Os EUA estão
perdendo o controle de seus aliados
Dois grupos
rebeldes sírios invadem a capital Damasco. A Coreia do Sul sofre um golpe,
que é rapidamente derrotado. As imagens que formamos ao longo de meses sobre a
guerra na Ucrânia, o genocídio em Gaza e casos mais esquecidos, como a guerra
no Sudão, a queda do governo de Bangladesh, a tomada do Afeganistão pelo Talibã
e os golpes na região do Sahel, mal estão completas e novos eventos explosivos
já tomam o noticiário.
Talvez seja apenas
uma ilusão de ótica achar que as coisas estão se acelerando. Ou talvez exista
um processo maior que explique essa sensação: um enfraquecimento do império
americano.
Desde antes da
queda do Muro de Berlim, quando os EUA se tornaram a única superpotência do
planeta, especialistas têm profetizado o fim do império americano. A cada novo
desenvolvimento da história, muitos olham as implicações com atenção, buscando um
sinal da ruína.
A redução da
capacidade industrial, movida para o sudeste asiático, foi a evidência mais
comum desses adivinhos na década de 1990 e início dos anos 2000. Os tigres
asiáticos, e depois a China, iriam acabar com os EUA.
A ascensão de políticos
tidos como incompetentes, como George W. Bush ou Donald Trump, era outro
exemplo comum. E até a idade avançada dos governantes, como Joe Biden, Nancy
Pelosi, Trump e Mitch McConnell, seria um sinal. A URSS, afinal, passou por sua
fase gerontocrática antes de sua dissolução.
E, claro, as
derrotas em guerras, começando com Coreia e Vietnã, mas mais recentemente com
Iraque, Afeganistão e até Ucrânia, sempre servem como evidências do fim do
império. Ainda mais o caso curioso do Afeganistão, chamado de “cemitério dos
impérios”, porque derrotas militares no país teriam, na visão de alguns,
destruído os impérios britânico e a URSS.
O império
americano, contudo, continua sendo a única superpotência mundial nos últimos 33
anos. Mesmo a ascensão da China e o surgimento de novas formas de interlocução
e diplomacia mundial, como os BRICS, não afastam essa realidade..
Neste texto,
pretendo me juntar aos pessimistas que preveem a ruína do império.
·
O
que é um império?
É impossível
entender como um império declina sem olhar atentamente o que é um império. Não
é meramente um país superpoderoso. Pela maior parte da história da humanidade,
a China foi o país mais populoso, o maior produtor artesanal e o maior PIB do
mundo. Muito poucos, porém, diriam que a China era um império por todo esse
período.
O império é a
relação entre uma potência, a chamada metrópole, com sua zona de influência,
formada por países aliados ou subordinados e as colônias.
A metrópole e o
império não se confundem, e isso não é uma discussão meramente terminológica,
porque a queda da metrópole e do império também não são sinônimos. Uma
metrópole cai quando o país entra em crise, econômica ou bélica. Um império cai
quando a relação que ele antes estabelecia com sua zona de influência se
deteriora, e ele perde o controle das colônias, dos países subordinados e até
dos aliados.
Um império pode
cair sem que a metrópole jamais passe por nenhum processo fechado de declínio.
É, grosso modo, o que aconteceu com o império britânico: os EUA deixaram de
fazer parte de seu império e, aos poucos, foram se tornando os principais
aliados comerciais de outras colônias inglesas, até que o domínio da Inglaterra
sobre elas terminasse.
O caso que mais
evidencia tudo isso, contudo, é bem mais próximo: o império português. Sua falência
era tida como certa na Europa por décadas antes da independência do Brasil.
Como poderia um país tão pequeno como Portugal, que sequer era a maior potência
naval da época, manter sob seu domínio um país continental e muito mais
populoso como o Brasil?
Porém, calhou de
algo ainda mais estranho acontecer: Portugal foi invadido por Napoleão, o que
gerou a rendição total do país. Ainda assim, o império português continuou vivo
por ao menos mais 14 anos: a relação que a coroa portuguesa mantinha com suas
colônias na África e na Ásia foi preservada apesar da derrota militar no
continente europeu.
O império português
morreu em 1822, com a independência brasileira, mas continuou como um
morto-vivo até 1999, quando entregou sua última colônia, Macau, à China.
O declínio de um
império, portanto, nem sempre é um evento cataclísmico. Ele pode ocorrer em
longos processos graduais, nos quais as relações que o formam vão se
enfraquecendo, desconfigurando ou esvaindo.
