Luis
Nassif: O desastre da Alvarez & Marsal, a consultoria contratada pela
prefeitura de POA
O
fracasso da Alvarez & Marsal na reconstrução de Nova Orleans, nos Estados
Unidos, virou um caso clássico de capitalização em cima da destruição. Hoje há
uma avaliação negativa unânime sobre o que consultoria fez na cidade americana.
E
mesmo com um histórico controverso, a A&M é anunciada agora como parceria
de Porto Alegre na reconstrução da capital após a tragédia provocada pelas
chuvas no Rio Grande do Sul.
E o
mais intrigante: não se sabe, ainda, a que custo para os cofres públicos.
As
ações da Alvarez & Marsal na “reconstrução” de cidades inclui:
—
demissões em massa – 7 mil funcionários da educação de Nova Orleans foram
dispensados imediatamente após o furacão Katrina –, privatização de serviços
públicos;
—
priorização de interesses comerciais em detrimento dos investimentos sociais;
—
marginalização das comunidades afroamericanas e pobres;
—
falta de transparência e de prestação de contas;
—
falta de comunicação com as comunidades locais, entre outros problemas que
foram relatados pelo GGN.
Não
à toa, três sistemas de inteligência artificial – o ChatGPT, o Gemini e o Camel
– resumem assim a passagem da A&M por Nova Orleans:
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Do ChatGPT
Alvarez
& Marsal foi uma empresa de consultoria contratada para auxiliar na
reconstrução pós-furacão Katrina em Nova Orleans. Embora tenha havido alguns
sucessos, houve também críticas e problemas associados à gestão e implementação
de certos aspectos do processo de reconstrução:
1.
Falta de transparência e participação comunitária: Críticos argumentam que o
processo de reconstrução liderado pela Alvarez & Marsal carecia de
transparência e participação significativa da comunidade. As decisões
importantes muitas vezes eram tomadas sem a devida consulta ou envolvimento dos
residentes locais, especialmente aqueles das comunidades mais afetadas.
2.
Priorização de interesses comerciais em detrimento das necessidades locais:
Houve preocupações de que a abordagem da Alvarez & Marsal estivesse muito
voltada para interesses comerciais e desenvolvimento econômico em detrimento
das necessidades imediatas e de longo prazo das comunidades locais,
especialmente as mais pobres e marginalizadas.
3.
Falta de atenção às questões sociais e de habitação: Alguns críticos apontaram
que a reconstrução liderada pela Alvarez & Marsal falhou em abordar
adequadamente questões sociais cruciais, como a falta de moradia e
desigualdades raciais e econômicas. Muitas comunidades de baixa renda e
minorias continuaram a enfrentar dificuldades significativas mesmo após os
esforços de reconstrução.
4.
Atrasos e despesas excessivas: Em alguns casos, os projetos de reconstrução
supervisionados pela Alvarez & Marsal enfrentaram atrasos significativos e
custos excessivos. Isso levou a críticas sobre a eficiência e eficácia da
gestão desses projetos.
5.
Falta de prestação de contas: Houve críticas à falta de prestação de contas e
supervisão adequada dos fundos e recursos destinados à reconstrução. Alguns
argumentaram que houve má gestão financeira e falta de transparência na
utilização dos fundos de ajuda.
Embora
a Alvarez & Marsal tenha desempenhado um papel significativo na
reconstrução pós-Katrina, esses problemas e críticas destacam a complexidade e
os desafios envolvidos na gestão de uma operação de reconstrução em larga
escala após uma catástrofe natural.
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Do Gemini
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Algumas das principais problemáticas apontadas incluem:
Privatização
de serviços públicos: A A&M pressionou pela privatização de diversos
serviços públicos essenciais, como o sistema de educação e o transporte
público. Essa medida gerou cortes de custos e demissões em massa, impactando
negativamente a qualidade dos serviços e o acesso da população.
