quinta-feira, 23 de maio de 2024

Envio de instrutores da OTAN para a Ucrânia reflete guerra do Vietnã, diz ex-deputado dos EUA

A declaração é do ex-deputado da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Ron Paul, que comparou o envio de militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para a Ucrânia no início da guerra do Vietnã no século XX.

A indicação do Departamento de Defesa dos EUA de que instrutores da OTAN poderiam ser enviados à Ucrânia reflete as mesmas decisões que levaram ao início da longa guerra dos Estados Unidos no Vietnã, disse o ex-deputado Ron Paul nesta terça-feira (21). O conflito durou mais de duas décadas e terminou sem sucesso para os aliados norte-americanos no país.

"Isso, é claro, é exatamente como começamos a Guerra do Vietnã, mas a Rússia em 2024 está longe do Vietnã dos anos 1950. A Rússia de hoje é um país que pode revidar e pode projetar poder militar até a fonte, o que significa os Estados Unidos", disse Paul em um artigo.

Paul também criticou a declaração da ex-funcionária do Departamento de Estado dos EUA, Victoria Nuland, que defendeu que o país deve facilitar o uso de mísseis norte-americanos contra o território russo em ataques das Forças Armadas da Ucrânia. Para Ron Paul, a medida em resposta aos fracassos do regime de Vladimir Zelensky poderia levar a um conflito nuclear.

  • Envolvimento dos EUA 'baseado em mentiras'

O envolvimento dos EUA na guerra por procuração na Ucrânia tem sido baseado em mentiras e conta também com a mídia norte-americana intimamente ligada ao complexo militar-industrial do país.

Enquanto isso, os defensores da presença norte-americana no conflito ucraniano exigirão escalada, como ataques à Rússia e o envio de tropas dos EUA à Ucrânia, até que a Rússia contra-ataque, disse Paul. Nesse ponto, "tudo estará acabado", acrescentou.

Além disso, um editorial divulgado no último fim de semana pelo The Washington Post admitiu que a Rússia demonstrou uma resiliência militar e econômica maior do que os países ocidentais esperavam. "No ano passado, a contraofensiva ucraniana falhou. A Rússia provou sua resiliência tanto econômica como militarmente", publicou o jornal.

Conforme a publicação, desde o início da operação militar especial, os Estados Unidos e os aliados europeus introduziram sanções econômicas antirrussas e forneceram armas às Forças Armadas da Ucrânia "para travarem uma longa guerra". Porém, as medidas não tiveram êxito em destruir a economia russa, ao mesmo tempo que Kiev enfraqueceu enquanto tenta se recuperar de uma "pausa debilitante de seis meses nas entregas de armas norte-americanas".

·        'Desafio formidável': mídia dos EUA indica caça russo que supera aviões de combate F-16 da OTAN

O caça russo Su-57 de quinta geração é superior ao avião de combate F-16 que o Ocidente prometeu entregar à Ucrânia, o que reduz a potencial eficácia da aeronave para as Forças Armadas da Ucrânia, escreve a Newsweek.

"Embora o F-16 forneça confiabilidade e versatilidade para a defesa da Ucrânia, as capacidades aprimoradas do Su-57, com baixa visibilidade, são um desafio formidável", ressalta a mídia.

Destaca-se que o caça russo pode transportar uma grande variedade de armas, bem como voar em velocidade de cruzeiro supersônica. Além disso, o jornal acrescenta que o Su-57 tem a capacidade de sincronização com radares terrestres, o que lhe proporciona uma enorme vantagem ante o F-16 norte-americano.

O Su-57 é um caça multifuncional russo de quinta geração desenvolvido pela empresa Sukhoi. A aeronave foi projetada para destruir todos os tipos de alvos aéreos, terrestres e de superfície.

O caça tem velocidade de cruzeiro supersônica, armamento intrafuselagem, revestimento absorvente de ondas de rádio, bem como o mais recente conjunto de equipamentos de bordo.

