sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Os EUA estão perdendo o controle de seus aliados

Dois grupos rebeldes sírios invadem a capital Damasco. A Coreia do Sul sofre um golpe, que é rapidamente derrotado. As imagens que formamos ao longo de meses sobre a guerra na Ucrânia, o genocídio em Gaza e casos mais esquecidos, como a guerra no Sudão, a queda do governo de Bangladesh, a tomada do Afeganistão pelo Talibã e os golpes na região do Sahel, mal estão completas e novos eventos explosivos já tomam o noticiário.

Talvez seja apenas uma ilusão de ótica achar que as coisas estão se acelerando. Ou talvez exista um processo maior que explique essa sensação: um enfraquecimento do império americano.

Desde antes da queda do Muro de Berlim, quando os EUA se tornaram a única superpotência do planeta, especialistas têm profetizado o fim do império americano. A cada novo desenvolvimento da história, muitos olham as implicações com atenção, buscando um sinal da ruína.

A redução da capacidade industrial, movida para o sudeste asiático, foi a evidência mais comum desses adivinhos na década de 1990 e início dos anos 2000. Os tigres asiáticos, e depois a China, iriam acabar com os EUA.

A ascensão de políticos tidos como incompetentes, como George W. Bush ou Donald Trump, era outro exemplo comum. E até a idade avançada dos governantes, como Joe Biden, Nancy Pelosi, Trump e Mitch McConnell, seria um sinal. A URSS, afinal, passou por sua fase gerontocrática antes de sua dissolução.

E, claro, as derrotas em guerras, começando com Coreia e Vietnã, mas mais recentemente com Iraque, Afeganistão e até Ucrânia, sempre servem como evidências do fim do império. Ainda mais o caso curioso do Afeganistão, chamado de “cemitério dos impérios”, porque derrotas militares no país teriam, na visão de alguns, destruído os impérios britânico e a URSS.

O império americano, contudo, continua sendo a única superpotência mundial nos últimos 33 anos. Mesmo a ascensão da China e o surgimento de novas formas de interlocução e diplomacia mundial, como os BRICS, não afastam essa realidade..

Neste texto, pretendo me juntar aos pessimistas que preveem a ruína do império.

·        O que é um império?

É impossível entender como um império declina sem olhar atentamente o que é um império. Não é meramente um país superpoderoso. Pela maior parte da história da humanidade, a China foi o país mais populoso, o maior produtor artesanal e o maior PIB do mundo. Muito poucos, porém, diriam que a China era um império por todo esse período.

O império é a relação entre uma potência, a chamada metrópole, com sua zona de influência, formada por países aliados ou subordinados e as colônias.

A metrópole e o império não se confundem, e isso não é uma discussão meramente terminológica, porque a queda da metrópole e do império também não são sinônimos. Uma metrópole cai quando o país entra em crise, econômica ou bélica. Um império cai quando a relação que ele antes estabelecia com sua zona de influência se deteriora, e ele perde o controle das colônias, dos países subordinados e até dos aliados.

Um império pode cair sem que a metrópole jamais passe por nenhum processo fechado de declínio. É, grosso modo, o que aconteceu com o império britânico: os EUA deixaram de fazer parte de seu império e, aos poucos, foram se tornando os principais aliados comerciais de outras colônias inglesas, até que o domínio da Inglaterra sobre elas terminasse.

O caso que mais evidencia tudo isso, contudo, é bem mais próximo: o império português. Sua falência era tida como certa na Europa por décadas antes da independência do Brasil. Como poderia um país tão pequeno como Portugal, que sequer era a maior potência naval da época, manter sob seu domínio um país continental e muito mais populoso como o Brasil?

Porém, calhou de algo ainda mais estranho acontecer: Portugal foi invadido por Napoleão, o que gerou a rendição total do país. Ainda assim, o império português continuou vivo por ao menos mais 14 anos: a relação que a coroa portuguesa mantinha com suas colônias na África e na Ásia foi preservada apesar da derrota militar no continente europeu.

O império português morreu em 1822, com a independência brasileira, mas continuou como um morto-vivo até 1999, quando entregou sua última colônia, Macau, à China.

