O nazismo era um
movimento de esquerda ou de direita?
O gesto feito pelo
bilionário Elon Musk durante a
posse do presidente americano Donald Trump gerou polêmica por semelhança com
saudação nazista,
apesar de ele negar isso. Dias depois, o empresário teve um bate-papo —
transmitido online via X — com Alice Weidel, líder de partido de direita
alemão.
Durante a conversa,
Weidel, candidata da sigla ultradireitista alemã AfD afirmou que o
ditador nazista não era
"de direita", e sim um "socialista, comunista".
A discussão sobre
se o movimento nazista alemão — cujo governo matou milhões de pessoas e levou
à Segunda Guerra
Mundial —
teria as mesmas origens do marxismo ferve nas redes sociais de tempos em tempo.
Mas historiadores
entrevistados pela BBC News Brasil esclarecem o que dizem ser uma
"confusão de conceitos" que alimenta a discussão — e explicam que o
movimento se apresentava como uma "terceira via".
"Tanto o
nazismo alemão quanto o fascismo italiano surgem após a
Primeira Guerra Mundial, contra o socialismo marxista — que tinha sido
vitorioso na Rússia na revolução de outubro de 1917 —, mas também contra o
capitalismo liberal que existia na época. É por isso que existe essa
confusão", afirma Denise Rollemberg, professora de História Contemporânea
da Universidade Federal Fluminense (UFF).
"Não era que o
nazismo fosse à esquerda, mas tinha um ponto de vista crítico em relação ao
capitalismo que era comum à crítica que o socialismo marxista fazia também. O
que o nazismo falava é que eles queriam fazer um tipo de socialismo, mas que
fosse nacionalista, para a Alemanha. Sem a perspectiva
de unir revoluções no mundo inteiro, que o marxismo tinha."
O projeto do
movimento nazista, segundo Rollemberg, previa uma "revolução social para
os alemães", diferentemente do projeto dos partidos de direita da época,
"que vinham de uma cultura política do século 19, de exclusão completa e
falta de diálogo com as massas".
Mesmo assim, ela
diz, seria complicado classificá-lo no espectro político atual. "Eles
rejeitavam o que era a direita tradicional da época e também a esquerda que
estava se estabelecendo. Eles procuravam se mostrar como um terceiro caminho",
afirma.
·
Nacionalismo
A ideia de uma
"revolução social para a Alemanha" deu origem ao Partido
Nacional-Socialista alemão, em 1919. O "socialista" no nome é um dos
principais argumentos usados nos debates de internet que falam no nazismo como
um movimento de esquerda, mas historiadores discordam.
"Me parece que
isso é uma grande ignorância da História e de como as coisas aconteceram",
disse à BBC News Brasil Izidoro Blikstein, professor de Linguística e Semiótica
da USP e especialista em análise do discurso nazista e totalitário.
"O que é
fundamental aí é o termo 'nacional', não o termo 'socialista'. Essa é a linha
de força fundamental do nazismo — a defesa daquilo que é nacional e 'próprio
dos alemães'. Aí entra a chamada teoria do arianismo", explica.
De acordo com
Blikstein, os teóricos do nazismo procuraram uma fundamentação teórica e
filosófica para defender a ideia de que eles eram descendentes diretos dos
"árias", que seriam uma espécie de tribo europeia original.
"Estudiosos na
Europa tinham o 'sonho da raça pura' nessa época. Quanto mais próximos da tribo
ariana, mais pura seria a raça. E esses teóricos acreditavam que o grupo
germânico era o mais próximo. Daí surgiu a tese de que, para serem felizes,
tinham que defender a raça ariana, para ficar longe de subversões e decadência.
(Alegavam que) a raça pura poderia salvar a humanidade."
A ideia de uma
defesa do povo germânico ganhou popularidade em um momento de perda de
territórios, profunda recessão e forte inflação após a Primeira Guerra Mundial
— e tornou-se o centro do movimento nazista.
"Era preciso
recuperar a moral do pobre coitado, que não tinha dinheiro e era 'massacrado
pelos capitalistas'", explica Blikstein. Nesse contexto, afirma, o nazismo
vendia a ideia de "reerguer o orgulho da nação ariana". "O
pressuposto disso seria eliminar os não arianos. E essa teoria foi aplicada até
as últimas consequências."
·
'Marxistas
e capitalistas'
Mesmo propagando a
ideia de que o nazismo planejava uma revolução social na Alemanha — o que
incluía, por exemplo, maior intervenção do Estado na economia —, o partido
fazia questão de deixar clara sua oposição ao marxismo.
"Os comícios
hitleristas eram profundamente antimarxistas", disse à BBC Brasil a
antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, que é estudiosa de movimentos
neonazistas.
