ONU vota esmagadoramente pelo fim do embargo americano a Cuba; EUA e
Israel se opõem
A votação da resolução na Assembleia Geral, que tem
193 membros, igualou o recorde de apoio a Havana ocorrido em 2019: 187 votos
pelo fim do embargo. Estados Unidos e Israel se opuseram enquanto a Ucrânia se
absteve.
Nesta quinta-feira (2), a Assembleia Geral da ONU
votou esmagadoramente, nas palavras da AP News, para condenar o embargo
econômico norte-americano a Cuba pelo 31º ano.
Segundo a mídia, a votação foi de 187 votos a
favor, com a oposição de Washington e Tel Aviv e abstenção de Kiev. Somália,
Venezuela e Moldávia não votaram.
O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno
Rodríguez, exortou a assembleia antes da votação a apoiar "a razão e a
justiça", a Carta da ONU e o direito internacional e a apoiar a resolução.
Rodríguez disse que o embargo norte-americano impôs
"as medidas coercivas unilaterais mais cruéis e duradouras que já foram
aplicadas contra qualquer país" e que constitui "um crime de
genocídio" e um "ato de guerra econômica em tempos de paz".
O objetivo americano, disse Rodríguez, é
enfraquecer a vida econômica cubana, deixar o seu povo faminto, desesperado e
derrubar o governo: "Deixe Cuba viver sem o bloqueio!", exclamou o
chanceler antes da votação.
Apesar dos apelos do chanceler cubano, o
vice-embaixador dos EUA, Paul Folmsbee, disse à assembleia após a votação que
Washington mantêm as suas sanções, que são "um conjunto de ferramentas no
nosso esforço mais amplo em relação a Cuba para promover a democracia e
promover o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais".
Folmsbee instou Havana a responder aos pedidos do
Conselho de Direitos Humanos da ONU para enviar especialistas ao país para
investigar a sua adesão aos direitos, incluindo a liberdade de expressão,
religião e reunião pacífica.
A mídia afirma que houve vaias esporádicas na
assembleia quando o vice-embaixador concluiu dizendo que a Assembleia Geral
deveria instar o governo cubano "a aderir às suas obrigações em matéria de
direitos humanos e a ouvir o povo cubano e as suas aspirações para determinar o
seu próprio futuro".
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Rússia e Cuba assinam acordo de cooperação
comercial e econômica até 2030
Vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Chernyshenko,
diz que acordo visa incentivar o crescimento do comércio e do investimento
entre os dois países e fortalecer os laços entre as comunidades empresariais.
Os governos da Rússia e de Cuba assinaram, nesta
quarta-feira (1º), um acordo de cooperação comercial e econômica com duração
até 2030.
A informação foi dada em comunicado divulgado pelo
vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Chernyshenko, após uma reunião com seu
homólogo cubano, Ricardo Cabrisas.
"Após a reunião, foi assinado um acordo de
cooperação comercial e econômica até 2030. O documento estipula a expansão da
cooperação nas esferas comercial, econômica, científica e técnica, estimulando
o crescimento do comércio e do investimento, e fortalecendo os laços entre as
comunidades empresariais, criando condições para uma aproximação efetiva das
empresas dos dois países", afirmou o comunicado.
Durante a reunião, Chernyshenko e Cabrisas discutiram
iniciativas conjuntas, incluindo projetos para a construção de estações solares
em Cuba, uma empresa agroindustrial para cultivar e processar cana-de-açúcar,
produção de fertilizantes, bem como vários projetos de infraestruturas. O
vice-primeiro-ministro russo também enfatizou a importância de aumentar a
cooperação bilateral na indústria energética.
"As questões do desenvolvimento do turismo
também foram abordadas. No primeiro semestre deste ano, mais de 60 mil russos
visitaram Cuba. Tendo em conta o lançamento de voos regulares a partir de 1º de
julho de 2023, o fluxo turístico russo cresce de forma constante. O Ministério
do Transporte da Rússia planeja aumentar o número de voos da Rússia para Cuba.
Até ao final de 2023 há planos para operar até dez voos por semana", disse
o comunicado.
Ø Países latino-americanos demonstram interesse no centro nuclear russo
na Bolívia
Vários países latino-americanos demonstraram
interesse em um centro de tecnologia nuclear que está sendo construído pela
empresa estatal russa Rosatom na Bolívia e estão participando de negociações
comerciais, disse à Sputnik o presidente da Rusatom Overseas (parte da
Rosatom), Yevgeny Pakermanov.
"Ao criar estas capacidades na Bolívia,
estamos confirmando a liderança da Rosatom no domínio das tecnologias nucleares
não energéticas. Portanto, a resposta é sim, há interesse [de outros países].
