quinta-feira, 2 de novembro de 2023

EUA ignoram protesto no Congresso e reforçam apoio a Israel e à Ucrânia por interesses políticos

Na terça-feira (31), manifestantes ligados ao grupo antiguerra CODEPINK, que também fez apelos aos EUA para que parem de enviar armas à Ucrânia, invadiram o Congresso para pedir o fim do conflito em Gaza.

Os manifestantes interromperam o discurso do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pedindo o fim do conflito entre Israel e o Hamas.

Durante o protesto no Congresso americano, os manifestantes gritavam "cessar-fogo agora!", ao mesmo tempo em que os líderes americanos pediam o financiamento para a segurança nacional, incluindo US$ 14,3 bilhões (R$ 72 bilhões) em ajuda a Israel.

De acordo com o The Washington Post, 12 manifestantes, que estavam vestidos de rosa e com as mãos pintadas de vermelho para simbolizar o sangue, foram presos pela Polícia do Capitólio.

O jornal indica que Blinken reconheceu a opinião dos manifestantes, contudo destacou a necessidade de apoiar seus aliados.

Tanto o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, quanto o secretário de Estado, Antony Blinken, afirmaram que o apoio financeiro e econômico à Ucrânia e a Israel é de fundamental importância para os interesses da política internacional dos EUA.

Por sua vez, os republicanos defenderam o apoio a Israel, considerando um pedido separado à medida que os conservadores tentam reduzir a ajuda à Ucrânia.

Recentemente, a congressista da Câmara dos Representantes dos EUA Marjorie Taylor Greene afirmou que o financiamento para a Ucrânia deveria acabar, e que todo o "apoio" não passa de uma lavagem de dinheiro às custas do povo americano.

•        Militar: EUA devem retirar tropas do Oriente Médio para não arrastar o país para mais uma guerra

Os EUA precisam retirar suas tropas do Oriente Médio para não colocá-las em perigo, disse o tenente-coronel aposentado do Exército dos Estados Unidos, Daniel Davis, ao canal de TV Fox News.

"Precisamos reduzir nossa vulnerabilidade e tirar nossos rapazes de lá", observou ele.

De acordo com o coronel, a presença de bases militares norte-americanas nesta região pode "arrastar os EUA para outra guerra no Oriente Médio".

"E esta é a pior coisa que pode acontecer hoje para os interesses nacionais americanos", acrescentou Davis.

Anteriormente, o Comando Central dos Estados Unidos informou que mais de 20 soldados americanos ficaram feridos em meio ao aumento de bombardeios de suas bases no Oriente Médio.

Além disso, de acordo com dados do Pentágono, durante a semana de 17 a 24 de outubro, grupos militares, supostamente ligados ao Irã, atacaram as tropas dos EUA no Iraque por dez vezes e na Síria por três vezes contra o pano de fundo da escalada do conflito na Faixa de Gaza.

•        Bases americanas na Síria sofrem novos ataques, mas militares conseguem abater drones, diz mídia

Na região de Al-Tanf, perto das fronteiras da Síria com o Iraque e a Jordânia, o sistema de defesa antiaérea dos EUA abateu dois drones que efetuavam um ataque contra uma base americana, segundo um artigo da Reuters.

"Dois veículos aéreos não tripulados, que tinham como alvo uma base dos EUA na região de Al-Tanf, na Síria, foram abatidos pelo sistema de defesa da base", ressaltou a publicação, citando uma fonte.

A base de Al-Tanf é uma instalação militar operada pela coalizão internacional chefiada pelos Estados Unidos. Ela foi estabelecida em 2014 para combater o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) no Iraque e na Síria, por isso está localizada na fronteira da Síria, Iraque e Jordânia, na província síria de Homs.

Mais cedo, uma base dos EUA no campo de Al-Omar, na zona rural de Deir ez-Zor, no leste da Síria, foi alvo de bombardeios com foguetes e foram ouvidas quatro explosões, disse uma fonte local à Sputnik.

Foram ouvidas explosões em vilarejos e bairros próximos ao campo. Os helicópteros e drones americanos decolaram imediatamente após as explosões, escreve a mídia.

Anteriormente, um alto funcionário do Departamento de Defesa dos EUA disse que as forças norte-americanas no Iraque e na Síria foram alvo de 23 ataques com drones ou foguetes nos últimos 13 dias.