"O nazismo e o
fascismo diziam que não existia a luta de classes — como defendia o socialismo
— e, sim, uma luta a favor dos limites linguísticos e raciais. As escolas
nacional-socialistas que se espalharam pela Alemanha ensinavam aos jovens que
os judeus eram os criadores do marxismo e que, além de antimarxistas, deveriam
ser antissemitas."
Os judeus, aliás,
tornaram-se o ponto focal da perseguição nazista porque representavam tanto o
socialismo como o capitalismo liberal, mesmo que isso possa parecer antagônico
nos dias de hoje.
"Havia uma
simbologia do judeu como representante, por um lado, do socialismo
revolucionário — porque Marx vinha de uma família judia convertida ao
protestantismo, assim como muitos bolcheviques", diz a historiadora Denise
Rollemberg.
"Por outro
lado, os judeus eram associados ao capitalismo financeiro porque os judeus
assimilados (que assumiram as culturas de outros países, para além da nação
religiosa) que viviam na Europa tinham uma tradição de empréstimos de dinheiro
e de negócios."
·
'Precisão
científica'
A "precisão
científica" do extermínio de judeus na Alemanha nazista também dificulta
as comparações com a perseguição política no regime socialista
soviético, na opinião de Izidoro Blikstein.
"Há muitos
genocídios pelo mundo, mas nenhum igual ao nazismo, porque este era plenamente
apoiado por falsa teoria científica e linguística e levada até as últimas
consequências. A União Soviética também tinha campos de trabalhos forçados, mas
não existia uma doutrina para justificar isso", afirma.
"Mas há traços
comuns entre o nazismo o regime (soviético) de Stálin. A propaganda, por
exemplo, e o fato de que ambos eram regimes totalitários, que controlavam e
legislavam sobre a vida pública e também privada do cidadão", admite.
Além dos judeus, o
regime nazista também perseguiu democratas liberais, socialistas, ciganos,
testemunhas de Jeová e homossexuais — algo que, hoje, contribui para que o
nazismo seja classificado como extrema-direita, e o aproxima de grupos que
pregam contra a comunidade LGBT, contra imigrantes e contra muçulmanos, por
exemplo.
"Todo esse
projeto de repressão, censura, campos de concentração e extermínio nazista era
direcionado a quem estava fora do que eles chamavam de 'comunidade popular', o
povo alemão. Mas alemães que eram democratas liberais e socialistas também eram
excluídos por serem contrários ao projeto nazista e colocarem em risco essa
comunidade popular", explica Denise Rollemberg.
No entanto, para
Blikstein, a ideia de raça é tão central ao nazismo que, assim como não se pode
usar o projeto de revolução social para classificá-lo como
"esquerda", também é difícil defini-lo como a "direita" que
conhecemos hoje.
"Dizer apenas
que Hitler era um político de direita é apequenar o nazismo. Foi mais do que
direita ou esquerda. Foi uma doutrina arquitetada para defender uma raça,
embora esse conceito seja discutível e pouco científico", diz.
·
'Crise
de referências'
Uma recapitulação
do projeto e do regime nazista, de acordo com os especialistas no assunto,
aumenta a confusão: deveria haver igualdade social e distribuição de renda, mas
imigrantes, judeus, opositores
políticos e até filhos "não talentosos" de alemães seriam excluídos
dela por serem "menos puros"; o Estado prometia interferir mais na
economia para benefício dos cidadãos, mas empresas privadas tiveram os maiores
lucros com a máquina de extermínio e de guerra nazista; o movimento dizia
defender os trabalhadores, mas sindicatos trabalhistas foram extintos, assim
como o direito de greve; o socialismo marxista era considerado ruim, mas o
liberalismo também.
·
Como
seria possível defender todas estas ideias ao mesmo tempo?
"Quando o
partido foi constituído, ele tinha uma vertente mais à esquerda e uma mais à
direita. No início, tinha um discurso bastante antiburguês. Mas ao assumir o
poder na Alemanha, o grupo à direita foi fazendo mais alianças com a burguesia
e expulsando o grupo à esquerda", diz a historiadora da UFF.
"Além disso, o
nazismo nasce no meio de uma crise de referências muito grande após a Primeira
Guerra. Muitos passaram de um lado para outro. Os valores muitas vezes vão se
embaralhar, e esses conceitos de direita e esquerda atuais não resolvem bem o
problema."
Entre
historiadores, a tentativa de traçar paralelos entre o nazismo e o fascismo
europeus e o regime stalinista na União Soviética também não é
nova, segundo Rollemberg.
"Todos eles
eram regimes totalitários, mas o totalitarismo pode estar de qualquer lado.
Hoje entendemos que há o totalitarismo de direita, como o nazismo e o fascismo,
e o de esquerda, como o da União Soviética."