¨      Rússia: envio de tropas francesas à Ucrânia elevará risco de confronto entre 2 potências nucleares

A participação da França nas hostilidades na Ucrânia fará com que o país seja oficialmente parte do conflito, o que aumentará em muito o risco de um confronto entre as duas potências nucleares, declarou em entrevista à Sputnik Artyom Studennikov, diretor do primeiro departamento europeu do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou no início de maio, em uma entrevista ao The Economist, que não descarta a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia se a Rússia romper a linha de frente, e se houver tal solicitação de Kiev. Segundo ele, "muitos países da UE" concordaram com essa abordagem da França.

"A participação de soldados franceses no conflito ucraniano tornará oficialmente a França, de jure, parte desse conflito. Isso inevitavelmente aumentará imensamente o risco de um confronto no campo de batalha entre as duas potências nucleares, que está repleto de consequências mais imprevisíveis", disse Studennikov.

Ele ressaltou que "os militares franceses se tornarão alvos legítimos" para as Forças Armadas russas.

"Estão os franceses dispostos a morrer pelos interesses do regime ucraniano neonazista e de seus curadores anglo-saxões? O que as autoridades francesas vão dizer às famílias das vítimas? Acho que Paris tem aqui coisas em que pensar", disse o diplomata.

"Espero que nas elites francesas prevaleça o instinto de autopreservação, se não o bom senso, embora seja cada vez mais difícil contar com isso. De qualquer modo, estamos prontos para qualquer eventualidade", concluiu o diplomata russo.

No contexto das declarações beligerantes de políticos ocidentais e ações desestabilizadoras da OTAN, o Estado-Maior da Rússia, por ordem do presidente Vladimir Putin, iniciou exercícios das unidades de mísseis do Distrito Militar do Sul. Estes exercícios destinam-se a testar o uso de armas nucleares táticas.

¨      Na cúpula da Suíça, Zelensky insiste em ver a China, que rejeita participar do encontro sem a Rússia

Apesar de as autoridades chinesas já declararem repetidamente que não há sentido em realizar uma cúpula de paz sobre a Ucrânia sem a participação da Rússia, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, voltou a insistir que gostaria de ter a participação de Pequim no encontro, previsto para junho.

"Queremos que a China participe da cúpula, isso é muito importante para nós", disse Zelensky em entrevista à agência Reuters divulgada nesta terça-feira (21).

Conforme Zelensky, devem ser discutidas na cúpula da Suíça três pontos principais: segurança nuclear; segurança alimentar, que inclui a navegação nos mares Negro e de Azov; e a troca de prisioneiros sob a fórmula "todos por todos".

"Se todos os países apoiarem (esses três pontos), elaboraremos um plano técnico passo a passo e depois o apresentaremos ou o passaremos adiante. Em diferentes plataformas de diferentes países, conversaremos com representantes da Rússia. Se conseguirmos levar esses três pontos a uma conclusão lógica, poderemos avançar para a segunda parte dos pontos difíceis, que podem levar ao fim da guerra", acrescentou Zelensky, sem mencionar a ausência da própria Rússia nas discussões.

Putin diz que Rússia está pronta para participar das negociações

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na última sexta-feira (17), durante agenda em Harbin, na China, que a Rússia está pronta para participar de negociações de paz com a Ucrânia, mas não houve um convite para a conferência na Suíça.

Conforme a agência chinesa Xinhua, o homólogo Xi Jinping, em uma reunião com Putin, afirmou que Pequim apoia a realização da cúpula de paz para resolver a situação na Ucrânia no momento apropriado, porém com a participação igualitária nas discussões de Moscou e Kiev.

Anteriormente, a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, lembrou que o país pediu cautela aos parceiros na questão e solicitou que se abstivessem de participar do encontro para evitar envolvimento em provocações antirrussas.

  • Sem presença brasileira

O governo brasileiro já informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estará no encontro, mesma medida tomada pelo homólogo Cyril Ramaphosa, da África do Sul, que alegou compromissos pós-eleição.

