Líderes europeus
como Scholz e Macron dizem que vão ligar a Putin para se exibirem, diz Lavrov
Na
visão do ministro das Relações Exteriores da Rússia, líderes ocidentais usam do
conflito e da influência de Putin para "se exibirem a eleitores" uma
vez que dizem que vão ligar para o líder russo "e não o fazem".
Em
diversas declarações nesta quarta-feira (28), o chanceler russo, Sergei Lavrov,
disse que algumas "abordagens desonrosas" foram usadas para persuadir
países a apoiar o plano do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, na reunião
que aconteceu em Copenhague.
"Ouvi
dizer que tais abordagens desonrosas ocorreram lá, quando, em resposta a
objeções sobre o realismo desse plano de Zelensky – o qual significa rendição –
eles disseram: 'Você não o apoia, há pontos aí que não se relacionam com o
conflito, mas que se relacionam com a segurança alimentar e energética'",
disse Lavrov em entrevista hoje (28).
O
ministro se refere à reunião promovida pelos Estados Unidos e União Europeia
que teve como convidados países do Sul Global e aqueles que ainda não aderiram
"a um lado", ou seja, que prezam pelo conceito de neutralidade em
relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
Lavrov
também disse que declarações feitas por líderes ocidentais sobre contatos com o
presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a situação simplesmente não
merecem respeito.
"Compare
todas as declarações públicas de figuras ocidentais sobre contatos com Putin,
elas simplesmente não merecem respeito. Se você estiver interessado em uma
conversa, o presidente da Rússia nunca recusará tal contato", disse Lavrov
durante a entrevista.
Lavrov
lembrou que o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf
Scholz, disseram que planejam ligar para Putin, mas não o fizeram. Ao mesmo
tempo, Lavrov acrescentou que os líderes europeus, que anunciam publicamente
sua intenção de ligar para Putin, querem "se exibir diante de seus
eleitores".
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MRE
russo rebate fala dos EUA sobre extradição de Prigozhin: Rússia não extradita
seus cidadãos
A
representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo Maria
Zakharova, comentando a intenção dos Estados Unidos de extraditar Yevgeny
Prigozhin, afirmou que qualquer cidadão da Federação da Rússia não está sujeito
a extradição para outro país.
"Quanto
ao aspecto legal geral da extradição, posso dizer: qualquer cidadão da Rússia
não está sujeito à extradição para outro Estado e tem o direito de contar com a
ajuda da Rússia para protegê-lo de tentativas ilegais de levá-lo à
responsabilidade criminal no exterior", disse Zakharova em um briefing na
quarta-feira (28).
Anteriormente,
o porta-voz do Departamento de Estado Matthew Miller afirmou que os Estados
Unidos buscariam a extradição de Prigozhin se ele estivesse em um país com o
qual há um acordo de extradição, mas Belarus não está entre eles.
Na
noite de sábado (24), na cidade russa de Rostov-no-Don, a sede do Distrito
Militar do Sul foi tomada pelas forças e equipamentos do Grupo Wagner.
Isso
aconteceu após as declarações de Yevgeny Prigozhin sobre os supostos ataques
das Forças Armadas russas contra os campos do Grupo Wagner, tendo tanto o
Ministério da Defesa da Rússia quanto o Serviço Federal de Segurança (FSB) da
Rússia negado isso.
A
rebelião armada foi interrompida graças às difíceis negociações que o líder
belarusso Aleksandr Lukashenko conduziu durante todo o sábado, em acordo com
Vladimir Putin.
Como
resultado, Prigozhin concordou em ir para Belarus, alguns dos combatentes que
não participaram da rebelião se ofereceram para assinar um contrato com o
Ministério da Defesa e o resto do Grupo Wagner não será perseguido.
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UE
vai discutir ativos russos congelados e ajuda à Ucrânia na próxima cúpula, diz
funcionário
Os
líderes da União Europeia (UE) pretendem discutir o conflito na Ucrânia, bem
como os ativos russos congelados e a assistência a Kiev em uma cúpula em
Bruxelas na próxima quinta-feira (29), disse um alto funcionário do bloco nesta
quarta-feira (28).
Ao
discutir a segurança com o secretário-geral da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, o tema das garantias de segurança para
a Ucrânia também vai ser abordado, no entanto, a situação interna na Rússia não
está na agenda da cúpula da UE do dia 29 de junho, embora possa ser levantada,
disse o funcionário.
Ainda
segundo o funcionário, a questão do uso de ativos congelados russos continua a
ser um tema de controvérsia na UE devido aos seus possíveis efeitos colaterais.
Enquanto
isso, o bloco europeu não tem o direito de simplesmente tomar posse dos ativos
congelados da Rússia e deve estar preparado para um dia devolvê-los integralmente
e com juros, observou a fonte da UE.
