Vladimir Miguel Rodrigues: Uma voz radical na sociedade pós-abolição
13 de maio de 1888 não passou despercebido pelo
menino Lima Barreto, que comemorava 7 anos naquele dia. Como em toda a
infância, gostos, sons, símbolos formam o imaginário da criança. No caso de
Lima, a semiótica tornava-se ainda mais forte pela sua cor. O garoto foi
influenciado pelo famoso evento ocorrido da assinatura da Lei Áurea no Paço
Imperial. Um acontecimento histórico que contou com a presença das lideranças
abolicionistas.
Lima Barreto destaca que alguns daqueles
personagens teriam utilizado do fato para se autopromoverem, como foi o caso de
José do Patrocínio, filho de uma escravizada alforriada com um presbítero. Em
seu Diário Íntimo ele revela sobre a data e o abolicionista:
“quem conheceu o Patrocínio como eu conheci, lacaio de todos os patoteiros,
alugado a todas as patifarias, sem uma forte linha de conduta nos seus atos e
nos seus pensamentos, não acredita que pudesse ter sido, como dizem, o apóstolo
da abolição”.
Lima esteve presente não só na cerimônia da Lei
Áurea. Levado por seu pai, o qual vislumbrava a história passando,
literalmente, à frente da vida do garoto. O futuro escritor também esteve na
famosa missa campal celebrada no dia 17 de maio de 1888 em ação de graças pela
abolição da escravatura. Lima percebeu de que maneira a elite brasileira foi
tomando para si a memória da abolição, retirando-a das conquistas populares. A
alegria contagiante da lei assinada pela princesa Isabel ficaram guardadas para
sempre na memória do escritor, que anos depois lembrou da cena na crônica
“Maio”, publicada na Gazeta da Tarde em 4 de maio de 1911.
Neste instante, imbuído de um sentimentalismo
melancólico, recorda que o decreto de Isabel fez prevalecer, em um primeiro
momento, a ideia de que o Brasil vivia um momento de liberdade real, de alegria
e de comunhão. A celebração do aniversário e da abolição misturavam-se no
imaginário da infância como sinônimos de comemoração e felicidade. Ressalta-se
o impacto da imagem da princesa Isabel sobre a criança, que perdera a mãe muito
cedo e que pode ser estendida aos brasileiros como um todo: doce, materna,
santificada, responsável pela realização da abolição e pelo início de um novo
ciclo para o país. A passagem, mítica, fica guardada na memória do adulto,
castigado pelo tempo, pela bebida e pela saudade, transformando a imagem do
passado em uma fantasia de criança… e de história, como relata Lilian Schwarcz,
em seu livro Lima Barreto, triste visionário:
“O
imprevisto mais parecia encontro marcado; a esperança virava ceticismo, e Lima
não lembra mais aquele menino curioso e de braço dado com seu pai. Ao
contrário, o tempo, em vez de bom amigo, virava espécie de ‘inimigo’ e
atropelava as esperanças da época da Lei Áurea. Nada de milagres ou de tesouros
enterrados. E conclui: ‘E assim se faz a vida, com desalentos e esperanças, com
recordações e saudades, com tolices e coisas sensatas, com baixezas e
grandezas, à espera da morte, da doce morte, padroeira dos aflitos e
desesperados…’”.
E o sonho de uma nova sociedade, igualitária, que a
princesa Isabel traria com a Lei Áurea tornou-se o pesadelo da realidade da
diferença pelo racismo, pelo descaso governamental, pelo abandono dos
ex-escravizados, os quais viveram, em geral, à margem da nova, mas ainda velha,
sociedade que emergia com a Proclamação da República – afinal a estrutura
material era praticamente a mesma. A nova elite “republicana” que se formava no
coração da capital era uma “elite arrivista”. Eliminadas as elites tradicionais
do Império e a sua clientela nobiliárquica e parasitária, assim como afastados
do centro do poder político os grupos que de fato se comprometiam com as
demandas populares, subia ao poder um novo grupo social, o qual ia além da
cartola do café.