O declínio de um império, portanto, nem sempre é um evento cataclísmico. Ele pode ocorrer em longos processos graduais, nos quais as relações que o formam vão se enfraquecendo, desconfigurando ou esvaindo.

·        O império americano

O império dos EUA é a estrutura comercial, bélica e política mais complexa já criada pela humanidade.

Os EUA mantêm um complexo sistema de alianças, que se aproveitou dos resquícios dos impérios coloniais europeus e suas relações com ex-colônias, numa espécie de império dos ex-impérios. Esse tipo de relação, neocolonial, se estende pelo próprio continente americano, por toda a África e boa parte da Ásia.

No pós-Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria incentivou a formação de uma grande aliança, a OTAN, e de novos aliados, em especial Israel, Coreia do Sul, Japão e Alemanha Ocidental.

Grosso modo, os aliados mais próximos funcionam como hubs dos interesses dos EUA para neocolônias e adversários do império. É esse conjunto de relações que forma o império, mais até do que o potencial econômico e bélico da metrópole.

Afinal, a produção econômica ou mesmo a quantidade de tropas dos EUA é inferior à de seus aliados, apesar dos gastos militares, em espionagem e em propaganda serem superiores.

É, portanto, a capacidade de manter os aliados agindo dentro de seus interesses, mas também na intensidade tática desejada, que mantém o império americano.

·        Aliados fora de controle

Nada do que vimos recentemente foi exatamente uma traição de aliados dos EUA, ou um aliado agindo contra seus interesses. O genocídio em Gaza e a anexação da Cisjordânia, bem como a guerra contra as forças do Hezbollah no Líbano, fazem parte de um projeto colonial israelense há muito sancionado pelos EUA.

A guerra na Ucrânia, mesmo em seus desenrolares mais preocupantes, como a invasão a Kursk ou a explosão do gasoduto Nord Stream, foi uma continuidade da política dos EUA de militarizar a região, a chamada “guerra por procuração”.

Mesmo a tentativa de golpe pelo presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol e a instabilidade subsequente podem ser entendidas como uma continuidade da elevação de tom do país contra a Coreia do Norte.

Durante seu pronunciamento, Yoon dobrou a aposta na paranoia anticomunista, afirmando que a Coreia do Norte havia infiltrado inúmeros agentes na oposição. Ou seja, uma consequência direta de o país ter sido incluído no chamado “eixo do terror” pelo governo George W. Bush há 20 anos, relação que não foi verdadeiramente apaziguada em nenhum momento.

A cada momento, porém, tanto a diplomacia dos EUA quanto os próprios porta-vozes do Departamento de Defesa expressaram descontentamento e, muitas vezes, surpresa com as ações dos países aliados.

A capacidade dos EUA de se manter como líder ou, ao menos, participante das ações geopolíticas de seus aliados parece estar enfraquecendo aos olhos de todos.

·        O pós-império

Pode parecer contraditório achar que tantos aliados estarem dispostos, em um curto período de tempo, a exagerar na defesa dos interesses dos EUA seja uma evidência de declínio. Mas parte dessas ações aconteceu às costas da metrópole.

O prolongamento da guerra na Ucrânia, os bilhões em auxílio militar a Israel e a perda de influência comercial mundo afora têm criado a imagem de um império cansado, indisposto a levar questões regionais, como um golpe na Coreia do Sul, como algo central.

Se o império americano é responsável por uma profunda desigualdade econômica, inúmeros genocídios, pelo aquecimento global, pela manutenção de sistemas de exclusão e diversos outros males socioeconômicos, sua queda pode não significar novos dias.

Contudo, pode ser a dissipação da última nuvem que nos permita enxergar alguma esperança.

¨      Blinken admite que os EUA tentam mudar o poder no Irã há 20 anos

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, admitiu que os EUA vêm fazendo experiências nos últimos 20 anos para promover uma mudança de poder no Irã, porém, sem sucesso.

"Se você olhar para os últimos 20 anos, nossos experimentos em mudança de regime não foram particularmente bem-sucedidos", declarou nesta quarta-feira (18).

Blinken afirmou que Washington tentou "investir" no apoio à população iraniana, mas as autoridades norte-americanas tiveram dificuldade em fazê-lo fora do país.