Falta
de transparência: O processo de tomada de decisões pela A&M foi considerado
pouco transparente, com pouca participação da comunidade local. Isso gerou
desconfiança e ressentimento entre os moradores de Nova Orleans.
Foco
na eficiência em detrimento da justiça social: A A&M priorizou a eficiência
e a austeridade na gestão dos recursos, o que levou a decisões que
marginalizaram grupos vulneráveis, como afro-americanos e pessoas de baixa
renda.
Falta
de experiência em gestão de desastres: A A&M não tinha experiência prévia
em lidar com desastres da magnitude do Katrina, o que levou a erros e atrasos
na resposta à crise.
Benefícios
questionáveis: Há questionamentos sobre os reais benefícios da atuação da
A&M para a população de Nova Orleans. Alguns argumentam que a empresa se
beneficiou da tragédia, obtendo lucros através de contratos milionários,
enquanto a cidade ainda luta para se recuperar completamente.
É
importante ressaltar que estas são apenas algumas das críticas feitas à
A&M. A empresa também defende suas ações, argumentando que tomou as
decisões necessárias para garantir a rápida reconstrução da cidade e que sempre
agiu com o melhor interesse da população.
O
legado da A&M na reconstrução de Nova Orleans é complexo e controverso. É
importante analisar as diferentes perspectivas e considerar os diversos fatores
que influenciaram o processo de reconstrução antes de formular uma opinião
definitiva.
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Camel
A
Alvarez & Marsal foi contratada pelo governo dos Estados Unidos para
auxiliar na reconstrução pós-furacão Katrina em 2005.
A
empresa de consultoria focou principalmente em questões financeiras e de
reestruturação, buscando cortar custos e otimizar processos.
Suas
ações incluíram a redução de gastos públicos, privatização de serviços e
demissões em massa de funcionários públicos.
No
entanto, a abordagem da Alvarez & Marsal foi criticada por falta de
transparência, falta de consideração pelas comunidades locais e impactos
negativos na qualidade de vida dos residentes de New Orleans.
Os
principais obstáculos enfrentados pela comunidade de New Orleans devido às
ações da Alvarez & Marsal durante a reconstrução pós-furacão Katrina
incluem:
1.
Demissões em massa de funcionários públicos, resultando em perda de empregos e
impacto nas famílias locais.
2.
Privatização de serviços essenciais, levando a aumentos de preços e redução da
qualidade dos serviços prestados.
3.
Falta de transparência nas decisões financeiras e de reestruturação, gerando
desconfiança e insatisfação na comunidade.
4.
Redução de investimentos em infraestrutura e programas sociais, prejudicando a
recuperação e o desenvolvimento sustentável da região.
5.
Aumento das desigualdades socioeconômicas, com a concentração de benefícios em
determinados grupos e a marginalização de outros.
Esses
obstáculos contribuíram para prolongar o sofrimento e dificultar a reconstrução
efetiva de New Orleans após o furacão Katrina.
A
falta de consideração pelas comunidades locais por parte da Alvarez &
Marsal teve um impacto significativo e negativo na reconstrução de New Orleans
após o furacão Katrina.
Ao
priorizar cortes de custos e reestruturação financeira sem levar em conta as
necessidades e realidades locais, a empresa de consultoria falhou em entender a
complexidade e a sensibilidade da situação pós-desastre.
Isso
resultou em:
1.
Decisões que não levaram em consideração a cultura, história e identidade das
comunidades locais, causando alienação e ressentimento.
2.
Redução de investimentos em programas sociais e infraestrutura essenciais para
a recuperação das comunidades afetadas, prejudicando a qualidade de vida dos
residentes.
3.
Falta de diálogo e participação das comunidades locais nas decisões que
impactavam diretamente em suas vidas, minando a confiança e a colaboração
necessárias para uma reconstrução eficaz e sustentável.
Essa
falta de consideração pelas comunidades locais contribuiu para a perpetuação
dos desafios enfrentados por New Orleans após o furacão Katrina e dificultou o
processo de reconstrução e recuperação da cidade.
