Lula convoca
militância a se mobilizar contra 'golpes' como os em Dilma e do 8/1
O
presidente Lula (PT) convocou sua militância a se mobilizar para evitar que
seja dado um "golpe" novamente, em referência ao impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e à invasão e depredação nas sedes dos três
Poderes em 8 de janeiro deste ano.
A
afirmação foi dada nesta terça-feira (28) em evento no Palácio do Planalto com
a presença do MST (Movimento Sem Terra) e de outros movimentos sociais.
"Se
vocês participarem ativamente, nunca mais alguém vai se meter a dar golpe como
fizeram com a companheira Dilma e nem como foi feito em 8 de janeiro",
disse.
A
declaração ocorreu pouco antes de mandar uma indireta ao ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), mas sem mencioná-lo nominalmente.
"Veja
que, diferente de outros presidentes, eu não estou mandando vocês comprar
armas, porque diziam para comprar para defender a democracia. Eu quero que
vocês produzam o máximo que puderem produzir de alimentos da maior qualidade
porque a grande arma que precisamos do país é povo de barriga cheia",
afirmou.
Esta
não é a primeira vez que Lula se refere ao impeachment de Dilma como um
"golpe". Isso também ocorreu, entre outras oportunidades, no evento
no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia da Mulher, em março.
"Processo
que começou em 2003, quando ganhou eleições, continuou a companheira Dilma
quando ganhou em 2010. Mas é um processo que vocês percebem que sofreu
retrocesso muito grande a partir do golpe de 2016 com companheira Dilma e
sofreu um golpe ainda maior depois que o coisa foi eleito presidente da
República desse país", afirmou, em referência a Bolsonaro.
Dilma
teve o mandato cassado em 2016 em processo de impeachment que tramitou na
Câmara e no Senado. Ambas as Casas consideraram que a então presidente cometeu
crime de responsabilidade pelas chamadas "pedaladas fiscais", com a
abertura de crédito orçamentário sem aval do Congresso. A decisão, no processo
e no mérito, foi acompanhada sem contestação pelo STF (Supremo Tribunal
Federal).
- Lula comemora
relatório arrasador contra Bolsonaro
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nas redes sociais, que o
“nosso país mudou” após apresentação do voto do ministro Benedito Gonçalves no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a favor da condenação do ex-chefe do
Executivo Jair Bolsonaro (PL).
O
julgamento no TSE analisa uma ação que poderá tornar o ex-presidente Bolsonaro
inelegível pelos próximos oito anos. Os ministros passaram a analisar o caso na
última semana e deverão tratar sobre o assunto até esta quinta-feira (29/6).
“O nosso país mudou. Está trocando o ódio pelo
amor. Os interesses pessoais pelos coletivos. O Brasil quer voltar a ser
grande. Acabar com a fome. Melhorar a qualidade da educação. E quem quiser
construir esse país, estamos juntos”, escreveu o presidente Lula em sua conta
no Twitter, sem fazer referência direta ao julgamento no TSE.
Em
seu voto, o ministro relator, Benedito Gonçalves, apresentou o seu entendimento
sobre a reunião de Bolsonaro quando ainda era presidente com embaixadores de
diversos países. Durante o encontro, o ex-mandatário atacou o processo
eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas.
Para
o magistrado, Bolsonaro cometeu abuso de autoridade e uso indevido dos meios de
comunicação, uma vez que utilizou o canal oficial da TV Brasil para transmitir
as falas sobre o sistema eleitoral.
Ø Organização de
esquerda criada por Lula surta extrema-direita
Depois
de três anos sem realizar seu evento anual por causa da pandemia, o Foro de São
Paulo volta a se reunir nesta quinta-feira (29), em Brasília, com a presença do
presidente Lula (PT), um dos fundadores da entidade em 1990.
O
26º encontro da congregação de partidos e movimentos de esquerda da América
Latina e Caribe, realizado até domingo (2), vem dando munição para a direita
bolsonarista e alimenta os questionamentos sobre alinhamento com ditaduras na
região –especialmente após a visita do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao
Brasil.
