POR QUE A EVASÃO
ESCOLAR ESTÁ TÃO ALTA NO BRASIL?
A
evasão escolar segue sendo um grande desafio para a sociedade brasileira. Dados
do Anuário Brasileiro da Educação Básica mostram que nosso país ainda tem
dificuldade para incentivar que crianças e jovens concluam os ensinos
fundamental e médio.
O
estudo aponta que essa evasão está ligada, principalmente, às dificuldades que
o estudante lida em sua rotina: 96,7% dos jovens brasileiros de 16 anos que
vivem nos domicílios mais ricos do país concluíram o ensino fundamental,
enquanto nos domicílios mais pobres esse percentual cai para 78,2%.
Quando
colocado o recorte racial, 77,5% dos jovens pretos concluíram o ensino
fundamental, enquanto o percentual de conclusão entre os jovens brancos foi de
87,3%. Ainda assim, existem boas notícias sobre o acesso à educação pública. Entre os anos de
2012 e 2020, o percentual de alunos matriculados nas escolas se manteve
superior a 98%.
Então,
a grande maioria de crianças e adolescentes chegaram a ingressar na escola,
mas, por alguma razão, uma porcentagem significativa dos alunos precisou
abandonar os estudos. Por quê?
·
Por que a evasão escolar é tão alta?
O
mesmo levantamento também mostra que o número de alunos matriculados no Ensino
Médio foi de 75,4% em 2020. Na época em que o estudo foi feito, 77,5% dos
jovens que viviam nos centros urbanos estavam matriculados no Ensino Médio —
contra apenas 65,1% dos jovens que viviam nas áreas rurais.
Existem
muitos motivos que levam os estudantes a abandonarem as
escolas,
sendo a necessidade de trabalhar um dos principais. Um estudo da Unicef
concluiu que 48% dos estudantes entrevistados, que haviam abandonado a escola,
o fizeram pela necessidade de ajudar na renda familiar.
Outra
razão é a dificuldade no caminha à escola, comum para aqueles que moram longe
dos centros urbanos. A pandemia de Covid-19 também prejudicou muito o acesso à
educação, uma vez que muitos estudantes não conseguiram estudar remotamente e acabaram
abandonando a escola definitivamente.
·
Evasão escolar também preocupa os EUA
O
número de estudantes que não vai à escola também tem crescido nos Estados
Unidos. Um estudo publicado pela Revista de Psicologia Escolar explicou que 16%
dos estudantes estadunidenses – mais de 7 milhões de alunos – eram considerados
“cronicamente ausentes da escola”.
Para
esse estudo, é considerado “cronicamente ausente” o jovem que não está presente
em mais de 8% do ano letivo. O estudo concluiu que esses estudantes têm mais
dificuldade em leitura, lidam com efeitos negativos em suas saúde física e
mental, e podem lidar com excesso de drogas e álcool na vida adulta.
Ø
7
curiosidades sobre educação ao redor do mundo
Sete
fatos curiosos sobre educação para você conhecer e compartilhar.
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Confira!
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Universidade mais antiga do mundo
A Universidade de Al-Karaouine, localizada em
Fes, no Marrocos, é considerada a primeira do mundo. Foi fundada em 859 d.C.
por Fatima al-Fihri e se chamava Madrasah. Já a Universidade de Bolonha, na
Itália, é considerada a primeira do Ocidente, tendo sido fundada em 1088.
No Brasil,
a Universidade Ferderal do Rio de
Janeiro (UFRJ)
é a instituição mais antiga do tipo, fundada em 7 de setembro de 1920. Antes
dela existiam faculdades com apenas um curso, como a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808.
De
toda forma, a criação de escolas de ensino superior no Brasil é considerada
tardia, principalmente em comparação aos nossos vizinhos latinos, como a
Argentina, que teve sua primeira universidade inaugurada em 1613.
·
Primeira escola pública no mundo
O
primeiro conceito de escola pública surgiu entre os séculos XV e XVll, quando o ensino
era caracterizado como uma “educação pública religiosa”. Em 1642 foi criada a
primeira regulamentação do ensino público, no Ducado de Gota (Alemanha).
