representam apenas 0,74% do total de cidades (5.570).
MENOS
VERBA
As
informações do Censo balizam os repasses do FPM (Fundo de Participação dos
Municípios), fonte de recursos para as prefeituras.
A
divisão do fundo é feita de acordo com o tamanho dos municípios. Ou seja, a
redução da população pode resultar em receitas menores para as prefeituras.
Neste
ano, o plenário do Senado aprovou um projeto de lei complementar que cria um
período de transição de dez anos para o reenquadramento no FPM dos municípios
com baixa nos coeficientes. A medida busca suavizar as possíveis perdas a
partir do Censo.
*
OS
20 MENORES MUNICÍPIOS DO BRASIL
Local
- População em 2022 - Variação ante 2010, em %
Serra
da Saudade (MG) - 833 - 2,2
Borá
(SP) - 907 - 12,7
Anhanguera
(GO) - 924 - (-9,4)
Araguainha
(MT) - 1.010 - (-7,8)
Nova
Castilho (SP) - 1.062 - (-5,6)
Cedro
do Abaeté (MG) - 1.081 - (-10,7)
André
da Rocha (RS) - 1.135 - (-6,7)
Oliveira
de Fátima (TO) - 1.164 - 12,2
União
da Serra (RS) - 1.170 - (-21,3)
São
Sebastião do Rio Preto (MG) - 1.259 - (-21,9)
Coqueiro
Baixo (RS) - 1.290 - (-15,6)
Engenho
Velho (RS) - 1.296 - (-15,1)
Miguel
Leão (PI) - 1.318 - 5,2
Nova
Aliança do Ivaí (PR) - 1.323 - (-7,5)
Jardim
Olinda (PR) - 1.343 - (-4,7)
Carlos
Gomes (RS) - 1.368 - (-14,9)
Tupanci
do Sul (RS) - 1.374 - (-12,7)
Uru
(SP) - 1.387 - 10,9
Lagoa
Santa (GO) - 1.390 - 10,8
Grupiara
(MG) - 1.392 - 1,4
Ø População do
Centro-Oeste é a que mais cresce no Brasil
O
Centro-Oeste brasileiro teve o maior crescimento populacional da última década
entre as regiões brasileiras, segundo dados do Censo Demográfico 2022
divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (28). A taxa indica um crescimento de
1,23% ao ano, mais do que o dobro da média do país, de 0,52%.
Em
segundo lugar aparece o Norte, que viu esse índice de crescimento cair a 0,75%,
menos da metade do registrado no período de 2000 a 2010, que foi de 2,86%.
Completam a lista o Sul, com 0,74%, o Sudeste com 0,45%, e o Nordeste, com
0,24%.
Formada
por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, o Centro-Oeste
também apresentou o maior aumento na participação relativa da população do
país, com 0,6% a mais do que a última contagem, em 2010, chegando a 8%. Em
seguida, vêm o Sul, com 0,3%, e o Norte, com 0,2%.
Nordeste
e Sudeste perderam, respectivamente, 0,9% e 0,3% de participação na população
do país, que chegou a 203 milhões de habitantes, contingente abaixo da previsão
divulgada pelo IBGE.
Entre
os estados e o Distrito Federal, a população se divide em 7,05 milhões em Goiás
(6 milhões em 2010); 3,65 milhões em Mato Grosso (3,03 milhões em 2010); 2,81
milhões no Distrito Federal (2,57 milhões em 2010) e 2,75 milhões em Mato
Grosso do Sul (2,44 milhões em 2010).
Terceira
cidade mais populosa do país, Brasília chegou a 2,81 milhões de habitantes, com
aumento de 9,6% em relação a 2010. Em décimo lugar, Goiânia cresceu 10,4%.
Campo
Grande (MS), que também figura entre as 20 mais populosas, teve aumento de
14,1%. Cuiabá, por sua vez, cresceu 18%.
O
município goiano de Abadia de Goiás foi o que mais cresceu em domicílios,
saindo de 2.644 em 2010 para 7.866 na edição atual, um crescimento de 197,5%.
Senador Canedo, também no estado, foi a que mais cresceu relativamente no
Brasil.
O
crescimento anual da população no Centro-Oeste, assim como no resto do país,
vem desacelerando. A taxa atual é quase metade da registrada entre 1991 e 2000,
com crescimento de 2,39% ao ano.
Na
região Norte, o Pará lidera com 8,11 milhões de pessoas, seguido por Amazonas
(3,94 milhões), Rondônia (1,58 milhões), Tocantins (1,51 milhões), Acre (830
mil), Amapá (733 mil) e Roraima (636,3 mil).
No
Sudeste, que perdeu 0,5% de participação relativa da população brasileira, São
Paulo concentra a maior parte da população com folga, com 44,4 milhões de
habitantes. Minas Gerais tem 20,5 milhões, o Rio de Janeiro, 16 milhões, e o
Espírito Santo, 3,8 milhões de habitantes.
O
Nordeste, com a taxa anual de crescimento populacional mais baixa do país na
década, tem a Bahia na liderança, com 14,1 milhões de habitantes. A região também
teve a maior redução na participação da população nacional, caindo de 27,8%
para 26,9%.
Seguem
a lista Pernambuco (9 milhões), Ceará (8,79 milhões), Maranhão (6,77 milhões),
Paraíba (3,97 milhões), Rio Grande do Norte (3,3 milhões), Piauí (3,26 milhões),
Alagoas (3,12 milhões) e Sergipe (2,2 milhões).
No
Sul, o Censo registrou 11,4 milhões de habitantes no Paraná, 10,8 milhões no
Rio Grande do Sul e 7,69 milhões em Santa Catarina.
Fonte:
g1/IstoÉ/IBGE/FolhaPress
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