·
O
império americano
O império dos EUA é
a estrutura comercial, bélica e política mais complexa já criada pela
humanidade.
Os EUA mantêm um
complexo sistema de alianças, que se aproveitou dos resquícios dos impérios
coloniais europeus e suas relações com ex-colônias, numa espécie de império dos
ex-impérios. Esse tipo de relação, neocolonial, se estende pelo próprio
continente americano, por toda a África e boa parte da Ásia.
No pós-Segunda
Guerra Mundial, a Guerra Fria incentivou a formação de uma grande aliança, a
OTAN, e de novos aliados, em especial Israel, Coreia do Sul, Japão e Alemanha
Ocidental.
Grosso modo, os
aliados mais próximos funcionam como hubs dos interesses dos EUA para
neocolônias e adversários do império. É esse conjunto de relações que forma o
império, mais até do que o potencial econômico e bélico da metrópole.
Afinal, a produção
econômica ou mesmo a quantidade de tropas dos EUA é inferior à de seus aliados,
apesar dos gastos militares, em espionagem e em propaganda serem superiores.
É, portanto, a
capacidade de manter os aliados agindo dentro de seus interesses, mas também na
intensidade tática desejada, que mantém o império americano.
·
Aliados
fora de controle
Nada do que vimos
recentemente foi exatamente uma traição de aliados dos EUA, ou um aliado agindo
contra seus interesses. O genocídio em Gaza e a anexação da Cisjordânia, bem
como a guerra contra as forças do Hezbollah no Líbano, fazem parte de um
projeto colonial israelense há muito sancionado pelos EUA.
A guerra na
Ucrânia, mesmo em seus desenrolares mais preocupantes, como a invasão a Kursk
ou a explosão do gasoduto Nord Stream, foi uma continuidade da política dos EUA
de militarizar a região, a chamada “guerra por procuração”.
Mesmo a tentativa
de golpe pelo presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol e a instabilidade
subsequente podem ser entendidas como uma continuidade da elevação de tom do
país contra a Coreia do Norte.
Durante seu
pronunciamento, Yoon dobrou a aposta na paranoia anticomunista, afirmando que a
Coreia do Norte havia infiltrado inúmeros agentes na oposição. Ou seja, uma
consequência direta de o país ter sido incluído no chamado “eixo do terror”
pelo governo George W. Bush há 20 anos, relação que não foi verdadeiramente
apaziguada em nenhum momento.
A cada momento,
porém, tanto a diplomacia dos EUA quanto os próprios porta-vozes do
Departamento de Defesa expressaram descontentamento e, muitas vezes, surpresa
com as ações dos países aliados.
A capacidade dos
EUA de se manter como líder ou, ao menos, participante das ações geopolíticas
de seus aliados parece estar enfraquecendo aos olhos de todos.
·
O
pós-império
Pode parecer
contraditório achar que tantos aliados estarem dispostos, em um curto período
de tempo, a exagerar na defesa dos interesses dos EUA seja uma evidência de
declínio. Mas parte dessas ações aconteceu às costas da metrópole.
O prolongamento da
guerra na Ucrânia, os bilhões em auxílio militar a Israel e a perda de
influência comercial mundo afora têm criado a imagem de um império cansado,
indisposto a levar questões regionais, como um golpe na Coreia do Sul, como
algo central.
Se o império
americano é responsável por uma profunda desigualdade econômica, inúmeros
genocídios, pelo aquecimento global, pela manutenção de sistemas de exclusão e
diversos outros males socioeconômicos, sua queda pode não significar novos
dias.
Contudo, pode ser a
dissipação da última nuvem que nos permita enxergar alguma esperança.
¨ Blinken admite que os EUA tentam mudar o poder no Irã
há 20 anos
O secretário de
Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, admitiu que os EUA vêm fazendo experiências
nos últimos 20 anos para promover uma mudança de poder no Irã, porém, sem
sucesso.
"Se você olhar
para os últimos 20 anos, nossos experimentos em mudança de regime não foram
particularmente bem-sucedidos", declarou nesta quarta-feira (18).
Blinken afirmou que
Washington tentou "investir" no apoio à população iraniana, mas as
autoridades norte-americanas tiveram dificuldade em fazê-lo fora do país.
O secretário
lembrou ainda que hoje não existem relações diplomáticas bilaterais com
Teerã.