As Forças Armadas dos EUA têm 24 bases militares e quatro centros no território da Síria. As bases dos EUA na Síria têm sido atacadas repetidamente com drones e mísseis, mas geralmente sem consequências.

 

       Brincar de guerra dá lucro e EUA agora querem 12 submarinos com mísseis balísticos

 

A Marinha americana anunciou o ambicioso plano para construir 12 submarinos da classe Columbia equipados com mísseis balísticos intercontinentais.

O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) divulgou o orçamento para a construção de 12 submarinos da classe Columbia por um valor superfaturado, o que já é marca registrada de um governo que usa a guerra para obter lucros.

De acordo com o portal EurAsian Times, esta é mais uma investida da administração Biden para tentar deter o avanço chinês que, segundo os últimos relatórios americanos, detém 370 embarcações, enquanto os Estados Unidos contam apenas com 290.

Espera-se que o primeiro submarino da classe Columbia entre em operação entre 2024 e 2028.

Os submarinos de mísseis balísticos da classe Columbia terão um diâmetro de 13, 1 metros e um comprimento de 170,7 metros, com um deslocamento submergido de 20.810 toneladas.

 

       Hezbollah pode entrar em conflito contra Israel 'se Hamas estiver em seu último suspiro'

 

O grupo militante Hezbollah do Líbano entrará no conflito israelo-palestino se o movimento palestino Hamas estiver esgotado, de acordo com artigo do The New York Times, citando uma autoridade libanesa.

"Os combatentes [do Hezbollah] disseram que sua linha vermelha para a intervenção é a destruição do Hamas, e que eles entrarão na guerra se o grupo estiver em seu último suspiro", ressalta a mídia.

"O Hezbollah provavelmente não está atacando Israel com força total para evitar a escalada do conflito. De acordo com o movimento libanês, o Hamas está em uma boa posição e ainda não precisa de ajuda", segundo a publicação.

Segundo dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza, mais de 8,5 mil pessoas perderam a vida na ofensiva de Israel — 63% delas mulheres e crianças. Quase 3,5 mil crianças foram mortas, e pelo menos 6,3 mil estão órfãs.

Nesta terça-feira (31), um ataque das Forças de Defesa de Israel (FDI) atingiu o campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, matando pelo menos 50 civis.

 

       Irã alerta EUA e pede a Estados muçulmanos que cessem exportações de petróleo e alimento para Israel

 

Em reunião na Turquia, chanceler iraniano alerta Washington e Tel Aviv sobre "elemento surpresa" se um cessar-fogo não acontecer, já o líder supremo do Irã convocou Estados muçulmanos a paralizarem exportações para Israel.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, alertou nesta quarta-feira (1º) sobre "duras consequências" se os ataques continuarem na Faixa de Gaza. O alerta é o mais recente de uma série de advertências do país persa.

"Se um cessar-fogo imediato não ocorrer na Faixa de Gaza e os rápidos ataques dos Estados Unidos e do regime sionista continuarem, as consequências serão duras", disse Amir-Abdollahian sem dar maiores detalhes.

As declarações do chanceler aconteceram durante uma conferência de imprensa hoje (1º) em Ancara, na Turquia, onde concedeu uma entrevista junto ao seu homólogo turco.

Ao mesmo tempo, Amir-Abdollahian afirmou que prossegue a realização de uma reunião de líderes de países muçulmanos e árabes para discutir "o fim do genocídio israelense em Gaza".

O ministro disse que a ideia, apresentada pelo presidente iraniano Ebrahim Raisi, foi discutida em diálogos com altos funcionários do Catar, Turquia, Arábia Saudita e Egito, acrescentando que Raisi está com uma viagem programada para Turquia na agenda.

O principal diplomata do Irã lamentou a "continuação das atrocidades cometidas" na Faixa de Gaza por Israel e disse que a região está "muito perto de uma decisão importante [que será tomada] se o genocídio em Gaza não parar", reiterando que se conflito não terminar imediatamente, a resistência colocará na sua agenda "um movimento surpresa", sublinhou Amir-Abdollahian segundo a Tasnim.

O ministro iraniano também destacou suas conversas com autoridades do Hamas e disse que elas o informaram que 50 dos prisioneiros detidos foram mortos em ataques israelenses aos hospitais de Gaza.