O secretário lembrou ainda que hoje não existem relações diplomáticas bilaterais com Teerã.

Os EUA cortaram oficialmente as relações com o Irã em 1980, após a chamada crise dos reféns que começou em novembro de 1979, depois que a Revolução Islâmica liderada pelo falecido líder supremo do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, derrubou o xá Mohamed Reza Pahlavi, apoiado pelo Ocidente.

¨      Ideia de Trump de criar zona tampão na Ucrânia sob controle europeu é irrealizável, diz especialista

O plano do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de criar uma zona tampão entre as tropas ucranianas e russas, que seria patrulhada por 40.000 soldados europeus, não é legal nem tecnicamente possível, disse à Sputnik Vladimir Oleinik, ex-deputado da Suprema Rada (parlamento ucraniano).

Anteriormente, o jornal The New York Times, citando suas fontes, relatou que Trump pode pedir às tropas europeias e britânicas que estabeleçam uma zona tampão de 1.200 km entre as forças russas e ucranianas, que seria patrulhada por 40.000 soldados, como parte de seu plano para resolver o conflito na Ucrânia.

"Nem legalmente nem tecnicamente possível", afirmou Oleinik.

O especialista explicou que, de forma legal, um contingente de manutenção da paz só pode ser introduzido em dois casos:

O primeiro caso é uma decisão da ONU, mas a Rússia e a China não vão permitir isso, "pelo menos a Rússia definitivamente não permitirá";

A segunda opção é quando ambos os lados do conflito pedem ajuda não apenas à ONU, mas, por exemplo, a outros países. Porém, a Rússia não vai recorrer ao Reino Unido ou à França, "já que são partes do conflito".

Para Moscou, isso equivaleria a não atingir os objetivos da operação militar especial e "convidar voluntariamente" as tropas ocidentais para mais perto da Rússia, porque um contingente de manutenção da paz nunca é uma solução temporária, disse o especialista.

Além disso, de acordo com Oleinik, o número insuficiente de tropas europeias e o declínio geral das forças armadas no Ocidente tornam tecnicamente impossível a criação de uma zona tampão sob controle europeu.

A Europa também não está disposta a entrar em conflito, pois conhece as consequências da presença de um contingente estrangeiro no território da Ucrânia sem a permissão da Rússia, acredita o especialista.

Oleinik lembrou que Trump é, antes de tudo, um negociante, e muitas de suas propostas são intencionalmente apresentadas por ele a "preços inflacionados", para alcançar um compromisso.

 

¨      Deportação em massa nos EUA custaria US$ 300 bilhões e ceifaria a força de trabalho do país

Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas frisam que a força de trabalho imigrante é fundamental para a economia dos EUA e que a proposta feita por Trump tem potencial para trazer mais problemas do que benefícios para o país.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, planeja promover uma deportação em massa de 11 milhões de imigrantes que vivem indocumentados no país. Ele afirma que implementará a medida logo após tomar posse.

A proposta, no entanto, tem potencial para gerar efeitos econômicos significativos e variados. Estima-se que remover milhões de trabalhadores imigrantes do mercado de trabalho dos EUA poderia reduzir o produto interno bruto (PIB) do país em cerca de US$ 1,6 trilhão (cerca de R$ 9,8 trilhões) ao longo de 20 anos.

Além disso, indústrias que dependem fortemente de mão de obra imigrante, como agricultura, construção e hospitalidade, enfrentariam escassez de trabalhadores, levando a aumentos nos custos operacionais e nos preços dos produtos. Nesse contexto, o plano de Trump pode custar aos EUA entre US$ 100 bilhões (cerca de R$ 615 bilhões) e US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão).

Em entrevista ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, especialistas afirmam que a proposta de Trump pode causar mais prejuízos do que benefícios à economia dos EUA.

Atualmente, os EUA abrigam a maior população imigrante do mundo, girando em torno de 50 milhões de pessoas só em 2023, conforme aponta Thais Lacerda, doutora em ciências sociais na linha de relações internacionais e desenvolvimento da Universidade Estadual Paulista (Unesp), docente no curso de psicologia na Faculdade Católica Paulista (UCA), coordenadora do projeto de pesquisa Latino Observatory, consultora na gestão intercultural na Múltipla Consultoria e professora bolsista em disciplinas diversas no curso de relações internacionais da Unesp.