¨
'Meu avô foi o
maior assassino em massa da história'
Kai estava na sexta
série quando o professor mencionou um nome que chamou sua atenção na aula
de história: Rudolf Höss, o homem
responsável por supervisionar o maior campo de concentração e extermínio
da Segunda Guerra
Mundial,
tinha o mesmo sobrenome dele. "Obviamente, comecei a prestar atenção
porque me soava familiar", conta Kai Höss ao programa de rádio Outlook, da
BBC. "Percebi que era o nosso sobrenome, com a mesma grafia da minha
certidão de nascimento."
Mas o que o jovem
não imaginava era que sua curiosidade o levaria a descobrir um segredo de
família obscuro: "'Sim', minha mãe me disse, 'ele é seu avô'."
De acordo com o
depoimento do próprio Rudolf Höss durante os históricos julgamentos de Nuremberg — em que
grande parte do comando nazista foi julgado por crime de guerra e crimes contra
a humanidade, como o Holocausto —, mais de
1.130.000 pessoas, a maioria delas judeus europeus, foram assassinadas no campo de Auschwitz, na Polônia. E Kai
acabara de descobrir que era descendente direto do principal arquiteto do
massacre. "Foi chocante, inacreditável, quem quer ter uma pessoa assim
como avô?"
Hoje, Kai Höss —
que foi gerente hoteleiro, viajou pelo mundo e acabou virando pastor evangélico
na Alemanha, sua terra natal —
relembra como esta revelação na adolescência mudou sua vida, e fala sobre o
momento em que finalmente conseguiu confrontar o passado junto ao pai.
<><> Uma
infância normal
Kai conta que teve
uma infância tranquila, brincando no enorme jardim que havia na casa dos pais,
e que nunca houve qualquer menção à ideologia nazista na sua casa. "Meu
pai sempre foi muito gentil, mas uma pessoa muito calada. Você tinha que se
esforçar muito para arrancar um sorriso ou um 'sim' ou 'não' dele. Ele vendia
carros, estava sempre ocupado, visitava clientes, saía cedo de manhã e voltava
tarde da noite." Já sua mãe era uma pessoa "dinâmica", que Kai
descreveu como "bastante empreendedora, sempre causando boas impressões no
vilarejo, um lugar pequeno onde todo mundo te conhece".
Kai diz que foi
justamente por causa da natureza calada do pai, Hans Jürgen Höss, que ele nunca
soube sobre o passado dele, nem sobre a infância do pai vivendo com seus quatro
irmãos ao lado de um enorme campo de extermínio. "Acho que só uma vez ouvi
ele dizer que se lembrava de algo sobre quando mencionou o 'tio Heini', que
tinha chegado de Berlim com brinquedos para ele no Natal. O 'tio Heini'
era Heinrich Himmler (comandante
da SS, temida força paramilitar nazista, e um dos arquitetos do Holocausto). Não
sei o quanto ele se lembrava, quer dizer, [meu pai] tinha seis ou sete anos
quando tudo isso aconteceu." As poucas menções que Hans fez sobre Rudolf
Höss, o pai dele, passavam uma imagem "positiva", segundo Kai.
"O pai dele o levava para passear de barco no rio, coisas assim. Meu pai
dizia que teve uma infância feliz". Kai diz que o contato que teve quando
pequeno com a avó Hedwig, mulher de Rudolf, também reforçou essa imagem.
"Ela nunca falou sobre o casamento. Nunca deu detalhes sobre o Holocausto
ou o campo. Eu era pequeno, acho que eles não falavam sobre isso."
<><> Memórias
de Auschwitz
Pouco depois de
saber quem tinha sido o avô, Kai encontrou, na prateleira de livros da casa de
seus pais, um exemplar de Comandante de Auschwitz, a autobiografia que
Rudolf Höss escreveu no período entre sua condenação à morte por um tribunal na
Polônia e sua execução, por enforcamento, em Auschwitz, em abril de 1947. O
livro é tido como um documento único, um relato em primeira mão sobre o
planejamento do Holocausto. Em uma das edições, o autor italiano Primo Levi
escreve na introdução: "O autor passa o que ele é: um canalha tosco,
estúpido e arrogante...mesmo assim é um dos livros mais instrutivos já
publicados'.
Para se ter uma
ideia do conteúdo e da forma, aqui está um trecho:
“Discutimos
as formas e métodos de extermínio. Isso só poderia ser feito por meio de gás,
já que teria sido absolutamente impossível se livrar do grande número esperado
de pessoas atirando nelas, e teria sido um fardo pesado para os homens da SS
(forças de segurança nazistas) encarregados de fazer isso, especialmente devido
à presença de mulheres e crianças entre as vítimas.”
Kai diz que, embora
seu pai tenha contado a verdade à sua mãe, ele nunca discutiu abertamente o que
considerava ser algo vergonhoso. Assim, quando Kai encontrou o livro, sua mãe o
incentivou a lê-lo. "Fiquei com o coração partido ao ler suas declarações
e as coisas que ele (Höss) diz de forma tão fria e clínica", recorda.