O
funcionário acrescentou que as sanções não pretendem ser uma punição, mas sim
uma mudança na política do Estado sancionado, pelo que devem ser retiradas logo
que ocorra a mudança pretendida.
A
UE deve encontrar uma maneira de obter mais dos ativos congelados da Rússia do
que apenas juros mais os valores originais, disse o funcionário. No entanto,
isso deve ser feito com muito cuidado, para que os potenciais investidores não
pensem melhor em colocar seu dinheiro na UE por medo de acabar nas listas de
sanções. Além disso, os proprietários dos ativos russos congelados podem tomar
medidas legais contra as instituições financeiras do bloco, o que seria
contraproducente, disse a fonte da UE.
O
funcionário também disse que a UE estava relutante em impor impostos adicionais
em favor da Ucrânia às empresas que atualmente lucram com os ativos russos
congelados, pois podem deixar o mercado europeu. Portanto, tal decisão deve ser
tomada em cooperação com todos os parceiros europeus.
A
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse no início desta
quarta-feira que a comissão apresentaria uma proposta de uso de ativos russos
congelados para apoiar a Ucrânia antes das férias de verão no Hemisfério Norte.
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MRE
russo: Rússia e China realizaram reunião com diálogo focado em defesa
antimísseis
Pequim
e Moscou realizaram consultas entre os Ministérios das Relações Exteriores, com
foco na defesa antimísseis, informou a chancelaria nesta terça-feira (27).
O
MRE russo especificou que a intenção de realizar consultas desse tipo de forma
regular no futuro entre os dois países "foi confirmada".
"Na
terça-feira [27 de junho], as consultas Rússia-China sobre defesa antimísseis
foram realizadas em Moscou. Houve uma ampla troca de pontos de vista sobre
vários aspectos desse problema, incluindo suas dimensões global e
regional", disse o comunicado da pasta.
Em
abril, os presidentes da Rússia e da China, Vladimir Putin e Xi Jinping,
respectivamente, expressaram em uma declaração conjunta sua preocupação com a
intenção dos Estados Unidos de implantar mísseis terrestres de curto e médio
alcance na região da Ásia-Pacífico e na Europa.
O
embaixador russo na China, Igor Morgulov, disse hoje (27) que Pequim e Moscou
são capazes de frustrar os planos da OTAN de dividir o espaço euroasiático
comum (pan-euroasiático) em uma rede de "clubes exclusivos" e blocos
militares, conforme noticiado.
Ø Kiev admite que Ucrânia não será oferecida como membro
da OTAN nesta fase do conflito
O
ministro da Defesa da Ucrânia, Aleksei Reznikov, afirmou em entrevista ao
jornal Financial Times que Kiev admite o fato de que nesta etapa das ações
militares, Ucrânia não vai receber o convite para aderir à OTAN.
"Estamos
cientes de que durante a fase quente, é improvável a tomada de uma decisão
política unânime", disse ele.
De
acordo com a publicação, Reznikov afirma que o argumento para convidar Kiev
para a Organização do Tratado do Atlântico Norte é o fato de que a Ucrânia é o
único país do mundo que tem experiência em combate, "contendo russos"
e usando armas da Aliança Atlântica para isso.
"Que
outro argumento é necessário para convidar a Ucrânia para a OTAN?",
indagou Reznikov.
Além
disso, o chefe do Ministério da Defesa ucraniano estabeleceu fortes relações
com colegas ocidentais, em particular com o secretário de Defesa
norte-americano, Lloyd Austin, que, segundo Reznikov, o chama de "seu
amigo íntimo".
Por
sua vez, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky disse que Kiev espera receber
um convite claro para aderir à OTAN na reunião de julho em Vilnius, na
Lituânia.
Segundo
o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, o país não
aceitará nenhuma outra decisão da cúpula do bloco, exceto um convite para se
juntar a ela.
No
final de maio, o chanceler russo Sergei Lavrov advertiu durante o discurso no
XI Encontro Internacional de altos representantes encarregados de questões de
segurança que os países da OTAN estão envolvidos no conflito ucraniano e essa
linha irresponsável aumenta a ameaça de um confronto militar direto entre
potências nucleares.
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Em
discurso ao parlamento, Zelensky insta OTAN a 'não temer Rússia' sobre adesão
da Ucrânia
Presidente
acredita que suas tropas estão mostrando que "não vale a pena ter
medo" da Rússia, entretanto, contraofensiva ucraniana anda em marcha lenta
e ritmo "não desejado" como declarado pelo próprio Zelensky.
Em
discurso ao parlamento no Dia da Constituição da Ucrânia nesta quarta-feira
(28), Vladimir Zelenksy disse que os países da OTAN devem parar de se preocupar
com possíveis reações do Kremlin e do líder russo, Vladimir Putin, ao
considerarem deixar a Ucrânia entrar na aliança militar, prevendo que suas
forças prevalecerão contra a operação russa.