·
Os arrivistas e a falsa
República
Éessa gente que ocupou os espaços públicos
cariocas, tomando de assalto o poder político e econômico, cuja imagem de
negócio, a todo custo, poderia ser a especulação na Bolsa de Valores. Lima
Barreto, na crônica “O trem de subúrbios”, também percebeu a tendência, explícita,
inclusive nos indivíduos suburbanos, reconhecida como um elemento de status e
diferenciação social.
Os arrivistas substituíram os antigos nobres nas
funções políticas republicanas. Velhos e novos cargos passaram para as mãos
desses grupos, os quais passaram a constituir uma nova elite, sendo premiados
fartamente com “nomeações”, “concessões”, “favores”, “privilégios” e
“proteções”, obviamente indo na contramão do republicanismo, constituindo uma
plutocracia. Ou, como Nicolau Sevcenko, em Literatura como
missão, pontuou:
“Era
a consagração olímpica do arrivismo agressivo sob o pretexto da democracia e o
triunfo da corrupção destemperada em nome da igualdade de oportunidades”.
Não proclamaram a República coisa alguma. As ações
entre amigos do poder, brancos, continuaram a partilhar a riqueza entre seus
pares, em um momento, no qual deveriam ter sido realizadas medidas de reparo
aos escravizados, como, por exemplo, uma reforma agrária. Mas, na verdade,
quando se pensou em indenização ao longo do processo de abolição, ela foi
defendida por parte dos senhores.
·
Contra a intelectualidade
burguesa
Que farsa de abolição, a qual era escondida pelas
funções da ideologia burguesa, inclusive marcada por uma grandiloquência dos
literatos do começo do século XX, podendo ser interpretada como um meio de
enganar, com artifícios de linguagem, as pessoas mais simples. Rui Barbosa
seria um operador da ideologia. Abusando da ironia, Lima critica a norma culta,
o proselitismo de araque dele, usando dessa ferramenta como uma forma de
esnobar superioridade intelectual frente à simplicidade da maior parte da
população.
A mentira citada relaciona-se ao comentário de Rui
Barbosa sobre o episódio do dia 15 de novembro de 1889, a Proclamação da
República, a qual é descrita numa manhã “fresca, azulada e radiante”, quando,
para Lima, na verdade, o dia foi “chuvosa, ventosa e hedionda”. Aqui vê-se uma
disputa de memória e o papel da literatura de Lima como algo “do contra” aquilo
que estava sendo cristalizado como “oficial” e “verdadeiro”. Este é um bom
retrato do comportamento literário de Lima Barreto, utilizando da literatura
como uma voz questionadora dos padrões estabelecidos pela ideologia e governo.
Percebe-se que a estilística de Lima, simples,
próxima à linguagem do povo, também pode ser vista como uma forma de
resistência perante os ares da intelectualidade burguesa que se instaurava na
republiqueta brasileira. Portanto, Lima Barreto não se identifica com a
linguagem rebuscada da elite. Seria esse um dos motivos para a sua literatura
ter tido dificuldades de aceitação nos meios intelectuais? Como lembrou Clóvis
Moura, em Dialética radical do negro no Brasil, Lima Barreto
quebrou, com seus textos, o monopólio literário dos brancos:
“Quando
Lima Barreto lançou a sua obra, foi combatido. Diziam que ele escrevia mal,
mas, numa carta a Autregésilo de Atayde, ele diz que não, escrevia assim
inconscientemente, porque queria criar uma linguagem de acordo com aquela
realidade desarticulada e dinâmica que estava se formando na sociedade brasileira,
especialmente no Rio de Janeiro. […] Quando os negros também escrevem de forma
diferente, essa forma diferente passa a ser forma inferior porque eles, os
críticos não aceitam uma literatura que exprima a diversidade cultural e étnica
do país.”