Não vou nomeá-los porque as negociações comerciais ainda não foram
concluídas", disse Pakermanov.
O presidente acrescentou que a iniciativa é importante
para a Rússia como um projeto para toda a América Latina, não apenas para a
Bolívia, pois o interesse nele só deve aumentar depois de concluído.
"Acreditamos realmente que esta é uma
instalação importante para a Rosatom, não apenas no contexto de um país — a
Bolívia, mas também no contexto de todo o continente latino-americano. Estamos
absolutamente confiantes de que este projeto certamente contribuirá para o
crescimento de interesses nos países vizinhos à medida que as instalações são
comissionadas, à medida que atingem a capacidade projetada e à medida que as
novas tecnologias são dominadas", disse Pakermanov.
A Rússia e a Bolívia assinaram um contrato para a
construção do centro de tecnologia e investigação nuclear em 2017. A instalação
oferecerá uma gama de soluções de alta tecnologia para vários setores,
incluindo saúde, agricultura, ecologia e ciência nuclear. A data prevista para
a conclusão do centro é 2025.
Ø Israel diz que líderes da América Latina estão 'mal informados' sobre
Gaza e critica Brasil na ONU
Diplomacia israelense afirma que números divulgados
de mortos no conflito são divulgados pelo Hamas, e sendo assim, "os
presidentes latino-americanos estão sendo mal informados". Ao mesmo tempo
alega que a atuação do Brasil nas Nações Unidas "não foi
construtiva".
Na quarta-feira (1º), o Consulado-Geral de Israel
em São Paulo convocou a imprensa para exibir imagens do ataque do Hamas em
território israelense em 7 de outubro. O vídeo apresentado aos jornalistas é
composto por imagens captadas de câmeras corporais usadas por militantes do
grupo, de registros publicados em redes sociais das vítimas e dos extremistas,
além de filmagens das próprias forças de segurança de Israel, relata o jornal O
Globo.
As cenas retratadas vão desde a invasão por terra,
com terroristas em cima de caminhonetes atirando contra motoristas israelenses
em estradas, até ataques contra famílias em vários kibutz, escreve a mídia.
O governo israelense também apresentou o vídeo em
Tel Aviv, Pequim, Nova Deli e Paris, e pelo menos uma delas na Assembleia Geral
da ONU em Nova York na semana passada. No entanto, no Brasil, o cônsul Rafael
Erdreich mostrou impaciência quando questionado sobre o posicionamento de
alguns presidentes da América do Sul a respeito do conflito.
Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
chamou o conflito de "genocídio" ao criticar a morte de crianças em
Gaza, Gustavo Petro, da Colômbia, e Gabriel Boric, do Chile, convocaram seus
embaixadores em Israel para consultas. Já a Bolívia rompeu relações com o
Estado judeu.
"Quais são as fontes de informação dos
presidentes da América Latina? Por que estão publicando 8.000 mortos de civis
em Gaza? Israel está atacando o Hamas [...] eu acho que os presidentes estão
sendo mal informados do que está acontecendo", afirmou Erdreich citado
pela mídia.
Segundo o diplomata, o Hamas "tem controle das
versões disseminadas mundo afora" e que o número de vítimas durante os
bombardeios israelenses sobre a Faixa de Gaza são distorcidos.
"O Hamas controla o Ministério da Saúde em
Gaza. Dois minutos depois de um evento [a explosão no Hospital al-Ahli] que
teve [supostamente] 500 mortos, eles divulgaram informações. Nós estamos
verificando os números antes de publicar", afirmou Erdreich.
Questionado pelo jornal sobre como o governo de
israelense viu a atuação do Brasil na presidência frente do Conselho de
Segurança da ONU no mês de outubro, quando o país ocupou a presidência rotativa
do órgão, e o posicionamento de Lula em relação ao conflito, o cônsul fez mais
críticas.
"O Brasil apresentou várias ideias que não
foram aceitas. Mas estamos vendo o que está dizendo o governo daqui. Acho que
eles são mal informados. Tem que repensar e saber qual é a fonte de informação
deles. [A atuação do Brasil no conselho] não foi construtiva o suficiente",
declarou.
Na liderança do órgão, diplomatas brasileiros
tentaram passar uma resolução que pedia o cessar-fogo do conflito, no entanto,
o texto foi vetado pelos Estados Unidos.
Ø Ocidente tenta impedir expansão do BRICS, mas processo continuará, diz
Conselho de Segurança russo
O vice-secretário do Conselho de Segurança da
Rússia, Aleksandr Venediktov, afirmou que emissários ocidentais estão tentando
impedir a expansão do BRICS com subornos e ameaças.
