Deixa
de ter sono quando se deita? Especialistas explicam porquê
Em pessoas sem perturbações do sono, basta deitar-se na
cama para o cérebro dar indicações ao corpo para relaxar e adormecer.
Para quem sofre de excitação condicionada ou insónia psicofisiológica -
ainda que temporária - a mensagem enviada é de alerta.
"Os bons dorminhocos provavelmente adormecem todas
as noites, no momento em que se deitam. Por isso, cada vez que se deitam na
cama, é desencadeada uma autorresposta de sonolência. No entanto, se passarmos
noite após noite às voltas, não conseguindo adormecer, o nosso corpo começa a
associar estes comportamentos à cama, em vez de ao ato de dormir", comenta
Philip Gehrman, professor de psiquiatria na Universidade da Pensilvânia, citado
pela Time.
Existem vários comportamentos associados ao sono
interrompido, como a utilização de aparelhos eletrónicos nas horas que
antecedem a ida para a cama. Para Ronald Chervin, diretor do Centro de
Distúrbios de Sono da Universidade de Michigan, a desregulação do sono
pode ser ativada depois de períodos stressantes, como a perda de um emprego ou
a morte de alguém próximo.
Ambos os especialistas acreditam que a terapia
cognitivo-comportamental, com visitas regulares a uma clínica e a
reprogramação dos horários, associada à limitação do uso de tecnologias,
pode ser a solução para o problema. "Uma das coisas fundamentais que
ensinamos é que a cama é para dormir", diz Chervin que aconselha
ainda a não estar na cama mais de 20 minutos sem adormecer, para não
habituar o corpo a este comportamento.
Outros dos conselhos elencados são a prática regular de
exercício, a manutenção de uma temperatura amena e a redução do consumo de café
e bebidas alcoólicas.
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Luz azul
Os especialistas aconselham ainda evitar os
dispositivos móveis: a luz azul emitida pelos dispositivos
eletrónicos aumenta os problemas relacionados com o sono ao inibir a produção
de melatonina,
indicou um estudo publicado na revista "Ophthalmic & Physiological
Optics".
Quase dois terços dos
portugueses dormem mal, muitos acusam níveis de sonolência preocupantes
durante o dia, o que afeta a produtividade e fomenta o aumento de acidentes no
trabalho e ao volante, indica um estudo da Proteste divulgado em novembro de 2016.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os distúrbios
do sono afetam cerca de 40% da população mundial, sendo já considerado um
problema de saúde pública muito relevante.
¨ Remédio
popular para dormir potencializa o risco de Alzheimer, alerta estudo
O medicamento Zolpidem, amplamente utilizado para
tratar insônia, pode ter impactos negativos na função cerebral. Um estudo conduzido por cientistas das Universidades
de Rochester (EUA) e Copenhagen (Dinamarca), publicado na revista Cell, revelou
que essa substância pode prejudicar um importante mecanismo de limpeza do
cérebro, aumentando o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
<><> O
sistema glinfático e sua importância para o cérebro
O cérebro possui um
mecanismo fundamental para a remoção de toxinas: o sistema glinfático. Durante
o sono, esse sistema trabalha para eliminar proteínas prejudiciais, como a
beta-amiloide e a tau, que se acumulam em doenças como Alzheimer. O estudo
demonstrou que o Zolpidem interfere nesse processo, reduzindo a capacidade do
cérebro de se “limpar” adequadamente.
Os pesquisadores realizaram
testes em camundongos e observaram que a administração do medicamento reduziu
significativamente a atividade glinfática. Isso sugere que o uso prolongado da
substância pode acelerar processos neurodegenerativos, reforçando a importância
de evitar a dependência de remédios para dormir.
<><> A
relação entre sono e saúde do cérebro
O sono desempenha um
papel essencial na manutenção da saúde cerebral, imunológica e cardiovascular.
Alterações no ciclo do sono, como insônia crônica e apneia, estão associadas ao
aumento do risco de demência.
Além disso, o estudo
reforçou que problemas relacionados ao sono podem surgir anos antes dos
primeiros sinais de doenças como Alzheimer. Isso significa que dificuldades
persistentes para dormir devem ser vistas como um possível indicativo precoce
de risco neurodegenerativo.
