Pele eletrônica: o
potencial para a saúde humana
A pele eletrônica, também chamada de
e-pele (ou e-skin em inglês), é uma pele artificial que
consegue imitar as características da derme humana. A tecnologia ganhou força
nas últimas décadas e tem potencial numeroso quando se trata de uso,
principalmente quando se fala em videogames, próteses, robôs, cuidados com a saúde e até mesmo o
desenvolvimento de inteligência artificial.
A
base dessa tecnologia se encontra em dois componentes chaves:
- Um sensor
nanomaterial ativo;
- Uma superfície
elástica que adere à pele humana;
A
pele humana é um órgão cheio de capacidades, sendo composto por milhões de
nervos que conseguem identificar a temperatura de um objeto e reproduzir a
sensação de toque. Pesquisadores que investem seus estudos na área da pele eletrônica tem como objetivo
tornar essa tecnologia o mais compatível com as capacidades humanas.
A
primeira vez que um conjunto de sensores flexíveis foi construído como um tipo
de “pele eletrônica” foi em meados de 1980. Uma das tecnologias fazia o uso de
Kapton, uma película flexível, mas não extensível, que ajudava a suportar
conjuntos de sensores e infravermelhos.
O
seu uso foi feito em um braço robótico simples, e permitiu que esse objeto
conseguisse se movimentar em comunhão com uma bailarina humana. Esse teste funciona da seguinte forma: o braço
robótico (com a pele eletrônica) detectava a bailarina sempre que ela estivesse
a 20 centímetros dele, e então respondia aos seus movimentos espontaneamente
com suas próprias ações.
Desde
então, a tecnologia da pele
eletrônica avançou, deixando para trás essas habilidades
consideradas rudimentares. As e-peles que são estudadas no âmbito tecnológico
dos últimos anos são muito mais flexíveis e elásticas, podendo até mesmo sentir
objetos devido aos seus sensores e processadores centrais de informação.
·
Potencial para a saúde humana
Uma
das peles eletrônicas desenvolvidas têm um grande potencial quando se fala na
saúde de pessoas mais velhas. Essa tecnologia foi criada por
estudiosos da Universidade de Tokyo, faculdade de engenharia, que tem como
chefe de pesquisa o professor Takao Someya.
O
time de pesquisadores conseguiu criar uma pele eletrônica superfina e com um sensor usável, que
consegue detectar sinais vitais como batimentos cardíacos e movimento dos
músculos. O produto é composto por álcool polivinílico e uma camada de ouro,
sendo leve e de aplicação simplificada. A sua aplicação é feita com o uso de um
spray de água, que faz com que o sensor se prenda ao peito do ser humano e
monitore a área.
Com
uma superfície dez vezes mais finas que a derme humana, essa pele eletrônica tem uma variedade
de usos, sendo alguns deles:
- Monitoria de
doenças crônicas como diabetes e falência cardíaca;
- Relevar dados
de diferentes partes do corpo;
- Contabilizar
os níveis de oxigênio no sangue;
O
grupo de estudos responsável por essa versão da pele eletrônica trabalha para a criação de um display LED que
pode ser usado na parte traseira da mão. Através da conexão dessa tecnologia
com a e-pele, a pessoa pode ter acesso às suas informações de saúde — quase
como um relógio inteligente — e a mensagens enviadas por
entes-queridos.
·
Avanço de próteses humanas
A
tecnologia de próteses humanas avançou de forma exponencial no último século.
Porém, a falta do tato é um problema que ainda incomoda pessoas que precisam
deste tipo de produto para o dia a dia.
Engenheiros
da Johns Hopkins University desenvolveram
uma pele eletrônica que
imita a função dos nervos da derme. Assim, quando colocada em próteses de mãos,
a pele artificial é capaz de
recriar a sensação de toque nas pontas dos dedos. Além disso, também simula a
dor, através da detecção de estímulos e da transmissão de impulsos para nervos
periféricos.
Todas
essas características funcionam de forma não invasiva, e apesar de não ser
possível detectar a temperatura pelo tato, a pele eletrônica consegue
diferenciar objetos redondos e pontudos. Esses componentes eletrônicos
podem melhorar a qualidade de vida de pessoas que dependem das próteses e
facilitar tarefas que são dificultadas por próteses convencionais.
·
A pele eletrônica faz parte do futuro
Além
das possibilidades citadas acima, pesquisadores entusiastas da pele eletrônica defendem que ela
pode ser usada em materiais eletrônicos de videogames, inteligência
artificial e robôs.
Quando
aplicada em videogames e inteligência artificial, a pele eletrônica tem um potencial
interessante para jogos de realidade aumentada. Afinal, ela pode projetar a
sensação de tocar em objetos do jogo, e criar uma experiência mais
realista.
Outra
área que pode ser beneficiada é a robótica, com a criação de peles eletrônicas
que permitem que os robôs tenham uma sensibilidade com o mundo externo e
processem habilidades como a do toque. Enquanto esse mercado cresce, e a
tecnologia não é acessível à população, podemos esperar pelo avanço exponencial
da e-pele no campo científico.
Fonte:
eCycle
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