"Quando as
pessoas fazem coisas, elas tendem a justificá-las, e você pode justificar
praticamente qualquer coisa, certo? E ele justificou." Um turbilhão de
emoções tomou conta de Kai. "Vergonha, culpa, incredulidade. Foi difícil
para mim processar que sou parente de alguém que fez algo assim, e em uma época
que já é difícil por si só, na adolescência."
<><> O
neto do comandante
Como se não
bastasse esta turbulência na vida do jovem Kai, logo após saber a verdade sobre
sua família, seus pais decidiram se divorciar. "Foi um divórcio muito
complicado", lembra Kai. "Houve ordens de restrição e tudo o mais. E
nós, como crianças, estávamos no meio dessa situação. Se não fosse isso, talvez
tivéssemos conversado sobre o assunto, mas a tensão constante entre meus pais
ofuscava tudo."
Esse passado
obscuro, somado a uma carreira promissora no setor hoteleiro, manteve Kai longe
da Alemanha por mais de 30 anos. Ele se casou, viajou pelo mundo e morou alguns
anos nos EUA, evitando sempre voltar para o lar que não existia mais. "Isso
teve a ver com o divórcio dos meus pais, e com a falta de um lar. Muitas pontes
foram queimadas, e meu relacionamento com a minha mãe era muito difícil. Não
queria levar minha família para essa dinâmica familiar desestruturada."
Durante esses 30
anos, Kai nunca falou com o pai. "Depois do divórcio, meu pai simplesmente
desapareceu. O motivo é que ele traiu minha mãe, ele tinha outra pessoa. Ele
mudou de nome, e só quase 30 anos depois, quando voltamos para a Alemanha, que
o telefone tocou. Não reconheci o número. Perguntei quem era, e ele disse: 'Seu
pai'."
Kai afirma que, por
mais difícil que tenha sido saber o que havia acontecido durante todo esse
tempo, ouvir a voz do pai novamente era uma oportunidade que ele queria
aproveitar. "Quando ele me ligou, eu queria ter ficado irritado com esse
homem. Queria dizer a ele: 'Como você pode nos amar se passou 30 anos sem se
comunicar? Mas ele havia encontrado uma nova esposa, e eles tinham filhos e uma
nova família. Me senti mal, mas pensei: Quer saber, ele é meu pai, e eu o amo.
É um homem idoso agora, está na faixa dos 80 anos, vamos construir um
relacionamento."
<><> Regresso
a Auschwitz
Na tentativa de
confrontar seu passado, Kai e o pai de 87 anos, Hans Jürgen Höss, decidiram
fazer parte do documentário A Sombra do Comandante, de Daniela
Volker. No filme, que estreou no Festival de Cinema de Sedona, nos EUA, e hoje
pode ser encontrado em algumas plataformas de streaming, os dois são
confrontados com o trauma intereracional causado pelas ações de Rudolf Höss ao
conhecerem uma das vítimas de Auschwitz. “O mais poderoso para mim, o que tocou
meu coração, foi conhecer essa mulher de 90 anos, que sofreu no campo de
concentração, e ela estar em nossa casa, tomar um café conosco, e vê-la
sorrir." "Perceber que existe reconciliação, compreensão, perdão,
amor. Sim, isso pode ser alcançado."
Além disso, Kai e
Hans visitaram Auschwitz. “Naquela semana, fiquei com o coração partido. Chorei
todos os dias em momentos diferentes. Ao ver esta fábrica, esta coisa que meu
avô criou para exterminar pessoas. Gravamos nas plataformas onde chegavam os
trens com judeus de toda a Europa, eles eram transportados como gado para
Auschwitz, alguns morreram devido às condições da viagem. É uma das marcas mais
profundas que ficaram no meu coração."
Ainda mais dolorosa
foi a experiência de Hans, que leu pela primeira vez trechos do livro do pai e
visitou o local onde ele foi levado à forca, condenado por seus crimes contra a
humanidade. "Você podia vê-lo chorando", lembra Kai sobre a visita do
pai a Auschwitz. "Ele estava parado ali em silêncio com seu andador, e
disse algo como: 'Meu pai recebeu a punição justa por seus crimes'."
Kai diz que já
conversou sobre os crimes cometidos pelo avô com seus dois filhos, de 12 e sete
anos, e espera manter o diálogo aberto com eles no futuro, porque acredita que
é importante manter viva a experiência do Holocausto para evitar que aconteça
novamente. "Temos que fazer com que as crianças fiquem tão comovidas que saiam
da sala dizendo: 'Isso é a coisa mais triste, mais terrível, temos que fazer o
que for preciso para garantir que isso nunca mais aconteça'."
Fonte: BBC News
Mundo
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