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Metodologia do estudo: análise avançada do cérebro
Para entender como o
cérebro se comporta durante o sono, os pesquisadores utilizaram métodos
inovadores, como fotometria de fibra de fluxo e registros de
eletroencefalograma. Essas técnicas possibilitaram a observação das funções
cerebrais em tempo real, sem a necessidade de anestesia, permitindo análises
mais precisas.
A pesquisa identificou
padrões sincronizados entre neurotransmissores, fluxo sanguíneo e líquido
cefalorraquidiano durante o sono não REM. Esses processos são fundamentais para
a remoção de resíduos cerebrais e o equilíbrio das funções neurais.
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Recomendações para um sono mais saudável
Os cientistas alertam
que o uso contínuo de Zolpidem pode comprometer a qualidade do sono e afetar a
função cerebral a longo prazo. Como alternativa, recomenda-se a adoção de
práticas naturais para melhorar o sono, como manter horários regulares, evitar
estimulantes antes de dormir e praticar técnicas de relaxamento.
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Avanços na detecção precoce do Alzheimer
Além das descobertas
sobre o impacto do Zolpidem, outra pesquisa da University College London
indicou que dificuldades de navegação e orientação espacial podem ser sinais
precoces de Alzheimer, surgindo até 25 anos antes dos sintomas clássicos da
doença, segundo matéria da Catraca
Livre.
Os cientistas exploram
o uso de testes em realidade virtual para diagnosticar precocemente a doença e
possibilitar tratamentos mais eficazes. Essas descobertas reforçam a
importância do monitoramento da saúde cerebral ao longo da vida.
¨ Como a
exposição à luz durante a noite pode aumentar o risco de diabetes tipo 2
Você já parou para
pensar como a luz que você recebe à noite pode afetar sua saúde? Muitos de nós não damos atenção ao impacto da luz artificial,
especialmente à noite, mas estudos recentes mostram que ela pode ter efeitos
significativos no nosso corpo, incluindo o aumento do risco de diabetes tipo 2.
O problema está no
impacto dessa luz no nosso ritmo circadiano, aquele “relógio biológico” que
regula funções vitais como o sono e o metabolismo.
Quando esse ciclo é
interrompido, como acontece quando estamos expostos a luz intensa durante a
noite, os processos metabólicos essenciais, como a produção de insulina e o
controle da glicose, podem ser prejudicados.
Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos compreender como a luz à noite pode ser um fator importante
no desenvolvimento do diabetes e o que podemos fazer para minimizar esse risco.
<><> O
impacto da luz noturna no corpo humano
O ritmo circadiano é
fundamental para manter o corpo funcionando corretamente, regulando aspectos
como sono, apetite e metabolismo.
Quando expostos à luz
durante a noite, o ciclo natural do corpo é alterado. Isso pode interferir na
produção de hormônios essenciais, como a insulina, que é responsável pelo
controle da glicose no sangue.
Diversos estudos têm
mostrado que trabalhar em turnos à noite, ou mesmo a exposição prolongada à luz
artificial antes de dormir, pode causar uma “desconexão” entre os ritmos
internos do corpo e o ambiente externo. Esse desalinhamento tem sido associado
a um aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Além disso, pesquisas
indicam que a luz artificial à noite pode afetar a qualidade do sono,
aumentando a resistência à insulina, o que favorece o surgimento do diabetes.
Em experimentos com animais, por exemplo, os efeitos da luz noturna causaram
ganho de peso e piora no controle glicêmico, mesmo com uma alimentação
controlada.
<><> O que
dizem os estudos: exposição à luz e risco de diabetes
Diversos estudos
recentes têm se concentrado em investigar o impacto da exposição à luz
artificial durante a noite sobre a saúde metabólica, especialmente no que diz
respeito ao risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Um dos mais relevantes,
publicado na revista The Lancet, foi realizado com dados do Biobank do Reino
Unido, uma pesquisa de longo prazo que acompanhou mais de 84 mil pessoas por um
período de cerca de 8 anos.
Durante esse tempo, os
participantes usaram sensores de luz no pulso, o que permitiu uma análise
detalhada dos padrões de exposição à luz em ambientes internos, onde passamos a
maior parte do tempo.
Os resultados desse
estudo indicaram uma relação clara entre a exposição à luz intensa à noite e um
risco elevado de desenvolver diabetes tipo 2.