O racismo literário brasileiro é tão significativo
que aceita a presença dialetal de outros idiomas, mas quando a presença do
“diferente” é o africano, o tratamento é de discriminação. Não será por acaso
que Carolina Maria de Jesus, décadas mais tarde, sofrerá severas críticas em
seus textos.
·
A escravidão acabou, mas não
para Isaías Caminha
Aobra de Lima Barreto adotou um tom confessamente
biográfico e por que não “triste”, como Policarpo e o próprio autor? A questão
racial esteve no centro da obra Recordações do escrivão Isaías Caminha e
de seu Diário Íntimo. A obra começou a ser redigida, provavelmente,
nos primeiros meses de 1905, ainda sob as reverberações da Revolta da Vacina.
Isaías Caminha é um negro interiorano, o qual larga o provincianismo e vai em
direção à capital na busca de ascender na vida e combater as mazelas raciais
que leu no jornal certa vez.
São vários os elementos textuais utilizados na obra
que nos remetem à condição racial. Historicamente, os grandes intelectuais
brasileiros sempre viram de maneira negativa o hibridismo brasileiro. A
miscigenação teria destruído o presente e o futuro brasileiros. Mas Lima
Barreto, que fez de sua obra um espelho de sua realidade, tenta contar uma
outra versão. Ele próprio, negro, como milhões de outros brasileiros, relata as
qualidades da mestiçagem, primeiramente por meio de sua própria história e,
posteriormente, por outro personagem.
De maneira oposta a escritores do Romantismo, como
José de Alencar, o qual atribuiu uma identidade negativa ao negro e sua descendência,
Lima atribui um local de identidade positiva aos descendentes de escravizados
no Brasil, na contramão do pensamento social e de grande parte dos intelectuais
da época. Percebe-se o objetivo da mensagem de Lima Barreto. A mestiçagem está
longe de ser o problema do Brasil. O mestiço é inteligente como qualquer outra
pessoa, independentemente da cor. O problema é outro: a desigualdade de
oportunidades, a concentração de riquezas, a falta de educação que os
descendentes de escravizados tiveram após a abolição.
Assim como Lima, Isaías foi um excelente aluno na
escola, mas viveu em uma família com sérios desarranjos, ocasionados,
principalmente, pelo déficit educacional. Como os seus descendentes
conseguiriam concorrer com brancos letrados? Isso nos remete imediatamente à
noção da falsa abolição, da ideologia que ela promoveu, de uma suposta
sociedade em que brancos e negros seriam iguais. O monopólio da educação e da
terra mascararam a isonomia brasileira pós-1888. É isso que faz Isaías
perseguir a todo custo o título de “doutor”. Quantos ainda querem ser Isaías
Caminha, atualmente?
Existem vários indícios das proximidades entre
criador e criatura, ou seja, entre Lima Barreto e o personagem Isaías Caminha.
As visões de mundo de Lima, presentes na voz e trajetória de Isaías, são
válidas para ressaltar de que maneira o personagem se percebe num mundo de
branquitude, de alienação, inclusive, para a questão racial, como a sociedade,
leia-se, os brancos, o veem como negro, uma espécie de identidade atribuída, no
caso aos negros. Dessa forma, Isaías é um estranho, um outsider na
sociedade carioca, o “outro”, a exceção: “percebi que me viam como exceção”. O
motivo? Certamente, todo o processo histórico de exclusão racista.
A sensação de ser visto como o “outro” está
intimamente relacionada a uma sociedade cuja ideologia falseia a realidade,
pois quando a sociedade é cindida por uma rigorosa luta de classes, os
privilégios de cor aparecem. Algo que foi revelado em sua obra, de caráter
puramente autobiográfico, porque este é o espaço que coube a Lima Barreto,
crítico da República, da aristocracia carioca, de uma abolição mal resolvida.