Os EUA cortaram
oficialmente as relações com o Irã em 1980, após a chamada crise dos reféns que
começou em novembro de 1979, depois que a Revolução Islâmica liderada pelo
falecido líder supremo do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, derrubou
o xá Mohamed Reza Pahlavi, apoiado pelo Ocidente.
¨ Ideia de Trump de criar zona tampão na Ucrânia sob
controle europeu é irrealizável, diz especialista
O plano do
presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de criar uma zona tampão entre as
tropas ucranianas e russas, que seria patrulhada por 40.000 soldados europeus,
não é legal nem tecnicamente possível, disse à Sputnik Vladimir Oleinik,
ex-deputado da Suprema Rada (parlamento ucraniano).
Anteriormente, o
jornal The New York Times, citando suas fontes, relatou que Trump
pode pedir às tropas europeias e britânicas que estabeleçam uma zona tampão de
1.200 km entre as forças russas e ucranianas, que seria patrulhada
por 40.000 soldados, como parte de seu plano para resolver o conflito na
Ucrânia.
"Nem
legalmente nem tecnicamente possível", afirmou Oleinik.
O especialista
explicou que, de forma legal, um contingente
de manutenção da paz só
pode ser introduzido em dois casos:
O primeiro caso é
uma decisão da ONU, mas a Rússia e a China não vão permitir isso, "pelo
menos a Rússia definitivamente não permitirá";
A segunda opção é
quando ambos os lados do conflito pedem ajuda não apenas à ONU, mas, por
exemplo, a outros países. Porém, a Rússia não vai recorrer ao Reino Unido ou à
França, "já que são partes
do conflito".
Para Moscou, isso
equivaleria a não atingir os objetivos da operação militar especial e
"convidar voluntariamente" as tropas ocidentais para mais perto da
Rússia, porque um contingente de manutenção da paz nunca é uma solução
temporária, disse o especialista.
Além disso, de
acordo com Oleinik, o número insuficiente de tropas europeias e o declínio
geral das forças
armadas no Ocidente tornam
tecnicamente impossível a criação de uma zona tampão sob controle europeu.
A Europa também não
está disposta a entrar em conflito, pois conhece as consequências da presença
de um contingente estrangeiro no território da Ucrânia sem a permissão
da Rússia,
acredita o especialista.
Oleinik lembrou que
Trump é, antes de tudo, um negociante, e muitas de suas propostas são
intencionalmente apresentadas por ele a "preços inflacionados",
para alcançar um compromisso.
¨ Deportação em massa nos EUA custaria US$ 300 bilhões e
ceifaria a força de trabalho do país
Em entrevista ao
podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas frisam que a força de trabalho
imigrante é fundamental para a economia dos EUA e que a proposta feita por
Trump tem potencial para trazer mais problemas do que benefícios para o país.
O presidente eleito
dos EUA, Donald
Trump,
planeja promover uma deportação em massa de 11 milhões de imigrantes que
vivem indocumentados no país. Ele afirma que implementará a medida logo após
tomar posse.
A proposta, no
entanto, tem potencial para gerar efeitos econômicos significativos e variados.
Estima-se que remover milhões de trabalhadores imigrantes do mercado de
trabalho dos EUA poderia reduzir o produto interno bruto (PIB) do país em cerca
de US$ 1,6 trilhão (cerca de R$ 9,8 trilhões) ao longo de 20 anos.
Além disso,
indústrias que dependem fortemente de mão de obra imigrante, como agricultura,
construção e hospitalidade, enfrentariam escassez de trabalhadores, levando a
aumentos nos custos operacionais e nos preços dos produtos. Nesse
contexto, o plano de Trump pode custar aos EUA entre US$ 100 bilhões
(cerca de R$ 615 bilhões) e US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,8 trilhão).
Em entrevista
ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, especialistas afirmam
que a
proposta de Trump pode causar
mais prejuízos do que benefícios à economia dos EUA.
Atualmente, os EUA
abrigam a maior população imigrante do mundo, girando em torno de 50 milhões de
pessoas só em 2023, conforme aponta Thais Lacerda, doutora em ciências sociais
na linha de relações internacionais e desenvolvimento da Universidade Estadual
Paulista (Unesp), docente no curso de psicologia na Faculdade Católica Paulista
(UCA), coordenadora do projeto de pesquisa Latino Observatory, consultora na
gestão intercultural na Múltipla Consultoria e professora bolsista em
disciplinas diversas no curso de relações internacionais da Unesp.