No
Brasil, as primeiras escolas “chegaram” junto com os jesuítas a partir de 1549.
Os religiosos dominaram a educação brasileira até a metade do século XVIII.
Depois
disso, surge a “educação pública estatal”, que apesar do nome, estava longe de
ao menos tentar ser universal, com uma série de barreiras para pessoas pobres, negras, e indígenas. Foi só no
século XX que a educação básica passou a ser mais parecida com o que é hoje,
graças a professores como Paulo Freire e Anísio Teixeira.
·
O vestibular é brasileiro!
Você
sabia que o vestibular foi criado no Brasil? Em 1911,
Rivadávia da Cunha Corrêa, na época ministro da Justiça e dos Negócios
Interiores, decidiu criar um exame para selecionar candidatos para
universidades do País. Antes, apenas eram aceitos ex-alunos de
colégios tradicionais,
como o Dom Pedro II, do Rio de Janeiro.
Outros
países com sistemas semelhantes ao do Brasil são o Japão e a Coreia do Sul. Em
geral, cada nação conta com sua forma para ingresso no ensino superior. Nos
Estados Unidos, por exemplo, o processo seletivo busca conhecer com mais
profundidade quem é o estudante que pretende ingressar na instituição. Além de
testes, cada aluno precisa apresentar seu histórico escolar, uma carta de
recomendação do conselheiro do colégio e mais duas cartas de dois professores
diferentes.
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Como e quando surgiu EaD no mundo?
O
primeiro curso a distância de que se tem notícia foi o de Taquigrafia de Caleb Phillips. Em 1728, ele
espalhou pelos jornais de Boston o anúncio de uma formação para quem quisesse
aprender uma técnica, inovadora na época, para escrever à mão de forma rápida,
usando códigos e abreviações. O curso era destinado a pessoas em qualquer parte
dos Estados Unidos, pois os materiais seriam enviados semanalmente pelos
correios.
No
Brasil, a EaD surgiu com cursos de qualificação
profissional. O registro mais remoto data de 1904,
com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de
datilografia (para usar máquinas de escrever) por correspondência. Nos anos 20,
o Brasil já contava com os primeiros cursos transmitidos por rádio.
·
Surgimento de agência de fomento à ciência
A
partir dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, o então presidente do
Estados Unidos, Franklin Roosevelt, queria garantir que a ciência e a tecnologia do país
continuassem progredindo tanto quanto durante o conflito. Assim nasceu o
National Science Foundation (NSF), modelo de muitas agências federais que
financiam ciência pelo mundo – inclusive o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) aqui no Brasil.
O
CNPq surgiu em 15 de janeiro de 1951, por meio da lei
nº 1310/51. A iniciativa veio do almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, que
havia representado o Brasil na Comissão de Energia Atômica do Conselho de
Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Academia
Brasileira de Ciências (ABC).
·
Primeira matrícula por cotas
De
acordo com documentos históricos da UFRJ, o primeiro aluno
a entrar em uma faculdade por meio de cotas no Brasil foi João Evangelista, na
Faculdade de Medicina da atual UFRJ (antes conhecida como Escola de Anatomia,
Medicina e Cirurgia), em 12 de março de 1815. Apesar disso, o sistema de cotas
só foi implementado no país em 2012, por meio da Lei de Cotas (12.711).
Pode-se
dizer que o primeiro país a ter esse sistema foi a Índia, já que as cotas
raciais estão presentes desde a Constituição de 1949 e funcionam até hoje. Esse
processo de reparação também foi algo muito marcante nos Estados Unidos.
·
Desigualdade de gênero permanece
Segundo
a ONU, mesmo antes da crise do
coronavírus, cerca de 258 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da
escola, a maioria meninas. E mais da metade dos alunos com 10 anos de idade em
países de baixa e média rendas não conseguiam aprender a ler um texto simples.
Fonte:
Mega Curioso/Desafios da Educação
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