"Alguns
países e alguns líderes mundiais, infelizmente, ainda olham por cima do ombro
para a Rússia enquanto tomam decisões. Os ucranianos estão provando que não
vale a pena ter medo da Rússia", afirmou o líder citado pela Bloomberg.
Segundo
a mídia, o presidente delineou uma visão estratégica para a Ucrânia de se
juntar à OTAN e à União Europeia como uma nação moderna e digitalizada, sem
forças russas em seu território.
Ele
também expressou que Kiev acabará triunfando em uma vitória que trará paz e
segurança às nações da ex-União Soviética, incluindo Moldávia, Geórgia e Belarus.
Ao mesmo tempo, Zelensky sinalizou que continua contrário a qualquer plano de
paz que congele ganhos territoriais feitos pela Rússia.
"A
Ucrânia não concordará com nenhuma das variantes para um conflito
congelado", afirmou.
Apesar
da retórica otimista do líder, a contraofensiva ucraniana não está saindo como
esperado e se encontra em ritmo mais lento "do que o desejado", como
o próprio Zelensky classificou na semana passada.
Ø Entenda por que
mais veículos blindados Bradley dos EUA não impulsionarão contraofensiva da
Ucrânia
O
que Washington entregou à Ucrânia é uma versão não atualizada dos veículos
blindados Bradley com capacidades de combate restritas, disse à Sputnik a
tenente-coronel aposentada da Força Aérea dos EUA Karen Kwiatkowski,
ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA.
O
governo Biden anunciou outro pacote militar de US$ 500 milhões (R$ 2,42
bilhões) para Kiev, que inclui, entre outros armamentos, 30 veículos de combate
de infantaria Bradley fabricados nos EUA.
Pelo
menos 17 veículos deste tipo já foram danificados ou destruídos pelas tropas
russas na tentativa malsucedida de contraofensiva do Exército ucraniano.
Será
que um lote adicional de veículos Bradley será útil para o Exército ucraniano?
A ex-analista do Pentágono Karen Kwiatkowski tem suas dúvidas.
"Bem,
se você já assistiu ao filme de 1998 'As Guerras do Pentágono' [The Pentagon
Wars, em inglês], talvez se pergunte como conseguimos desenvolvê-los! E, é
claro, eles são de tecnologia e design da década de 1980, por causa do tempo de
atraso no sistema de aquisição militar dos EUA daquela época e também de
hoje", disse ela à Sputnik.
A
ex-analista disse que, com os Bradleys desativados entregues à Ucrânia, os
Estados Unidos estão agora no processo de atualização desses veículos de combate
de infantaria.
"Seu
programa de substituição foi, na verdade, iniciado em 2010, e a produção pela
empresa vencedora [ou uma combinação] não começará até 2027. Em um espaço de
batalha terra-mar-ar abrangente, o Bradley acrescenta mobilidade e proteção a
outras partes do conjunto de armas combinadas, mas sem o 'resto do sistema'
suas capacidades são limitadas, como vemos na Ucrânia hoje", observou
Kwiatkowski.
Ela
deixou claro que os suprimentos de Bradleys para a Ucrânia são algo de que a
divisão norte-americana da empresa de defesa alemã Rheinmetall e a General
Dynamics se beneficiarão, pois "elas refinam e propõem seu melhor
projeto" dos Bradley.
Quando
perguntada se o desenvolvimento de um novo veículo poderia implicar um aumento
no orçamento militar dos EUA, Kwiatkowski disse que "parte da estratégia
de expansão e relevância da OTAN, que tem sido a história da Ucrânia por mais
de uma década, é como atualizar sistemas de armas mais antigos com apoio e
dinheiro europeus, além de manter o enorme complexo industrial-militar dos EUA
no futuro previsível".
"O
orçamento de defesa dos EUA cresceu todos os anos durante minha vida, e nenhuma
guerra foi 'vencida'. O próximo orçamento do Pentágono é de US$ 842 bilhões [R$
4,08 bilhões], e isso sem contar todo o orçamento de inteligência, portanto,
estaremos bem acima de um trilhão de dólares [R$ 4,8 trilhões] anualmente em
2024. Devido à influência e à disseminação do setor de defesa em todos os
Estados, esse orçamento continuará a crescer até a falência dos Estados
Unidos", concluiu.
Tanto
Kiev quanto Washington reconheceram que a contraofensiva ucraniana está
progredindo mais lentamente do que o esperado, com um funcionário do Pentágono
citando um representante militar americano que admitiu que a contraofensiva
"não está atendendo às expectativas em nenhuma frente".
O
presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, enfatizou que Kiev não conseguiu
atingir nenhum objetivo estratégico no início de sua contraofensiva, perdendo
mais de 180 tanques e mais de 400 veículos blindados.
Fonte:
Sputnik Brasil
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