"Esses
imigrantes ajudam a criar empregos, aumentam os salários, ajudam a reduzir a
inflação também, além de aumentar a produtividade e a inovação. […] Então os
EUA hoje não podem aumentar sua força de trabalho sem aumentar a
imigração", afirma.
Ela explica
que se a imigração nos EUA fosse reduzida a zero, essa força de trabalho
cairia para cerca de 18 milhões em 2040, em comparação com 46 milhões em uma
política de imigração como a atual.
"Essa
diferença de 28 milhões de trabalhadores [a menos] vai ter um impacto bastante
grande na imigração, na mitigação da taxa de dependência também de idosos e no
fortalecimento da economia. E aí, de uma forma mais resumida, então a redução
da imigração teria efeitos amplamente negativos."
Diante desses
números, Lacerda avalia que o anúncio de Trump faz parte de uma retórica
anti-imigração traçada para agradar o eleitorado do republicano, que está
descontente com a economia, a perda de empregos e de privilégios — fatores que
não estão diretamente ligados
à questão da imigração.
"Então [é] uma
série de fatores que estão mais articulados em torno de uma retórica, em torno
de uma pressão mais populista […] do que se a gente for pegar realmente esses
dados, que demonstram que essa força de trabalho imigrante é fundamental para a
economia dos EUA."
Ela acrescenta
que o combate à imigração não é uma agenda exclusiva dos republicanos e
lembra que a administração de Barack Obama foi campeã em deportações, assim
como o atual governo de Joe Biden, com a diferença de que este último deu mais
ênfase à deportação de imigrantes com antecedentes criminais, o que, segundo
ela, mostrou-se eficiente em questão de segurança pública. Em contraponto, ela
afirma que a retórica de Trump é mais generalista, mirando a população de
imigrantes como um todo.
"Em relação às
políticas de Trump, os casos mais reportados foram aumento de separação de
famílias […] não priorizou os criminosos graves, como ele está dizendo hoje,
mas sim casos de cidadãos que não tinham reincidência nenhuma, que não tinham
processo algum, separando famílias", afirma.
Sobre os impactos
do plano de deportação em massa, Lacerda aponta que os estados mais afetados
seriam Califórnia, Texas e Flórida, que juntos abrigam quase a metade dos
imigrantes indocumentados nos EUA, e destaca que uma operação única para
deportar esses imigrantes custaria pelo menos US$ 315 bilhões (cerca de R$ 1,9
trilhão), que seriam divididos da seguinte forma: US$ 89 bilhões (cerca de R$
547 bilhões) para realizar prisões suficientes; US$ 168 bilhões (cerca de R$ 1
trilhão) para manter os imigrantes presos detidos; US$ 34 bilhões (cerca de R$
209 bilhões) em processos legais na justiça e US$ 24 bilhões (cerca de R$ 147
bilhões) em transporte de imigrantes para fora do país.
"Seria um
gasto bastante grande, e aí essa deportação em massa agravaria essa escassez de
mão de obra nos EUA", afirma.
Retórica
anti-imigrante está associada ao discurso belicista
Andrea Pacheco
Pacífico, do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da
Universidade do Estado da Paraíba (PPGRI/UEPB), alerta que a proposta de Trump
vai impactar toda a América Latina, sobretudo no México, uma vez que um
terço dos imigrantes irregulares hoje nos EUA são de nacionalidade mexicana.
"Imagina o
México receber de volta esses cidadãos, entrando no país desempregados, em um
país que tem uma instabilidade política, econômica e social, com gangues, crime
organizado atuando fortemente. Então também os outros países do continente vão
sofrer as consequências."
No recorte dos EUA,
ela afirma que os setores mais afetados serão a agricultura, a construção
civil, o turismo e a saúde. Ademais, ela aponta que cidadãos americanos e,
mesmo, imigrantes regulamentados não aceitam postos de trabalho considerados
subalternos, e essas vagas são preenchidas por imigrantes indocumentados.
"Então não tem
como suprir essa carência. Por isso que eu reitero que essa política de
deportar não sei quantos milhões de imigrantes irregulares não vai ser rápida,
vai ser de forma gradativa, e nem todos os que estão ameaçados no discurso em
geral vão ser considerados passíveis dessa onda de deportação", observa.
Pacífico afirma
ainda que a retórica da deportação está associada ao discurso belicista,
que causa impacto por ser a indústria bélica a mais forte e a que mais gera
lucro atualmente nos EUA.