"Esses imigrantes ajudam a criar empregos, aumentam os salários, ajudam a reduzir a inflação também, além de aumentar a produtividade e a inovação. […] Então os EUA hoje não podem aumentar sua força de trabalho sem aumentar a imigração", afirma.

Ela explica que se a imigração nos EUA fosse reduzida a zero, essa força de trabalho cairia para cerca de 18 milhões em 2040, em comparação com 46 milhões em uma política de imigração como a atual.

"Essa diferença de 28 milhões de trabalhadores [a menos] vai ter um impacto bastante grande na imigração, na mitigação da taxa de dependência também de idosos e no fortalecimento da economia. E aí, de uma forma mais resumida, então a redução da imigração teria efeitos amplamente negativos."

Diante desses números, Lacerda avalia que o anúncio de Trump faz parte de uma retórica anti-imigração traçada para agradar o eleitorado do republicano, que está descontente com a economia, a perda de empregos e de privilégios — fatores que não estão diretamente ligados à questão da imigração.

"Então [é] uma série de fatores que estão mais articulados em torno de uma retórica, em torno de uma pressão mais populista […] do que se a gente for pegar realmente esses dados, que demonstram que essa força de trabalho imigrante é fundamental para a economia dos EUA."

Ela acrescenta que o combate à imigração não é uma agenda exclusiva dos republicanos e lembra que a administração de Barack Obama foi campeã em deportações, assim como o atual governo de Joe Biden, com a diferença de que este último deu mais ênfase à deportação de imigrantes com antecedentes criminais, o que, segundo ela, mostrou-se eficiente em questão de segurança pública. Em contraponto, ela afirma que a retórica de Trump é mais generalista, mirando a população de imigrantes como um todo.

"Em relação às políticas de Trump, os casos mais reportados foram aumento de separação de famílias […] não priorizou os criminosos graves, como ele está dizendo hoje, mas sim casos de cidadãos que não tinham reincidência nenhuma, que não tinham processo algum, separando famílias", afirma.

Sobre os impactos do plano de deportação em massa, Lacerda aponta que os estados mais afetados seriam Califórnia, Texas e Flórida, que juntos abrigam quase a metade dos imigrantes indocumentados nos EUA, e destaca que uma operação única para deportar esses imigrantes custaria pelo menos US$ 315 bilhões (cerca de R$ 1,9 trilhão), que seriam divididos da seguinte forma: US$ 89 bilhões (cerca de R$ 547 bilhões) para realizar prisões suficientes; US$ 168 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) para manter os imigrantes presos detidos; US$ 34 bilhões (cerca de R$ 209 bilhões) em processos legais na justiça e US$ 24 bilhões (cerca de R$ 147 bilhões) em transporte de imigrantes para fora do país.

"Seria um gasto bastante grande, e aí essa deportação em massa agravaria essa escassez de mão de obra nos EUA", afirma.

Retórica anti-imigrante está associada ao discurso belicista

Andrea Pacheco Pacífico, do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado da Paraíba (PPGRI/UEPB), alerta que a proposta de Trump vai impactar toda a América Latina, sobretudo no México, uma vez que um terço dos imigrantes irregulares hoje nos EUA são de nacionalidade mexicana.

"Imagina o México receber de volta esses cidadãos, entrando no país desempregados, em um país que tem uma instabilidade política, econômica e social, com gangues, crime organizado atuando fortemente. Então também os outros países do continente vão sofrer as consequências."

No recorte dos EUA, ela afirma que os setores mais afetados serão a agricultura, a construção civil, o turismo e a saúde. Ademais, ela aponta que cidadãos americanos e, mesmo, imigrantes regulamentados não aceitam postos de trabalho considerados subalternos, e essas vagas são preenchidas por imigrantes indocumentados.

"Então não tem como suprir essa carência. Por isso que eu reitero que essa política de deportar não sei quantos milhões de imigrantes irregulares não vai ser rápida, vai ser de forma gradativa, e nem todos os que estão ameaçados no discurso em geral vão ser considerados passíveis dessa onda de deportação", observa.