Pessoas que estavam
expostas a maior intensidade de luz durante a noite apresentaram um risco
significativamente maior de apresentar problemas relacionados ao controle de
glicose no sangue.
Esse dado é
preocupante, pois a luz noturna interfere diretamente no ritmo circadiano, o
qual regula vários processos metabólicos, incluindo a secreção de insulina.
Além disso, os
pesquisadores observaram que não apenas a intensidade da luz, mas também a
alteração do ritmo circadiano (o relógio biológico interno), estava associada a
um maior risco de diabetes.
Quando o corpo não
segue o ciclo natural de dia e noite, com períodos de atividade e descanso
alinhados com a luz e escuridão, a produção de hormônios essenciais, como a
insulina, pode ser prejudicada.
A pesquisa identificou
que uma amplitude circadiana reduzida – isto é, uma menor variação entre os
períodos de atividade e descanso – ou uma mudança no horário desses picos de
atividade (o chamado “shift” no relógio biológico) estava fortemente
relacionada a um aumento do risco de diabetes tipo 2.
Esses achados reforçam
a ideia de que a desregulação do ciclo biológico do corpo, frequentemente
provocada por fatores externos como a exposição à luz artificial, é um dos
mecanismos subjacentes que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças
metabólicas, como o diabetes tipo 2.
O estudo também destaca
como a combinação de fatores, como a quantidade de luz à noite e a alteração do
ritmo natural do corpo, pode ter um efeito acumulativo, potencializando o risco
de doenças como o diabetes.
<><> Como a luz artificial pode
afetar o metabolismo
O uso excessivo de luz
artificial à noite, seja por meio de lâmpadas ou telas de dispositivos
eletrônicos, interfere diretamente no metabolismo. Esse tipo de exposição pode
alterar a produção de hormônios, como melatonina, que regulam o sono e
influenciam a maneira como o corpo processa a glicose.
Quando a produção de
insulina e outros hormônios é desregulada, o corpo tem mais dificuldade em
controlar os níveis de glicose no sangue, o que pode levar ao desenvolvimento
de diabetes tipo 2. A longo prazo, esse desajuste pode gerar problemas
metabólicos graves, como resistência à insulina, aumento de peso e inflamação.
<><> O que
podemos fazer para evitar os efeitos da luz noturna?
Proteger o corpo da
exposição à luz artificial durante a noite é uma forma eficaz de preservar o
ritmo circadiano e evitar problemas de saúde, como o diabetes tipo 2. Algumas práticas simples podem ajudar a
minimizar os efeitos negativos da luz à noite:
Evitar o uso de telas
antes de dormir: A luz azul emitida por celulares, tablets e computadores pode
interferir na produção de melatonina, hormônio essencial para o sono. Tente
desconectar-se desses dispositivos pelo menos uma hora antes de deitar.
Optar por lâmpadas de
luz suave: Prefira lâmpadas com tonalidade amarela ou de baixa intensidade
durante a noite. Isso reduz a interferência no ritmo biológico, permitindo que
o corpo comece a se preparar para o descanso.
Estabelecer uma rotina
de sono regular: Dormir e acordar no mesmo horário todos os dias ajuda a
sincronizar o corpo com o ciclo natural de luz e escuridão. Isso fortalece o
ritmo circadiano e melhora a qualidade do sono, favorecendo o bom funcionamento
metabólico.
Buscar exposição à luz
natural durante o dia: A luz do sol durante o dia é essencial para o ajuste
correto do ritmo circadiano. Procure se expor ao máximo à luz natural,
especialmente pela manhã, para reforçar o ciclo natural de sono e vigília.
Essas simples mudanças
podem ter um grande impacto na saúde a longo prazo, promovendo um equilíbrio
hormonal saudável e ajudando a prevenir doenças metabólicas, como o diabetes.
A pesquisa confirma que
a exposição à luz artificial à noite está ligada a um maior risco de
desenvolver diabetes tipo 2, um problema de saúde crescente. Ajustar os hábitos
de luz e sono pode ser uma estratégia simples, mas eficaz, para manter o corpo
saudável e proteger o metabolismo.
Se você se preocupa com
o risco de diabetes, considere adotar hábitos mais saudáveis, como evitar luz
forte antes de dormir, para garantir que seu ritmo circadiano permaneça em
harmonia com as necessidades do seu corpo.
Fonte:
SapoLifeStyle/Catraca Livre/SaudeLab
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