"Os EUA sempre
precisam ter um inimigo contra quem lutar para mover a indústria bélica, que é
onde está a base da economia dos EUA. Dito isso, a gente vê a quantidade de
imigrantes que os EUA atraem para a indústria bélica, com todas as promessas de
'Você vai para a guerra', 'Você vai se alistar e quando voltar vai ter todos os
louros da vitória por ser um veterano de guerra nos EUA', ele tem direitos além
de um cidadão comum. Só que, em geral, o imigrante vai para a guerra e […] não
sabe se volta. Então o indivíduo não volta, morre, e, como diz o ditado, o
governo [dos EUA] matou dois coelhos com uma cajadada só. Mandou o imigrante
para a guerra, está sustentando sua indústria bélica, movendo sua economia e
ainda se livrou de um imigrante", conclui.
¨ Adesão de Kiev à OTAN será questão 'muito desafiadora'
para negociações de paz
Ao comentar a
questão ucraniana, Blinken afirmou que a adesão da Ucrânia à Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN) será uma questão "muito
desafiadora" para as negociações
de paz com a Rússia.
"Acho que é
muito desafiador para a Rússia fazer isso [entrar em um acordo com Kiev após a
adesão]", disse Blinken.
A possível entrada
de Kiev na aliança ocidental foi um dos principais motivos para o lançamento da
operação especial russa, em 2022, uma vez que tal ação representaria uma ameaça
grave e direta à segurança nacional. E a adoção de um status neutro e a
promessa de a Ucrânia não se juntar à OTAN foram algumas das condições
estipuladas pela Rússia para um eventual acordo de paz entre as partes.
<><> Promessas
vazias
Os ministros das
Relações Exteriores de Alemanha, França, Reino Unido, Espanha, Itália e
Polônia, bem como a chefe da diplomacia
europeia,
Kaja Kallas, disseram em 12 de dezembro, após uma reunião em Berlim,
que continuam a apoiar as aspirações da Ucrânia em direção à OTAN e à
União Europeia (UE).
No entanto, para
alguns analistas, como Cui Hongjian, professor da Academia de Governança
Regional e Global da Universidade de Estudos Internacionais de Pequim, as
promessas da União UE e da OTAN de admitir
a Ucrânia como membro parecem relativamente
"vazias".
¨ EUA e países do G7 tentam distorcer e caluniar a
cooperação entre Moscou e Pyongyang, diz RPDC
Os EUA e outros
países do G7 estão tentando distorcer e caluniar a cooperação entre Moscou e
Pyongyang e criar uma atmosfera de pressão sobre a Coreia do Norte, disse o
Ministério das Relações Exteriores da República Popular Democrática da Coreia
(RPDC).
"Recentemente,
os EUA, junto com os Estados-membros do G7, a Coreia do Sul, Austrália, Nova
Zelândia e a UE, elaboraram e divulgaram uma 'declaração conjunta' distorcendo
e caluniando a essência das relações de cooperação entre a RPDC e a
Federação da Rússia, se empenhando em criar uma atmosfera internacional de sanções
e pressão sobre a RPDC", disse o ministério em um comunicado, citado pela
agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
O ministério
norte-coreano "denuncia e rejeita a provocação imprudente dos EUA e de
suas forças vassalas" com o objetivo de minar os princípios
de soberania dos
Estados e não interferência em seus assuntos internos.
"A guerra
ucraniana está se prolongando e a situação de segurança na Europa e na região
da Ásia-Pacífico se tornou mais instável. Isso se deve aos atos equivocados dos
EUA e do Ocidente, que persistem em sua política militar destrutiva,
orientada para a hegemonia e o aventureirismo", diz a declaração.
Conforme a
declaração, o ministério também afirmou que protegerá sua soberania, sem quaisquer restrições.
"A RPDC
salvaguardará firmemente seu direito legítimo como Estado soberano, não imporá
restrições ao seu exercício e seguirá desenvolvendo esforços cruciais para
preservar a paz e a segurança regionais e globais", diz a declaração.
Os EUA e seus
aliados, ao prosseguirem com suas políticas de "causar
instabilidade e confusão em diferentes partes do mundo
para satisfazer suas ambições geopolíticas ilegítimas", apenas criam
"novas justificativas e um impulso para a RPDC reforçar seu poder nacional
a fim de garantir de forma mais confiável a segurança nacional e a paz
global", acrescentou o ministério.
Fonte: The
Intercept/Sputnik Brasil
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