A Suíça vai sediar a conferência sobre a Ucrânia nos dias 15 e 16 de junho, em Lucerna. O porta-voz da embaixada da Rússia em Berna, Vladimir Khokhlov, disse anteriormente à Sputnik que o país não havia enviado um convite para a participação russa na cúpula sobre a Ucrânia, e que Moscou não iria de qualquer forma. A autoridade acrescentou que a conferência é mais uma tentativa de pressionar por uma "fórmula de paz" inviável, que não leva em consideração os interesses russos.

  • 'Perdeu legitimidade': Zelensky não tem mais o direito de representar a Ucrânia, diz opositor

O líder ucraniano Vladimir Zelensky não tem mais o direito de representar a Ucrânia na arena internacional, disse à Sputnik o opositor ucraniano e doutor em direito, Viktor Medvedchuk.

"A questão não é se ele pode ou não, mas o fato de ele não ter o direito de fazê-lo", afirmou Medvedchuk respondendo à pergunta se Zelensky pode representar a Ucrânia na arena internacional a partir de 21 de maio.

De acordo com o opositor, Zelensky "não representa mais a Ucrânia, sua assinatura nos documentos não significa nada, já que não tem força legal".

Medvedchuk, antigo deputado da Suprema Rada (parlamento ucraniano), observou que, durante o mandato de Zelensky, o país deixou de existir economicamente, politicamente e "a partir de 21 de maio de 2024, Zelensky perdeu sua legitimidade […]".

O mandato do chefe de Estado da Ucrânia expirou em 20 de maio. As eleições presidenciais deveriam ocorrer na Ucrânia em 31 de março de 2024, a posse do novo presidente eleito deveria ser em maio. Entretanto, alegando a lei marcial e a mobilização, as eleições foram canceladas. Zelenksy havia declarado que agora "não é tempo" para eleições, enfatizando que essa questão deve ser encerrada.

O presidente russo, Vladimir Putin, observou que a questão da legitimidade de Zelensky após o fim de seu mandato deve ser resolvida pelo sistema político e jurídico da própria Ucrânia.

¨      Acusações do Ocidente contra Rússia relativas a Zaporozhie são politizadas, afirma governo russo

As declarações de que a Rússia não tem como garantir a segurança nuclear da usina nuclear de Zaporozhie são politizadas, de acordo com o representante da Rússia perante as organizações internacionais em Viena, Roman Ustinov.

"Todas as acusações inventadas contra nós, de que não podemos manter o nível adequado de segurança nuclear e proteção física, são declarações politizadas", disse Ustínov nesta terça-feira (21) à imprensa na ocasião da Conferência Internacional sobre Segurança Nuclear, em Viena, Áustria, que começou ontem (20) e vai até sexta-feira (24).

Antes do início do fórum, o governo russo divulgou relatório sobre a proteção e manutenção do local nuclear de maneira sustentável e segura entre todos os estados membros da usina, que passa por constantes bombardeios ucranianos.

"Quando alguns países fazem tais declarações politizadas, é bastante claro que estão menos interessados ​​na segurança nuclear física, mas estão interessados, acima de tudo, nas suas próprias atitudes políticas. Utilizam qualquer fórum ou evento para esse fim. Até certo ponto, isso é um desrespeito aos organizadores, à AIEA e ao diretor-geral da agência, Rafael Grossi, disse o diplomata.

A usina nuclear de Zaporozhie, a maior da Europa, está localizada próximo à cidade de Energodar, em uma área sob controle militar russo desde março de 2022.

No início do dia, a Rússia enviou nota à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), solicitando a difusão do relatório. O material descreve detalhadamente como a Rússia garante a segurança física e nuclear da usina, construída na época soviética, cuja tecnologia é russa.

"Esperamos que o secretariado da AIEA o estude em detalhes enquanto prepara seu próprio relatório para a reunião de junho do Conselho de Governadores da AIEA", disse Ustinov, ao acrescentar que alguns países já demonstraram interesse no relatório.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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