"Essas tendências [de expansão do BRICS] certamente
não agradam aos países ocidentais. Eles querem construir um novo mundo apenas
para a elite, onde os direitos e interesses de todos os outros simplesmente não
serão considerados. Vemos viagens intermináveis de seus emissários a diversas
regiões do mundo na esperança de subornar ou fazendo ameaças, para mudar o
curso natural da história. Contudo, hoje é absolutamente óbvio que todas as
tentativas ocidentais de comprometer o modelo multipolar de cooperação
internacional não dão resultado", afirmou à Sputnik.
Ele também destacou que a adesão de novos países ao
BRICS é um sucesso da diplomacia russa e uma conquista conjunta de todos os
membros, e que o processo de expansão continuará.
"É um sucesso não apenas da diplomacia russa,
é uma conquista conjunta de todos os membros dos cinco. Mas o mais importante é
que é uma prova do desejo objetivo dos líderes regionais de encontrar
compromissos e construir uma cooperação internacional mutuamente benéfica com
outros Estados", destacou.
Também foi observado que em 2024, a Rússia assumirá
a presidência do BRICS, com o lema de "fortalecer o multilateralismo para
um desenvolvimento global igualitário e seguro".
Presidente
do Congresso dos EUA fala sobre possível impeachment de Joe Biden: 'Muito em
breve'
O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA,
Mike Johnson (Partido Republicano), disse nesta quinta-feira (2) que
"muito em breve" a casa legislativa chegará a uma conclusão sobre
iniciar os procedimentos de impeachment do presidente Joe Biden.
As declarações de Johson foram feitas após o
deputado ter participado do programa do comentarista político conservador Sean
Hannity, no canal televisivo Fox News.
Durante a entrevista, Hannity listou os possíveis
crimes de Biden, que vão desde utilizar sua influência política para perseguir
um promotor ucraniano que investigava seu filho e realizar negociações
internacionais, à usar o dinheiro público como garantia de empréstimos
bancários.
De acordo com Johnson, essa foi "uma recitação
muito boa dos fatos".
"Acredito que muito em breve chegaremos a uma
decisão sobre isso", disse Johnson em uma coletiva de imprensa.
A fala foi vista pela mídia americana como uma
inclinação do presidente da Câmara para a abertura do processo de deposição de
Biden. "Depois da declaração de guerra, o impeachment é provavelmente o
poder mais sério que o Congresso possui", disse Johnson.
"Vamos seguir as evidências até onde elas
levam e veremos", disse Johnson. "Essa é a razão pela qual passamos
para a fase de inquérito de impeachment do presidente. Porque se, de fato,
todas as evidências levarem aonde acreditamos que levarão, provavelmente isto é
um crime passível de deposição."
O presidente da Câmara ainda observou, durante o
programa de Hannity, que se um dos motivos para impeachment é suborno, o que,
segundo ele, a situação de Biden "se assemelha e cheira a isso".
Ø 'Zelensky mordeu a isca': Ocidente forçou Ucrânia a recusar negociar
com Rússia, diz analista
Os países ocidentais e os nacionalistas ucranianos
forçaram o presidente Vladimir Zelensky a abandonar as negociações com a
Rússia, disse o ex-capitão da Marinha dos EUA, Matthew Hoh, em uma entrevista
ao canal Judging Freedom no YouTube.
Antes de ser eleito, Vladimir Zelensky afirmou que
faria negociações de paz com Vladimir Putin, que eles resolveriam os problemas
diplomaticamente e discutiriam o conflito em Donbass, mas, depois de algum
tempo, sua posição mudou radicalmente, afirmou Matthew Hoh.
"Assim que ele assumiu o cargo, […] as forças
de extrema direita, ultranacionalistas e neonazistas o agarraram e disseram:
'Está vendo aquela árvore ali? É ali que você será enforcado se fizer a
paz'", diz o especialista.
O político ucraniano foi pressionado não apenas por
nacionalistas em seu próprio país, mas também por representantes dos países ocidentais,
persuadindo-o a rejeitar qualquer acordo de paz com o Kremlin.
"E ele mordeu a isca. Ele concordou com tudo.
E agora ele está mergulhando ainda mais seu povo nessa guerra obviamente
perdida", resumiu Matthew Hoh.
A Rússia indicou repetidamente sua disposição para
efetuar negociações de paz, mas a Ucrânia as proibiu por lei. O presidente
ucraniano, Vladimir Zelensky, disse já na cúpula do G20 em novembro de 2022 que
"não haverá Minsk-3". Essas palavras confirmam plenamente a posição de
Kiev sobre sua falta de vontade de resolver o conflito pacificamente, segundo o
porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Fonte: Sputnik Brasil
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