As
ações da Alvarez & Marsal durante a reconstrução pós-furacão Katrina
tiveram um impacto significativo na confiança da população de New Orleans nas
autoridades e nas empresas de consultoria.
A
falta de transparência, a falta de consideração pelas comunidades locais e as
decisões unilaterais tomadas pela empresa contribuíram para a deterioração da
confiança dos residentes.
Isso
resultou em:
1.
Desconfiança nas autoridades locais e no governo dos Estados Unidos por terem
contratado uma empresa cujas ações prejudicaram a comunidade em vez de
ajudá-la.
2.
Ceticismo em relação a futuras parcerias com empresas de consultoria, devido ao
histórico negativo deixado pela Alvarez & Marsal.
3.
Sentimento de abandono e negligência por parte das empresas contratadas para
auxiliar na reconstrução, o que gerou ressentimento e descrença nas intenções
por trás dessas parcerias.
Essa
perda de confiança teve um impacto duradouro na relação entre a população de
New Orleans, as autoridades e as empresas de consultoria, dificultando a
colaboração e a eficácia de futuros esforços de reconstrução e recuperação.
• Deputada
do PT aciona Ministério Público questionando parceria do governo do RS com
empresa Alvarez & Marsal
A
deputada estadual Laura Sito (PT) acionou o Ministério Público do Rio Grande do
Sul (MP-RS) para seja investigada a cooperação entre o governo gaúcho e a
empresa estadunidense Alvarez & Marsal.
O
governo de Eduardo Leite (PSDB), seguindo a iniciativa tomada pouco antes pelo
prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anunciou uma parceria para que
a consultora atue na reconstrução do estado, devastado pelas chuvas.
Segundo
informou à imprensa o secretário estadual extraordinário de apoio à
reconstrução, Pedro Capeluppi, a Alvarez & Marsal deverá contribuir no
mapeamento de moradias, escolas, hospitais e infraestrutura que precisarão ser
refeitos. De acordo com o anúncio, a empresa trabalhará pelos próximos 30 dias
“sem ônus”.
Entre
consultorias já vendidas pela Alvarez & Marsal para a gestão pública após
catástrofes, estão os serviços prestados para o estado de Louisiana, nos
Estados Unidos, depois da passagem do furacão Katrina.
A
gentrificação da região central e a privatização da educação pública na capital
Nova Orleans, com a demissão de sete mil professores de escolas públicas, é um
dos legados deste processo de reconstrução na cidade estadunidense.
Em
documento protocolado neste domingo (19), Sito alega que a parceria entre os
entes públicos e privados não consta no Diário Oficial.
A
deputada, que preside a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa do Rio Grande do Sul, questiona por qual motivo que, por estar
prestando um serviço público, ainda que de forma não onerosa, a empresa não
deve estar sujeita ao controle externo da administração pública.
“A
Lei 14.133/2021, em seu art. 72, coloca o rol de documentos exigíveis para a
contratação direta pela administração, em casos de inexigibilidade e de
dispensa de licitação. Não conseguimos localizar essa documentação por parte da
empresa, que já estaria atuando em solo gaúcho”, diz o documento entregue ao
Ministério Público.
A
deputada argumenta, ainda, que a única exceção para que contratações diretas
não constem no Portal Nacional de Contratações Públicas no prazo de 10 dias, é
quando se trata de urgência. “Porém, como desconhecemos o conteúdo do contrato
e a prefeitura referiu ser para ‘reconstrução’, não se pressupõe a urgência,
tendo em vista que sequer baixou a água das enchentes”, diz Laura Sito, no
documento.
“Sabemos
que são em momentos delicados como o que estamos vivendo que muitas empresas e
instituições aproveitam para lucrar. São bilhões que estão sendo anunciados,
por isso é preciso estarmos atentos. Queremos transparência”, afirmou Sito.
Fonte:
Jornal GGN/Brasil de Fato
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