Não há melhor passagem que esta para demonstrar o desterro do autor-personagem:
“quantas dores, quantas angústias! Vivo aqui só, isto é, sem relações
intelectuais de qualquer ordem”.
·
Imprensa e militância
antirracista
Dentro da esfera da questão racial, Lima também
tentou demonstrar por quais meios se construíram os discursos da superioridade
branca e os estereótipos relacionados à população descendente de escravizados.
Lima destaca um evidente silenciamento a que era imposta a população negra,
principalmente pelos seus espaços ocupados, em cargos de pouca importância, uma
vez que a educação, como visto, era para poucos.
Para ele, havia grande responsabilidade da imprensa
na geração desse racismo. Como naquele instante o monopólio da memória e da
verdade eram controlados pela classe dominante, dividindo-se entre a imprensa e
a literatura, a experiência de Lima e de seu personagem, Isaías, nos jornais
desvelam o poder que tal meio tinha para construir e destruir a imagem dos
negros.
A sua literatura se tornou um meio de denúncia do
papel da imprensa. Uma passagem relevante da obra e que nos mostra o tratamento
diferente que recebiam os negros ocorre quando Isaías vai parar na delegacia
para depor e ouve o capitão Viveiros comentar com um funcionário sobre o
“mulatinho” que ali estava. Este momento do romance possui um ar de epifania.
Até então, Isaías já havia passado por situações de vivência do preconceito,
mas nada de tão simbólico, linguisticamente falando, algo que torna as faces do
preconceito ainda mais expressivas e dolorosas. A revelação de sua identidade
ocorre por meio da relação com o outro, o qual desfere por meio de uma palavra,
de profunda carga semântica, o espaço social reservado para Isaías e seus
pares. Isaías imaginava, infelizmente de maneira equivocada, que isso seria
superado: “Entretanto, isso tudo é uma questão de semântica: amanhã, dentro de
um século, não terá mais significação injuriosa”. Passados mais de 130 anos do
fim de escravidão, o preconceito ainda deixa marcas indeléveis sobre a
sociedade brasileira.
De acordo com Frantz Fanon, em Os
condenados da terra, a questão da linguagem exerce papel fundamental nessa
construção.
“Atribuímos
uma importância fundamental ao fenômeno da linguagem. […] Falar é estar em
condições de empregar uma certa sintaxe, possuir a morfologia de tal ou qual
língua, mas é sobretudo assumir uma cultura, suportar o peso de uma civilização”.
Nada mais terrível que a linguagem de dominação
estabelecida pelos brancos sobre os denominados “negros”, os quais sofrem
preconceito por seus valores, história, cosmologia e religiosidade, sendo
reduzidos simplesmente a “negros” e suas derivações, mesmo após o suposto fim
da escravidão. Ainda hoje quantos “mulatinhos” são vistos de maneira pejorativa
por capitães Viveiros pelo Brasil?
Digamos que a epifania pela qual passa Isaías
Caminha lhe desvela a realidade distópica do Brasil negro desde a Primeira
República: um mar de preconceitos e desigualdades étnicas, algo que ainda
ficaria mais tenebroso quando da rememoração de sua juventude em um episódio do
recebimento de um troco:
Como
se demorassem em trazer-me o troco reclamei: “Oh! Fez o caixeiro indignado e em
tom desabrido. Que pressa tem você?! Aqui não se rouba, fique sabendo?” Ao
mesmo tempo ao meu lado, um rapazola alourado, reclamava o dele, que lhe foi
prazenteiramente entregue. O contraste feriu-me, e com os olhares que os
presentes me lançaram, mais cresceu a minha indignação. Curti durante segundos,
uma raiva muda, e por pouco ela não rebentou em pranto. Trôpego e tonto,
embarquei e tentei decifrar a razão da diferença dos dois tratamentos. Não
atinei; em vão passei em revista a minha roupa e a minha pessoa… Os meus
dezenove anos eram sadios e poupados, e o meu corpo regularmente talhado.