Também nesta quarta-feira (1º), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu aos Estados muçulmanos que cessem as exportações de petróleo e alimentos para Israel, exigindo o fim do bombardeio da Faixa de Gaza, informou a mídia.

"Os bombardeios em Gaza devem parar imediatamente, [...] o caminho das exportações de petróleo e alimentos para o regime sionista deve ser interrompido. Estados muçulmanos não devem cooperar economicamente com o regime sionista, mas denunciar estas catástrofes e crimes veementemente e sem hesitação em todos os fóruns internacionais", disse Khamenei.

O aiatolá prosseguiu suas declarações argumentando que a questão central hoje em dia não é a guerra israelense em Gaza, mas sim a "batalha entre a verdade e a falsidade", e a luta entre o poder da fé e o poder da arrogância.

"É claro que o poder da arrogância vem acompanhado de pressão militar, bombardeios, bem como calamidades e crimes […]", afirmou.

Por fim, Khamenei acrescentou que "a escalada e as circunstâncias do que está acontecendo devem ser esclarecidas. O regime sionista deve ser condenado e todo o mundo muçulmano deve ser mobilizado contra ele", acrescentou o líder.

 

       Retorno de Bashar: ataque de EUA e Israel não impede volta da Síria ao jogo regional, diz analista

 

EUA e Israel intensificaram ataques contra alvos na Síria na última semana, alegando temer entrada de milícias ligadas ao Irã no conflito com o Hamas. Saiba por que essa campanha militar pode não ser suficiente para reverter a volta da Síria ao tabuleiro político no Oriente Médio.

Na segunda-feira (30), o Departamento de Defesa dos EUA informou que suas bases militares no Iraque e na Síria teriam sido atacadas 23 vezes em menos de 15 dias, em um contexto de escalada de tensões no Oriente Médio, em função do conflito israelo-palestino.

"De 17 a 30 de outubro, as forças dos EUA e da coalizão foram atacadas pelo menos 14 vezes diferentes no Iraque e nove vezes na Síria, por meio de uma combinação de drones e foguetes de ataque unidirecionais, totalizando 23 ataques até agora", informou o Departamento de Defesa dos EUA em seu site oficial. "Muitos desses ataques foram interrompidos com sucesso por nossos militares. A maioria não conseguiu atingir os seus objetivos."

A alegação de Washington foi realizada após o país realizar campanha de ataques aéreos contra o território da Síria, utilizando caças F-16 e munições guiadas de precisão. O Pentágono justifica a violação ao território soberano da Síria, alegando estar atacando milícias ligadas ao Hezbollah e ao Irã.

Mas os EUA não são os únicos que realizaram ataques no território sírio no mês de outubro. As forças de Israel atacam o território sírio periodicamente, mirando objetos de infraestrutura, como os aeroportos de Damasco e Aleppo.

"Existe certa naturalidade no trato dos ataques que Israel e EUA realizam na Síria, e na continuada ocupação de parte do território por parte de Washington, como se a Síria não fosse um país soberano", disse o professor livre-docente de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser, à Sputnik Brasil.

Com o governo de Damasco fragilizado após mais de dez anos de guerra civil, Israel e EUA não enfrentam resistência militar síria aos seus repetidos ataques.

"O governo da Síria não tem condições de entrar em conflitos armados, já que segue muito enfraquecido e inicia o seu processo de reconstrução somente agora", considerou o professor livre-docente.

Apesar da presença de milícias armadas financiadas pelo Irã no país ser uma realidade, Nasser não acredita que os sírios devam ser castigados pelas ações do Hamas, grupo que não nutre ligações com Damasco.

"Os líderes do Hamas ficam locados no Catar, mas quem é apontado como culpado de tudo é o Irã. E quem sofre bombardeios são o Líbano e a Síria – as partes mais frágeis da região", notou o professor.

Apesar de serem aliados, os objetivos dos ataques dos EUA e de Israel na Síria nem sempre são os mesmos, acredita a professora de Relações Internacionais e assessora do Instituto Brasil-Israel, Karina Stange Calandrin.

"Israel tem maior preocupação com a presença do Irã e do Hezbollah na Síria, que considera uma ameaça direta para a sua segurança", disse Calandrin à Sputnik Brasil. "Já os EUA se preocupam mais com a presença da Rússia no país."