Com
a diretriz de que a definição do seu regime político cabe a cada país e sua
população, o foro, que se posiciona contra o imperialismo e o neoliberalismo,
evita tratar do cerceamento de opositores e violações dos direitos humanos em
países como Venezuela, Cuba e Nicarágua.
O
próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tocou no assunto na sexta-feira (23),
durante um evento do PL em Porto Alegre, ao comentar a ação que pode torná-lo
inelegível. “O outro cara [Lula], no ano passado, se reuniu com a nata do PCC
no Complexo do Alemão, no Rio, e vai se reunir com a nata do Foro de São
Paulo”, disse.
Já
a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi ao Ministério Público Federal
para tentar impedir a realização do encontro do foro. “É incabível o nosso país
aceitar representantes que violam os direitos humanos e são investigados na
ONU. […] Tomamos providências para tentar barrar esta aberração no nosso país”,
tuitou.
Questionados
sobre conivência com as ditaduras de esquerda, integrantes do foro se esquivam
de criticar o autoritarismo de países aliados e argumentam que a organização
preza pela mediação e pela construção do diálogo, rechaçando interferência nos
28 países-membros.
Além
disso, o foro não se posiciona acerca do que não é consenso entre os cerca de
130 partidos e entidades que o compõem –incluindo nacionalistas, socialistas e
comunistas.
Segundo
dirigentes do grupo, porém, o foro tem compromisso com a democracia e todos os
seus membros defendem que a disputa política deve se dar por meio de eleições
–e não de revoluções.
No
Brasil, PT, PC do B e PCB são os partidos que compõem o foro. Com uma crítica
ao autoritarismo de Maduro, o PSB decidiu deixar o foro em 2019.
Em
entrevista à imprensa, a secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica
Valente (PT), afirmou, na sexta-feira, que a entidade já nasceu com a
estratégia de “disputa política na sociedade, o que implica o debate de
ideias,” como alternativa aos métodos de insurreição.
“Os
nossos países da América Latina e Caribe, todos, têm eleições, ainda que nem
sempre sejam eleições e sistemas políticos com os quais todos se identifiquem”,
respondeu ao ser questionada sobre a defesa da democracia e sobre ditadura de
Daniel Ortega.
“Nós
temos muito cuidado com a não ingerência nas questões internas dos países, não
só no tema da Nicarágua, mas em qualquer outro tema ou país. O Foro de São
Paulo busca respeitar profundamente as escolhas que os povos fazem. A gente
acredita mesmo que os próprios povos, através das suas lutas, vão aperfeiçoando
os sistemas democráticos dos seus respectivos países”, completou.
O
26° encontro acontece ainda num contexto de preocupação da esquerda com as fake
news. A versão de que o Foro de São Paulo pretende implantar ditaduras de
esquerda na região é atribuída por petistas a Olavo de Carvalho, escritor guru
do bolsonarismo morto em janeiro de 2022.
A
programação prevê um seminário sobre “comunicação e redes sociais” no sábado
(1°).
“Não
achamos que a realização do foro vai exacerbar ou deixar de exacerbar a
polarização no Brasil. O que nos interessa é ter uma aproximação com o que é
verdadeiramente o Foro de São Paulo, seus debates, seus participantes, suas
ideias. Esperamos contribuir para que no Brasil sejam difundidas as ideias do
Foro de São Paulo tal como elas são”, afirma Valente.
“Com
certeza a realização do foro vai ser explorada [politicamente]”, diz a
socióloga Ana Maria Prestes (PC do B), que participa da organização. “Isso é
positivo porque mostra a relevância do foro. O que a gente pode fazer é ter
esperança que seja um debate saudável”, completa.
O
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é outro político que vem criticando o evento
em suas redes sociais. “Temos um ‘governo’ que compactua com ditaduras! Lula
vai reunir ditadores sanguinários, como Ortega e Maduro, do Foro de São Paulo
no próximo dia 29, em Brasília. E você ai jurando que foi pela democracia,
né?”, publicou.