Lima explicitou nesta passagem um preconceito que,
na verdade, era mais do que recorrente na sociedade pós-escravidão. Que
abolição foi essa senão a de uma falácia, responsável por não romper as amarras
da vida daquele contingente populacional? A herança da escravidão não estava
escondida em meras situações sociais. Ela era evidente, presente ora na lei,
como visto com os capoeiras, ora nas relações banais cotidianas, como na
descrita no troco ou na delegacia. O racismo brasileiro era cruel e mascarado
pela alienação e ideologia vividas na suposta proclamação da República e
encerramento da escravidão. O preconceito instituído na sociedade
pós-escravidão agia no sentido de manter a destruição da imagem da população
negra, excluindo-a da participação efetiva nos meios de produção, ora pela
não-efetivação de seus direitos em uma sociedade burguesa, a isonomia liberal,
ora pela condenação de seus valores e símbolos.
O resultado desse processo no comportamento de
Isaías Caminha é a sua condenação de tudo aquilo que se refere à branquitude e
sua suposta superioridade:
“Fiquei
tendo um grande nojo, por tudo quanto tocava às letras, à política, e à
ciência, acreditando que todas as nossas admirações e respeitos não são mais
que sugestões, embustes e ilusões, fabricados por meia dúzia de incompetentes
que se apóiam e se impuseram à credulidade pública e à insondável burrice da
natureza humana.”
Pela narrativa estabelecida por Lima, percebe-se
que a branquitude manteve o seu poder durante o período pós-escravidão por meio
do controle não só das terras, mas também pelo monopólio da educação, algo que
se tornou quase que exclusivo das famílias brancas, uma vez que não era dever
do Estado. Daí o asco que Lima possuía do “doutorismo”.
A vida de Lima Barreto, ora contada pela sua
própria experiência, ora refletida em sua obra, como em Recordações do
escrivão Isaías Caminha, foi uma vida triste e angustiada finalizada em 1º
de novembro de 1922. Uma angústia que pode ser estendida a todos os seus pares,
descendentes de uma abolição mentirosa, a qual manteve a vida do negro sem
grandes alterações, dominada por um racismo estrutural, o qual projetou no
Brasil um teatro de máscaras que insistia em acreditar na ideologia burguesa,
patrocinados pelo viés branco – imprensa, Estado, religião, literatura – que a
escravidão e sua herança haviam sido encerradas pela canetada da princesa
Isabel. Se a objetividade social determina a subjetividade individual, como
pensou George Lukács, no caso de Lima, a literatura foi utilizada como uma
forma de narrar as situações adversas da negritude, relacionadas à herança do
açoite.
A angústia coletiva a que a população negra está
submetida relaciona-se ao passado colonialista, escravista, que a abolição não
rompeu, proporcionando, conforme projetou Fanon, uma “imposição cultural
irrefletida”:
“sem
falar em catarse coletiva, seria fácil demonstrar que o preto,
irrefletidamente, aceita ser portador do pecado original. […] O negro antilhano
é escravo desta imposição cultural”.
Na verdade, o negro americano, de Norte a Sul. Em
nosso caso particular, é uma consequência, também, de nosso
“bonapartismo-colonial-racial”.
Portanto, a tristeza, a angústia de Lima Barreto e
de Isaías Caminha são um reflexo de todas as imposições da branquitude e,
consequentemente, da violência ainda vivida pelos descendentes de escravizados
em um ambiente de “pós-escravidão”. Em Vida e Morte de M. J. Gonzaga,
ele concluiu: “Façam como eu: sofram durante quatro séculos, em vidas
separadas, o clima e o eito”.
Indubitavelmente, as estruturas econômicas e
políticas da República Velha fomentaram o racismo à população negra, mantendo-a
na base da pirâmide social brasileira, dando amostras de que a escravidão ainda
não tinha acabado. Até que ponto vamos aguentar e superar mais de 130 anos
depois de sua suposta abolição?
Fonte: Jacobin
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