Para ela, o perigo de escalada do conflito na Faixa de Gaza para as Colinas de Golã, território sírio ocupado por Israel desde 1967, é real. Uma ofensiva israelense na área teria o objetivo de enfraquecer o Hezbollah.

"Com certeza é uma possibilidade real, que Israel deve evitar a qualquer custo. O Hezbollah é muito mais poderoso e tem mais experiência de guerra do que o Hamas", disse Calandrin. "Então uma escalada [nas Colinas de Golã] seria mais perigosa em termos militares para Israel do que o conflito com o Hamas [na Faixa de Gaza]."

•        EUA em baixa no Oriente Médio

Em um cenário no qual o apoio incondicional a Israel impõe altos custos diplomáticos aos EUA no Oriente Médio, a presença de outras potências, como Rússia e China, é ainda mais desafiadora.

"Neste momento a situação dos EUA na região é muito complicada", disse Nasser. "O presidente dos EUA, Joe Biden, não foi recebido por Jordânia e Egito, e a política de Washington vem sendo alvo de críticas por parte de Catar e Arábia Saudita."

O afastamento dos EUA também é resultado de pressão da opinião pública, fortemente mobilizada em ondas de protestos pró-Palestina no mundo árabe, apontou o professor livre-docente.

"O poder da rua árabe é grande e os países da região não têm interesse que os protestos se aqueçam novamente", considerou Nasser. "Portanto, há forte pressão da opinião pública para que os governos locais se afastem ainda mais de EUA e Israel."

•        Vitória para Damasco?

A diminuição da influência dos EUA na região pode favorecer o processo de normalização das relações entre o governo de Damasco e os demais países árabes, acredita Nasser.

"Damasco pode sair fragilizada militarmente, mas não politicamente. A Síria vinha em um processo chamado de normalização de suas relações com os demais países árabes, inclusive com as monarquias do golfo [Pérsido], algumas das quais financiaram ações contra o governo de Bashar Al-Assad", considerou o professor de Relações Internacionais.

Em maio deste ano, a Síria foi readmitida na Liga Árabe, após mais de dez anos suspensa do órgão, em passo considerado fundamental para o início de negociações de paz no país. Na época, Washington criticou a decisão do órgão.

"Não acreditamos que a Síria mereça a readmissão na Liga Árabe neste momento", disse o porta-voz dos EUA, acrescentando que as sanções impostas por Washington contra Damasco permanecerão em pleno vigor.

A redução da influência dos EUA no Oriente Médio, portanto, pode reforçar a reconciliação entre países árabes e o papel diplomático de instituições multilaterais da região.

"Apesar das tensões com Israel, o que vemos agora é uma diminuição das tensões entre os países árabes – o que é raro, diga-se de passagem", disse Nasser. "O acordo entre Irã e Arábia Saudita, mediado pela China, foi fundamental para selar essa tendência." Esse contexto pode favorecer a Síria, que precisará de apoio político e financeiro externo para reconstruir o país, após mais de dez anos de guerra civil, intervenções externas e sanções econômicas impostas pelos EUA.

"Os fundos de investimentos dos países do golfo [Pérsico] poderão ter papel fundamental na reconstrução da Síria, […] e essa é só mais uma das vantagens da diminuição de tensões entre os países árabes", concluiu Reginaldo Nasser.

 

       Kim Jong-un quer auxiliar Palestina no conflito com Israel, diz agência de inteligência

 

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, teria ordenado a seus agentes governamentais a encontrarem maneiras de auxiliar a Palestina no conflito contra Israel. A informação é da agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando o legislador do Partido do Poder Popular (PPP), Yoo Sang-beom.

Segundo o conservador Yoo, um relatório do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul (NIS, na sigla em inglês) aponta que Pyongyang está buscando maneiras de fornecer armas aos grupos militantes atuantes na região, além de outros países do Eixo da Resistência — grupo composto por nações islâmicas contrárias à presença dos Estados Unidos e de Israel na região.

Kim já teria auxiliado grupos como o Hamas e o Hezbollah no passado, fornecendo artilharias e armas antitanque.

Ainda segundo o serviço de inteligência, a estratégia usada pelo Hamas — de utilizar rápidos lançamentos de foguetes e manter uma mobilidade constante — poderia servir de inspiração para Kim Jong-un no conflito da península coreana.

Atualmente, ambas as Coreias se encontram em guerra, embora um armistício esteja em vigor, cessando as hostilidades armadas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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