“O
Foro de SP não existe e está proibido democraticamente falar sobre esse
assunto”, comentou seu irmão Carlos Bolsonaro (Republicanos).
Não
está previsto que outros chefes de Estado compareçam ao encontro, mas os
partidos de Ortega e Maduro, fazem parte do foro.
O
foro decidiu sediar o encontro em Brasília após a eleição de Lula no ano
passado, como uma forma de prestigiá-lo. O principal tema do evento, a
integração regional, vai ao encontro da agenda de política externa do petista,
que reuniu 11 líderes de países da América do Sul em Brasília no mês passado.
Na
ocasião, ao lado de Maduro, afirmou que as acusações de falta de democracia na
Venezuela não passam de uma narrativa.
Além
da integração regional, organizadores do foro dizem que as discussões vão se
concentrar em políticas de desenvolvimento e na agenda ambiental de preservação
da Amazônia.
O
evento terá convidados estrangeiros, como o Democratas Socialistas da América,
grupo do senador Bernie Sanders dentro do Partido Democrata dos EUA, e o Partido
Esquerda Europeia, que integra o Parlamento Europeu.
No
dia da abertura, às 19h, está prevista uma homenagem a Marco Aurélio Garcia,
ex-assessor internacional de Lula, morto em 2017. Ele foi um dos idealizadores
do grupo. No sábado (1º), haverá uma festa de confraternização do PT.
Ø Lula adere à
aliança internacional de defensa de direitos LGBTQIA+
O
governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, no Dia Internacional do Orgulho
LGBTQIA+, a adesão do Brasil ao bloco de países que apoiam a agenda de promoção
de direitos desses grupos.
Com
a iniciativa, o governo rompe de vez com a postura que havia sido determinada
durante o governo de Jair Bolsonaro, de promoção de uma agenda
ultraconservadora nos organismos internacionais.
Durante
quatro anos, o Brasil liderou uma verdadeira ofensiva para impedir qualquer
debate sobre a expansão de direitos e, nos bastidores, trabalhou para
enfraquecer ou até vetar o uso do termo “gênero”.
A
posição – liderado por nomes como Damares Alves e Ernesto Araújo – aproximou o
Brasil a países como a Arábia Saudita.
Segundo
o Itamaraty, o Brasil agora faz parte do Grupo de Amigos do mandato do
Especialista Independente sobre proteção contra violência e discriminação com
base em orientação sexual e identidade de gênero, no Conselho de Direitos
Humanos das Nações Unidas.
O
Grupo havia sido criado em 2021, com 35 países de todos os cinco grupos
regionais das Nações Unidas.
“O
mandato do Especialista Independente é o principal mecanismo no sistema
internacional de direitos humanos para a promoção e proteção dos direitos da
comunidade LGBTQIA+”, explicou o governo, em nota.
“O
Brasil apoia o mandato desde a sua criação, em 2006, e, em 2025, defenderá sua
renovação”, afirmou.
A
entrada do Brasil na aliança ocorreu durante a participação da Secretária
Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos
e Cidadania, Symmy Larrat, na atual sessão do Conselho de Direitos Humanos.
“O
Brasil defende a promoção e defesa dos direitos das pessoas LGBTQIA+ nos foros
internacionais, pois entende que reconhecer os direitos humanos de pessoas
LGBTQIA+ reflete a aplicação do princípio da igualdade ao exercício de direitos
humanos consagrados e o combate a toda e qualquer forma de discriminação”,
explica o governo. Numa mudança importante no comportamento do país, o Brasil
ainda tem feito recomendações a governos que ainda criminalizam relações entre
pessoas de mesmo sexo e proíbem manifestações de identidade de gênero para que
removam essas tipificações penais e adotem ampla legislação
antidiscriminatória.
Ø Lula revoga decreto
de Bolsonaro pró-privataria
O
presidente Lula (PT) revogou trechos de um decreto feito pelo ex-presidente
Jair Bolsonaro, em 2020, que previa a análise periódica para avaliação de
estatais, com o objetivo de identificar quais poderiam ser privatizadas. A
medida foi publicada na edição do “Diário Oficial da União” desta quarta-feira
(28).