Pacífico afirma ainda que a retórica da deportação está associada ao discurso belicista, que causa impacto por ser a indústria bélica a mais forte e a que mais gera lucro atualmente nos EUA.

"Os EUA sempre precisam ter um inimigo contra quem lutar para mover a indústria bélica, que é onde está a base da economia dos EUA. Dito isso, a gente vê a quantidade de imigrantes que os EUA atraem para a indústria bélica, com todas as promessas de 'Você vai para a guerra', 'Você vai se alistar e quando voltar vai ter todos os louros da vitória por ser um veterano de guerra nos EUA', ele tem direitos além de um cidadão comum. Só que, em geral, o imigrante vai para a guerra e […] não sabe se volta. Então o indivíduo não volta, morre, e, como diz o ditado, o governo [dos EUA] matou dois coelhos com uma cajadada só. Mandou o imigrante para a guerra, está sustentando sua indústria bélica, movendo sua economia e ainda se livrou de um imigrante", conclui.

 

¨      Adesão de Kiev à OTAN será questão 'muito desafiadora' para negociações de paz

Ao comentar a questão ucraniana, Blinken afirmou que a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) será uma questão "muito desafiadora" para as negociações de paz com a Rússia.

"Acho que é muito desafiador para a Rússia fazer isso [entrar em um acordo com Kiev após a adesão]", disse Blinken.

A possível entrada de Kiev na aliança ocidental foi um dos principais motivos para o lançamento da operação especial russa, em 2022, uma vez que tal ação representaria uma ameaça grave e direta à segurança nacional. E a adoção de um status neutro e a promessa de a Ucrânia não se juntar à OTAN foram algumas das condições estipuladas pela Rússia para um eventual acordo de paz entre as partes.

<><> Promessas vazias

Os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Itália e Polônia, bem como a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, disseram em 12 de dezembro, após uma reunião em Berlim, que continuam a apoiar as aspirações da Ucrânia em direção à OTAN e à União Europeia (UE).

No entanto, para alguns analistas, como Cui Hongjian, professor da Academia de Governança Regional e Global da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim, as promessas da União UE e da OTAN de admitir a Ucrânia como membro parecem relativamente "vazias".

¨      EUA e países do G7 tentam distorcer e caluniar a cooperação entre Moscou e Pyongyang, diz RPDC

Os EUA e outros países do G7 estão tentando distorcer e caluniar a cooperação entre Moscou e Pyongyang e criar uma atmosfera de pressão sobre a Coreia do Norte, disse o Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

"Recentemente, os EUA, junto com os Estados-membros do G7, a Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e a UE, elaboraram e divulgaram uma 'declaração conjunta' distorcendo e caluniando a essência das relações de cooperação entre a RPDC e a Federação da Rússia, se empenhando em criar uma atmosfera internacional de sanções e pressão sobre a RPDC", disse o ministério em um comunicado, citado pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

O ministério norte-coreano "denuncia e rejeita a provocação imprudente dos EUA e de suas forças vassalas" com o objetivo de minar os princípios de soberania dos Estados e não interferência em seus assuntos internos.

"A guerra ucraniana está se prolongando e a situação de segurança na Europa e na região da Ásia-Pacífico se tornou mais instável. Isso se deve aos atos equivocados dos EUA e do Ocidente, que persistem em sua política militar destrutiva, orientada para a hegemonia e o aventureirismo", diz a declaração.

Conforme a declaração, o ministério também afirmou que protegerá sua soberania, sem quaisquer restrições.

"A RPDC salvaguardará firmemente seu direito legítimo como Estado soberano, não imporá restrições ao seu exercício e seguirá desenvolvendo esforços cruciais para preservar a paz e a segurança regionais e globais", diz a declaração.

Os EUA e seus aliados, ao prosseguirem com suas políticas de "causar instabilidade e confusão em diferentes partes do mundo para satisfazer suas ambições geopolíticas ilegítimas", apenas criam "novas justificativas e um impulso para a RPDC reforçar seu poder nacional a fim de garantir de forma mais confiável a segurança nacional e a paz global", acrescentou o ministério.

 

Fonte: The Intercept/Sputnik Brasil

 

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