Em
março de 2020, Bolsonaro publicou um decreto acrescentando uma norma na
regulamentação do Programa Nacional de Desestatização prevendo a análise
periódica das estatais.
Pela
regra criada no governo Bolsonaro, o Conselho Nacional de Desestatização (CND)
deveria avaliar, a cada 4 anos, “a sustentabilidade econômico-financeira de
todas as empresas estatais com controle direto da União”.
No
mesmo período, o CND deveria verificar “se permanecem as razões de imperativo à
segurança nacional ou de relevante interesse público que justificaram” a
criação dessas estatais.
Além
disso, o CND também era responsável por avaliar a cada dois anos as estatais
dependentes, que são aquelas que recebem recursos do Tesouro Nacional para
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral, como a Embrapa ou a
Conab.
Ambas
as atribuições dadas ao CND por Bolsonaro foram revogadas com o decreto
publicado nesta quarta-feira.
Em
2021, a Câmara dos Deputados manteve o decreto de Bolsonaro, depois de um
pedido de suspensão feito por meio de Projeto de Decreto Legislativo de autoria
do então deputado federal Ênio Verri (PT-PR).
À
época, Verri questionou a viabilidade do decreto, afirmando que a competência
para determinar privatizações de empresas estatais era do Congresso Nacional.
Desde
o começo do ano, Lula vem adotando medidas para evitar a privatização de
estatais.
No
dia 1º de janeiro, o presidente assinou um despacho determinando a revogação de
processos de privatização de oito estatais, incluindo a Petrobras e os
Correios.
Já
em abril, o governo retirou os Correios e outras estatais de programas voltados
para a privatização.
Ø Recursos para
agricultura familiar serão de R$ 75 bi
Depois
do anúncio, nesta terça-feira, a disponibilização de R$ 364 bilhões para o
Plano Safra 2023-2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia, nesta
quarta-feira, o Plano Safra da Agricultura Familiar. A ação marca uma mudança
em relação ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não distinguia
pequenos e grandes agricultores para o financiamento agrícola.
O
ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, confirmou que o
programa trará o maior aporte para o setor em todos os tempos — segundo ele,
estarão disponíveis R$ 75 bilhões para os agricultores familiares. Porém,
segundo fontes do MDA, o valor pode ser ainda maior, chegando a R$ 77 bilhões
para o financiamento da produção agrícola e de máquinas e equipamentos.
“São R$ 75 bilhões para agroecologia, produção
sustentável e para máquinas. A gente também vai relançar o programa Mais
Alimentos, que é para as máquinas. Uns R$ 8 bilhões para as máquinas e R$ 75
bilhões no Plano Safra”, assegurou Teixeira.
A
promessa do governo é que o Plano Safra para a Agricultura Familiar tenha taxas
de juros para o financiamento agrícola menores que as anunciadas para o
agronegócio. Contará, ainda, com linhas especiais de juros menores para
investimentos na compra de insumos, além favorecer as mulheres que atuam na
agricultura familiar — cujas taxas devem ter uma redução ainda maior.
No
Plano Safra do agronegócio, os juros ficaram, em média, em 10%, com uma
variação entre 12,5% para o grande produtor, 8% para o médio e o mínimo, de 7%,
para a agricultura sustentável ou de baixo carbono. o Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva antecipou, ontem, que anuncia uma linha de crédito abaixo de 10%
para a agricultura familiar.
“Vamos
emprestar R$ 364 bilhões para os agricultores do agronegócio a 10% de juros.
Amanhã (quarta-feira), vamos lançar o programa da agricultura familiar de R$ 75
bilhões, a uma taxa de juro menor que esta”, assegurou. A cerimônia de
lançamento do programa de financiamento da agricultura familiar está marcado
para as 10h, no Palácio do Planalto.
Fonte:
FolhaPress/O Globo/Metrópoles/UOL/g1/Correio Braziliense
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